domingo, 22 de março de 2009

A vitória do FCPorto

Há uns dias dizia que o Benfica devia iniciar a nova época este fim de semana com o jogo da Taça da Liga - numa espécie de Torneio Guadiana de Março - e deveria utilizar o resto da época para tentar organizar a equipa e definir um modelo de jogo que lhe desse resultados já no inicio da nova temporada em Julho.

A ideia era clara. Já que não ganharemos o campeonato, deveríamos lutar para ganhar a Taça da Liga e com essa moral de vitória poder ter mais calma para pensar no modelo de jogo, nos vários mecanismos que têm faltado, ver quem estará disponível para a próxima época, lançar jovens menos utilizados para arrancarmos a nova temporada em fase muito mais adiantada que os adversários directos que mudarão obviamente de treinadores.

Sendo assim, este jogo da Taça da Liga tinha a importância relativa que cada um de nós lhe quereria dar. Para mim era muito importante ganhá-la neste quadro de futuro a curto prazo.

Quando me dirigia para o estádio sentia que o nervoso miudinho de outros derbies tinha dado lugar a uma descontracção estranha de um qualquer jogo de pré-temporada. Perder ou ganhar nesses jogos apenas serve para ficarmos contentes ou tristes durante 10 minutos.

No decorrer do jogo o coração nem bateu, tal a mediocridade geral da partida. Ao intervalo eu pensei em culpar o relvado - já em desespero racional - mas percebi que o meu subconsciente considerava este, um jogo de pré-época, sendo essa era a razão óbvia para performance tão má de todas as equipas em jogo.

Quando acontece o tal lance de "pseudo" penalti senti uma sensação muito boa comigo mesmo. Não me levantei nas confusões geradas antes da sua marcação e disse que tinha a certeza que não era penalti. Passados 10 segundos, já toda a bancada tinha a resposta em forma de sms em cada telefone. "Não era penalti". Ainda o árbitro estava a discutir com fiscal de linha e com jogadores se "era ou não era" penalti e já todo o estádio sabia por fontes fidedignas via sms que não era penalti. Exactamente o mesmo que passou no Estádio do Dragão, só que com a diferença que no Estádio do Dragão muitos dos que receberam os sms a dizer "não era penalti" ainda estavam fechados num portão frio, a serem obrigados a tirar os sapatos, colocar as suas meias em poças de água, antes de poderem entrar dentro do estádio já com o marcador em 1-1.

Não me esqueço da cara dos adeptos do FCPorto a comemorar de forma "normalíssima" o penalti e a gozar com os poucos adeptos do Benfica, apesar de nos seus telefones também terem mensagens de familiares e amigos a dizer que o tal lance do Yebda e Lisandro "não era penalti".

Se em 2009, em menos de 15 segundos todos os adeptos são informados "se é ou não é penalti", "se é ou não era fora de jogo no golo assinalado", "se era ou não era razão para expulsão", porque é que não se decide duma vez por todas a utilização do "vídeo-árbitro" que em menos de 30 segundos informa o árbitro da razão "subjectiva" mas fundamentada da sua decisão? Se alguém me pode explicar porque se discute colocar mais dois árbitros - ficarão 5 mais o sexto árbitro - quando se pode colocar um monitor no relvado com a emissão televisiva e dar mais verdade desportiva a este desporto, eu ficaria muito contente com essa explicação.

A segunda coisa que concluí no estádio do Algarve é que minha paixão pelo Benfica não me ofusca os valores de educação e moral que familiarmente me foram transmitidos de pequeno. Aliás, pela primeira vez na vida senti-me deslocado num estádio de futebol. Sentado, vi o penalti de Reyes, queria que a bola entrasse (há coisas que não podemos mudar) mas não o comemorei. Sentei-me e se estava triste pela exibição fraca do Benfica, pela exibição paupérrima do Sporting e pela exibição inqualificável do árbitro que entre erros disciplinares, várias expulsões perdoadas e penaltis inventados estava a ser o verdadeiro protagonista do jogo.

