1. Já não escrevo por aqui há vários dias, mais concretamente desde o "famoso" jogo contra Sporting de Braga no Estádio da Luz. A juntar a questões pessoais sempre relevantes para escrever ou não escrever, juntam-se as típicas novelas do futebol nacional que me dão total desmotivação para por aqui ir opinando.
Foi desmotivador ver Portugal a discutir e ameaçar com polícia e tribunal a arbitragem desse mesmo jogo contra Sporting de Braga onde foi claro que existiram erros num golo favorável ao Benfica e num penalti não assinalado ao Braga.
Também não encontrei motivação suficiente para falar das trapalhadas da Taça da Liga e não quis comentar as declarações de Quique depois do miserável jogo com o Belenenses em casa para essa mesma Taça da Liga onde disse que "O Benfica está a começar a jogar de forma muito semelhante às equipas que treinei".
No momento em que ouvi essas declarações senti que dificilmente ganharíamos em Belém... No entanto quis falar sobre as vitórias no andebol, hóquei ou basket mas nesses momentos o tempo não mo permitiu - ficará para outra altura - e agora escrevo para apoiar inequivocamente os nossos jogadores e criticar abertamente Quique Flores.
Como todos que me lêem sabem que gosto de Quique, defendo as suas ideias e a sua visão para o que ele pretende para um Benfica de futuro e já por aqui aplaudi a sua inteligência nalgumas entrevistas que deu na imprensa desportiva nacional. O que não aplaudo, não aprovo e critico veementemente é a forma como publicamente diz mal de jogadores do Benfica.
No espaço dum mês e meio conseguiu desmotivar 3 guarda-redes, desmotivar definitivamente Cardozo numa gestão motivacional péssima, desmotivou Sidnei com palavras sem sentido e numa não convocatória que só ele entendeu, aplaudiu com palavras pouco medidas Katsouranis e Luisão sem entender que resultados poderiam ter essas mesmas palavras no seio do restante grupo, conseguiu rebentar com Balboa quando se tinha esperança que finalmente o jogador ia começar a render "algo", tudo fez para que Di Maria não tivesse tempo para se mostrar a Maradona, criticando-o em conferências de imprensa e colocando-o apenas 30 minutos nesse jogo contra Olhanense - valeu a Di Maria o tal lance de sorte e talento que safou ambos (Quique e Di Maria) - consegue dizer mal de Reyes quando o coloca em campo tipo lamaçal 30 minutos, (dessa meia hora, 10 minutos jogámos com 10, depois da expulsão de Miguel Vitor) e quando não tem nenhuma razão técnica para o fazer.
Tudo isto para dizer directamente a Quique que assim se nota que nunca jogou para ser campeão. Um treinador campeão ou que quer ser campeão pode e deve ser duro com os seus jogadores, deve gritar, castigar e criticar internamente quem ache que o mereça, mas para fora terá Sempre de manter um discurso blindado de protecção ao grupo. Repito, Sempre...
Se em Trofa as criticas foram unânimes e globais para que a equipa no seu todo entendesse as responsabilidades, nestas últimas semanas os aplausos e críticas localizadas só podem ter um efeito negativo no grupo. Não me venham defender teorias motivacionais que utilizam recados pela imprensa.
Conheço o suficiente sobre liderança, técnicas motivacionais e gestão de grupo para entender que nenhuma destas palavras proferidas por Quique em conferência de Imprensa pode fortalecer um grupo. O que fortalece um grupo é dizer tudo o que o líder pensa na cara de todos, assumindo ideias e exigindo responsabilidades no balneário mas depois dar a cara por esse mesmo grupo assumindo os maus resultados como responsabilidade sua.
Só assim se poderá sonhar em ser campeão. Porque no dia em que Quique, e nós como adeptos, precisarmos de ganhar jogos, esses jogos serão ganhos por esses jogadores. Ninguém duvide disto. Neste próximo ciclo de jogos onde vamos ter de ir a Dragão e Alvalade quem irá defender as nossas cores nesses relvados? Quique? Rui Costa? João Gabriel ou Paulo Gonçalves? Nós adeptos, num canto desse mesmo estádio? Não... Não seremos nós. Serão os 11 jogadores e os 3 suplentes utilizados que terão de ter a força, garra e vontade de deixar tudo em campo para ganharem e serem campeões. E estes jogadores conseguirão fazê-lo se tiverem uma retaguarda e um espírito de grupo forte e unido. Para que serve ir na quarta feira para o restaurante do Barbas, comerem e estarem juntos? Para que nós pensemos que o grupo está unido? Para dar recados de união para os adversários directos? Nós precisamos de blindar e ser unidos dentro, não na imagem que projectamos para o exterior.
