domingo, 31 de agosto de 2008

O dia em que aprendi a valorizar um "Empate"

Faz agora mais ou menos um ano, o Benfica tinha dois pontos à segunda jornada. Tínhamos empatado com o Leixões fora (1-1) e tínhamos empatado em casa com o Guimarães (0-0) na estreia de Camacho como nosso treinador.

Nesse dia, e minutos depois de terminar o encontro, tive uma das piores discussões futebolísticas com alguém muito perto de mim, pela simples razão que essa pessoa me dizia que o empate é bom, na exacta medida em que "é melhor que perder".

Tentei explicar-lhe que para mim, como adepto do Benfica e independentemente dos resultados menos felizes dos últimos anos, empatar é perder. No Benfica só a vitória interessa e se na minha vida até posso considerar um "empate" como algo positivo, no Benfica isso não acontece.

Um empate numa eliminatória europeia depois duma vitória na primeira mão aceita-se; um empate na última jornada do Bessa, sabendo que isso dá um título, aceita-se; um empate fora com um candidato ao título mantendo os mesmos pontos de distância e se nós somos primeiros (coisa rara nos últimos anos), já me custa mais a aceitar; um empate em casa na segunda jornada seja contra quem for é inadmissível.

Acabo de relatar o que "era Eu" até ao dia 30 de Agosto de 2008. Eu estou mudado e estou a gostar da minha nova postura futebolística. O Amor e a Paixão pelo Benfica (que ontem já falei) continuam intactos, ou até maiores, mas sinto que passei para um nível muito importante nesta minha relação com o clube. Sinto que agora, depois do que se passou ontem, relativizo melhor todas as emoções e sei que mais importante que ficar triste ou ficar contente com este ou aquele resultado, aprendi a relativizar esse resultado no contexto. A isto chama-se maturidade e ontem entrei definitivamente na minha maturidade futebolística.

Fico contente comigo, porque sei que agora estou mais perto do meu avô, que com a sua calma me ligava o transístor negro e branco na cozinha e os dois aí ouvíamos religiosamente o relato. O que eu não dava hoje para recuperar ou encontrar esse transístor que me iniciou nas lides Benfiquistas... Nesses dias, quando por algum azar o Benfica não ganhava (poucas vezes) o meu avô conseguia sempre ver algo positivo e nunca o vi enervado com um mau resultado do Benfica. Triste sim, mas desligava o rádio e com as suas mãos grandes pegava em mim, e ria... Eu até ontem não entendi nunca como isso era possível, pois já nesses tempos idos, eu só me contentava com a vitória - e admito que achava pouca piada aos 1-0 ou 2-1. Eu gostava de ouvir muitas vezes "Goooooooolo dooo Benficaaaa".

Ontem evoluí para um nível mais perto do que foi o meu avô em tempos, e como gostava de lhe poder dizer isto, se ainda fosse vivo. Ontem entendi finalmente o que queria o Trapattoni dizer quando afirmava que "quando se inicia um jogo temos sempre um ponto e temos que defender esse ponto. Se for possível atacar os três melhor, mas o importante é não perder esse ponto que já temos no início do jogo". Lembro que com amores ou ódios foi o nosso último treinador campeão.

Antes do jogo com o FCPorto, Quique Flores referiu que "um campeonato é uma prova para somar pontos". Umas vezes empata-se outras ganha-se mas o importante é somar pontos.

Pois muito bem... Ontem no apito final do árbitro eu senti um alívio e um contentamento dentro de mim que me surpreendeu. Devia ter gritado e baixado aquelas escadas do Estádio da Luz triste com o resultado, com os falhanços, com a expulsão, com as lesões, etc...

Nada disso. Saí calmo, aqui e ali enervado com o Katsouranis mas nada que uma boa noite de sono não tenha acalmado. Senti que pela primeira vez na minha vida, fiquei contente com um empate. A sério... E nunca me tinha acontecido isto antes. Nunca saí dum jogo de campeonato em casa (no estádio antigo e no novo) contente com um empate e ontem a palavra contente pode ser exagerada mas decididamente estava calmo, tranquilo e com uma ponta de contentamento.

Não fiz nada para que este sentimento tenha aparecido. Apareceu e surpreendeu-me, mas gostei do que senti. Agora estou pronto para poder analisar tudo de forma mais racional e acreditar mesmo no que tenho aqui escrito em dias onde o Benfica não joga. Temos que ter paciência e acreditar que estamos no tal "ano zero" dum projecto que envolve muita, muita paciência. Eu declaro oficialmente que estou disposto a tê-la até final desta temporada.

No fim do jogo recebi uma mensagem da mesma pessoa com que o ano passado à segunda jornada discutia sobre as virtudes e defeitos de empates caseiros e respondi-lhe com a seguinte frase :

"acabo de sair agora do estádio da luz (...) este empate foi bom. Estou contente."

As pessoas evoluem e assumir essa evolução é uma virtude. Que o Benfica evolua rápido, porque a empatar repetidamente nas próximas 4 semanas, provavelmente voltarei ao meu nível anterior.

Força Benfica

sábado, 30 de agosto de 2008

Paixão é...

Não trocaria o meu lugar no Estádio da Luz esta noite, por nenhum outro local do mundo, por nenhuma outra companhia, por nenhum outro compromisso, por nenhuma outra qualquer situação, por nenhuma fortuna material que alguém me ousasse propor.

A Paixão que tenho pelo Benfica é algo que não quero explicar ou entender. Para mim, basta sentir e desfrutar, porque no fundo é disto que vivemos - das nossas grandes Paixões.

Força Benfica

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Aleluia! Fechámos o Plantel?

O jornal "A Bola" refere na edição de hoje que o Benfica tem finalmente o plantel fechado. E afirma-o de uma maneira muito prática e justificada baseando-se na recente aquisição por empréstimo (e com opção de compra) de David Suazo, a natural venda/empréstimo de Makukula para Sunderland, Hull ou Stoke city e o empréstimo até Dezembro 2009 de Edcarlos para o Fluminense.