Nos penaltis, enervei-me e obviamente comemorei efusivamente cada penalti defendido por Quim e marcado por cada um dos nossos jogadores. Nos penaltis, era outro jogo... E isso é algo que eu entendi, mas parece que nem toda a gente entendeu. O jogo de futebol mal jogado, num relvado mau, com equipas más (as três) tinha terminado. Agora era "outro filme" e o Benfica ganhou e bem. Quando um guarda redes defende 3 penaltis em 5, merece ganhar o jogo das grandes penalidades e esse foi obviamente ganho por Quim e consequentemente pelo Benfica.

No fim do jogo, entende-se tudo de forma clara. Afinal isto não era o torneio do Guadiana, nem as migalhas que o FCPorto dá aos seus mais directos adversários. Afinal o erro do árbitro - numa jogada muito parecida com a que expulsou o defesa do Rio Ave e deu o golo do Rochemback na passada semana - foi um erro grave e com influência no resultado. O Sporting através de Pedro Silva prova que afinal era um torneio importante, Paulo Bento na conferência de imprensa, dá uma importância a este taça que não deu a alguns outros roubos do campeonato e Miguel Telles/Soares Franco gritam como nunca haviam gritado antes. Neste futebol nacional de incompetência, calha a todos, menos aos de azul...

A cara de Pinto da Costa e da sua entourage no final do jogo, deveria ser de contentamento absoluto. Sem nenhuma influência sua, o árbitro conseguiu rebentar com um ambiente magnifico de fair-play que se viveu esta semana com conferências de imprensa conjuntas. Tudo aquilo que não interessa ao FCPorto em termos de bom ambiente viveu-se esta semana.

Ao FCPorto interessa que Sporting esteja a seu lado, interessa que o segundo lugar da liga seja para Sporting para que o gigante Benfica esteja o mais adormecido possível. Ao FCPorto interessa que na champions esteja esta equipa inofensiva de nome Sporting para que eles possam brilhar. Ao FCPorto interessa que o Benfica esteja fora dos milhões da champions e da montra que poderia representar para os seus jogadores essa competição. Ao FCPorto interessa que a grande voz contra o sistema - Luís Filipe Vieira - se possa calar um bocadinho depois deste "pseudo-escândalo" do penalti no Algarve. Ao FCPorto interessa ver adeptos dos dois maiores clubes nacionais a insultarem-se por um "pseudo" penalti tão natural no futebol onde vivemos. Dividir para reinar.

O que a mim me mete impressão é que o "choné" do Soares Franco esteja a ser utilizado neste jogo que só interessa a um clube. A mim o que me mete impressão é que o Sporting só se preocupe com o Benfica e com este ódio primário ao Benfica. A mim o que me preocupa é que um amigo (Pinto da Costa) consiga trair outro amigo (Soares Franco) com a alteração duma data do jogo entre ambos por uma mentira (afinal o jogo com Estrela da Amadora vai-se jogar hoje) e isso não seja motivo de repúdio, aceitando-se sentar ao seu lado nesse jogo do Dragão - para não falar de todos os outros escandalos em que esse clube se viu envolvido nestes últimos tempos.

Sinceramente, não estou contente com a maneira como se chegou ao penalti - obviamente - mas sei que cada um tem o que merece... Este Sporting, tem um pacto de silêncio com o Diabo - Pinto da Costa e FCPorto - para poder ficar no segundo lugar do futebol nacional - as taças que ganharam no passado recente e os segundos lugares nos últimos campeonatos provam isso mesmo.

Mas há uma coisa que eles não entendem. Neste momento, este penalti fantasma só tem um vencedor e não é o Benfica. Porque depois desse "pseudo" penalti o Benfica ainda teve que jogar outro jogo de penaltis. Com um pouco de sorte, o FCPorto poderia ter tido uma noite em cheio. De poltrona assistia ao empate de forma irregular do Benfica e poderia celebrar a vitória dos seus amigos do Sporting nos penaltis. Felizmente, a vitória nos penaltis foi nossa e totalmente justa.

No dia em que o Sporting se juntar à guerra pelo fair-play, se juntar à guerra contra a mesquinhice, se juntar à guerra pela verdade desportiva, se juntar à guerra contra o FCPorto em prol dum futebol de verdade e não tenha medo de admiti-lo, o futebol nacional voltará a dar sentido ao jogos antigos de matraquilhos quando as cores de Benfica e Sporting ocupavam o tabuleiro desse mítico jogo.

