quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Viva o Benfica!

Viva o Benfica!

Ha dias tristes e dias muito tristes... Hoje é um desses dias muito tristes, mas também é nestes dias que sentimos a razão pela qual Amamos o Benfica. Sim Amor... Não tenho problema em escrevê-lo. É nestes dias que sentimos que somos Grandes e não será uma derrota que nos abala o que sentimos pelo Benfica. Os processos de mudança são longos e complicados e no fim, quando ganharmos mais que perdermos, quando deixarmos de ser por vezes infantis, sentiremos que todas estas derrotas são nem mais nem menos que "parte do processo" da evolução competitiva. É doloroso, mas consideramos apenas isto como "parte do processo".

Temos tudo para voltar à alta roda do futebol europeu, mas não é este ano. Não há nenhum problema com isso. Será no próximo, ou no outro... O importante agora é consolidar o Benfica internamente e não esquecer que há 6 meses éramos quarto classificado a mais de 20 pontos do primeiro.

A curva é ascendente e é nisso que temos de focar...

Peço união no grupo e que não se encontrem culpados fáceis no balneário, na direcção técnica ou na direccção. União e Vontade.

Força Quique, Força Rui Costa, Força Benfica...

domingo, 23 de novembro de 2008

"Há que falar pouco de mim, muito de todos e nada dos outros"

Quique Flores utilizou a frase que dá título a este post para comentar o badalado e hipotético interesse do Real Madrid na sua contratação para treinador - ou na verdade utilizou esta frase para "não comentar" esse interesse que segundo se diz por Espanha, é mesmo real...

Acrescenta Quique Flores que "neste caso o Real Madrid está nos outros, por isso não comento. Da mesma forma, quero falar muito pouco de mim, prefiro falar do Benfica, dos jogadores, da equipa, é isso o mais importante. Estou satisfeito com esta dinâmica e quero ficar aqui."

Com uma frase tão profunda ainda por cima com cariz de "citação" - é raro haver citações de cariz mais ou menos intelectual nas conferências de imprensa de futebol - um jornalista perguntou a Quique Flores "quem lhe tinha transmitido esse ensinamento", ao que ele respondeu de forma humilde e divertida que "sinceramente não me lembro [risos]... Lembro-me apenas da frase, não de quem a disse. Li numa entrevista que tinha a ver com literatura ou espectáculos, algo assim. A frase chamou-me a atenção, despertou-me interesse, por isso registei-a. Acho que pode aplicar-se em muitos casos."

Acho magnífico que o nosso treinador cite uma frase de um anónimo que sabemos que vem da área da literatura ou espectáculo - duas áreas artísticas com muitos intelectuais e com muitos apaixonados por futebol e especialmente pelo Benfica - para dar um exemplo muito simples, que se resume em expressão anglo-saxónica como um estilo "low profile".

E é exactamente isso que temos na direcção técnica do Benfica. Alguém tão bom e tão profissional que não precisa de se meter em bicos dos pés para que lhe reconheçam o seu valor. Isto é próprio das grandes pessoas, das pessoas predestinadas a chegar longe. Eu acredito que quando temos valor não necessitamos de gritar esse valor que temos. Pelo contrário. Deveremos provar que temos valor nos locais correctos, mas sem grande alarido - a não ser que estrategicamente tenhamos que utilizar esse alarido em nosso proveito.

Quique Flores chegou a Portugal e inovou em muitos aspectos. Não quero falar dos aspectos técnicos-tácticos porque sobre esses o tempo dirá de sua justiça, mas em termos de postura, de comportamento, de nível e de boa educação, provou que era uma pessoa de elevada estatura.

Desde sempre o defendi e defenderei neste espaço pela simples razão que neste momento ele é a pessoa mais importante da estrutura de futebol do Benfica. Disse aqui - num texto que intitulei de "A Mística de Quique Flores" - que gostava de ver este treinador no Benfica durante três temporadas (apesar de sabermos que assinou por duas). Além de não retirar uma única palavra a esta ideia, reforço esta mesma ideia. O Benfica precisa de Quique Flores por três temporadas. Bem sei que os resultados é que definem os treinadores e uma derrota por exemplo na Grécia nesta semana tira-nos fora da Taça Uefa, ou uma derrota com o Leixões em Dezembro tira-nos fora da Taça de Portugal, mas isso são exactamente as contingências que não devem direccionar o nosso caminho. Com Quique durante três anos, iremos estabilizar o plantel, iremos ganhar confiança, iremos ganhar obviamente alguns títulos, iremos cimentar o nosso nome na Europa, iremos ter uma equipa a perder menos e iremos basicamente ter uma equipa muito bem preparada para quem se seguir a Quique Flores.

Ganhar e perder faz parte do jogo e eu tenho aqui referido muitas vezes, que ainda vamos perder bastante esta época porque já não há milagres e as épocas longas, com ou sem títulos, também se constroem com derrotas. Pois eu independentemente dessas vitórias ou derrotas sei que Quique Flores e a sua equipa técnica são hoje peças fundamentais naquilo que vai ser o Benfica na próxima década.

O seu discurso, a sua cultura, a sua maneira de estar entre outras características de alto nível, são para mim o exemplo de como se deve estar no futebol moderno. Ver notícias do interesse do Real Madrid não me surpreendem até porque Schuster ao pé do Quique Flores é como comparar o Jaime Pacheco ao José Mourinho. Não tem comparação possível. Nunca entendi como Schuster chega ao Real Madrid, depois dumas épocas brilhantes no Getafe (é verdade) mas sem a experiência, conhecimento e sabedoria que por exemplo o seu antecessor detinha - Fabio Cappelo.

Espero, muito sinceramente que Rui Costa faça ver a Quique Flores que para ele serão apenas três anos e para o Benfica podem significar uma década inteira, manter o mesmo treinador e a mesma estrutura. Quique tem tempo de chegar ao Real Madrid, terá tempo de quiçá chegar à Selecção do seu país ou a outro qualquer grande clube Europeu.

"Neste momento, senhor Quique Flores, é fundamental que não fale dos outros - se esses outros forem o Real Madrid - mas que não deixe que eles falem de si. Qualquer resultado menos positivo do Real Madrid terá o nome de Quique Flores no jornal e qualquer resultado menos positivo do Benfica terá o Real Madrid nos jornais porque vão dizer que já está a pensar no Real e isso desestabilizará a nossa equipa (mesmo que obviamente as derrotas ou empates não tenham nada a ver com o interessa do Real Madrid em Quique Flores). Acredito muito no seu trabalho e sei que não nos deixará tão depressa. Assim espero."

Entretanto, que hoje consigamos os três pontos, num jogo que considero muito importante para o nosso futuro imediato na Liga. Apesar de normalmente não ser difícil para o Benfica ganhar em Coimbra, espero que os jogadores entrem determinados porque pensando que a História e estatística favorável resolvem jogos, é o primeiro passo para um dissabor. Isso não vai acontecer hoje.

Força Benfica

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O Inferno da Luz

O Benfica viu o seu nome envolvido em casos de polícia, devido à detenção de alguns elementos da claque "No Name Boys" no passado domingo.

Antes de emitir a minha opinião sobre o caso específico deste fim de semana, tenho que admitir como ponto prévio que não tenho pelas claques Benfiquistas qualquer tipo de simpatia ou antipatia. Não as levo muito a sério e penso sempre que num dia em que o Estádio da Luz tenha 60.000 cativos vendidos, as claques deixam de existir. No entanto, partilho com muitos dos membros das claques momentos históricos do SLBenfica, especialmente nas deslocações ao estrangeiro ou em estádios nacionais onde o Benfica joga fora. Vejo nalguns desses elementos a cara da Mística Benfiquista - o sofrimento, o acreditar sempre, as directas em voos de low cost, os hotéis baratos, os sacrifícios que fazem para poder acompanhar o Benfica nas viagens para fora de Portugal, especialmente.

Nessas pessoas sinto a Mística e sinto que são boas pessoas, humildes, que amam o Benfica como eu, como tu, como você ou como qualquer grande apaixonado - com chama... Também vejo nesses mesmos estádios a droga, alguma violência verbal e alguns esquemas mais ou menos sujos que por lá se passeiam... Considero-os normais e não confundo nunca o geral com o particular.



Não gosto de ver "claques" separadas no Estádio da Luz e sem querer ser demasiado naif, acredito na hipótese de ter claques ou grupos organizados menos delinquentes, menos violentos, menos procurados pelas autoridades e mais legais. Especialmente muito mais legais. Posso ser naif mas não quero parecer demasiado naif ao ponto de pensar que uma claque tem de ser um grupo de jovens escuteiros, mas quero acreditar que podem ser um grupo mais bem comportado. Todos passamos por fases de socialização mais ou menos rebelde mas quero acreditar que vandalizar estações de serviços, roubar, bater, traficar droga, vender armas, não sejam de todo actividades normais que farão parte do "objecto social duma claque organizada legalizada".

Do site do Jornal "A Bola" retiro a seguinte notícia:

"A PSP concluiu, ontem, a denominada operação «Fair Play» - cujas diligências tiveram início há cerca de um ano –, culminando as investigações com a detenção de 30 membros da claque «No Name Boys» e apreensão de 11,5 quilos de haxixe, 115 gramas de cocaína, 70 gramas de ecstasy e 187 gramas de liamba, três armas, munições de vários calibres, quatro soqueiras, cinco embalagens de gás de defesa (spray), três bestas, três armas eléctricas, quatro bastões extensíveis, seis tacos de basebol, nove tochas, cinco potes de fumo e um very-light. Foram também apreendidas seis viaturas e cerca de 15.300 euros em dinheiro.

Em comunicado, a PSP informa que «o grupo de suspeitos, além da prática de crimes, tem incitado os elementos da claque à prática de acções violentas contra adeptos de outras claques, Agentes de Autoridade e elementos da Segurança Privada - Assistentes de Recintos Desportivos, bem como a introdução nos estádios de material pirotécnico». O tráfico de estupefacientes servia «como forma de financiamento da claque».

Mais adiante, quando o site do jornal "A Bola" fala da chegada de 12 dos 30 detidos às instalações do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP), ao início da tarde, acrescenta que essa chegada:

"(...) ficou marcada por incidentes motivados pela presença de outros elementos alegadamente afectos à claque «No Name Boys», que provocaram desacatos com alguns empurrões e o arremesso de garrafas (...) agrediram jornalistas, provocando distúrbios que resultaram em ferimentos ligeiros num agente da PSP."

Ou seja, apesar de conseguir separar o trigo do joio sinto claramente que algo vai mal no reino das claques Benfiquistas. Vamos considerar que estes 30 detidos e os cerca de 50 que foram ao DIAP esta tarde, são os únicos que têm problemas com a justiça e que todos os outros milhares são pessoas bem formadas, respeitadoras, que amam o Benfica como cada um dos milhões de adeptos e simpatizantes que não fazem parte de nenhuma claque e que a única ilegalidade que fazem é fumar uns quantos charros nos jogos ou nas viagens que antecedem esses mesmos jogos. Se assim fosse o problema seria fácil de resolver, mas só alguém imensamente naif - há vários níveis de inocência - pode acreditar que o que digo é verdade. Todos sabemos que as claques escondem outros problemas sociais e não podemos esperar que o Benfica os resolva mas também não podem esperar que esses problemas sejam desculpados pela administração do SLBenfica.

Eu acredito numa estrutura Benfiquista dialogante com as claques. Não teria nenhum problema em aceitar que a nossa direcção falasse abertamente com as claques e fazer-lhes ver que provavelmente deveríamos ter UMA claque e não duas, que a estrutura legal talvez deva fazer parte da SAD Benfiquista ou do próprio clube Sport Lisboa e Benfica e que deveriam ter directores e responsáveis mais condignos com os requisitos sociais legalmente aceites. Obviamente que ter "11,5 quilos de haxixe, 115 gramas de cocaína, 70 gramas de ecstasy e 187 gramas de liamba, três armas, munições de vários calibres, quatro soqueiras, cinco embalagens de gás de defesa (spray), três bestas, três armas eléctricas, quatro bastões extensíveis, seis tacos de basebol, nove tochas, cinco potes de fumo, um very-light e cerca de 15.300 euros em dinheiro" não corresponde ao meu conceito de directores responsáveis.

Se numa empresa responsável, alguns dos seus representantes forem apanhados com o que acabei de escrever no parágrafo anterior isso significa o fim dessa empresa socialmente, independentemente dos seus méritos empresariais. O que quero dizer com isto é que apesar de eu considerar as claques positivas e de sentir que apoiam o Benfica em momentos difíceis no Estádio da Luz ou fora, há mínimos de comportamento que temos que exigir dos responsáveis das claques.

Se as claques são grupos de pessoas distintas e diferenciadas com negócios ligados a armas, ao tráfico de droga, com membros ligados à extrema direita eu acho que o Benfica tem de agir e regulamentar internamente e com o apoio das autoridades uma nova estrutura para estes grupos.

O nosso presidente está muito queimado com estas claques e não tem neste momento espaço de manobra para poder negociar o que quer que seja com estes líderes, mas quando chegar o tempo de Rui Costa, e se ele tiver a coragem que nós lhe reconhecemos, podemos dar passos fundamentais na regulamentação das nossas claques e quem sabe aumentar as receitas do nosso merchandising e de bilheteira trabalhando com as claques.

Neste momento, o que sei é que este modelo de claques separadas, que não se dão, que escondem negócios paralelos, que são ilegais, que não elevam o nome do Benfica e que por contrário o denigrem na praça pública está esgotado. Apesar de tudo isto, ainda acredito na humildade de quem ama o Benfica e de quem acredita que estar numa claque é a maneira mais simples e leal de ajudar o clube do coração. Mais acrescento que não tenho dúvidas que 50% dos membros das claques correspondem a este perfil. Esse é o principal problema. Não deviam ser 50% , mas sim 90% a corresponder a este perfil e os restantes 10% a margem de erro que confirmaria a regra...

Os tempos mudaram mas o Benfica teve os momentos mais altos da sua História, com um autêntico Inferno composto por vozes de homens e algumas mulheres que apenas amavam o Benfica. Este deve ser o leit motiv dum grupo organizado que quer apoiar o Benfica - o seu amor incondicional ao clube. Não utilizar o clube para negócios mais ou menos sujos, mais ou menos legais. Quando isso voltar a acontecer, vamos ver o verdadeiro Inferno da Luz a reaparecer com vozes e pessoas de várias idades, várias ideologias, várias sensibilidades, várias classes sociais e de várias etnias ou raças, apenas e só com um objectivo - apoiar o Glorioso.

Força Benfica

O comunicado esperado sobre a polémica com Agência Lusa

O Benfica emitiu um comunicado no site oficial do clube dando finalmente a sua versão dos factos que vieram a público durante este fim de semana, sobre a proibição da Agência Lusa em fazer reportagem na conferência de imprensa de Quique Flores antes do jogo contra o Estrela da Amadora.

Basicamente, o texto do comunicado refere o que eu já tinha entendido. O Benfica não gostou que se desse a entender que os administradores da SAD receberem 180 000 euros pelo desempenho do Benfica na Liga do ano passado, quando na verdade dividiram esse dinheiro pelo desempenho empresarial desses mesmos administradores na recuperação financeira da sociedade.

Eu ontem fiz "copy/paste" dum texto retirado do comunicado da Agência Lusa, colocando-o no blog e onde João Gabriel já anunciava que os prémios para os administradores "não estão indexados aos resultados desportivos, mas à geração de receitas operacionais da sociedade".

Ou seja, apesar do título do comunicado ser especulativo em relação à indexação desses prémios aos resultados desportivos da equipa de futebol - "Administradores do Benfica receberam 180.000 mil euros apesar do quarto lugar" - e ser óbvio que o jornalista em causa é alguém com má vontade para com o nosso clube, não se pode em nenhuma situação proibir a entrada desse ou qualquer outro jornalista nas instalações do nosso clube.

Eu escrevi um texto ontem aqui no blog onde criticava abertamente a proibição de qualquer jornalista fazer reportagem no centro de estágios ou no Estádio da Luz e escrevia a propósito de toda esta novela:

"Eu agora especulo, sem conhecimento de causa, que alguém da Lusa deu uma informação errada e que o Benfica quis castigar a agência pelo mau trabalho profissional dum jornalista dessa agência. O que devia saber de imediato era qual a notícia errada que foi comunicada pela agência Lusa. Segundo, saber que jornalista a escreveu e denunciá-la, comunicando a verdade a todos que por ela (a verdade) se interessem, como eu.

NUNCA, repito, NUNCA, proibir a entrada a uma agência noticiosa nas nossas instalações (...)

(...) Se há qualquer problema com qualquer jornalista incompetente, o que um bom director de comunicação tem de fazer é comunicar ao director da agência o sucedido e esperar que esse director puna exemplarmente esse jornalista - há bons e maus jornalistas como há bons e maus directores de comunicação - e não que seja o Benfica a punir a Agência no geral. Não é altura para comprar guerras, muito menos com a comunicação social. Outra boa ideia, seria explicar a todos os Benfiquistas as razões dessa decisão e o que há de verdade e mentira em toda esta história."

Quem se interessa pelos assuntos do Benfica e acompanha regularmente os meandros da comunicação social, como eu, facilmente percebeu que o Benfica tinha ficado claramente ofendido com o título da notícia da Lusa, mesmo que depois no conteúdo da notícia João Gabriel salvaguardasse que afinal esses prémios não estavam indexados aos resultados desportivos.

Repito, que isso não pode justificar a proibição desse dito jornalista em fazer reportagem, mesmo que seja um mau jornalista, incompetente, claramente ligado ao FCPorto, talvez "corrupto" e servindo outros interesses que não o jornalismo em si.

Critiquei abertamente o director de comunicação João Gabriel porque em última análise reagiu a "quente" sabendo que esse jornalista é alguém do piorio, proibindo-o de entrar na conferencia de imprensa quando em vez de reagir a "quente" devia ter reagido com a inteligência que se exigia. Critiquei-o por isso e pelo silêncio em toda esta história. Esperei um comunicado no site do SLBenfica no sábado, mais tardar domingo, mas afinal o comunicado apareceu hoje, segunda-feira. De alguma maneira compreendo a razão do comunicado ser efectuado hoje - depois do jogo contra Estrela da Amadora - e de alguma maneira desculpabilizo o nosso director de comunicação pois acabou por dar a sua versão, mas não posso desculpar o erro crasso de proibir a Agência Lusa de fazer reportagem no Caixa Futebol Campus.

Não basta ser, há que parecer e entendendo as razões que levam à queixa feita pelo Benfica à entidade reguladora por mau jornalismo e por algum sensacionalismo do repórter da Agência Lusa, teria sido preferível fazer essa queixa sem nunca ter proibido ninguém de entrar no centro de estágios.

No final, todos aprendemos com os erros e espero que João Gabriel não tenha que voltar a decidir a proibição de qualquer jornalista no Caixa Futebol Campus ou no Estádio da Luz, independentemente dos jornalistas mal formados e que mal servem o jornalismo que por ali se credenciem...

Aplaudo o comunicado no site do clube, explicando a todos nós Benfiquistas, as razões que estão por trás da queixa apresentada à entidade reguladora para a comunicação social. Fim de novela...

Força Benfica

domingo, 16 de novembro de 2008

Prémios de 180 000 Euros?

É impossível viver um ano calmo sem que apareçam algumas trapalhadas que ameaçam estragar a tranquilidade que se deseja e que o clube merece.

A Agência Lusa lançou uma notícia há dois dias onde referia que:

"Os administradores da Benfica SAD receberam um total de 180.000 euros de prémios relativos à última época, em que o clube se classificou em quarto lugar na Liga de futebol, e pela terceira temporada consecutiva não venceu qualquer competição.

A verba está inscrita como remuneração variável aos "titulares do órgão de administração" no Relatório e Contas do último exercício, no ponto 5 do capítulo quarto, e João Gabriel, director de Comunicação do Benfica, disse à Agência Lusa que os prémios para os administradores "não estão indexados aos resultados desportivos, mas à geração de receitas operacionais da sociedade".

Mais acrescenta que o Sporting tem uma "verba de 120.000 euros como provisão para remuneração variável dos administradores executivos da sociedade" e que os administradores do FCPorto "receberam, segundo o Relatório e Contas, mais de 697.000 euros" de prémios referentes ao exercício contabilístico anterior.

Sobre o Sporting e FCPorto não tenho nada a opinar e sobre o Benfica tenho obviamente algumas considerações a fazer.

A primeira dela tem a ver com os comentários que o nosso director de comunicação teceu para a agência Lusa, onde não nega a notícia dos 180 000 euros, apenas refere que esse valor diz "respeito às receitas operacionais da sociedade".

Sei que qualquer sociedade divide prémios no final do seu exercício aos administradores que trabalham nessa sociedade como forma de premiar o esforço por eles despendido na obtenção de bons resultados operacionais. O Benfica não é diferente, apesar de na minha opinião ser um "pouco diferente".

Sou accionista do Benfica e não me congratulo em saber que os nossos administradores receberam 180 000 euros de prémios. É a minha opinião, mesmo tendo em conta que o Benfica tem feito um esforço imenso na recuperação financeira do clube, mas ainda assim com problemas que são públicos e notórios para quem tem acesso ao Relatório e Contas anual. Como accionista, sócio e simpatizante Benfiquista sou contra qualquer prémio enquanto o Benfica estiver em situação financeira delicada. È a minha opinião e compreendo que qualquer administrador ou membro da Sociedade pense de maneira diferente. Obviamente que indexar esse valor à classificação do ano transacto (4º lugar) seria escandaloso e na minha opinião teria que ter consequências dramáticas - que podiam passar pelo despedimento de alguém da estrutura.

A verdade é que João Gabriel não desmentiu os valores, apenas sublinhando o facto mais que óbvio que os prémios não foram pela miserável classificação da equipa de futebol. Valha-nos isso. Aliás essa informação foi comunicada pela agência Lusa na mesma notícia que refere os valores desses mesmos prémios. Não desmentindo, assume a verdade dos valores.

Independentemente de concordar ou não concordar com esses valores - percebe-se pelo parágrafo anterior que não concordo - entendo a decisão de pagar esses prémios aos administradores. O que não entendo é como é que o tal clube moderno, virado para o futuro, com um novo director de comunicação competente, proíbe a maior agência noticiosa nacional de entrar no centro de estágios um dia depois de esta notícia ter sido veiculada pela agência, sem qualquer justificação anunciada no nosso site.

Mas afinal, senhor João Gabriel, que estratégia de comunicação é esta?

Primeiro, sou totalmente contra qualquer proibição de qualquer jornalista credenciado entrar no Estádio da Luz ou no centro de estágios. Não é sinal de modernidade ter jornalistas proibidos de entrar nas nossas instalações. Aliás, é sim, sinal de arrogância, de pouca cultura democrática e de pouca inteligência, próprias de outros clubes de bairro e menores que equipam por exemplo de azul e branco...

Mas querendo proibir alguém de entrar no Estádio da Luz ou no centro de estágios tem de haver uma razão e essa razão terá de ser comunicada, no mínimo no site do clube. Não o fazendo senhor João Gabriel, dá lugar à especulação, e a palavra especulação é a ultima que se deve utilizar no dicionário futebolístico quando se quer ser campeão.

Eu agora especulo, sem conhecimento de causa, que alguém da Lusa deu uma informação errada e que o Benfica quis castigar a agência pelo mau trabalho profissional dum jornalista dessa agência. O que devia saber de imediato era qual a notícia errada que foi comunicada pela agência Lusa. Segundo, saber que jornalista a escreveu e denunciá-la, comunicando a verdade a todos que por ela (a verdade) se interessem, como eu.

NUNCA, repito, NUNCA, proibir a entrada a uma agência noticiosa nas nossas instalações - lembro que a Lusa é a agência que comunica as noticias para a maioria dos jornais, rádios e televisões (especialmente os meios de comunicação locais que não têm meios próprios de reportagem).

Partindo do principio que a Lusa fez algo errado e merece ser castigada, devemos-nos perguntar se foi castigada por afirmar que os nossos administradores receberam 180 000 euros - não o devendo fazer porque é embaraçoso para os administradores esta "verdade inconveniente" - ou se realmente é de todo errada a notícia e se por essa razão o director de comunicação decididu proibir a sua entrada na conferência de imprensa de lançamento do jogo com Estrela da Amadora?

Toda esta história está muito mal contada e espero que no meio de tanta modernidade e de tanta evolução que tenho aqui apregoado pelo blog, não exista alguém com a cartilha antiga e de "old school" própria doutras linguagens comunicacionais.

No meio de tantas dúvidas, há lugar para todos os tipos de especulações. Alguém recebeu 180 000 euros? Alguém mentiu nesta notícia? Será que foi o jornalista que inventou estas informações? Será que João Gabriel mentiu dizendo que esses valores não se referiam a prémios relacionados com o futebol? Será que a Lusa não foi proibida de entrar no centro de estágio ontem?

Gosto de todos os Benfiquistas e tenho por qualquer um dos que representa a nossa Instituição todo o respeito - mesmo pelos que dividem 180 000 euros de prémios - mas detesto ver a incompetência ao serviço do meu clube. Por muito valor que João Gabriel tenha e por provas dadas em 1001 outras questões - no Benfica e fora do Benfica - acaba de cometer uma trapalhada que pode marcar o seu legado e estilo no clube.

Para mim, que valho o que valho, tem o autocolante de incompetência colada no seu nome. Para o descolar tem de me contar uma história muito bem contada porque NADA justifica o impedimento de qualquer agência noticiosa no Estádio da Luz ou centro de Estágios.

Se há qualquer problema com qualquer jornalista incompetente, o que um bom director de comunicação tem de fazer é comunicar ao director da agência o sucedido e esperar que esse director puna exemplarmente esse jornalista - há bons e maus jornalistas como há bons e maus directores de comunicação - e não que seja o Benfica a punir a Agência no geral. Não é altura para comprar guerras, muito menos com a comunicação social. Outra boa ideia, seria explicar a todos os Benfiquistas as razões dessa decisão e o que há de verdade e mentira em toda esta história. As rabugens pessoais não entram no nosso Glorioso e se alguém necessita de aprender que o Benfica é Grande pelo respeito que tem por todas as opiniões, que aprenda rápido porque com mais um ou outro erro deste género pode ser tarde demais para recuperar.

Todos sabemos que neste mundo do futebol, existem facções, lobbies e vários jornalistas incompetentes mais interessados em desestabilizar que informar. Todos sabemos que é verdade. No entanto, a inteligência é a nossa melhor arma. Nunca a força. Impedi-los de entrar utilizando a lei da rolha em dois sentidos - para a agência Lusa e para os Benfiquistas que continuam sem ter a nossa versão da História - é algo absolutamente inaceitável.

Fazer tudo isto com uma atitude low profile é a cereja em cima do bolo. Um director de comunicação gere a comunicação e aparece quando tem de aparecer. Ter uma atitude high profile em algumas matérias é algo que se entende quando a gravidade assim o exige. Neste caso seria bom que aparecesse a justificar e a explicar as atitudes tomadas pelos seguranças do centro de estágios. Se o fizer daqui a pouco, depois de terminado o jogo ainda pode ir a tempo...

Muito mau prenúncio para um dia que se se quer feliz com a vitória sob o Estrela da Amadora...

Força Benfica

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Será que aprendemos com os erros?

Tenho aqui dito que o Benfica este ano, tem intercalado boas exibições com exibições sofríveis, fruto basicamente duma atitude que muda consoante o ambiente, o estádio, a motivação. O pior jogo do Benfica em termos de atitude este ano foi em Matosinhos, contra um surpreendente Leixões.

Digo surpreendente pelo que está a fazer esta época, mas isso não pode desculpar a imagem pálida e de uma equipa amorfa que se deslocou a Matosinhos no passado dia 6 de Outubro.

Com o sorteio da Taça de Portugal a ditar um novo encontro em Matosinhos no próximo dia 18 de Dezembro e com o Benfica a apostar tudo na conquista desta Taça de Portugal, não vai deixar de ser curioso ver a atitude com que a equipa entrará em Matosinhos, sabendo que o estádio é reduzido, o campo é pequeno, a equipa adversária tem talento, ambição e o seu treinador é suficientemente esperto e manhoso para criar dificuldades ao Benfica em todos os encontros que dispute contra a nossa equipa.

Aqui veremos se este Benfica está preparado para ir aprendendo com os erros, nos mesmos locais onde já os cometeu esta época.

Espero que ganhe, independentemente da sorte ou da atitude mas sei que sem essa atitude e sem o tal "fato de macaco" que pedi aquando do empate em Matosinhos, a vitória pode ser uma miragem.

Da mesma maneira que espero que em Guimarães no primeiro jogo da Taça da Liga a 7 de Janeiro de 2009, o Benfica repita a atitude magnífica que teve no jogo do campeonato aí disputado. Se utilizarmos essa atitude, a inteligência e a união de Guimarães em Matosinhos arrisco-me a dizer que a vitória passará de uma "miragem" a uma "certeza".

Nesta dicotomia de "aprender com os erros", melhorando, corrigindo e "aprender com o que temos feito bem" aplicando essas armas noutras batalhas passará o futuro da equipa nestas duas competições importantes para o prestígio deste "Novo Benfica" que se quer dominador a nível nacional.

Até lá que vamos crescendo como equipa, garantindo os pontos necessários para ir lutando pelo grande objectivo do ano - Liga - e fazendo com que os artistas se habituem a dificuldades enormes nos tais campos pequenos, reduzidos e difíceis.

Força Benfica

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Não falo de arbitragens

Detesto ver treinadores a falar de arbitragens. Nem antes, nem durante, nem depois do jogo entendo as razões que levam um treinador a criticar uma arbitragem. Acho as "declarações a falar de arbitragens" o ponto definitivo para saber se um treinador é ou não inteligente. Não confundir inteligência com competência técnica, porque há treinadores muito bons que insistem regularmente e de forma estratégica em comentar as arbitragens. Entendo essas afirmações mas não as compreendo nem aceito numa perspectiva unicamente baseada no seu Quoficente de Inteligência, até porque essas mesmas afirmações não terão nenhuma interferência num resultado, depois de terminado esse mesmo jogo.

Aliás, acho que o Benfica devia ter um código interno muito claro com esta matéria. Nenhum jogador ou técnico poderia comentar alguma nomeação ou arbitragem antes ou depois do jogo se iniciar. Para mim é claro que cada jogador e membro da equipa técnica tem deveres e obrigações. Uma dessas obrigações deveria ser a proibição total de falar de arbitragens com a aplicação de multas internas pesadas a quem fizesse o contrário. Penso que o que acabo de escrever neste parágrafo já é de alguma maneira aplicado no SLBenfica mas não da maneira que eu preconizo - cada pessoa que falasse de arbitragens teria metade do seu ordenado retirado no final de cada mês. E se falasse duas vezes de arbitragens num mês seria retirada 50% numa fase inicial e depois 50% do que restasse.

Tal factor de dissuasão seria suficiente para criar a tal cultura básica dum clube moderno, digno e credível.

As únicas pessoas que poderiam falar de arbitragens no Benfica seriam o director desportivo e eventualmente o Presidente mas isto não significa que o devam fazer. Eu penso que o nosso Presidente deve falar da arbitragem em situações muito específicas. O ideal será que num mandato de três anos não fale em arbitragens de todo, mas na pior das hipóteses falar uma vez por época em situações muito específicas - apesar de me custar ver um Presidente moderno a falar de arbitragens. Não gosto nem aprovo.

O director desportivo pode achar que falar de arbitragens aqui ou ali pode ser importante, mas penso que não o deve fazer na opinião pública de forma constante. Aprovo e defendo que a figura do director desportivo não se desgaste com este tipo de polémicas, mas posso entender que uma ou outra situação possa levar a um ou outro comentário por parte do nosso director desportivo.

Eu sei que com a dinastia "Pinto da Costa" e tendo em conta uma "old school" de dirigismo nacional que terá no máximo mais uma década de vida - e estou a ser simpático - todos sentiremos que não falar de arbitragens será apenas um passo lógico dado em direcção a uma inteligência, a uma sensibilidade e uma elevação próprias dos grandes clubes.

Camacho, conseguiu evitar os comentários aos árbitros na maioria das vezes - para não dizer sempre - e Quique habituou-nos a ser um "senhor" dentro e fora do relvado não fazendo nenhum tipo de comentários a arbitragens. Já Fernando Santos e Chalana (especialmente este último) faziam mais comentários do que deviam, fruto claramente duma cartilha que não tem na modernidade a sua principal característica.

Paulo Bento esta semana proferiu estas palavras no final do jogo contra o FCPorto:

"O Sporting é demasiado simpático para as arbitragens... Temos de, com estes ambientes, criar dificuldades também aos árbitros."

"A arbitragem portuguesa mete nojo..."

"Só uma vez comentei uma nomeação, mas vou comentá-las a partir de agora. Porque se tira vantagens, não tenho dúvidas..."

Se juntarmos a estas frases algumas proferidas no inicio do campeonato sentimos que a distância de mentalidade que vai do nosso clube e da nossa organização desportiva para o clube rival é imensa. O que disse atrás sobre as multas a aplicar a quem fale de arbitragens, é a minha opinião e não sei se o Benfica tem esta conduta de não falar de arbitragens como algo definido nos contratos de cada jogador ou membro da equipa técnica. A verdade é que até hoje tenho ouvido poucos comentários á arbitragem de jogos do Benfica e quando os ouvi foram proferidos por João Gabriel - assessor de comunicação do Benfica de forma completamente despropositada mas justificadas pela sua presença na comissão disciplinar da Liga a propósito do sumaríssimo a Luisão aquando do jogo com FCPorto.

Paulo Bento faz claramente parte da "old school". Passou muitos anos nos balneários a ouvir histórias de árbitros, de corrupções e de subornos que mesmo não provados, fazem dele uma figura desconfiada e provinciana na análise destes assuntos relacionados com arbitragem. Tenho por ele um respeito enorme como pessoa, como jogador, como treinador (acho que pode ser dos melhores treinadores nacionais em 10 anos) e como grande Benfiquista que sei que é. No entanto, não posso estar mais em desacordo com o conteúdo das suas afirmações, do timing em que as proferiu, na forma como se dirigiu a todos os árbitros e a maneira como deixou no ar a ideia que vai utilizar outros comentários no futuro para "condicionar" o trabalho de outros árbitros.

A APAF (Associação Profissional de Árbitros Profissionais) vai colocar um processo na Liga para que Paulo Bento tenha 1 a 3 anos de castigo. Espero que sirva de exemplo a todos aqueles que continuam a ver o Futebol como um "quintal" de corrupção insistindo em colocar os árbitros no local de destaque dum desporto que tem nos artistas o seu principal foco de interesse.

Não falo de arbitragens por aqui no blog até porque não sou "papagaio" de ninguém e não faço ou escrevo nada em que não acredite de raiz. Não falo de arbitragens, porque sei que é um assunto estéril e antiquado. Gosto dos sinais de modernidade que vêm da nossa estrutura profissional e espero que não se alterem por qualquer série de maus resultados ou por uma qualquer série de penaltis não assinalados a nosso favor, ou mal assinalados contra nós.

Ser estável nesta questão no imediato é fundamental para se ser campeão no futuro. Ninguém resolve os seus problemas desportivos gritando contra a arbitragem, pelo menos do local donde eu vejo o meu Benfica. Paulo Bento vê obviamente outro filme do sítio donde ele vê o "seu Sporting".

Força Benfica