A confirmar-se este cenário conclui-se que a aposta de Miguel Vitor como lateral direito no jogo com o Vitória de Guimarães é para manter e será ele mesmo a segunda opção para o lugar que Maxi Pereira agora ocupa. Nem Seitaridis, nem Belleti, nem mesmo João Pereira (que se falou nalguns media) farão parte do plantel Benfiquista nesta época. Eu apesar de gostar muito de Miguel Vitor e acreditar que se deve apostar na juventude tenho sérias dúvidas se essa é a posição que ele mais gostará de jogar e as capacidades reais do jogador em desempenhar essas funções. No entanto, como tenho por este jogador um carinho especial e porque lhe reconheço talento, capacidades, humildade e a tal mística de formação que teima em não aparecer, dou-lhe o benefício da dúvida. Mesmo estando feliz de saber que as novelas acabaram e que temos praticamente as dispensas fechadas e as contratações definidas, admito que não me importaria de assistir a uma surpresa de última hora para esta importante lacuna do nosso plantel.

No entanto e acreditando nos argumentos do jornal "A Bola" e acreditando no bom senso de Rui Costa é bem provável que o plantel esteja de facto fechado. E que melhor notícia terão os Benfiquistas a três dias de fecho das inscrições? Só mesmo se esse plantel incluir David Suazo. E é mesmo verdade. Suazo assinará um contrato de um ano custando em ordenados cerca de 1,5 milhões de euros (a outra metade ficará a cargo do Inter) e com uma opção de compra que ainda não foi comunicada a media/adeptos ou CMVM.

Tenho aqui dito e repetido que este é o ano zero de uma nova era. Este conceito de ano zero, assenta em duas premissas muito importantes para que deste ano zero se passe com naturalidade para o primeiro ano; Que a equipa técnica não se altere de nenhuma maneira e que 85% dos jogadores se mantenham deste ano para o próximo, especialmente os mais importantes.

Nesta base preocupa-me os empréstimos de Reyes e de Suazo, porque podem passar por aqui um ano e seguir para outras paragens no próximo, não dando continuidade às esperadas boas prestações que todos desejamos que nos ofereçam. O Benfica acautelou-se com a compra de 25% do passe do espanhol e colocando no contrato de empréstimo de Suazo uma cláusula de opção de compra desse jogador, abrindo caminho à compra definitiva, mas também terá que abrir os cordões à bolsa. Tirando estes dois casos parece-me que o Benfica tem a totalidade dos passes dos restantes jogadores e estão realmente lançados os dados para termos a tal equipa de futuro que todos queremos dominadora e vencedora.

No entanto, o que me preocupa agora é que o calendário das nossas provas não nos dá realmente tempo para ter tempo. Amanhã temos o FCPorto, depois quase paramos os treinos para os nossos 10 internacionais (Nuno Gomes, Quim, Carlos Martins, Cardozo, Binya, Maxi Pereira, Suazo, Katsouranis, Luisão e Di Maria) seguirem 10 dias para os seus compromissos com selecções. Depois teremos que jogar em Nápoles a 18/09, em Paços de Ferreira a 21/09, em casa com Sporting a 29/09 e fechar este ciclo recebendo o Nápoles a 2/10. É pouco provável que tudo corra mal neste ciclo infernal que durará um mês, mas estaremos longe da forma ideal tendo em conta tudo o que já por aqui se foi dito - nova equipa técnica, plantel fechado a 30 de Agosto, compromissos de selecções, etc...

Acreditando na sorte, pode ser que o Benfica arranque para uma grande época passando com distinção neste difícil ciclo inicial, mas se temos o azar de ser eliminados na primeira ronda da Taça Uefa, marcamos negativamente toda a restante temporada. Obviamente que eu acredito que tal não sucederá e ainda agradeceremos as receitas de bilheteira e de televisão pois com equipas italianas estes itens são sempre reforçados.

Independentemente do que acontecerá esta época, gostaria de começar a próxima com o plantel definido e sem as manobras desestabilizadoras e ruidosas que este ano ainda se fizeram sentir. Sem o mediatismo de notícias inventadas, de jogadores que usam o Benfica para se promover noutros clubes ou de jornais que usam o Benfica para vender mais uns quantos exemplares.

Quero acreditar que Rui Costa sabe que o futuro do Benfica começa a jogar-se esta época mas continuará realmente a dar frutos na próxima ou na seguinte. Também por isso, se apostou na contratação de jogadores jovens (Urreta, Sydnei), outros experientes mas ainda abaixo dos 30 (Aimar, Reys, Carlos Martins ou Suazo) a que se juntam os da casa Quim, Nuno Gomes, Luisão ou mesmo Katsouranis. Espero que o Benfica possa ter calma e cabeça que permitam não estragar uma vez mais a equipa no início do próximo ano - tenho a certeza absoluta que tal não se verificará.

Independentemente do resultado amanhã, o Benfica e Rui Costa fizeram o milagre de mudar quase tudo no plantel correndo riscos sérios de jogar a parada alta demais e com isso criar as tais expectativas que mal geridas podem deitar tudo a perder. Eu acredito que temos um plantel equilibrado, com soluções de qualidade e com versatilidade que nos dão garantias de boas exibições e melhores resultados. Basta termos paciência e esperar que no dia 2 de Outubro não tenhamos deitado tudo a perder. Obviamente que não...

Força Benfica

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O espertinho do Paulo Bento

Eu não gosto de falar do Sporting, FCPorto ou qualquer outro adversário mas de quando em quando não resisto. Acho que o Paulo Bento esta semana foi um autêntico chico esperto e essa "chica-espertice" passou um pouco dos limites. Disse no anterior post que não gosto de falar das arbitragens e detesto ver jogadores, treinadores ou dirigentes a falar de arbitragens na praça pública.