Até lá, vamos ser todos roubados. Umas vezes uns, outras vezes outros, mas nunca aqueles...

Parabéns ao FCPorto por mais esta vitória no futebol onde melhor sabem jogar - da mentira, da falsidade, da peixeirada...

Em relação ao Benfica, podemos começar a época relaxados e tentar aproveitar bem os nossos recursos e investimentos altos que fizemos há uns meses, preparando a equipa desde já para a nova temporada. Para já, ganhámos o torneio do Guadiana de Março.

Força Benfica

domingo, 15 de março de 2009

"I know its over"

Para quem tem na cultura pop uma referência de vida, há sempre uma citação de uma qualquer canção, de um qualquer filme, ou de um qualquer livro contemporâneo que faz sentido num determinado momento. Um mês depois de Morrisey lançar novo disco e na semana que antecede os seus 3 concertos em tantas outras salas de New York, aqui no burgo, lembro-me de uma das suas letras dos The Smiths escrita em 1986 no álbum "The Queen is Dead"- que obviamente nada tinha a ver com futebol. Cito uma parte da letra que diz:

"I know it's over
And it never really began
But in my heart it was so real"

Obviamente que estas palavras são tiradas fora do contexto emocional dessa letra, e que repito, nada, mas mesmo nada tem a ver com futebol.

No entanto, faz sentido neste momento, porque este pequeno texto reflecte exactamente o que é o Benfica nesta época e a minha relação com o Benfica este ano. Alterando a tradução e adaptando-a à minha realidade Benfiquista ficará algo como:

"Agora sei que acabou, mas na verdade nunca realmente começou, apesar de no meu coração sentir que poderia ser real."

Tirando o lado emocional da frase no contexto da canção, é exactamente isto que aconteceu nesta época.

No fundo, no fundo, quem gosta de futebol e entende um pouco de futebol, sabia que as hipóteses que tínhamos de ser campeões esta época eram as mesmas que tivemos no ano do Trapattoni. Poderia acontecer porque somos apaixonados e porque acreditamos sempre no nosso clube. Eu escrevi aqui dezenas de vezes - "acredito", "eu acredito", "claro que acredito" - sabendo que estes "acreditos" estavam presos apenas e só por pura paixão.

Nós somos apaixonados pelo Benfica. Ontem éramos 47100 - tirando os poucos do Guimarães - apaixonados e quando se está apaixonado a razão não é bom conselheiro.

Tal como no tempo do Trapattoni, ficámos fora da Uefa prematuramente, não jogávamos nada, resolvíamos de bola parada o que era complicado resolver de forma "corrida" mas a diferença grande é que nesse tempo a equipa era constituída por muito pior plantel, mas com um treinador muito mais esperto que Quique. Hoje temos um plantel muito melhor, apesar de um pouco desequilibrado - especialmente nos defesas laterais - mas com pouco sumo futebolístico.

Esse "sumo futebolístico" reduzido não vem de agora e revela erros graves de análise por parte da gestão do nosso futebol.

Eu sou dos que sempre defendeu Quique - tirando uma ou outra vez em que as declarações por si feitas acerca de jogadores do Benfica foram totalmente despropositadas - e defendi e defendo a estabilidade como forma de evolução.

O que se pediu a Quique, foi que construísse uma equipa, que definisse um modelo de jogo, que de forma relaxada e depois de um quarto lugar a mais de 20 pontos do FCPorto, pudesse acalmar e colocar em prática o tal "ano zero" com um futebol moderno e bonito, que agradasse a adeptos, apesar das diferenças grandes que Sporting e FCPorto levavam do ano transacto.

A partir dum determinado momento eu escrevi que estar a 2 ou 3 pontos do primeiro no inicio de 2009 seria uma vitória. Pensava eu que o mais difícil seriam os primeiros meses, os meses de adaptação a novos métodos, novos jogadores, nova estrutura. A partir de 2009, pensava que com tudo mais ou menos definido, com uma equipa a crescer futebolisticamente, os resultados iam aparecer e se não aparecessem logo, ao menos íamos construindo uma equipa.

