sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Pressão? Zero Pressão

Um derby é sempre um derby mas, temos que admitir que neste caso, é um derbyzinho...

Não concordo nada com esta histeria colectiva dos media reforçando a ideia de quem vai pior sempre ganha e quem vai melhor usualmente perde. A Leonor Pinhão pela segunda vez num espaço dum ano lembra n' "A Bola" que era preciso inventar uma crizesinha para irmos à Alvalade como favoritos. A verdade é que desta vez, por mais que nos custe assumir, este derby vale muito pouco e o favoritismo só pode estar dum lado. Não no nosso. Cardozo diz que "é um jogo de vida ou morte" e isso só prova que o nosso melhor artilheiro sabe pouco de como se ganham campeonatos.

Neste derby joga-se muito pouco para o nosso lado e espero que Jesus hoje lembre exactamente isso na conferência de imprensa. Estamos 11 pontos à frente do nosso adversário de amanhã e 5 pontos à frente do nosso maior adversário deste campeonato. Se perdermos, ficamos 8 pontos à frente de Sporting e 2 pontos à frente de FCPorto, a três jornadas de receber no Estádio da Luz o nosso verdadeiro "inimigo" deste ano e de todos os outros anos nestas últimas duas décadas.

Esse dia 20 de Dezembro será o dia em que realmente jogamos (quase) tudo porque ganhá-lo significa dar o tal passo de gigante na conquista do campeonato. Terminar o ano com 5 pontos de avanço do FCPorto, depois de já ter jogado em Alvalade e em Braga, é o que necessitamos para passar o Natal descansados e esperançados no que resta da época.

O que a mim me espanta e surpreende é a euforia sportinguista na esperança da tal vitória contra Benfica. A euforia desta gente durará pouco tempo, mesmo em caso de hipotética vitória leonina. Quando saírem do Estádio e virem Benfica com oito pontos de avanço, a depressão será ainda maior. Agora nestas horas que antecedem o encontro há esperança, alegria, contentamento pelo "mau momento" do Benfica e muita vontade em fazerem a sua festa anual... Quando Paulo Bento diz que nunca ficaria no Sporting se tivesse quatro segundos lugares sendo o Benfica campeão, toca exactamente na ferida maior desse clube verde e branco que tanto respeito. E respeito, sem ironia... Respeito muito o Sporting e sei que este clube será tanto maior quanto conseguir mudar a génese principal dos seus adeptos e dirigentes - esse ódio absoluto ao Benfica, por verdadeiro amor ao seu emblema.

Logo, no derby de amanhã a pressão só está dum lado e todos nós sabemos de que lado está. Jogam em casa, estão a onze pontos dos primeiros e basicamente competem neste momento por um lugar na Europa. Custa assumir isso, mas é a verdade dos factos. Uma derrota amanhã frente ao rival de sempre poderá significar a maior depressão que há memória há 12ª jornada. O que eles ainda não entenderam e que eu já escrevi antes, é que a vitória deles não lhes resolve nenhum dos seus problemas.

O Benfica tem de mostrar garra, vontade e determinação. Eu não quero goleadas, nem fato de gala. Amanhã quero fato de macaco. Quero o Jesus que treinou no Belém e em Braga e menos o Jesus do Benfica que goleou Nacional, Setúbal ou Everton. Quero a vitória pela margem mínima e calar todas as especulações jornalisticas desta semana.

Em todos os cenários pessimistas de suposta crise Benfiquista, há algo que não faz sentido. Eu fui critico da equipa no jogo contra Guimarães porque eu gosto mesmo da Taça de Portugal. Só por isso, nada mais... Sei que Jesus tem pela Taça de Portugal o mesmo carinho que eu. No entanto, não o mostrou e espero que no próximo ano defina desde o primeiro momento a Taça como prioridade principal. O que eu acho é que o Benfica em toda a sua plenitude - dirigentes, técnicos, jogadores e adeptos - facilitou o jogo contra Guimarães. Foi a pior assistência da época no nosso Estádio e não jogámos contra os Pescadores da Caparica. Estávamos a jogar contra uma equipa de primeira divisão e eu senti que o tal "excesso de confiança" não era exclusivo da equipa. Foi também um pouco dos adeptos e quando isso acontece é o principio da "morte do artista".