O Paulo Bento esta semana lançou as suspeitas logo antes de começar o campeonato e depois do jogo com o Trofense voltou a comentar de forma escandalosa a actuação do árbitro e árbitro assistente desse jogo.

Eu lembro que o Trofense parece-me que será a equipa mais fraca do campeonato nacional. Tambem sei que no Estádio da Luz e no estádio da Trofa contra o Benfica vão jogar como se fossem o Chelsea, Real Madrid, Barcelona e Inter (todos juntos) com o objectivo claro de pontuar contra o Benfica. Todos nós já sabemos isso. Também sabemos que no final da primeira parte o resultado era já de 3-0 a favor do Sporting e que aos 60 minutos o árbitro expulsa bem Polga e marca mal uma grande penalidade. Como disse no post anterior quero acreditar que o árbitro (ou árbitro assistente) errou porque é humano e porque na verdade viu mal a posição de Polga e do avançado do Trofense no momento da falta.

Pois bem, o resultado foi de 3-1 e no final Paulo Bento, referiu que depois do que tinha acontecido em Alvalade mais razões tinha para acreditar no que tinha referido na véspera sobre a arbitragem. Eu sei que ele quer ir de "coitadinho" para quando realmente necessitar de ajuda dos árbitros, essa ajuda apareça nos jogos que mais falta lhe fazem.

A estratégia é clara e não é nova. Quem sabe se não está já a pensar nos jogos que terá de defrontar à quarta e quinta jornadas ou na próxima partida em Braga... O que sei é que me parece mesquinho e de baixo nível que alguém ponha em causa a honestidade de um árbitro que comete um erro aceitável (já vimos coisas piores) em Alvalade, aos 60 minutos com o resultado em 3-0 e contra a pior equipa do campeonato (até ver).

Nota-se que o senhor está empenhado em ser campeão usando as mesmas armas que outros utilizam, atacando de ínicio, sob pena de um dia o atacarem a ele por ter sido muito mansinho. Está a entrar no jogo sujo que todos nos habituámos a criticar - eu pelo menos - e não evita usar a máxima que os "fins justificam os meios". Eu não quero saber do que ele pensa sobre as arbitragens mas sei que sou contra todo e qualquer uso da pressão para influenciar árbitros.

Sou contra isto como serei contra de cada vez que algum Benfiquista venha falar de árbitros antes ou depois dos jogos com o objectivo claro de tirar dividendos com essas afirmações no imediato ou no curto prazo. O que Paulo Bento não sabe é que os livros que ele leu, já eu os deitei fora há muitos anos...

Força Benfica

Sem dramatismos, há que ter paciência

Quem entende um pouco de futebol, sabe que a equipa do Benfica está em construção. Quando algo está em construção há orçamentos e prazos, mas no nosso Benfica o orçamento é conhecido, mas o prazo de construção é uma incógnita.

Eu tenho referido por aqui, que iniciar 2009 a dois ou três pontos do primeiro classificado será algo excepcional, mesmo sabendo que a construção da equipa não terminará nesse mês. Ou seja, resumindo e concluindo, começámos mal. É um facto, mas também nada que ponha em causa tudo o que se tem vindo a construir nas passadas semanas. Sei que a equipa tem problemas , que mais uma vez não se cumpriram os timings, expectativas e que toda a gestão de contratações, dispensas e vendas não foi bem planificada.

Tenho aqui chamado a este o nosso ano zero. Neste ano zero, Rui Costa tem margem de manobra e margem de erro (eu pelo menos concedo-lhe essa margem) porque é impossível que alguém que passou a sua vida em balneários aprenda todo o ofício da boa negociação e boa planificação dum departamento de futebol profissional em duas semanas. Ninguém lhe exige isso. O que eu lhe exijo é que assuma os erros deste defeso (essencialmente de timing) e que os corrija de maneira a termos definido a maioria do nosso plantel no primeiro dia de arranque de temporada 09/10.

Este ano foi para se habituar ao que aí vem e para entender que há coisas que melhorar. A sua humildade e inteligência vão ensinar-lhe que afinal tudo faz parte dum processo de aprendizagem. Como a nossa equipa está a aprender. O que se passou em Vila do Conde é mau porque o Benfica tinha que ganhar. Não jogámos com nenhuma equipa do nível do Rio Ave na pré-temporada (excluindo o Estoril no primeiro jogo), logo estávamos super preparados para ganhar este jogo. Assim pensei, e obviamente pensei mal. Não vou escamotear as razões porque perdemos dois pontos no Estádio dos Arcos mas uma delas foi obviamente porque os jogadores outra vez pensaram que mais cedo ou mais tarde ganhavam o jogo sem fazer nada para que isso acontecesse. Quando fizeram algo, como sempre, já era tarde.

Não faz mal... Não há nenhum problema nisto, nem nenhum drama. Como não há drama nenhum com o tal penalti que o árbitro não marcou - que mania temos em culpar o árbitro sempre que as coisas nos correm mal. Eu tenho por norma acreditar que os erros dos árbitros são erros e nao estratégias maquiavélicas para derrubar o nosso Benfica. São erros e como tal, humanos. Eu assim os vejo e não escreverei aqui nada que contrarie esta teoria, a não ser que...

Vem aí o FCPorto e como eu referi no post anterior, com dispensas em aberto, com a pressão de ter que empatar ou ganhar sob pena de ver o FCPorto com cinco pontos à nossa frente, com as contratações de avançado e defesa direito ainda a ocuparem os destaques da imprensa, temos tudo (mal) montado para que as coisas cheguem a ferver a sábado à noite.

Eu acredito neste treinador, acredito nesta equipa, acredito nesta direcção, apesar de todos estes cometerem erros. Como os árbitros cometem, e também não acho que nenhum deles o faz por mal. Acredito que esta equipa se não for alterada de forma dramática nos próximos dois, três anos pode, deve e vai ganhar algo. Agora quem pense que isso vai acontecer no imediato cresça e apareça. É possivel, mas pouco provável.