A partir dum determinado momento da época e sem um fio de jogo perceptível, o discurso - especialmente depois da derrota na Trofa - mudou radicalmente. Em vez de construirmos a atitude competitiva, a disciplina, o cimentar de bases que nos pudessem dar esperança num futuro, o treinador define a prioridade nos "resultados" independentemente de não se jogar bem, apostando invariavelmente nas bolas paradas e na tal sorte e azar que não se controlando, são arriscadas.

Com esta atitude mantivemos a ilusão nos adeptos - 47100 ontem na Luz - mas colocámos a "equipa a jeito" para um desaire que deitaria tudo a perder. Esse desaire surgiu em forma dupla - derrota em Alvalade com exibição paupérrima e derrota na Luz contra um Guimarães que não merecia perder.

Neste momento e lutando por um lugar na champions com o rival de sempre é importante pensar nos resultados, mas mais importante redefinir novamente a prioridade na construção duma equipa, dum modelo de jogo e duma base que nos dê mais títulos no próximo ano. Hoje começa a nova época e é bom que todos pensem que não queremos depender das bolas paradas e da sorte ou do azar na próxima temporada.

Nós a partir de agora queremos a tal construção de equipa, maturidade, espírito competitivo, atitude de vitória em todos os jogos, o tal fio de jogo que tarda em aparecer. Queremos hoje aquilo que queríamos em Agosto de 2008.

Sempre disse que gerir as expectativas seria algo muito importante. Criando expectativas de conquista do título, com derrotas na Uefa, com derrota na Taça de Portugal em Dezembro, fez com que os adeptos sonhassem, acreditando apenas no coração. Apenas o coração nos fazia acreditar e daí as célebres frases de "sofremos até ao fim", "sempre a sofrer". São frases próprias de quem ama ou quem tem paixão, esquecendo que os jogos nos indicavam outra realidade.

Não há problema. Nós vamos sempre amar e ter paixão pelo clube. Agora é a altura de alguém dar o murro na mesa e gritar bem alto as prioridades que tínhamos no inicio do ano - criar um novo grupo, reduzir distancias para os adversários directos e ganhar pelo menos um título.

Está tudo em aberto, nestes objectivos propostos. Podemos e devemos ganhar um título contra o rival de sempre no próximo sábado, podemos e devemos criar as condições para jogarmos melhor de forma mais consistente, podemos e devemos reduzir distancias para os adversários mais directos. Se ganharmos os 21 pontos em disputa no campeonato, reduziremos essas distancias ao mínimo, se perdermos mais um ou dois jogos e mostrarmos atitude e futebol para o futuro acabamos a época outra vez na dezena de pontos para primeiro, sem champions mas a ganhar noutros tabuleiros seguramente.

O que não podemos é continuar a tapar o sol com a peneira e a redefinir prioridades a meio do percurso.

Quique Flores será o nosso treinador no próximo ano, a equipa terá três saídas e três entradas no máximo e o modelo de jogo terá de ser obviamente mais consolidado. Nos adversários directos, teremos novos treinadores, novos jogadores e novos métodos a partir de Julho. Sendo assim, é bom começar a treinar para a próxima época a partir de hoje.

Não há que desesperar e pedir cabeças em Março. O director desportivo será o mesmo em Agosto, o treinador será o mesmo, a equipa técnica a mesma e o plantel será praticamente o mesmo. Ir à champions é importante se terminarmos em primeiro. Sendo segundo, temos de começar a época em Junho, fazer duas importantes eliminatórias, correndo o risco de perder uma delas, voltar para a Uefa e estragar todo o planeamento da restante época.

Perdendo o campeonato ontem e não despedindo Quique Flores uma hora depois de terminar o jogo contra Vitória de Guimarães, não faz nenhum sentido continuar com essa história de "Quique servir ou não servir para este Benfica". A nova época começa hoje e é com estes que vamos estar em Julho a planear a nova modalidade da Taça Uefa, a lutar pelo campeonato, pela Taça de Portugal e esperamos que a defender o título que ganhámos este ano na Taça da Liga.

Custa escrever, mas mais vale assumir a realidade que continuarmos a sonhar com base no coração...