Não é difícil gerir futebol. Se fosse difícil não teríamos a corja que anda no futebol há mais de 30 anos. Se fosse uma ciência tão complicada os gestores nacionais de futebol, seriam todos ultra profissionais, ultra competentes e muito eficazes. Pois nestes últimos 30 anos, isto não se tem verificado salvo uma ou outra rara excepção. Por isso digo a Quique Flores, neste meu singelo espaço, que se acalme, que olhe no espelho do balneário, passe a cara por água fria antes de falar na conferência de imprensa depois de um jogo que não corre como esperamos. Não atire aos jogadores e dê ele próprio "o corpo às balas". Terá que ser ele a assumir as responsabilidades para poder ter o seu exército pronto para a(s) próxima(s) batalha(s) - neste caso contra Rio Ave, Guimarães (haverá jogo?) e FCPorto.
Isto são regras básicas de uma equipa que queira ser campeã. E ele está muito a tempo de o fazer. Eu compreendo que exija total aplicação a todos os jogadores. É o que nós esperamos dele - que exija o máximo a cada um - mas que o faça internamente. Apenas isto. De resto, a parte táctica e técnica que ultimamente tem sido fraca, fraquinha, logo melhorará...
2. Entretanto e noutro patamar de discussão encarnada, Ricardo Araújo Pereira utiliza as páginas do jornal "A Bola" para defender em cada domingo, entre humor e ironia o nosso Glorioso. Hoje resolvo colocar aqui, algumas das suas palavras, porque como digo antes "entre humor e ironia" coloco em perspectiva a minha desmotivação com o estado do nosso futebol e deste debate estéril sobre as arbitragens nacionais.
É triste mas aparentemente verdade que neste momento há uma guerra de forças entre Benfica e FCPorto - o Sporting como sempre só entra quando é para dizer mal do Benfica - para ver quem consegue exercer mais poder nos meandros obscuros deste nosso miserável futebol.
Escreveu Ricardo Araújo Pereira hoje:
"Há duas semanas, o Braga perdeu um jogo com um golo do adversário em fora-de-jogo e ficou um penalty por marcar a favor dos bracarenses. Jorge Jesus disse que foi a maior roubalheira a que assistiu em 20 anos de carreira. Ontem, o Braga perdeu um jogo com um golo em fora-de-jogo do adversário e ficaram dois penalties por assinalar a favor dos bracarenses. Jorge Jesus disse que preferia comentar o jogo. A grande diferença entre os dois jogos, como o leitor já percebeu, é o adversário. Um tem três ou quatro jogadores emprestados ao Braga; o outro não tem nenhum. O respeitinho é muito bonito. Em Novembro, vários jornais adiantaram que Jorge Jesus poderia render Jesualdo no Porto; nenhum jornal noticiou (e, se Deus quiser, não há-de noticiar) que Jorge Jesus poderia render Quique Flores no Benfica. Talvez isso ajude a explicar que, em certas conferências de imprensa, Jesus diga o que quer e noutras dê a sensação de estar numa entrevista de emprego. O mercado de trabalho está difícil e não é boa ideia irritar os patrões, actuais ou futuros. A propósito de futuro, alguém quer apostar que o Braga não vai apresentar queixa-crime contra o árbitro do jogo de ontem?
O texto de Ricardo continua com outros tópicos e uma boa piada final a Quique Flores:
"TODOS os benfiquistas conhecem a sensação. No final de um jogo que corre mal, uma pessoa pensa: «Pronto, lá vou ter de ouvir os sportinguistas e os portistas a dizerem mal da nossa equipa.» Hoje em dia, a vida está ainda mais difícil: além dos sportinguistas e dos portistas, ainda temos de ouvir o treinador do Benfica. Acho que preferia os velhos tempos: os lagartos e os tripeiros são mais meigos…"
Depois de ler este texto oiço Paulo Assunção dizer na RTP 1 que na época passada, alguns adeptos do FCPorto ligados aos Super Dragões o ameaçaram depois dum treino dizendo que "se não assinasse a renovação até quarta-feira levaria um tiro no joelho". Estamos em 2009 e ainda há clubes e direcções com braços armados que utilizam quando entendem que os necessitam para atingir os seus objectivos - neste caso a simples renovação dum contrato de um dos seus jogadores.
Por estas e por outras é que tenho pouca vontade de escrever e menos vontade ainda de ver o nosso Futebol. No entanto, não serão estas estórias e alguns tiros nos nossos próprios pés que me farão atenuar a crença total e absoluta que o campeonato será nosso em Maio.