Como tenho dito e referido várias vezes, depois da razão do comentário há a emoção de ser Benfiquista e a certeza que no sábado ganharemos ao FCPorto. Até vamos agradecer o resultado do Rio Ave porque assim baixou expectativas, alertou para as nossas dificuldades e limitações dando energia e vontade aos nossos jogadores para nos darem a primeira grande alegria do ano. Para chegarmos a 2009 a três pontos do primeiro, devemos ganhar ao FCPorto e acredito que vamos mesmo ganhar. Eu e todos os Benfiquistas, mais ou menos optimistas, mais ou menos realistas, mais ou menos críticos... Esta é a nossa essência e não é por acaso que somos apaixonados pelo Benfica. Porque acreditamos sempre. Sempre, sempre, sempre...

Força Benfica

sábado, 23 de agosto de 2008

Ficas ou Vais Nelsón?

Não entendi a convocatória de Nelson para Vila do Conde, mas depois alguém explicou que afinal Nélson não está ainda oficialmente vendido, apesar de existirem negociações.

Como tenho dito antes, já só espero pelo final do mês para que todas estas novelas parem de vez. Como dizia Nuno Gomes o ano passado em Matosinhos no final do jogo com o Leixões da primeira jornada, precisamos de tranquilidade e de relaxar ideias para focar no (muito) trabalho que o Benfica tem pela frente.

No entanto, espero que este negócio não aborte, pelo menos nos valores que estão em todos os jornais de hoje, apesar de Quique Flores ser peremptório em afirmar que pensa "em Nelson como jogador do Benfica". Ai estes bluffs, estes bluffs...

Entretanto, que o Benfica tenha arte e engenho para trazer os 3 pontos de Vila do Conde.

Força Benfica

Fechamos o ciclo Olímpico com a medalha de Ouro para Di Maria

A Argentina é a nova campeã Olímpica de futebol depois de bater a Nigéria há poucos minutos com um golo solitário de Di Maria. E que golo de Di Maria... Fez um torneio olímpico maravilhoso e depois do título de campeão do mundo sub20, junta agora um título olímpico ao seu curto mas dourado curriculum.

Pela primeira vez em muitos anos temos um jogador jovem como coqueluche internacional e com holofotes apontados a ele e ao Benfica. Será indispensável que o Benfica o guarde por esta época e por outra e por outra se possível. Não faz sentido que o Benfica queira recuperar o prestígio de outros anos e quando acerta num jovem jogador de categoria acima da média o queira vender para um dos gigantes europeus. Para mim não pode sequer pensar nisso e é bom que ninguém ouse pensar nisso na nossa SAD.

É imprescindível que Di Maria fique no Benfica e ajude o Benfica a ganhar os títulos que nos fogem há muitos anos.

Parabéns Di Maria.

Força Benfica

Os tradicionais acertos de última hora

O Benfica acaba de vender Nélson ao Bétis de Sevilha por cinco milhões de euros, ficando ainda com mais 20% duma futura venda do passe do jogador. Parece-me bom negócio e entendo que tenha sido irrecusável para o nosso clube e para o jogador que vê melhorado "muito, mas mesmo muito" o seu ordenado segundo palavras do jornal "A Bola".

Tendo em conta este cenário, penso que não se podia fazer nada mais que vender, apesar da necessidade imediata de contratar um novo defesa direito. Maxi Pereira e Miguel Vitor adaptado, não serão suficientes para fazer face aos objectivos duma época longa e com várias frentes.

Nestas alturas lembro-me das frases típicas das pré épocas, onde se fala do espírito de grupo, de preparação física adequada às necessidades desse grupo e do calendário que teremos pela frente, do entrosamento que se quer eficaz no inicio da época; depois de todas estas verdades vendemos Nelson a um dia do inicio de época, ficando com apenas uma semana para arranjar uma alternativa que obviamente não vai ter tempo para assimilar nenhuma das características de pré-época. Por estas e por outras, dizem os entendidos que as contratações fazem-se no início do ano e não no final de pré-época ou no mercado de inverno.

Fala-se de Belleti do Chelsea, que seria uma boa hipótese, mas também se fala de um possível empréstimo de Binya para o Santander, duma possível venda de Makukula para Inglaterra e até de uma possível saída de Nuno Gomes se fala de quando em quando. Penso que tudo isto deveria estar fechado antes da época se iniciar (repeti isto dezenas de vezes já...), mas como não foi possível, o que sei é que não se devia trazer esses temas em semana de clássico com o FCPorto. Pois ao contrário do que se deve fazer, parece-me que até ao apito inicial do jogo com o FCPorto vamos ainda estar a falar de dispensas, vendas e contratações.

Não será o cenário ideal mas será o cenário real. Temos de entender e esperar que o dia 31 de Agosto traga a calma que necessitamos para preparar tudo com o plantel fechado - pelo menos até Dezembro. Devia fechar-se já e já é tarde...

Força Benfica

Quem pediu uma trapalhada?

Estamos a 48 horas do inicio do nosso campeonato, e soubemos hoje que afinal uma das nossas contratações mais sonantes não pode jogar em Vila do Conde no próximo domingo.

O certificado internacional de Reyes não chegou a tempo à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e como consequência desse atraso, Reyes não pode ser inscrito para a primeira jornada desta Liga, aguardando pelo próximo jogo com o FCPorto onde já poderá jogar.

Eu tenho de admitir que independentemente de quem seja a culpa acho isto inadmissível. Aliás a palavra inadmissível é simpática porque num clube organizado, que quer transparecer uma imagem de credibilidade e altamente profissionalizado em todos os sectores, não pode deixar que isto aconteça.

É vergonhoso para o departamento de futebol , departamento legal ou direcção, que um jogador seja apresentado há duas semanas e só no último dia à ultima hora se coloque o certificado internacional na FPF. Para uma estrutura que acorda e deita-se a pensar no Benfica estes pormenores são exactamente aqueles que me fazem acreditar que nada mudou. Como é possível que isto aconteça? Como é possível que alguém que ganha dinheiro do Benfica para servir o Benfica pode cometer erros destes?