Força Benfica

domingo, 8 de março de 2009

"David e Golias" ao contrário

O Benfica tem de ganhar hoje para ser campeão. Ou muito me engano ou o Benfica tem de ganhar todos os restantes nove jogos - partindo do principio que ganha hoje - para voltar a ser campeão nacional. Eu acredito, como sempre aqui referi, mas sei que a missão do nosso clube é claramente de "David contra Golias"...

A exibição do Leixões e as suas ofertas ao FCPorto - nalguns pontos semelhantes a outros jogos deste campeonato, (lembro-me da desmarcação do defesa do Leixões para Hulk ser fotocópia duma outra desmarcação dum defesa Belenenses para o mesmo Hulk, no estádio do Restelo) - fazem-me acreditar que algo vai mal na correlação de forças do nosso futebol.

Em qualquer país do mundo, em qualquer desporto, uma equipa que seja em 20 anos campeã por 15 vezes é absolutamente odiada por todos os seus adversários. Tem lógica. O ódio das restantes equipas provém do sucesso alheio e do querer combater esse sucesso com vontade, garra e força, para que no final possam orgulhar-se de vencer à equipa que tem dominado o futebol desse país nos últimos anos.

Em Portugal, acontece o contrário. A subserviência das equipas que defrontam o líder incontestado do nosso futebol nas últimas décadas sempre me meteu impressão. Sempre desconfiei da maneira como as equipas pequenas na sua maioria "morrem em campo" para ganhar ao Benfica e encaram o jogo com esse equipa dominadora - FCPorto - com um "à vontade" que nunca entendi. Não entendi porque há Amor pelo FCPorto e Ódio pelo Benfica. O Benfica foi quarto o ano passado e apesar de ser a maior equipa nacional em número de títulos, em número de sócios e em simpatizantes não devia fazer de nós o alvo de todo o ódio.

Eu digo muitas vezes, que num dia que tenha tempo e que possa abdicar dum ano da minha vida para alguma coisa, gostava de estudar com profundidade este assunto. Parece-me apaixonante que alguém consiga passar por coitadinho - e por isso conseguir a simpatia de todos os outros - e que consiga passar a imagem que o "David" nesta história será "a equipa que ganha" sendo o "Golias" a equipa que nos últimos anos não ganha nada, ou quase nada. Isto é notável.

No marketing diz-se que posicionamento é a imagem que o público tem do nosso produto, independentemente dessas características assimiladas por um tipo de público, corresponderem às verdadeiras características desse produto. Neste caso o posicionamento do FCPorto no mercado de todos os adversários nacionais é claro - "atenção que eu ganho sempre, atenção que tenho mais títulos europeus que todos os outros grandes nacionais, atenção que sou a equipa com mais presenças na champions league (a par de Manchester), mas a equipa a abater é esse gigante de nome Benfica."

Como se consegue fazer este milagre do posicionamento, e fazer deste, um caso exemplar no desporto mundial? Com inteligência. É a única arma. Ser mais inteligente que os outros. E aí, meus caros amigos, independentemente dos apitos dourados, dos envelopes, das prostitutas em hóteis, o senhor Pinto da Costa é inteligente.

Tentar ter uma estrutura de emprestados que possibilite esse "não ódio" ao FCPorto que pode contaminar o balneário. Conseguir uma certa aura de vencedor que ao contrário de incutir o ódio e o desejo de vitória nos adversários, produz um efeito dormente de profunda admiração - e aí quem sabe de futebol, quem conhece os balneários e quem entende do "futebol real" nacional não pode esperar "inteligência suprema" nesses jogadores para que consigam entender que tudo é posicionamento.

O grosso dos jogadores que constituem os plantéis da Liga e segunda Liga prestam vassalagem pura ao FCPorto. Se somos maiores e temos mais adeptos é normal que também tenhamos mais adeptos encarnados no seio dessas equipas da Liga e segunda Liga. Sim, talvez... Mas mesmos esses, quando entram nos balneários formatados de "David e Golias ao contrário" fazem com que esse Benfiquismo se esfumace numa cartilha de mentiras e mitos, que dizem que o FCPorto é que é "um espectáculo" - utilizando a linguagem vulgar dum qualquer balneário nacional.

Essa cartilha passa de presidente para directores, de directores para treinadores e de treinadores para jogadores. Os jogadores são a pontinha final duma estratégia que passa por "minar" todas estas estruturas com a mentira maior do desporto mundial. Afinal no principal campeonato de futebol em Portugal, o David é o Golias...

Contra tudo isto, há coisas muito boas. No dia em que voltarmos a ser campeões três anos seguidos, voltamos a colocar os posicionamentos certos nos "produtos" certos. O Benfica é o alvo a abater sendo o "Golias" por mérito próprio e o FCPorto já pode voltar a ser o coitadinho do "David".

Hoje temos que ser grandes, gigantes para ganhar na Figueira da Foz e será isso que vai acontecer. Assim esperamos, assim desejamos e assim acreditamos.

Força Benfica. Força Benfica. Força Benfica.

quarta-feira, 4 de março de 2009

As manhosices "made in Porto"

Tal como no post anterior, vou falar menos no Benfica e mais noutros adversários, porque apesar de não ser este o tópico do blog, há coisas de que não se podem fugir. A propósito dos recentes casos do "Apito Dourado" e do "Envelope" penso que devo dizer algumas palavras, opinando sobre um assunto que tem directamente pouco a ver com o Benfica. Um destes processos foi arquivado e outro está neste momento a ser analisado. Lembro que no primeiro caso, entre vários pontos mais ou menos obscuros, uma coisa foi clara para toda a gente - existem escutas telefónicas que provam que umas prostitutas foram a um hotel do Porto encontrar-se com os árbitros que apitaram um jogo do FCPorto, pagas por elementos ligados ao clube e com conhecimento superior de Pinto da Costa.

A justiça decidiu considerar que as escutas não eram legais e que nos jogos em causa o FCPorto não foi de todo beneficiado, entendendo não haver ligação directa entre essas prostitutas no hotel e os resultados positivos do FCPorto no terreno de jogo. Nunca ninguém meteu em causa a veracidade das escutas, mas sim se essas escutas valiam ou não valiam em tribunal.

Ontem discutia-se no tribunal de Vila Nova de Gaia se a ex-companheira de Pinto da Costa assistiu na casa do dito presidente à entrega ao árbitro dum envelope com 2500€, um dia antes desse mesmo árbitro apitar um jogo do FCPorto para o campeonato.

Hoje no tribunal, Pinto da Costa confirmou a presença do árbitro na sua casa 24 horas antes do jogo, mas segundo o presidente nunca lhe entregou nenhum envelope, acrescentando que se o árbitro autorizar, ele pode comunicar as fortes razões pessoais que fizeram esse mesmo árbitro dirigir-se a casa do presidente do clube que vai apitar no próximo dia.

Eu não vou opinar sobre os processos porque os juízes é que decidem, mas posso opinar sobre o que aconteceria se no Benfica um presidente fosse apanhado a combinar o envio de prostitutas para o hotel dum árbitro (independentemente das escutas serem legais ou não) ou se esse mesmo presidente admitisse que um árbitro foi a sua casa, 24 horas antes dum desafio do Benfica. No meu Benfica esse presidente não mais seria eleito e sei que no Benfica da maioria dos sócios também não.

Se um presidente fosse manhoso ao ponto de enganar um adversário na troca da hora dum jogo, não seria eleito na presidência do Benfica. Se um presidente tivesse vendido uma dezena de jogadores em vários anos, se tivesse sempre na liga dos campeões com receitas notáveis num total sem paralelo no futebol nacional e constantemente desse prejuízos acumulados, com um passivo crescente e sem criar receitas extraordinárias - que não sejam a liga de campeões e a venda desses jogadores - esse presidente não seria obviamente reeleito. Saber que no Porto as pessoas rejubilam numa cegueira absurda por alguém, apenas porque essa pessoa tem ganho títulos parece-me redutor.

Não imaginam o quanto me alegro de saber que no meu Benfica, não há títulos alguns que possam resistir a tanta manhosice, a tanta mafiosice, a tantos beijos de escorpião.

Via ontem que o FCPorto tem mais de 20 jogadores emprestados, o Benfica 8 e o Sporting 3. Posso estar enganado nos números mas sei que a relação era mais ou menos esta. Quando lhes falham as garantias das arbitragens, o FCPorto opta pelo Plano B - emprestar jogadores que lhes permita controlar e saber o que se passa em cada balneário antes de cada jogo contra FCPorto ou outros adversários.

Estes jogadores são profissionais e lutam pela sua nova camisola. Disso não duvido, mas há algo nessa cartilha old school que me faz acreditar que a lavagem cerebral que se faz no FCPorto é de tal maneira forte que muitos nunca chegam a sair mentalmente do FCPorto.

O Sporting de Braga é o novo aliado estratégico do FCPorto quase que em oposição a uma aproximação do Benfica a Vitória de Guimarães a propósito do tal caso Apito Dourado. Sabendo que na penúltima jornada o Benfica vai a Braga e que na última jornada o FCPorto recebe esse mesmo Braga, muito provavelmente só seremos campeões se na entrada para a penúltima jornada tenhamos 4 pontos de avanço sobre FCPorto. Pois que seja...

Nos anos 80 o FCPorto iniciou a tal cartilha de manhosice que lhes levava a pensar em muitas coisas, umas legais outras ilegais. Era normal ver nas páginas dos jornais noticias que davam conta do interesse do FCPorto nos melhores jogadores das equipas contra quem ia jogar essa semana, numa clara tentativa de desestabilizar psicologicamente esse jogador e tirar dividendos dessa instabilidade durante o jogo. Essa matreirice volta nesta década a fazer das suas e numa altura em que adiam o jogo com o Estrela da Amadora para a Taça de Portugal, acabam de contratar um jogador (Varela) que será uma flecha apontada contra os jogos que o Estrela ainda disputará com Benfica e Sporting.

Todas estas estratégias que para os do FCPorto são modus operandi, são para mim características próprias dos fracos e sei que não me esquecerei de nenhum destes importantes dados quando vir o FCPorto a passar a tal travessia do deserto que Sporting e Benfica já passaram. Porque os pactos com o diabo servem num período de tempo. Findo esse período de tempo as armas serão as mesmas e o vencedor será justo. Este ano será nosso e essa será a nossa melhor resposta - em campo!

Força Benfica

"Beijos de Escorpião"

Quem me lê por este espaço da blogosfera sabe que não tenho por norma falar muito das manhosices que infelizmente existem no nosso futebol.

Este texto vai tocar em vários pontos, e muitos deles que não dizem directamente respeito ao nosso Glorioso.

No entanto, posso começar por falar do nosso clube e concluir que este fim de semana correu-nos bem. O empate era obviamente o resultado desejado no derby a norte e foi esse mesmo resultado que se verificou. Normalmente, os derbies acabam por ter casos discutidos no final da partida, mas este começou com um caso mesmo antes do jogo se iniciar. Eu disse no último post que a Liga marcou o jogo FCPorto-Sporting para um sábado, com menos de 72 horas desde o final do jogo Sporting-Bayern.

Afinal, o jogo foi marcado para sábado porque o FCPorto pediu ao Sporting que fosse compreensível e que aceitasse alterar a data, pois o FCPorto jogaria com o Estrela da Amadora para a Taça de Portugal esta semana. O Sporting, amigo de vários guerras do FCPorto, não hesitou e aceitou alterar essa data em nome da amizade e da verdade desportiva. Pois bem, depois de marcar o jogo para sábado à noite, o FCPorto apressou-se a mudar a data do jogo com o Estrela da Amadora para dia 22 de Março, exactamente no fim de semana que Benfica e Sporting jogam a final da Taça da Liga e o Sporting saiu enganado e indignado com esse beijo de escorpião tão próprio da cartilha old school made in Porto.

Este episódio é apenas um de centenas de outros que marcam a postura deste clube nas últimas décadas. Não adianta dizer se merecem ou não merecem os títulos que vão ganhando - umas vezes justamente outras vezes injustamente. O que interessa destacar é a tal cartilha old school que de tão antiquada, espanta quem se deixa levar por esquemas e estratagemas de pouco nível.

No entanto, também culpo a Liga Portuguesa por um autêntico amadorismo no que se refere às marcações dos jogos desta Liga Profissional. Eu sou dos muitos adeptos que vou ao estádios deste Portugal e do estrangeiro acompanhar o Benfica. Tenho vida privada e profissional e parece-me óbvio que tenha que planificar essa vida, conhecendo o calendário do Benfica. Com tudo bem organizado, poderia organizar tudo para que nem o Benfica prejudique o meu trabalho, nem que o trabalho ou o a minha vida pessoal me impeçam de ver o Sport Lisboa e Benfica.

A verdade é que hoje é dia 4 de Março e ainda não está nenhuma informação oficial no nosso site ou em nenhum outro site que informe a data e hora do jogo Benfica-Guimarães. Bem sei que nas outras Ligas também é assim e que tem a ver com os jogos das Ligas dos Campeões, Uefa ou Taças dos próprios países. No entanto enerva-me saber que vou a New York e tenho todos os jogos que os Knicks vão jogar num calendário de bolso com dia, hora e estação de televisão que transmitirá esses jogos - fora e em casa - e em Portugal não sabemos esse calendário até uma semana antes do jogo. Aliás eu comparo o director do Madison Square Garden - tem que gerir os jogos dos Knicks (basket), dos Rangers (hóquei em gelo), de todos os concertos que aí se apresentam e ainda de outros eventos "que passam pela mais conhecida arena do mundo" - ao gestor desta nossa Liga mas o tal director Americano que me perdoe a (má) comparação.

Enerva-me desconhecer a data do Benfica-Guimarães como me enerva ver a incompetência da Liga em resolver os problemas duma industria do futebol cada vez mais afastada do público apaixonado por esse mesmo futebol. Tudo influencia e obviamente esta indecisão constante é também um dos factores a corrigir. Bem sei que a Liga de Campeões, a Uefa e a Taça de Portugal são as razões que limitam esse calendário, mas sabendo que FCPorto e Sporting estão na Liga de Campeões, sabendo-se quem está na Uefa pode-se fazer um calendário a pensar nisso e imprimirmos "documento de bolso" com todas as datas e horários dos jogos.

Sei que quem me lê agora, diz que isso é impossível ou no mínimo muito difícil. Pois, para mim difícil é gerir o plano do Madison Square Garden entre montagens e desmontagens, entre jogos de Knicks e Rangers fora e em casa - sabemos que não é apenas a arena Madison Square Garden que tem de estar a ser bem gerida para que tudo bata certo em todo o lado - sem que numa época inteira nada falhe. Isso sim é muito difícil e eles fazem-no...

Aqui continuamos a brincar e mesmo que o Benfica tenha alterado o jogo contra Leixões para sexta feira, com o objectivo de fazer a festa de aniversário do Benfica no Casino do Estoril, no passado sábado, eu não aceito isso como normal. Achar que 1000 convidados no sábado serão mais importantes que os possíveis 40 000 que estariam no Estádio às 18h de sábado para ver o Leixões é algo que não entendo. Aliás, podíamos ter visto o jogo no dia 28 de Fevereiro e comemorar a vitória sobre Leixões com os "Parabéns a Você" e depois deixar seguir os jogadores, equipa técnica e os 1000 convidados do Estádio da Luz para o Casino do Estoril. Como disse no outro post eu não sei as razões pelas quais o jogo foi antecipado mas posso entender que esta tenha sido uma das razões a par de tradicional pressão nos dois eternos rivais. E isto parece-me ser o principal problema do calendário.

Além da dificuldade em gerir atempadamente os calendários e fazer previsões sobre quem fica ou não fica na Europa, há ainda o interesse dos clubes em utilizarem o calendário para poderem pressionar adversários conforme os seus interesses em cada altura estratégica do campeonato.

Como adepto, quero saber quando e a que horas joga o meu Glorioso e penso que 10/11 dias antes desse jogo sem ter nenhuma informação é algo absolutamente escandaloso.

Obviamente que quer seja na sexta, sábado, domingo ou segunda lá estarei, mas podia ser um processo mais fácil e transparente. Um dia contarei estas histórias a um neto e ele não acreditará. A sério...

Força Benfica