Amanhã não temos nenhuma obrigação de ganhar. Temos obrigação de querer ganhar. Isso sim. E temos obrigação de vender cara a derrota se ela porventura acontecer. Mas ninguém pode exigir ao Benfica a vitória onde já não ganha há duas épocas, mesmo contra o oitavo classificado do campeonato. Amanhã a pressão está TODA do lado da equipa que joga em casa. E a mim mete-me impressão que ainda ninguém o tenha referido a bold em todos as análises de media nacionais.

Passou-se mais tempo a tentar denegrir Jesus e a tentar criar aqui uma crise no nosso grupo, que de tão ridícula, nem se pode considerar provinciana. Eu considero todas estas palavras desestabilizadoras destes últimos dias como comédia barata. "O Jogo" faz capa com Jesus e Pinto da Costa num dia. No outro dia responde "A Bola" com a frase "Benfica vai ser Campeão" e com a foto do mesmo Jesus e Pinto da Costa. Depois o "Correio da Manhã" fala do sportinguismo de Jesus e da sua longa amizade com Pinto da Costa. Já todos sabemos isso... E qual é o problema? O que é que o Aimar, o Cardozo, o Javi Garcia têm a ver com isso? O que é que o Saviola e Ramires - ambos a recuperarem a todo o gás para jogarem sábado - pensam disso tudo? Nada, obviamente...

Eles sabem que nesta semana jogam-se três pontos. Só isso. Três pontos e não são três pontos contra um adversário directo. Isso jogou-se e perdeu-se há duas jornadas atrás em Braga. Amanhã jogam-se três pontos que queremos ganhar, mas que não beliscam em nada o maior objectivo do ano, caso se perca em Alvalade.

Para ajudar à festa, esta semana falou-se dum hipotético interesse em Simão, caso Di Maria saísse já em Janeiro. Sobre isso Luís Filipe Vieira tomou duas posições em alturas diferentes da semana passada. Uma delas a afirmar que Di Maria não sairia em Janeiro. Outra a dizer que Simão não interessava ao Benfica e que as noticias que apontavam nesse sentido são falsas.

Quando Simão saiu do Benfica eu sempre disse que "daqui a quatro anos" estaria de volta à Luz. Eu conheço bem o Atlético de Madrid, já vi jogos Atlético-Real no estádio deles e sei que tipo de clube é este. Para mim, chamar ao Atlético de Madrid, o "Sporting de Espanha" é ofender o Sporting. A sério... Eu já disse que respeito o clube de Alvalade e sei o que representam no nosso campeonato e na nossa realidade nacional. O Atlético de Madrid é uma miseriazinha de clube. Há anos que o é e assumi-lo será o primeiro passo para a recuperação deles. O Simão não está a fazer nada nesse clube e se não se "meterem a pau" arriscam-se mesmo a lutar pela permanência até ás ultimas semanas da época 09/10.

Posto isto será aliciante para Simão voltar à Luz em ano de Champions se o Benfica for este ano campeão, mas espero que venha com o espírito de "filho pródigo" e não como um emigrante novo-rico que regressa para a reforma antecipada. No ano em que se perde Nuno Gomes e dois anos depois de se perder Rui Costa, não seria mau voltar a contar com um capitão à nossa imagem. Discutir isso nesta altura é como enumerar os discos do ano em Março, quando ainda faltam 9 meses para averiguar quem realmente são os discos que mais brilharam nos nossos Ipods. Quem diz discos, diz livros ou filmes.

Como esse assunto não ajuda a nada, só posso concluir que foi lançado aos jornais para criar tensão na nossa equipa. Mas não vão lá com fisgas... Para criar tensão no nosso balneário este ano, ou vão lá com misseis a sério, ou então mais vale estarem caladinhos, meter o rabinho entre as pernas e disparar as fisgas contra outros adversários.

A história do Jesus com o Pinto da Costa nesta semana tem duas leituras. Ou se está já a preparar o verdadeiro derby de 20 de Dezembro (e nesse caso dão-me razão e este derbyzinho de Sporting-Benfica fica ainda mais desvalorizado) ou se estava a tentar lembrar-nos que mesmo com Falcao, com Álvaro Pereira e outros, Pinto da Costa perdeu realmente aquele que lhe poderia dar o titulo nesta época - Jorge Jesus.

Não consigo entender qual pode ser a leitura que vê nesta capa a desestabilização dum grupo como o Benfica tem este ano. No entanto, já consigo ver a desestabilização que gera num grupo a nomeação do árbitro que o ano passado começou a desenhar a perca do campeonato quando no Dragão oferece o empate ao nosso maior adversário.

Mesmo assim nós sabemos do que é feita a nossa equipa este ano e conhecemos a ambição de conquistar o campeonato nesta época. Sabemos que os ataques este ano - como em todos os outros anos - vêm de todo o lado e que só uma equipa guerreira em todos os jogos pode aspirar a ser campeã. Jesus dizia no treino de segunda, respondendo a um adepto no Seixal que gritava "por morrer uma andorinha não acaba a Primavera", que ainda "vamos ter muito que sofrer". Disso não temos dúvidas nenhumas e ninguém espere sair de Alvalade ou de Olhão daqui a duas semanas, ou da Luz contra FCPorto com a vitória sem sofrer muito, muito, muito.

E só as equipas grandes conseguem ter capacidade de sofrer e de responder rápido às adversidades. Com esta frase que acabo de escrever uma conclusão vem de imediato à minha cabeça... O Sporting deste ano não é grande. Lembro que por essa mesma razão é favorito neste jogo enquanto o Benfica é e será o grande favorito à conquista do campeonato independentemente do resultado em Alvalade. Não se ganha nada com a vitória ou com a derrota em Alvalade, apesar de três pontos serem sempre três pontos... Ficaremos sempre bem colocados na luta pelo ceptro nacional. Sporting, ganhando ou perdendo o jogo, ficará exactamente onde está neste momento. Arredado do título nacional. Será assim tão difícil de entender isto?

Dia 20 jogamos o verdadeiro derby e até lá é importante gerir a distância para o nosso maior adversário. Nesse sentido, jogar em Alvalade, em Olhão ou em casa contra a Académica representam o mesmo - minimizar os pontos perdidos para poder chegar a esse dia 20 de Dezembro com a certeza que uma vitória nessa partida, contribuirá bastante para o maior objectivo do ano. Por essa razão digo e reafirmo que este jogo amanhã é o derbyzinho mais fraquinho dos últimos anos. E isso é o que chateia os sportinguistas...

Força Benfica

domingo, 22 de novembro de 2009

Excesso de Confiança

Esta tarde escrevi que a Taça de Portugal era para mim uma prioridade. Penso que esta opinião é partilhada por todos os sócios e simpatizantes do Benfica espalhados pelo mundo.

Na hora da derrota há que avaliar as causas e assumir as responsabilidades com quem de direito. Sem dramas...

Para mim, a Taça é sempre prioridade e o ano passado o nosso treinador achava que esta competição era apenas a "segunda mais importante competição Nacional". O facto de pensar assim, fez com que Quique Flores trocasse de guarda redes e colocasse alguns jogadores que eram menos utilizados noutros jogos teoricamente mais importantes. Jogámos dois jogos miseráveis. Um contra Penafiel e outro contra Leixões, tal como lembrei esta tarde. Em ambos os jogos fomos aos penalties, num ganhámos e noutro perdemos.

No ano passado, contra esta equipa de Guimarães despedimo-nos do campeonato com uma derrota em pleno Estádio da Luz (0-1) e este ano fomos ganhar em Guimarães com um golo que veio do céu no último minuto de jogo (0-1). Se a juntar a estes dois ultimos jogos oficiais contra Guimarães, nos lembrarmos da última vez que jogámos contra esta equipa para a Taça de Portugal (derrota por 0-1 com um golo irregular de canto) há três anos, tinhamos todos os ingredientes para recear que algo poderia correr mal hoje.

Ter receio - ou medo como escrevi esta tarde - é aquilo que nos deve indicar o caminho da concentração, da superação, da entre ajuda de grupo e da atitude superlativa que nos levará à vitória. Pois Jorge Jesus hoje deu um sinal claro que para ele a Taça não é prioritária e que o respeito que tem por Guimarães não é o maior. Quando diz ontem que "rodar os guarda redes lá mais para a frente vai terminar" está a dizer-nos que este jogo ainda não é a sério e por isso dá-se ao luxo de colocar o seu terceiro melhor guarda redes em campo.

Quando deixa Maxi Pereira no banco todo o jogo - mesmo tendo chegado tarde da selecção é o nosso melhor defesa direito - está a dar um sinal de excesso de confiança que ele próprio nem interioriza.

Quando deixa Keirisson jogar quase todo o jogo, está a dizer-nos que esta Taça para ele não é importante. Quando deixa tempo demais Weldon e Nuno Gomes no banco está a dizer-nos que o golo aparecerá, sem problemas. Quando Jesus tira Aimar a perder 1-0 está a dar esse mesmo sinal que o tal golo aparecerá, mas a verdade é que para o golo aparecer deveria ter-se feito muito mais. Hoje o Benfica perde porque só jogámos uma parte e sempre com mais coração que cabeça.

No entanto, perder e ganhar faz parte do jogo. Não há nenhum problema em perder um jogo de campeonato. Há muitos para recuperar e é uma competição de regularidade. Perder um jogo contra Guimarães em casa que significa ficar fora da Taça de Portugal - sem hipótese de fazer nada mais - é razão suficiente para chamar a atenção do treinador e com a calma e serenidade que nos caracteriza, dizer-lhe:

"Senhor Jorge Jesus, queremos que fiques aqui muito tempo. Por isso mesmo, que esta derrota te sirva de lição. Não há ou vai haver mais nenhuma facilidade em nenhum jogo da Taça de Portugal nos próximos anos em que aqui estejas. A Taça é prioritária e todos sabemos que um jogo que corre mal é a "morte do artista". Literalmente... Posto isto e antes de irmos todos para casa pensar no que fizemos mal, quero que entendas que enquanto aqui estiveres e jogando com equipas de primeira divisão ou de terceira, em casa ou fora, o Benfica para a Taça de Portugal jogará sempre com a melhor equipa possivel e sem gestão alguma com vista a futuros jogos. Esta é a unica competição que se perdermos estamos fora - Taça da Liga, Taça Uefa e Campeonato permitem que apareçam derotas que se podem recuperar depois. Nesse sentido meu caro Jorge Jesus, acabou-se a brincadeira com as poupanças, ou gestão de grupo, ou o que lhe chamam nos compêndios de futebol.

No Benfica as Taças de Portugal são prioritárias. Perder ou ganhar é sempre um resultado possivel, mas perder com todos os melhores disponiveis lá dentro é uma coisa, e perder a fazer descansar jogadores é outra. Manter dentro de campo jogadores que não têm lugar para 5 minutos no campeonato e têm depois quase 90 minutos na Taça é uma falta de respeito que não mais admitimos.Jorge Jesus, és um de nós e para que te sintas assim, tens de interiorizar isto imediatamente.

Este ano jogámos dois jogos da Taça e neste último mostrámos uma arrogância competitiva e um excesso de confiança que eu não reconheço neste Benfica. Este ano acabou a Taça de Portugal e ainda temos a Taça da Liga e Campeonato. A Taça Uefa é uma miragem e por isso devemos focar no que é possivel ganhar, como seria esta Taça de Portugal.
Com os erros se aprende.

Na próxima época estaremos no Jamor se interirorizares tudo isto. Independentemente de questões tácticas que percebes bem melhor que nós, tens de fazer com que a motivação para os jogos da Taça seja igual a uma final de Champions. Como? Tens muito tempo para pensar nisso. Um ano para pensar nisso, mas por favor não deixes que ninguém mais brinque com a Taça de Portugal. Nem tu, nem directores, nem jogadores. Motivação ao máximo para podermos ganhar ou perder sem amargos de boca e sem sentir o que sentimos hoje. Não fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para ganharmos.


Agora descansa e motiva todos os jogadores para ganharmos ao Sporting em Alvalade.
"

Hoje o Benfica foi uma nódoa autêntica e mesmo que os números mostrem que atacámos, que lutámos, que até merecíamos outro resultado, eu não entendo isso de forma tão linear. Para mim existiu excesso de confiança em toda a linha e para um desporto e para um clube que se define como "altamente profissionalizado" é algo que eu acho inconcebível.

Temos 6 dias para recuperar e mostrarmos que afinal ainda temos duas competições para ganhar e por favor deixemos lá os sonhos de Taça Uefa para outros, porque as prioridades devem ser Campeonato e Taça da Liga - como deveria ter sido também Taça de Portugal.

Mais vale aprender tarde que nunca. Não admito que o Benfica fique fora da Taça de Portugal na próxima época, antes da passagem de ano. Nem eu, nem nenhum dos 200 000 sócios e isso deverá ser suficiente para que esta noite seja de reflexão completa de todos os que trabalham na estrutura de futebol do Benfica. Temos o primeiro objectivo da próxima temporada definido. Ganhar a Taça de Portugal.

No entanto, não choro sobre leite derramado. Não é por morrer uma andorinha que acaba a Primavera e no sábado a equipa tem de dar a resposta que todos esperamos.

Força Benfica

Viva (a Taça de) Portugal

Depois de muitas dúvidas e críticas, Portugal apurou-se para o Mundial de 2010 na África do Sul e volta à normalidade desejada. Não entendo porque anda meio País a criticar e a reiterar a ideia que Portugal não joga nada - nem Argentina, nem Brasil, nem França (três campeões do mundo) jogam- e meio País a reiterar a ideia que faz parte do grupo que "sempre acreditou" e portanto com legitimidade para poder criticar o comentador, o colega de trabalho, o amigo ou familiar que "ousou" criticar a selecção quando a previsão era que pudéssemos ficar fora do Mundial.

Eu sempre acreditei, mas se tivéssemos ficado fora do Mundial, não esperaria que algum dos meus amigos críticos desta equipa me viessem atacar e até desejaria dessas pessoas alguma tristeza pelo hipotético não apuramento. Pois agora que estamos no Mundial porque não voltamos a deixar de lado o binómio Scolari/Queiroz?; porque não deixamos de falar dos Brasileiros na selecção?; porque não deixamos de criticar o "labrego" Eduardo quando não se criticava o "super labrego" Ricardo?; porque não deixamos de lado a falta de qualidade técnica e táctica desta equipa?; porque não deixamos de lado a piada fácil e óbvia da expressão "Quem é Edinho?"; porque não voltamos a ter esperança em fazer um bom mundial se até a Grécia foi campeã da Europa sem jogar bem nenhum jogo e uma França que em 2006 só fez um jogo bom contra Brasil, foi vice-campeã do mundo?; porque não deixamos de lado a falta de Benfiquistas na nossa selecção? A resposta a esta última é tão óbvia que parece incrível haver sequer pergunta. Uma equipa que tem dois jogadores na selecção Brasileira, dois na selecção Argentina e outro com reais esperanças de voltar, um na selecção de Paraguai, outro na selecção de Uruguai e um com possibilidade de entrar nas escolhas da selecção Espanhola, deixam pouco espaço para inundarmos a nossa selecção de jogadores nacionais. Aliás, Coentrão fez parte agora mas ainda pode haver um ou outro que entrem nos 23 de Queiroz em Junho.

Parabéns Portugal! Com ou sem boa equipa, com mais ou menos Brasileiros, sendo Queiroz um estudioso do futebol ou um "parvinho sem chama", a verdade é que se nos apuramos para os quartos de final do Mundial - e aí o sorteio de 4 de Dezembro é fundamental - tudo é possivel. Aliás tudo é possivel para nós e para as outras 15 equipas que aí cheguem. Estarmos todos com Portugal é o mínimo que se exige com Scolari, com Queiroz ou com Mourinho se um dia aqui chegar como é seu desejo. Tudo o que que não seja estar com Portugal até ao ultimo dia do Mundial é para mim uma parvoíce e complexos típicos provincianos que afectam tanta gente neste país "à beira mar plantado."

Todos seremos poucos no apoio à nossa Selecção. Se somos tão apaixonados pelos clubes e menos pela Selecção, mais razões temos para a apoiar despreocupadamente neste Mundial, pois quando perdermos cá estaremos com Jesus para mais um ano que se prevê cheio de vitórias.

Por falar em Jesus, em vitórias e em Selecção, a Federação Portuguesa de Futebol (que tem a selecção e a organização da Taça de Portugal) conseguiu unir Benfica e FCPorto em algo comum. Ambos estão de "pistolas" apontadas à nossa Federação. O Benfica não se fez representar na tribuna do nosso Estádio da Luz no jogo contra Bósnia, em protesto pela decisão do Conselho de Justiça em atribuir o título de campeão nacional aos juniores do Sporting. O FCPorto aponta baterias para a teimosia da Federação em querer jogar o jogo no estádio do Oliveirense, quando aparentemente esse estádio tem poucas condições para se jogar qualquer partida oficial, quanto mais uma partida com chuva intensa. A verdade é que na mesma semana vemos Benfica e FCPorto a atacar para o mesmo lado, coisa que me entristece bastante... Não gosto de estar ao lado do FCPorto em nada e estando ao seu lado que seja no apoio à nossa selecção. É a única forma que encontro para poder estar ao lado desse clube, pelo menos enquanto estiver aí esse presidente. Defendo que não ir para a Tribuna do nosso Estádio no jogo decisivo do apuramento do Mundial é confundir "alhos com bugalhos" e contribuir para mandar mais umas "achas para a fogueira" já bem quente do nosso futebol.

Jogar a final da Taça de Portugal numa tarde quente de Maio na grande festa do futebol nacional deve ser um dos grandes objectivos da época. Defendo a hegemonia nacional em detrimento de voos Europeus e nesse sentido não aceito nenhum outro resultado hoje que não seja a vitória. O ano passado escrevi aqui um texto a focar a importância da Taça de Portugal nesta era do Benfica. Quique Flores não achava o mesmo. Perdemos contra Leixões num jogo onde demonstrámos pouca atitude e noutro jogo dessa mesma Taça de Portugal, essa pouca atitude resultou num jogo miserável contra Penafiel, que felizmente ganhámos nos penalties.

Hoje, jogando no Estádio da Luz, diante da pior assistência da época, espero que os jogadores não facilitem e entrem neste encontro com a responsabilidade de quem está a jogar uma das muitas finais que nos levarão ao Jamor em Maio de 2010. Oxalá Jesus não esqueça nunca o seu desejo de voltar a jogar essa final do Jamor e de finalmente poder levantar essa Taça de Portugal.

Estamos sem Cardozo, estamos sem Luisão, estamos com Ramires a 50%. Isso, para mim terão que ser motivações extra para provar que esta equipa não são os onze titulares, mas sim um plantel com soluções que nos dão garantias de atacarmos todas as competições.

O Guimarães já provou no seu Estádio que não é "pêra doce" e há três anos eliminou-nos em pleno Estádio da Luz desta Taça de Portugal com um golo irregular. Eu tenho sempre confiança na nossa equipa, seja com que adversário for, mas não deixo de ter medo das competições a eliminar. Aqui se vê a fibra das grandes equipas que não podem errar nestes jogos, pois não há segundas oportunidades. Hoje, como em todos os outros jogos da Taça de Portugal, há que ganhar ou ganhar.

Espero e desejo que o Benfica mostre que a Taça de Portugal é prioridade hoje e sempre. Há 22 anos que não temos a dobradinha e este ano era muito, muito, muito bom que a conseguíssemos. Para isso faltam muitas finais e esta é a primeira.

Insisto. Não se pode facilitar e espero que pela noite possa dizer que afinal este Benfica é mesmo um "novo Benfica", forte em toda a linha e em todas as competições.

Força Benfica

sábado, 14 de novembro de 2009

Força Portugal

Desde o fatídico jogo em Basel contra a Alemanha que tive a certeza absoluta que em Junho de 2010 estaria na quarta competição seguida - depois de Euro 2004, Mundial 2006, Euro 2008 - acompanhando a nossa selecção rumo ao título mundial. Não retiro nem uma vírgula à minha convicção que hoje é maior que nunca.

Estou longe do Estádio da Luz mas com a certeza que pior que não ir à África do Sul acompanhar a minha Selecção é saber que em vez de Portugal, estará a equipa da Bósnia. Obviamente que isso não vai acontecer. Portugal vai ganhar hoje e estar na África do Sul a lutar pelo título de campeão do mundo - aliás tal como todas as outras selecções.

Hoje, não é Carlos Queiroz ou Liedson ou qualquer "falta de Ronaldo" que interessa. Hoje é Portugal que joga e quando se ama um jogo como o futebol, todos temos que estar do mesmo lado, apoiando Portugal incondicionalmente.

Em Junho lá estarei na África do Sul a acreditar no que sempre acredito - na vitória de Portugal.

Força Portugal

Força Benfica

O futuro seguro do Sporting, segundo Ricardo Araújo Pereira

O Ricardo Araújo Pereira é hoje um dos rostos mais mediáticos do humor nacional televisivo, mas é nas páginas d' "A Bola" que mostra do que é feito. Tenho por norma ler religiosamente tudo o que escreve semanalmente na nossa Bíblia, tal como leio sempre a nossa Leonor Pinhão. Já no caso do Sílvio Cervan leio (não de forma tão regular) e muitas vezes mais valia não ler, tal a diferença abismal de conteudo (e mesmo de forma) dos dois nomes que referi anteriormente.

Hoje, Ricardo não escreve sobre o Benfica mas tem um dos textos mais refinados e irónicos de que há memória. Como é possivel descrever de forma tão real, o estado do nosso adversário mais antigo recorrendo apenas à ironia e humor? Sim é possivel de maneira inteligente e sábia no melhor estilo do nosso Ricardo Araújo Pereira.

Deliciem-se....

"Villas
Boas
deu às
de Vila Diogo
No momento em que escrevo, o Sporting continua sem treinador por não ter tido capacidade para contratar o técnico da Académica de Coimbra. Quem sonha alto arrisca-se a desilusões, e o homem que orienta o último classificado da Liga Sagres e iniciou a carreira no mês passado veio a revelar-se uma fantasia impossível para o clube leonino. Ainda assim, na comunicação social, André Villas Boas foi treinador do Sporting durante cerca de 10 minutos. Apesar da curta carreira, já vai tendo currículo: bateu o recorde do saudoso Vicente Cantatore. Além disso, há que reconhecer que teria sido uma escolha inteligente: a contratação de Villas Boas contribuiria para desestabilizar a Académica, um adversário directo do Sporting na luta pela manutenção. Trata-se de um homem cujo apelido tem dupla consoante, tal como o de Bettencourt, o que é especialmente apropriado para um clube como o Sporting. É um técnico que teria certamente muito para ensinar a jovens como André Marques e Pereirinha, mas também poderia aprender com jogadores mais velhos do que ele, como Tiago e Angulo. Perdeu-se um intercâmbio de conhecimentos que poderia ter sido muito interessante. Mais: sabendo que Sá Pinto é o novo director do futebol profissional do Sporting, é conveniente contratar um treinador jovem, que não tenha memória do que Sá Pinto costumava fazer aos treinadores, com destaque para Artur Jorge.

Enfim, foi pena. Segundo os jornais, José Eduardo Bettencourt pretendia um treinador português e experiente, e André Villas Boas já tem quatro ou cinco jogos oficiais debaixo do cinto, um dos quais conseguiu mesmo vencer. Não será fácil descobrir candidatos mais experimentados. Por outro lado, numa conferência de imprensa que é já histórica, Bettencourt disse que o próximo treinador seria caucasiano. Ao mesmo tempo que excluía, por exemplo, Oceano, a declaração do presidente do Sporting parecia apontar claramente para Villas Boas, cujo cabelo arruivado é uma garantia inequívoca de pertença ao tipo racial que Bettencourt procura.

Ontem, no entanto, tudo parece ter terminado. A meio da manhã, o Sporting comunicou à CMVM que se encontrava a efectuar, e cito, «contactos (…) com o representante do treinador André Villas Boas». Mas, à tarde, a Académica publicava uma nota segundo a qual, volto a citar, «a Académica e o Sporting não chegaram a acordo para a transferência do técnico para Alvalade». E, às 19h10, a página de A BOLA na internet noticiava que José Eduardo Bettencourt, instado a revelar o que teria falhado nas negociações com a Académica para contratar André Villas Boas, tinha dito que, e cito novamente, «não falhou nada, houve por parte da comunicação social muita especulação acerca do tema. Nunca houve contactos directos com quer que seja, mas mesmo assim a comunicação social deu-o como certo no Sporting». Já se sabe como é esta comunicação social. Só porque o Sporting comunica à CMVM que está a efectuar contactos com o representante de André Villas Boas, a comunicação social especula imediatamente que o Sporting está a efectuar contactos com o representante de André Villas Boas. Pelo simples facto de a Académica tornar público que as negociações falharam, entretém-se inventar que houve negociações, e que - imagine-se! - falharam. A saída de Paulo Bento pode ter sido um pouco conturbada, mas felizmente o futuro está a ser preparado de uma forma muito organizada e segura. As bases do novo ciclo são, sem dúvida, muito sólidas, o que deve tranquilizar os sportinguistas."

Força Benfica

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O outro lado do jogador

Para todos nós o futebol é divertimento, satisfação, convívio, prazer e alegria. Para todos nós o nosso clube uma Paixão. Para muitos dos que olham para o fenómeno desportivo nacional e internacional os jogadores são os expoentes máximos dessa alegria e normalmente ocupam lugares ambicionados por muitos outros milhares. Todos nós sonhámos em ser jogadores do Benfica e por nenhum momento ousámos pensar que seria penoso ser jogador do nosso Glorioso.

Robert Enke foi nosso jogador durante três anos e todos nós sabemos que era um dos nossos. Sei que nesta altura é normal colocarmos ênfase nas coisas boas dum jogador no momento da sua despedida mas a verdade é que quem me lê sabe que ele era realmente especial e sentia paixão pelo nosso clube de uma forma muito honesta. Como se dizia esta semana de Javi Garcia, Robert Enke sempre foi do Benfica e ainda recentemente li uma entrevista sua dizendo que adorava Portugal e não colocava de lado um regresso ao nosso clube, se por ironia do destino essa oportunidade assim se verificasse.

Moreira diz hoje n´"A Bola" que a primeira impressão que teve dele foi de uma pessoa fria.

"A ideia é de que os alemães são frios. Quando vi Enke pela primeira vez, foi o que achei: frio. Mas com os dias, vi que não, que era conversador, e a atenção que dispensava ao que fazia era a mesma que dispensava ao que os outros faziam e diziam", diz Moreira. Continua dizendo que:

"Quase de um dia para o outro começou a falar português correctamente. Foi a uma conferência de imprensa e falou em português! Eu só lhe corrigia a pronúncia. Era inteligente, queria tudo perfeito, nada menos que isso".

Enke "Ficava chocado quando via cães abandonados, levava-os para casa. Era comum vê-lo chegar ao treino danado e explicar-se: tenho um cão que me deu cabo do jardim!", acrescenta Moreira.

"Nos treinos trabalhava para o grupo, não só para ele. No quarto era certinho: a roupa arrumada, os livros empilhados. A única chatice era no que respeitava à televisão: ele ligava um canal alemão, com um filme alemão e eu pedia-lhe para escolher um em inglês que compreenderíamos os dois. Ele dizia-me que o filme alemão era melhor...", conta Moreira. A morte do Enke foi para o guarda-redes encarnado um choque.

"Fiquei devastado. Já não falava com ele desde Barcelona, mas seguia a carreira. Nunca no Benfica deu sinais de ser alguém deprimido", recorda Moreira.

Enke viveu dias aparentemente felizes em Lisboa mas a sua depressão começa em 2003 em Barcelona e foi agudizada pela morte da filha de dois anos, já na Alemanha. Não tenho dúvidas que ter uma depressão não será caso único no panorama futebolístico mundial porque os jogadores são humanos e têm problemas pessoais que vão muito para lá das bolas nos postes ou dos penalties que não se marcam.

Esta história dramática de Robert Enke, que escolheu um qualquer comboio Alemão para terminar com a sua vida, deve servir de exemplo para todos nós e especialmente para todos os jogadores de hoje e do futuro...

Todos sabemos que a questão psicológica é muito importante no grupo de trabalho, mas não tenho dúvidas que em plantéis de 25/26 jogadores, há sempre problemas pessoais que se podem e devem tratar em terapias individuais.

Ás vezes o futebol não é tudo, como o trabalho não é tudo, como o dinheiro não é tudo e muitas vezes todos temos que decidir baseado no nosso bem estar. Enke deciciu de acordo com o seu bem estar e por isso o respeito. O que retiro deste momento é que como diz uma famosa canção - "be thankful for what you've got" - todos devemos estar felizes com o que temos...

Enke está mais descansado e nós vamos guardar na nossa memória a sua passagem pelo Benfica com uma ideia de profissionalismo, de dedicação, de amor ao Benfica e vamos lembrar a sua história como um aviso para que no futebol das próximas décadas não nos esqueçamos nunca que o Homem é sempre mais importante que o Jogador.

Força Benfica

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Javi Garcia - Parte 2

No blog vizinho Tertúlia Benfiquista escreve-se hoje:

"Javi García: «Foi uma honra marcar».

Caro Javi,

a honra, essa, é toda minha, de te ver no relvado - jogador feito, de águia ao peito e fogo no coração - semana após semana, e perceber que sempre foste do Benfica e não sabias." Carlos Miguel Silva (Gwaihir)

Bela Frase...

Caro Javi, sempre foste do Benfica e não sabias!

Acontece muitas vezes, com muitas pessoas, mas não tanto com Espanhóis. Conheço alguns como o Javi e sei que não serão os últimos a serem conquistados do outro lado da fronteira. Todos são benvindos e necessários para chegar aos 300 000 sócios, não?

Aimar, Saviola e Jesus também só recentemente souberam que sempre foram do Benfica. Mais vale tarde que nunca! Paulo Bento, esse, nunca esqueceu...

Força Benfica