Diz-se n' "A Bola" de hoje que a razão tem a ver com dívidas do Atlético de Madrid e por essa razão o passe não pode ser enviado antes. Para mim, tudo isso são desculpas de quem não soube acautelar e gerir um dossier que tem de ser prioritário. Todos os problemas na vida se resolvem com maior ou menor dificuldade e Madrid, fica aqui ao lado. Eu não quero acreditar que na segunda feira, quando se estava a entrar na última semana antes do jogo com o Rio Ave, alguém do nosso departamento de futebol não tenha colocado um Post It gigante com a frase : "INSCREVER REYES".

Não consigo entender. E não me vão explicar, porque como disse antes, se há problemas resolvem-se e não se esperam que alguém os resolva por nós, porque quando isto acontece normalmente podemos ter problemas. Pois eu penso que foi isso que aconteceu. Alguém pensou que o problema se resolveria a tempo e no final da semana, por minutos ou por horas o certificado internacional não chegou e Reyes fica de fora.

Se isto acontecesse numa associação desportiva amadora, onde os seus dirigentes dividem o trabalho no escritório onde ganham o seu ordenado e a carolice de Amor ao seu clube eu até entenderia. No Benfica de 1956 eu até entenderia. No Benfica de 2008 não entendo, não desculpo e se alguém gerisse o Futebol à antiga hoje rolariam cabeças. Não podia ser de outra forma porque a incompetência tem de ser punida independentemente de amizades e porque o Benfica está acima disso tudo. Servir o Benfica tem de significar dar 100% e só 100% é suficiente e admissível. Por isso temos mandatos curtos em termos directivos (3 anos) e temos profissionais que quando são contratados deverão deixar tudo no clube. Repito, que independentemente das justificações que aparecerão nos media nos próximos dias (com maior ou menos importância dependendo do resultado em Vila do Conde), eu acho inadmissível que Quique Flores tenha treinado a contar com Reyes toda uma semana e que no final do treino de hoje lhe tenham comunicado que afinal Reyes não podia jogar. Assim não vamos lá.

Eu tento ver sempre algo de positivo em coisas menos positivas, mas neste caso específico não consigo ver absolutamente nada que possa reter como positivo neste caso. Muito Mau.

Força Benfica

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Alguém falou em Euforia?

Tenho lido na imprensa/blogosfera e contactado com muitos Benfiquistas que estão eufóricos com a pré-época do Benfica, com a equipa técnica, com o Rui Costa e com as sonantes contratações que fomos acompanhando neste defeso.

Compreendo esta euforia mas eu sou dos que defendo (e sempre defendi) que ficando a 20 pontos do FCPorto na época passada, tudo o que fosse iniciar este ano baixando expectativas só nos poderia ser útil ao longo da época. A verdade é que não estamos na pole position e por mais que possa custar a muitos Benfiquistas, penso que saímos exactamente donde terminámos a época passada.

Não é difícil de entender que FCPorto, Sporting e quem sabe até mesmo Guimarães, têm todas as condições para arrancar melhor que o Benfica. Não quer dizer que assim o façam, mas a verdade é que com mesmas direcções técnicas, sem saídas importantes (até ver), com plantéis equilibrados sem grandes alterações e com reforços estratégicos que tornam essas equipas mais fortes, parece-me que vamos arrancar um pouquinho atrás de todos estes adversários.

No Benfica, temos um novo director desportivo, toda uma equipa técnica nova, muitos novos jogadores, muitas saídas e obviamente falta de tempo para preparar tudo como "mandam os livros".

O que temos hoje, no dia em que se inicia o campeonato, é ainda uma equipa a fazer manchetes com reforços, e sem as dispensas todas fechadas. É inacreditável, penso que mesmo para Rui Costa, que o nosso director desportivo tenha afirmado que gostaria de ter a maioria do plantel fechado no dia 7 de Julho aquando da sua apresentação. Estamos na semana de arranque e Luís Garcia ainda é hipótese, Suazo também, e nas dispensas, Edcarlos, Binya, Nelsón e Makukula ainda estão numa corda bamba longa demais para quem quer iniciar o campeonato sem "casos". No meio de tudo isto penso que Di Maria não chega a ser um desses casos (mal seria...), mas apesar disso os jornais não param de falar na hipótese Real Madrid, caso Robinho mude para os ares londrinos do Chelsea. Vale o que vale...

Isto tudo para concluir que estamos longe de estar prontos para este dificílimo início de campeonato e não compreendo realisticamente a euforia à volta da equipa. O realismo obriga-nos a ser confiantes, optimistas (não há nenhum jogo, contra qualquer adversário, em qualquer situação que eu não acredite que o Benfica possa ganhar), mas também prudentes.

Disse aqui no blog há umas semanas que iniciar o ano 2009 com 2 ou 3 pontos atrás do primeiro classificado seria algo muito positivo. Hoje escrevo-o novamente e sei que para chegar a esse objectivo temos que encarar cada jogo como uma final. Esta máxima é um cliché que ouvimos todos os anos, mas penso que nesta época este cliché faz ainda mais sentido. Temos um início complicado, mas sabemos que tirando os jogos em casa com FCPorto e Sporting, bem como a ida a Guimarães, somos muito superiores a todos os adversários que nos defrontam nas primeiras 10 jornadas, a começar já pelo Rio Ave.

Só há uma maneira de recuperar o tempo perdido, e de minimizar os percalços que mais uma vez fazem com que esta época inicie sem o nosso plantel definido. Tudo se resume a atitude competitiva. A nossa equipa terá de lutar mais e brilhar menos, para atingir as vitórias que nos permitirão ter tempo para "dar tempo ao tempo".

Não há outra forma. Com um inicio de campeonato mau, tudo será ainda mais complicado. Com um inicio de campeonato forte e com uma vitória em Vila do Conde, damos um passo decisivo para uma tranquilidade que já vai ser abalada pelo simples facto de o adversário seguinte ser o FCPorto.

Com este contexto, ser eufórico não faz nenhum sentido. Temos claramente que meter toda a pressão em cima de quem a tem que ter neste inicio de época - FCPorto e Sporting - e aqui, parece-me estranho que todos os jogadores e equipa técnica apenas refiram FCPorto e raramente (ou terá sido mesmo nunca?) apontem o Sporting como grande favorito à conquista do campeonato.

Obviamente que sendo o maior clube nacional temos sempre que ganhar e lutar para ganhar, mas um título em 15 anos obriga-nos a ser prudentes e baixar falsas euforias. Hoje, estamos num ano zero de algo que nos vai levar seguramente ao título nos próximos anos. Não tenho dúvidas. Mas nunca vamos correr sozinhos e a nossa ajuda como adeptos e parte integrante deste Benfica, passa no imediato por termos paciência e sabermos que muito provavelmente esse título pode não chegar este ano.

Eu acredito sempre. Sempre acreditei no Benfica e assim será. Espero que a equipa possa retribuir com trabalho, atitude (como o fez e bem com Feyenoord e a espaços com o Inter) e se cada semana se comprometer a diminuir distâncias para quem neste momento parte na linha da frente, já me darei por satisfeito. Porque não nos iludamos, na alta competição as coisas não acontecem por acaso e os milagres não acontecem mais que uma ou outra vez, num ou noutro jogo. Hoje, temos que encurtar distâncias, porque é exactamente isso que se trata quando se fala da primeira jornada do campeonato 08/09.

Todos sabemos que na primeira curva duma corrida de Fórmula 1, o quarto da pole position pode passar para a a frente, desde que os primeiros três arranquem mal. No entanto, se o quarto arrancar mal dificilmente lá chegará, tendo que correr muito mais durante o resto da corrida. Não sendo tão dramático como a metáfora automobilística, penso que arrancar bem será fundamental para definir o sucesso deste campeonato. Aproveitar as primeiras 10 jornadas para não derrapar assim tanto, e esperar que a primeira curva seja nossa.

É muito importante que a primeira curva seja nossa e que o Benfica facilite o que muitas vezes por culpa própria vem complicando. Há jogos difíceis que se resolvem de forma fácil se desde o primeiro minuto se jogar no limite. Nesses dias, aplaudiremos, celebraremos, mas não devemos em nenhum momento da época, entrar em falsas euforias que só nos prejudicarão. A nós adeptos, e à equipa que tanto apoiamos. Sem euforias, com os pés bem assentes no chão, Eu Acredito!

Força Benfica

Já merecíamos o Ouro

Nelson Évora é um campeão, da mesma maneira que Vanessa Fernandes é uma campeã. Com Ouro ou com Prata, sabemos que qualquer um destes atletas está predestinado a grandes feitos e só esperamos que os possam conseguir durante muitos anos, de águia ao peito.

Será muito bom no próximo dia 30 de Agosto, ver o estádio (desejavelmente) cheio para aplaudir os nossos campeões olímpicos nacionais que juntamente com Di Maria farão qualquer um de nós muito Orgulhoso.

É isso que sentimos quando se fala de Medalhas nos Jogos Olímpicos e mais ainda se essas medalhas vêem de nossos atletas. Garantimos três medalhas nos jogos com atletas que diariamente ostentam os nossos emblemas nas suas camisolas. Parabéns a todos eles e a quem continua a defender o Ecletismo como parte integrante dum projecto que não nos podemos alhear.

Força Benfica

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Primeira vitória na Volta

Eu sou a favor dum Benfica com o maior número possível de modalidades, em vários escalões e nos géneros femininos e masculinos.

É assim que eu vejo o Benfica, e este Ecletismo é algo que sempre nos caracterizou. Apesar de ter sido descaracterizado com várias direcções, voltámos a competir em várias modalidades, em vários escalões e nalguns casos nos géneros masculinos e femininos.

Todo este rejuvenescimento das modalidades, é fruto de muito trabalho directivo que soube criar as condições para que o Benfica dê a marca e que cada secção tenha autonomia de gestão, desde que não dê prejuízo ao clube. O facto de todos os meses pagar a quota modalidades (apelo a quem tenha possibilidades financeiras de o fazer, para se associar a essa quota porque a julgar pela honestidade da nossa direcção e a fazer fé nos relatórios de contas, esse dinheiro é mesmo aplicado onde é mais necessário) faz com que a minha consciência esteja tranquila sabendo que também eu individualmente contribuo para as modalidades que mais necessitam do nosso apoio.

O ciclismo foi em tempos "um palco" de grandes rivalidades entre os grandes de Lisboa (e também com o FCPorto) e há quem defenda que ainda antes das guerras do futebol já se definiam muitas vezes preferências clubísticas através do ciclismo. O facto de termos a grande roda de bicicleta no nosso símbolo devia fazer com que este desporto fosse sempre obrigatório e competitivo porque faz parte da essência do nascimento do nosso Glorioso. Por isto , e não só, eu sempre fui a favor do ciclismo no Benfica, e mesmo com um esquema de quase franchising da marca Benfica a verdade é que o Benfica tem ciclismo e fazem falta os outros grandes neste circo.

Este ano o Benfica apostou forte com José Azevedo, Ruben Plaza e a grande contratação Cândido Barbosa - Português acarinhado pela generalidade dos compatriotas na missão de ganhar etapas ao contingente estrangeiro da prova - para a vitória na Volta a Portugal.

A verdade é que hoje o Benfica consegue pela primeira vez este ano uma vitória na sexta etapa da Volta a Portugal em bicicleta. Para Cândido Barbosa representa a sua centésima vitória em provas oficiais e não deixa de ser simbólico que o consiga de águia e roda de bicicleta ao peito.

Para o Benfica em termos de classificação geral, as coisas não têm corrido tão bem. O facto de termos Ruben Plaza no quarto lugar a 3.58m e Cândido Barbosa em nono lugar a 5.20m do camisola amarela fazem-nos acreditar que a tarefa de ganhar a volta em termos individuais é algo que se adivinha de muito complicado apesar de possível. O grande problema é que a equipa Liberty Seguros tem quatro ciclistas nos seis primeiros lugares e é obviamente a equipa líder da Volta.

Para quem investiu tanto nesta volta, a perspectiva de não vencer individualmente ou por equipas não deixará de ser uma desilusão, mas acredito que ainda falta muita corrida e que tudo pode estar em aberto, apesar das inúmeras dificuldades.

Para mim, o Benfica deverá ser competitivo em todas as modalidades. No ciclismo é obviamente uma equipa competitiva e mesmo que não se atinjam os objectivos nesta Volta, é incontornável que deveremos sempre continuar a respeitar o símbolo e a roda de bicicleta que cada dia nos lembram que deveremos ter sempre este desporto como prioritário. Doa a quem doer.

Força Benfica

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Teremos um novo menino de Ouro?

Di Maria acaba de se apurar para a final do torneio olímpico de futebol depois duma vitória Argentina por 3-0, sobre o Brasil nas meias finais da competição olímpica.

Esta boa prestação Argentina muito se deve ao seu forte ataque que conseguiu marcar três golos à defesa menos batida de todo o torneio - o Brasil não tinha nenhum golo sofrido até este jogo - não sendo de todo alheio o facto de nesse ataque ter Aguero, Riquelme, Messi e Di Maria.

Di Maria foi contratado o ano passado sem férias, depois de um bom mundial sub20 que tinha ganho com a Argentina nesse verão. Passou por uma fase de adaptação normal e este ano com os tais "40 dias" de férias, que o seu pai afirma terem sido decisivos para esta boa forma no torneio olímpico, ganhou a titularidade nesta equipa "semi-galáctica".

Para o nosso Benfica é muito importante que se comece a apostar de forma constante e paciente em jovens que possam crescer, madurar e depois desfrutar desse trabalho de paciência no nosso clube e não apenas para gerar mais valias em futuras vendas.

Este ano espera-se de Di Maria que seja o ano da sua afirmação na nossa equipa, mesmo que isso signifique que não seja titular em muitos jogos. Não há nenhum problema se não conseguir a titularidade. No inicio terá que se adaptar a novos colegas, visto que está na selecção há várias semanas, mas sinto que pode realmente ter muitos minutos durante a época.

Com Reyes, Urreta e Di Maria o Benfica fica com um ataque "à esquerda" forte e penso que todos terão hipóteses de jogar. No entanto, acredito que Di Maria deve utilizar esta época como "parte integrante da sua fase de crescimento". É um jogador de qualidade, com talento e com aquilo que se denomina na gíria como "margem de progressão". E neste particular, Quique Flores e a sua equipa terão uma palavra decisiva em fazer que esta época seja fundamental neste crescimento.

Só espero que depois do ano não queira futuros voos, porque como disse antes, o Benfica não pode estar sempre a vender quando devia pensar mais em desfrutar da qualidade desses novos jogadores.

No imediato, que se torne o nosso menino de Ouro, e que junte ao título de campeão sub20 a medalha que todos desejamos neste fim de semana. Já temos a prata da Vanessa, e esperamos ainda "qualquer coisa" do Nelson Évora a juntar a ouro/prata de Di Maria.

Força Benfica

Sem papas na língua

A Vanessa tem 22 anos e é hoje a nossa maior atleta. Porque ganha muitas vezes em competição e porque tem aquele lado crítico, opinativo e muito determinado. Sei exactamente do que estou a falar porque já assisti a várias situações que provam exactamente o que aqui escrevo. E isso é determinante para um atleta deste calibre - a Personalidade, a Determinação e a capacidade de Sofrimento. Ela tem estas características com nota alta e comporta-se fora da competição com uma humildade própria dos grandes campeões. Por todas estas razões, a Vanessa é muito Grande. Representa este Novo Portugal competitivo, que alia o trabalho ao talento e sempre com muita vontade de ganhar.

Depois da sua medalha de Prata, Vanessa Fernandes colocou o dedo na ferida dizendo o que muitos pensam, mas não ousam falar:

«A alta competição não é brincadeira nenhuma. Não é fazer meia dúzia de provas, andar a receber uma bolsa e está feito. Muitos não vêem bem a realidade das coisas. Não têm a noção do que isto significa. Se calhar por termos facilidades a mais».

«Nunca na vida vinha para aqui para viajar e ver os Jogos. Para isso não vinha. Há pessoas a quem lhes é igual ficar em 50º ou 20º ou o que quer que seja. Nunca pensaria assim. Até ficava desiludida se pensasse dessa maneira. Os resultados é que me dão ambição para fazer melhor para a próxima. E nunca estou satisfeita».

«É como um trabalho. Tem de ser feito. Devemos trabalhar para o que fazemos, no meu caso o triatlo. Há dificuldades em Portugal em entender isso. Na alta competição deve haver objectivos concretos, pessoas em quem confiar a 100 por cento e nunca fazer as coisas só por si próprias. Ter sempre uma boa equipa, saber o que se quer, onde se está e o que significa alta competição».

Estas palavras são absolutamente certeiras e ditas pela única pessoa medalhada - esperamos que Gustavo Lima na vela e Nelson Évora possam repetir este feito, sabendo que Naide Gomes acaba agora mesmo de ser eliminada na primeira ronda do salto em comprimento - numa altura que tem todos os olhos nacionais focados na sua figura.

É um grito de alerta, de quem aos 22 anos sabe que tem a vida à sua frente. Ser campeão olímpico é o grande objectivo de um atleta, e ela vai consegui-lo porque os grandes campeões aliam o tal talento que referi há pouco à paciência, que é determinante para atingir objectivos.