Força Benfica
(foto retirada do blog vizinho http://equipasdobenfica.blogspot.com/)
Foi desmotivador ver Portugal a discutir e ameaçar com polícia e tribunal a arbitragem desse mesmo jogo contra Sporting de Braga onde foi claro que existiram erros num golo favorável ao Benfica e num penalti não assinalado ao Braga.
Também não encontrei motivação suficiente para falar das trapalhadas da Taça da Liga e não quis comentar as declarações de Quique depois do miserável jogo com o Belenenses em casa para essa mesma Taça da Liga onde disse que "O Benfica está a começar a jogar de forma muito semelhante às equipas que treinei".
No momento em que ouvi essas declarações senti que dificilmente ganharíamos em Belém... No entanto quis falar sobre as vitórias no andebol, hóquei ou basket mas nesses momentos o tempo não mo permitiu - ficará para outra altura - e agora escrevo para apoiar inequivocamente os nossos jogadores e criticar abertamente Quique Flores.
Como todos que me lêem sabem que gosto de Quique, defendo as suas ideias e a sua visão para o que ele pretende para um Benfica de futuro e já por aqui aplaudi a sua inteligência nalgumas entrevistas que deu na imprensa desportiva nacional. O que não aplaudo, não aprovo e critico veementemente é a forma como publicamente diz mal de jogadores do Benfica.
No espaço dum mês e meio conseguiu desmotivar 3 guarda-redes, desmotivar definitivamente Cardozo numa gestão motivacional péssima, desmotivou Sidnei com palavras sem sentido e numa não convocatória que só ele entendeu, aplaudiu com palavras pouco medidas Katsouranis e Luisão sem entender que resultados poderiam ter essas mesmas palavras no seio do restante grupo, conseguiu rebentar com Balboa quando se tinha esperança que finalmente o jogador ia começar a render "algo", tudo fez para que Di Maria não tivesse tempo para se mostrar a Maradona, criticando-o em conferências de imprensa e colocando-o apenas 30 minutos nesse jogo contra Olhanense - valeu a Di Maria o tal lance de sorte e talento que safou ambos (Quique e Di Maria) - consegue dizer mal de Reyes quando o coloca em campo tipo lamaçal 30 minutos, (dessa meia hora, 10 minutos jogámos com 10, depois da expulsão de Miguel Vitor) e quando não tem nenhuma razão técnica para o fazer.
Tudo isto para dizer directamente a Quique que assim se nota que nunca jogou para ser campeão. Um treinador campeão ou que quer ser campeão pode e deve ser duro com os seus jogadores, deve gritar, castigar e criticar internamente quem ache que o mereça, mas para fora terá Sempre de manter um discurso blindado de protecção ao grupo. Repito, Sempre...
Se em Trofa as criticas foram unânimes e globais para que a equipa no seu todo entendesse as responsabilidades, nestas últimas semanas os aplausos e críticas localizadas só podem ter um efeito negativo no grupo. Não me venham defender teorias motivacionais que utilizam recados pela imprensa.
Conheço o suficiente sobre liderança, técnicas motivacionais e gestão de grupo para entender que nenhuma destas palavras proferidas por Quique em conferência de Imprensa pode fortalecer um grupo. O que fortalece um grupo é dizer tudo o que o líder pensa na cara de todos, assumindo ideias e exigindo responsabilidades no balneário mas depois dar a cara por esse mesmo grupo assumindo os maus resultados como responsabilidade sua.
Só assim se poderá sonhar em ser campeão. Porque no dia em que Quique, e nós como adeptos, precisarmos de ganhar jogos, esses jogos serão ganhos por esses jogadores. Ninguém duvide disto. Neste próximo ciclo de jogos onde vamos ter de ir a Dragão e Alvalade quem irá defender as nossas cores nesses relvados? Quique? Rui Costa? João Gabriel ou Paulo Gonçalves? Nós adeptos, num canto desse mesmo estádio? Não... Não seremos nós. Serão os 11 jogadores e os 3 suplentes utilizados que terão de ter a força, garra e vontade de deixar tudo em campo para ganharem e serem campeões. E estes jogadores conseguirão fazê-lo se tiverem uma retaguarda e um espírito de grupo forte e unido. Para que serve ir na quarta feira para o restaurante do Barbas, comerem e estarem juntos? Para que nós pensemos que o grupo está unido? Para dar recados de união para os adversários directos? Nós precisamos de blindar e ser unidos dentro, não na imagem que projectamos para o exterior.
