sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Levantar a cabeça (Parte 2)

Quique reagiu com determinação, atitude e responsabilidade no final do jogo com o Metalist, numa espécie de aviso à navegação.

Tenho aqui escrito linhas e linhas de apoio incondicional a Quique, mesmo discordando dele uma ou outra vez, e hoje foi mais um destes exemplos onde ele mostra que é a pessoa certa no lugar certo.

Se há dúvidas de alguns Benfiquistas sobre o que vale - devem ser poucos - eu não tenho dúvidas nenhumas sobre o seu valor, o seu profissionalismo e a sua categoria.

Basta ler as suas palavras proferidas ontem na conferência de imprensa...

"Somos todos responsáveis, mas se tiver de ser o único a assumir, faço-o sem problemas. Não me escondo nos momentos difíceis. Fizemos uma competição muito fraca, que nada teve a ver com o que fizemos na eliminatória com o Nápoles, que foi vibrante e brava, que nos deu muito orgulho. Não estivemos ao nível que a prova exige.

"Temos a sorte de nos manter na competição mais importante e também mais difícil. É aquela que mais compensações pode dar ao Benfica. Queremos jogadores que gostem de desafios, que querem superar-se constantemente, e estamos num momento de tomar decisões nesse sentido, eles sabem-no. Hoje [ontem] não me conformo não com o resultado, mas sim com o que se passou depois do golo. Pode haver acerto ou não, pode chegar-se ao golo ou não, mas não é costume que as minhas equipas sofram um golo e fiquem conformadas com um cenário desfavorável, como se fosse indiferente. A equipa baixou os braços. Não quero jogadores conformados, que não lutem até final. Fiquei surpreendido e chateado. Não é esta equipa que desejamos, repudiamos esta imagem!

"O que se passou, sobretudo nos últimos dez minutos, vai ao encontro da história recente do Benfica. E eu não estou aqui para fazer parte dessa história. Vim com a ambição de mudar o que aconteceu nos últimos anos. Vim com a intenção de mudar a falta de alegria, a inércia e falta de vontade de ganhar. Não me conformo em ser apenas mais um e manter o Benfica dos últimos anos, isso é impensável. Não me conformo em deixar andar, em dizer se não for hoje é amanhã. É imperativo mudar a mentalidade.

"Não sinto pressão, é algo lógico. Não estamos aqui para deixar andar, sim para mudar. Não gosto de andar na rua a pedir perdão às pessoas e a baixar a cabeça. Trabalho muito e o suficiente para andar de cabeça erguida. A Taça UEFA retrata a pior face do Benfica e não podemos deixar que intoxique a Liga. Somos uns privilegiados, temos uma excelente profissão, e temos de transmitir sensações positivas. Já demos referências boas e não vou permitir passos atrás. Para mais, depois do que aconteceu com o Marítimo, era impensável que os avançados ficassem dois jogos sem marcar..."

Sem mais, Força Benfica

Sem comentários: