quinta-feira, 31 de julho de 2008

O aérodromo de Tires

Ultimamente, tem sido comum vermos o aeródromo de Tires, citado em várias publicações desportivas nacionais. Parece que este ano, o Benfica não faz nenhuma viagem sem a preciosa ajuda desse aeródromo.

Eu sou pouco dado a luxos, apesar de gostar de alguns a que me posso permitir. Numa altura em que o Tempo é dinheiro (e sobre o Tempo já escrevi aqui o que penso) começo a pensar se a utilização de jactos particulares nas contratações ou viagens dos nossos directores são ou não coisas aceitáveis.

A mim não me choca, apesar de um certo dia e antes de se popularizar o aeródromo de Tires aqui tenha defendido que até de carro, Rui Costa deveria ir a Madrid para não dar pistas à imprensa sobre quem ia ou não contratar para treinador do Benfica.

Apesar de não me chocar absolutamente nada, sei que algumas das vozes populares que falam do Benfica nos "bancos de jardim" ou nos "bancos dos cafés" (não tanto nos lobbies dos edifícios-sede de alguns bancos nacionais ou até mesmo na blogosfera) não aceitam bem este novo meio de transporte público, apoiando antes um normal bilhete de avião, mesmo que se tratasse de uma primeira classe ou classe executiva.

São diferentes tipos de perspectiva, que mais não servem para provar que o Benfica é realmente de todos os tipos de pessoas e que todas as opiniões são respeitáveis, porque não há Benfiquistas de primeira ou de segunda. Nos dias de derrota, todos sofremos de igual e nos dias de vitória todos ficamos igualmente felizes.

Isto para concluir que nesses mesmos "bancos de jardim" não tenha visto assim uma crítica tão acérrima aquando da descida de Aimar numa dessas viagens privadas e que tenha ouvido algumas críticas mais contundentes depois de Rui Costa e Luís Filipe Vieira terem descido de outra dessas viagens sem o tal presente de nome Luis Garcia.

No fundo esta metáfora serve para exemplificar como todos queremos o melhor para o Benfica, e sem árbitros, avançados, defesas centrais ou adversários para criticar e sem nenhuma vontade de criticar o nosso Rui Costa acabamos por criticar o aeródromo de Tires e o jacto privado que tem acompanhado os nossos dirigentes nas últimas viagens.

Parece-me aceitável...

Força Benfica

A Galinha da vizinha....

Algum de nós admitiria que o nosso Director Desportivo ou Presidente assinasse um contrato com um atleta por um determinado número de anos, por 1 milhão de euros/época (ou um pouquinho mais) com uma cláusula de rescisão de 25 milhões de euros e que depois metesse um ponto no contrato que permitisse ao atleta receber 10% de cada vez que algum clube oferecesse 15 milhões (ou mais), desde que o nosso clube rejeitasse essa proposta?

Eu sei que isto não nos interessa no imediato, mas penso que esta cláusula é talvez a coisa mais estúpida que alguma vi num qualquer contrato. Se esta cláusula fosse colocada, num contrato sem cláusula de rescisão, apesar de disparatada ainda podia ser aceitável. Agora com uma cláusula de rescisão de 25 milhões de euros, aceitar que outros clubes proponham comprar esse atleta por 15 milhões de euros e caso recuse (e bem recusado porque se a cláusula é de 25 milhões o clube está no direito de recusar) ter que dar ao atleta 10% dessa proposta é absolutamente surreal.

Algum de nós aceitaria isto, sem criticar veementemente a direcção?

Pois parece que aqui ao lado, a culpa morre solteira e afinal o atleta é que tem todas as culpas do contrato que assinou com o consentimento do clube.

Como me preocupa pouco a galinha da vizinha....

Força Benfica

O Benfica precisa de Tempo?

O Benfica precisa de tempo para tudo... Para contratações, para dispensas, para melhor jogar, para melhor entrosar, para tudo neste clube é preciso Tempo. Hoje, mais do que nunca, porque nalguns casos dá ideia que o Benfica anda de cabeça perdida e só o Tempo nos pode ajudar.

Estamos mesmo de cabeça perdida? Eu sou dos que acredito que não, mas a gestão desportiva deste defeso começa a parecer complicada de entender. Ou talvez não.

Afinal a novela Freddy Adu tem já capítulo final. Foi anunciado que caso o Mónaco queira comprar definitivamente o jogador terá de pagar 5 milhões de Euros. Parece-me bem. Assim o Adu queira ficar no Mónaco e assine o contrato que lhe proponham. Penso que ainda o veremos pelo Estádio da Luz. Felizmente...

Quase todos os jogadores sub 20 que iniciaram o estágio foram colocados em vários clubes ou nos júniores - Fábio Coentrão, Freddy Adu, André Carvalhas, Miguel Rosa, Rúben Lima, Romeu Ribeiro, Nelson Oliveira - com o objectivo de rodar e quem sabe um dia voltarem ao plantel principal do Benfica. Até aqui tudo bem.

Dos restantes nomes "pseudo-dispensáveis" não vale a pena falar porque as respostas só as tem Quique Flores. Eu penso que Quique Flores sabe exactamente o que está a fazer e acredita que está a fazer o correcto. Ou seja, acredita que dispensar jogadores a "conta gotas" é a melhor maneira de ir preparando o plantel para o campeonato que se avizinha. Eu acho que já devia ter a equipa completa mas como isso depende das entradas, está ainda a fazer as suas contas a quem dispensar. Temos exactamente 24 dias até ao primeiro jogo oficial em Vila do Conde e era bom que todas as dúvidas tivessem dissipadas na próxima semana. Assim desejamos...

A saída do Petit, as dúvidas de Katsouranis entre ficar e partir, as afirmações do Luisão no final do Torneio Guadiana que perdemos para Blackburn Rovers e Sporting vieram relançar uma vez mais todas as dúvidas que ano após ano, nos assolam a mente nestes conturbados defesos.

Não há uma maneira mais fácil de gerir estes meses de verão? Tem de haver. Todos estes casos seriam dispensáveis, se tudo tivesse resolvido em termos de saídas e entradas há bastante tempo. Não gosto de ver jogadores a utilizar a imprensa para recados internos, como Katsouranis fez e como Luisão faz nesta semana. Sabemos que temos um treinador novo, um novo director desportivo e qualquer pessoa inteligente sabe que este é obviamente um ano zero para esta dupla, e que estes casos não deverão existir na próxima época. Assim esperamos.

Quem dispensar, é talvez a tarefa mais árdua que a dupla Quique Flores/Rui Costa terá pela frente, especialmente para o nosso "menino de ouro". Árdua por várias razões, mas a dispensa de Petit por custo zero (apesar da opção de regresso ao Benfica no fim de contrato e a garantia que receberemos 3 milhões de Euros se o Colónia o vender a outro qualquer clube) é um bom exemplo do quão árdua é essa tarefa.

Ser director desportivo e amigo/colega de todos os jogadores não é trabalho fácil pela simples razão que o amigo Rui Costa não pode contrariar o amigo Petit quando este tem uma proposta de 2 milhões de euros/época por duas épocas aos 32 anos. Eu entendo. Mais que contratar bem, há que dispensar melhor e a dispensa do Petit (na prática é uma dispensa) é no mínimo polémica porque nos faz lembrar que temos menos uma referência no clube nesta época, sem contrapartidas financeiras - e não me venham com a poupança de 2 milhões de Euros dos ordenados, porque na prática não temos o Petit, logo não há poupança nenhuma.

Além dos sub 20 atrás referidos, de Petit, Sepsi, Zoro e Bruno Costa há ainda mais algumas dispensas para fazer, apesar de estarem a ser adiadas. Porque é que estão a ser adiadas? Será que Quique Flores não teve tempo ainda para ver os jogadores? Será que manter alguns jogadores no estágio e com a dúvida a pairar sobre as decisões de Quique Flores, pode valorizar (ou na pior das hipóteses não desvalorizá-los) e assim ajudar a SAD a encontrar clube para esses jogadores numa hipotética dispensa? Será que alguns desses jogadores ainda não foram dispensados, porque estão só mesmo à espera da entrada de outros novos jogadores?

Todas estas premissas estão correctas e muitas outras ainda poderão existir. Na verdade o que queria era ter o plantel fechado o mais rápido possível, com tudo decidido e sem alaridos que nos façam perder tempo, porque cada dia de treino com jogadores que não farão parte do nosso plantel é mais uma perca de tempo despropositada. Queria eu, o Quique Flores, o Rui Costa e todos os Benfiquistas que neste momento leiam este texto. O que queremos, muitas vezes, não é exactamente o que temos.

E como o título afirma, será que precisamos de mais tempo? Aparentemente na parte técnica sim, precisamos. Talvez até precisemos de mais tempo do que temos, porque realisticamente parece-me complicado esperar uma equipa coesa, tacticamente disciplinada e forte em todos os jogos, logo neste inicio de campeonato. Se a tivermos em Dezembro, talvez nos possamos dar por muito contentes. Até lá temos que ser combativos e tentar, mesmo de forma um pouco mais "atabalhoada", ganhar os pontos que nos permitam estar no inicio de 2009 a correr pelo título, e não irremediavelmente afastados dele, como aconteceu esta última época.

Por falar em Tempo, também nos falta tempo para as contratações porque todas elas são morosas e lentas. Fazem parte desta característica tão nossa de fazer com que o Tempo passe de forma lenta. Não me preocupa tanto o Tempo neste particular - o que me preocupa são as afirmações da dupla Quique/Rui Costa sobre essas mesmas contratações aumentando as expectativas de forma completamente disparatada - porque sei que com mais ou menos Tempo, mais um ou menos um milhão, teremos um ou dois novos reforços para ajudar Quique/Rui Costa a contratar bem e a dispensar melhor. No fundo, exactamente o que deve preocupar um novo director desportivo e um novo treinador em plenos meses de Julho/Agosto.

Até termos tudo fechado, esperamos que quem esteja no estágio vá assimilando o mais rápido possível tudo o que de bom Quique e a sua equipa tentam passar, porque todo o Tempo é pouco para preparar estes difíceis combates de inicio de Liga.

Força Benfica

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Vedeta da Bola

Há textos na blogosfera que são realmente importantes para quem gosta verdadeiramente do Benfica. Este (ver "Uma verdade repetida muitas vezes (3)"é um destes textos antológicos, que nos faz acreditar que somos Grandes, também fora do relvado. Numa altura em que se fala tanto de "jogos de secretaria", é bom lembrar que o Benfica teve quase sempre do lado certo da História e que também por isso nós escolhemos/elegemos o Glorioso.

E porque é que todos nós escrevemos algo sobre o Benfica? Há várias razões e vários estilos, mas todos eles remetem para uma paixão, um amor e uma dependência que todos temos pelo Benfica. Não temo a palavra dependência porque sei que neste contexto está bem utilizada. E nestes blogs (como noutros meios) há vários tipos de textos, vários tipos de pessoas, várias ideias boas e más, mas são textos como este que nos fazem mesmo entender que o que somos hoje e o que sentimos por este Clube, é algo que nasce connosco, que entra na nossa génese e que só depois durante a vida se revela. Este texto explica muita da nossa paixão cega pelo nosso Clube. Como podíamos ser de outro qualquer Clube? Não é obviamente só por este texto mas também é por algumas das coisas que aqui são referidas.

Sempre soube que o Benfica não vive do Passado, mas sei que é muito importante sentirmos o Passado para melhor entendermos o Presente. Sei que isto parece uma frase feita tirada de qualquer manual de uma qualquer empresa, mas sei que esta frase ganha novo sentido quando se fala do Benfica. E nós sabemos que sim.

Por tudo isto e por muito mais, os meus sinceros Parabéns ao autor e muito obrigado pela absoluta lição de História Benfiquista - que vai muito para além do rectângulo de jogo, dos títulos, das derrotas ou dos ideais políticos. Aliás uma das grandes características do nosso Benfica é ser de todos e de todos os quadrantes políticos, apesar de numa situação recente um dos nossos dirigentes se ter esquecido desta tão importante premissa. Como não gosto de política nem de a misturar com o Benfica, encaro este texto como uma lição de Civismo que nos enche a todos de orgulho. Parte da palavra Mística está também nestas histórias que não podemos nunca esquecer.

Força Benfica

terça-feira, 22 de julho de 2008

O Americano (Parte II)

Acabo de ler numa das melhores vizinhanças da blogosfera, que afinal o Adu vai para o Mónaco emprestado com a opção de compra definida em 1,5 milhões de Euros. Nesse post leio que a fonte é o Jornal de Notícias, o que me deixa desconfiado. No entanto, a ser verdade, o que disse no post anterior perde toda a actualidade e o foco terá obviamente que ser colocado na possibilidade de um péssimo negócio em perspectiva.

Para não comentar esta noticia sem confirmação oficial, digo apenas que não entendo como isto pode ser verdade. No futebol, muitas vezes quem decide, tem que pensar nos adeptos (ou como os de marketing gostam de chamar - nos clientes) e esta decisão, por estes valores, não vai ser bem aceite por nenhum dos Benfiquistas. Em altura de renovação de cativos, esta não é boa notícia para os indecisos. Só espero que as próximas horas tragam a notícia oficial, com todos os pormenores deste acordo, para cada um julgar de acordo com a sua consciência.

Força Benfica

O Americano

Gosto de Freddy Adu. Como eu, muitos dos Benfiquistas, pela razão mais simples do mundo - das poucas vezes que jogou, -lo bem e cumpriu, tendo em conta a expectativa/resultado de cada uma das vezes que actuou (exceptuando aquele primeiro jogo na pré-eliminatória da Champions).

Tem 19 anos feitos no passado mês de Junho, está em pleno processo de crescimento futebolístico e não me parece mal que seja emprestado ao Mónaco - cenário por todos nós conhecido há vários meses, apesar das boas exibições efectuadas na selecção Americana.

Independentemente do fenómeno de Marketing que pode estar em potência neste jogador de selecção Americana, a qualidade deste Americano é acima da média. Quando digo qualidade falo de técnica e alguma rapidez, porque as capacidades tácticas e todas as outras características que fazem um bom jogador dependem muito do que ele vai fazer nos próximos 18/24 meses e na maioria das vezes de factores externos ao próprio jogo. O que interessa é que ele tem potencial para poder integrar a equipa principal do Benfica num futuro próximo.

Não estou nem um pouco contra este empréstimo, pela razão desportiva que já enumerei e pela razão financeira que esse empréstimo pode representar. Nos media aparece escrito (vale o que vale...) que o seu ordenado é na ordem dos 500 000 euros/ano. Não acredito em tudo o que vem nos jornais, mas mais euro menos euro parece-me possível que o seu ordenado ronde esses valores. Com o seu empréstimo o Benfica deixa de pagar a totalidade do ordenado ou na pior das hipóteses, terá que pagar uma percentagem desse ordenado, previamente definida entre Benfica e Mónaco. Caso ficasse no Benfica, jogaria pouco e teríamos que pagar todo esse ordenado. Assim pagamos menos (ou nada) e acompanhamos a sua evolução futebolística à distância, mas nem tanto...

Até aqui tudo óptimo e se acrescentarmos que o clube é o Monaco, parece-me competitivo suficiente para poder desenvolver-se bem como jogador e como pessoa, sabendo que Ricardo Gomes será o seu próximo treinador.

No entanto, assusto-me quando leio em todos os jornais que o Mónaco tem o direito de opção. Como não leio de quanto é esse valor, e sabendo que o Rui Costa é uma pessoa que sabe o que está a fazer, depreendo que esse direito de opção significa que caso o Benfica o queira vender o Mónaco terá a opção dessa compra. Caso o Benfica o queira vender. Nem mais nem menos. Assim leio eu, este conceito de direito de opção, que tal como o ordenado do Freddy Adu anunciado nos media, vale o que vale.

Se em vez do que escrevi aqui antes, a opção for de compra, então juntamente com o empréstimo deveria estar colocado um valor que o Mónaco terá que pagar no final desse empréstimo, se desejar continuar com o Adu e o Benfica nada pode fazer para impedir esse negócio. Uma vez mais, assim é a minha leitura...

No caso do negócio falhado do Fábio Coentrão para o Feyenoord, a cláusula de compra estava estipulada e anunciada nos jornais pelo valor de 5 milhões de euros. Ou seja, no final do empréstimo caso o Feyenoord quisesse ficar com o jogador pagaria os 5 milhões de euros e o Benfica teria que vender.

Neste caso, quem empresta pode ditar regras específicas e duras, como por exemplo a opção de compra ser accionada a 31 de Março e não a 30 de Junho (como acontecia com esse tal de Cristian Rodriguez) ou a obrigação do clube a quem teve emprestado o jogador, de pagar na íntegra e duma só vez a totalidade desse valor previamente acordado, em vez das normais parcelas/prestações utilizadas muitas vezes nestes negócios.

No caso do Freddy Adu, eu acredito que ele vai apenas emprestado e para voltar no final da época, sem mais. Assim acredito e assim espero, porque era sinal que se tinha imposto no Mónaco e estaria preparado para entrar no Benfica com os tais 20 anos que completará a 2 de Junho de 2009. Digo assim espero, porque penso que o Benfica acautelou esta questão no contrato que fez com o Mónaco e penso que deverá ter que comunicar à CMVM as linhas gerais deste acordo. Ou neste caso, ao contrário de muitos outros, talvez não tenha que o fazer.

Caso o Benfica tenha colocado uma cláusula no direito de compra ao Mónaco, só espero que esse valor tenha sido alto, para nos compensar do investimento feito, do ano de ordenados gastos nesta época e para aliviar os corações deprimidos de todos os Benfiquistas que vêem partir mais um jovem jogador para outras paragens. Repito, eu não acredito neste cenário mas o tempo aqui estará para testemunhar ou não a minha opinião.

Não podemos dramatizar e só devemos olhar para este como primeiro de muitos que terão de sair do Benfica nos próximos dias.

Se não escutar Luís Filipe na lista de dispensas, esta dispensa do Adu vai doer... Vai vai... Até lá, encaro esta opção como uma decisão acertada do Rui Costa. Para esta semana crucial o desejo das últimas semanas - que Rui Costa contrate bem e dispense melhor.

Força Benfica

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Os Dispensados

Disse aqui há meses esperava que "dispensassem quem está a mais e que contratassem menos e bons" para este ano termos hipóteses de voltar a ser competitivos.

Quanto ao "contratar bem", penso que estamos a 65% do caminho e quanto ao "dispensar melhor" penso que estamos ainda no começo.

Como princípio sou contra as equipas com 70 jogadores espalhados por vários pontos do mundo. Eu entendo que o futebol moderno é feito de oportunidade e ter jogadores que representam uma boa oportunidade de negócio ligados ao Benfica e poder emprestá-los para ver como actuam e com a porta aberta a uma eventual entrada na equipa pode ser algo vantajoso nalguns casos. No entanto esses "alguns casos" são raros e não justificam esta opção como uma prática corrente na gestão desportiva do Benfica.

Ou seja, emprestar o André Carvalhas, o Miguel Vitor (este ano já se verá se fica ou não), o Fábio Coentrão, o Romeu Ribeiro, o Miguel Rosa, (para não falar do Nelson Oliveira que é demasiado novo sequer para ser emprestado) parece-me acertado e representa emprestar alguém que teve formação no Benfica e que neste momento só tem de afinar pequenos detalhes para serem jogadores do plantel sénior dentro de pouco tempo - 1 a 2 anos. Tal como o Rui Costa fez no Fafe no inicio de carreira. Neste particular estou totalmente de acordo com as dispensas "controladas".

No entanto, com a contratação de vários jogadores júniores/juvenis estrangeiros (mesmo para a nossa formação), com a contratação de jogadores seniores directamente talhados para a dispensa (como o caso recente deste novo Aissa), com a contratação de vários jogadores que se sabe que não servirão de todo, só com o objectivo de poderem ser utilizados como moeda de troca em futuros negócios, penso que o Benfica arrisca demasiado no tal objectivo de em tantos jogadores ter 2/3 que um dia entrem a sério no plantel sénior.

Rui Costa terá tempo - aqui tempo significa mesmo 3 a 5 anos - para colocar o seu cunho pessoal neste importante item mas no imediato há jogadores de classe - Freddy Adu será o caso mais escandaloso este ano, mas daqui a umas horas poderão existir outro casos de dispensas e permanências polémicas - que terão de sair do Benfica porque não há espaço para 40 jogadores quando o plantel deverá ter 26.

E aqui entra outro problema que é a gestão de interesses entre o Benfica, os jogadores dispensados e os clubes que querem esses jogadores. O Benfica pode querer que o jogador actue num determinado clube e o jogador ter outras ideias. Estamos a falar de pessoas com sonhos reais de jogar no Benfica e na sua maioria com pouca noção de realidade.

O ano passado o caso do Binya foi emblemático. Tínhamos um jogador no Estrela da Amadora (com o nome de Gilles) que não serviria de todo para o Benfica de Fernando Santos e acabou por ser repescado porque encaixava no modelo de jogo e no espírito que José António Camacho queria para o Benfica, muito diferente do que quer Quique Flores.

Provavelmente, e tendo em conta que Quique Flores assinou por 2 anos mais um de opção, Binya não será chamado por este treinador nos próximos tempos. Então o que será mais vantajoso para o Benfica? Vendê-lo definitivamente e deixar de suportar qualquer parte/totalidade do seu ordenado ou dispensá-lo com a esperança que um dia Quique Flores o queira de novo? (Atenção que tomo o exemplo de Binya, sem saber se será ou não dispensado. É apenas um exemplo, tal como Adu que ainda não sei se será ou não dispensado).

Nestes casos "cada caso é um caso" mas Rui Costa terá muito trabalho em colocar todos estes jogadores e gerir cada um destes processos no imediato e nos próximos anos, porque na sua maioria são jogadores que representam um ónus salarial considerável no final de cada mês e jogadores com vários anos de contrato.

Como é que este problema se resolve nos próximos anos ? Para mim de forma muito simples. "Contratar bem e dispensar melhor". Se Rui Costa colocar esta premissa na sua gestão desportiva, o Benfica terá menos jogadores emprestados e os que emprestar serão jogadores que terão de rodar entre os últimos anos de júniores e os primeiros de seniores.

Até lá, esperamos pelas próximas horas para confirmar quem serão dispensados por empréstimo e quais serão dispensados de forma definitiva - como João Coimbra, Paulo Jorge e Manu.

Força Benfica