Não é difícil gerir futebol. Se fosse difícil não teríamos a corja que anda no futebol há mais de 30 anos. Se fosse uma ciência tão complicada os gestores nacionais de futebol, seriam todos ultra profissionais, ultra competentes e muito eficazes. Pois nestes últimos 30 anos, isto não se tem verificado salvo uma ou outra rara excepção. Por isso digo a Quique Flores, neste meu singelo espaço, que se acalme, que olhe no espelho do balneário, passe a cara por água fria antes de falar na conferência de imprensa depois de um jogo que não corre como esperamos. Não atire aos jogadores e dê ele próprio "o corpo às balas". Terá que ser ele a assumir as responsabilidades para poder ter o seu exército pronto para a(s) próxima(s) batalha(s) - neste caso contra Rio Ave, Guimarães (haverá jogo?) e FCPorto.
Isto são regras básicas de uma equipa que queira ser campeã. E ele está muito a tempo de o fazer. Eu compreendo que exija total aplicação a todos os jogadores. É o que nós esperamos dele - que exija o máximo a cada um - mas que o faça internamente. Apenas isto. De resto, a parte táctica e técnica que ultimamente tem sido fraca, fraquinha, logo melhorará...
2. Entretanto e noutro patamar de discussão encarnada, Ricardo Araújo Pereira utiliza as páginas do jornal "A Bola" para defender em cada domingo, entre humor e ironia o nosso Glorioso. Hoje resolvo colocar aqui, algumas das suas palavras, porque como digo antes "entre humor e ironia" coloco em perspectiva a minha desmotivação com o estado do nosso futebol e deste debate estéril sobre as arbitragens nacionais.
É triste mas aparentemente verdade que neste momento há uma guerra de forças entre Benfica e FCPorto - o Sporting como sempre só entra quando é para dizer mal do Benfica - para ver quem consegue exercer mais poder nos meandros obscuros deste nosso miserável futebol.
Escreveu Ricardo Araújo Pereira hoje:
"Há duas semanas, o Braga perdeu um jogo com um golo do adversário em fora-de-jogo e ficou um penalty por marcar a favor dos bracarenses. Jorge Jesus disse que foi a maior roubalheira a que assistiu em 20 anos de carreira. Ontem, o Braga perdeu um jogo com um golo em fora-de-jogo do adversário e ficaram dois penalties por assinalar a favor dos bracarenses. Jorge Jesus disse que preferia comentar o jogo. A grande diferença entre os dois jogos, como o leitor já percebeu, é o adversário. Um tem três ou quatro jogadores emprestados ao Braga; o outro não tem nenhum. O respeitinho é muito bonito. Em Novembro, vários jornais adiantaram que Jorge Jesus poderia render Jesualdo no Porto; nenhum jornal noticiou (e, se Deus quiser, não há-de noticiar) que Jorge Jesus poderia render Quique Flores no Benfica. Talvez isso ajude a explicar que, em certas conferências de imprensa, Jesus diga o que quer e noutras dê a sensação de estar numa entrevista de emprego. O mercado de trabalho está difícil e não é boa ideia irritar os patrões, actuais ou futuros. A propósito de futuro, alguém quer apostar que o Braga não vai apresentar queixa-crime contra o árbitro do jogo de ontem?
O texto de Ricardo continua com outros tópicos e uma boa piada final a Quique Flores:
"TODOS os benfiquistas conhecem a sensação. No final de um jogo que corre mal, uma pessoa pensa: «Pronto, lá vou ter de ouvir os sportinguistas e os portistas a dizerem mal da nossa equipa.» Hoje em dia, a vida está ainda mais difícil: além dos sportinguistas e dos portistas, ainda temos de ouvir o treinador do Benfica. Acho que preferia os velhos tempos: os lagartos e os tripeiros são mais meigos…"
Depois de ler este texto oiço Paulo Assunção dizer na RTP 1 que na época passada, alguns adeptos do FCPorto ligados aos Super Dragões o ameaçaram depois dum treino dizendo que "se não assinasse a renovação até quarta-feira levaria um tiro no joelho". Estamos em 2009 e ainda há clubes e direcções com braços armados que utilizam quando entendem que os necessitam para atingir os seus objectivos - neste caso a simples renovação dum contrato de um dos seus jogadores.
Por estas e por outras é que tenho pouca vontade de escrever e menos vontade ainda de ver o nosso Futebol. No entanto, não serão estas estórias e alguns tiros nos nossos próprios pés que me farão atenuar a crença total e absoluta que o campeonato será nosso em Maio.
Força Benfica
(foto retirada do blog vizinho http://equipasdobenfica.blogspot.com/)