Obviamente que todos queríamos o Ouro, mas sabemos que esta Prata tem o cariz de nos educar a gerirmos as nossas expectativas e a pressão que (não) devemos colocar nos atletas que mais gostamos. Um dia esse Ouro será real. Hoje, a Prata fica-lhe bem e apesar de não gostar nada de misturar Benfica com selecção (porque nos Jogos Olímpicos todos têm PORTUGAL nas camisolas) é um motivo de orgulho enorme para todos os Benfiquistas.

Desejo que tenha muitos anos de sucesso com a águia e a roda de bicicleta ao peito, lembrando que este ano esses símbolos têm representação real ao mais alto nível no Glorioso - a águia vitória no Estádio da Luz, a Vanessa no Triatlo e a equipa de ciclismo na Volta a Portugal.

Parabéns Vanessa. Por tudo o que tens feito e vais fazer na tua carreira, pela inspiração que és para todos os jovens que no triatlo, na corrida, na natação ou no ciclismo te vão ter como referência e pela maneira limpa que defendes as tuas ideias e os teus resultados - como se viu pelo fair play na hora da Prata para com a Australiana Campeã Olímpica.

És muito Grande.

"Tenho que pôr a pressão fora da minha cabeça. Esqueço todas as Taças que ganhei no Passado. Ignoro todas as expectativas para o futuro. E nado, pedalo e corro..." Vanessa Fernandes





Força Benfica e Força Nelson


domingo, 17 de agosto de 2008

As certezas de Cristian Rodriguez

"Admirava o FC Porto porque ganha sempre." Cristian Rodriguez, 12 de Julho 2008.

Alguém que diga ao senhor Cristian Rodriguez que na brilhante época 07/08, o FCPorto perdeu a Supertaça e Taça de Portugal para o Sporting, foi eliminado da Taça da Liga pelo Fátima na primeira ronda e da Champions League nos quartos de final pelo Shalke 04, depois de ter perdido para a mesma competição de forma volumosa com o Liverpool por 4-1.

O "nunca" e o "sempre" são na maioria das vezes expressões perigosas pois ou são realmente confirmadas ou tornam-se expressões populares/orais que na verdade significam "quase sempre" ou "quase nunca".

O FCPorto acaba de perder a primeira Taça do ano - Super Taça 08/09 - e Cristian Rodriguez começou a entender que afinal o "sempre" que utilizou no dia 12 de Julho, foi despropositado, ridículo e proferido de forma extemporânea.

Obviamente que o FCPorto não ganha sempre e esta época não foge à regra. O que talvez dê que pensar ao jovem Uruguaio é que depois de ter "ajudado" a "quase descer" o Paris Saint Germain e depois de ter "ajudado" o Benfica a ter uma das piores classificações de sempre, já "ajudou" o FCPorto a perder o jogo de apresentação aos sócios contra o Celtic de Glasgow e "ajudou" igualmente na derrota contra o Sporting na Supertaça.

Estás em Grande , Cristianinho. Estás, estás... Que assim continues e que te vás dando por satisfeito ao "ganhar sempre o ordenadinho que demoraste 5 minutos a aceitar".

Força Benfica

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Primeira Convocatória de Queiroz

Carlos Queiroz faz primeira convocatória para jogo de preparação com Ilhas Faroé e coloca três Benfiquistas nessa convocatória. Tendo em conta que escrevi aqui há alguns dias que desejava ver mais Portugueses no plantel principal do Benfica (até ver mantemos nove jogadores), é bom saber que um terço desses jogadores vai à nossa selecção - Quim, Carlos Martins e Nuno Gomes.

Vale o que vale, até porque é a primeira convocatória e para um jogo particular com uma selecção de segundo plano, mas não deixa de ser um facto interessante.

Tirando o Chelsea que dá quatro jogadores, o Benfica é o clube nacional com mais convocados, seguindo-se FCPorto com dois - Bruno Alves e Raul Meireles, e onze equipas com apenas um convocado.

Força Benfica

Marketing vs Estética

Terminei o meu último post inventando um possível logotipo nas redes do Estádio da Luz. Nesse momento, não pude deixar de voltar a pensar na maneira como o Marketing se utiliza do Benfica, de forma algo duvidosa.

Todos nós, tendo em conta os tempos que correm, somos pessoas de Marketing. No nosso trabalho, como consumidores, como pessoas atentas ao que se passa no mundo global e capitalista, temos noções básicas de como esse mundo do Marketing se movimenta. Eu tenho por esta área uma especial predilecção e não raras vezes dou por mim a pensar em como o Marketing pode ajudar o Benfica sem perdermos com isso nenhuma da nossa identidade.

Acho que esta direcção tem feito um trabalho notável neste particular, sem comparação com nenhuma outra direcção do nosso clube e sem qualquer comparação com qualquer outro clube nacional. Os patrocínios das bancadas, dos pavilhões, das piscinas, do centro de estágio, das modalidades, das camadas jovens, na ocupação dos nossos espaços comerciais, na optimização global das nossas receitas, no aumento das receitas do merchandising, etc... Todo este item tem sido na minha opinião, trabalhado de forma superior.

No entanto, há coisas que o marketing exagera... Isto vem a propósito do azul tmn que mancha de forma devastadora a minha camisola oficial do Benfica. Digo minha, porque é a que está diante de mim, mas muitos dos que lêem podem olhar para a vossa e meditar no que vou escrever de seguida.

A estética é algo que está também ligada ao futebol e ao marketing. Aliás o design evoluiu muitíssimo nos últimos anos pela força do Marketing dos nossos dias e pela inovação que todos queremos/exigimos ao nível dos produtos e depois ao nível da comunicação desses mesmos produtos.

Todos sabemos que a Imagem Corporativa da marca de telefones que nos patrocina este ano tem esse azul tmn muito marcado em todas as campanhas de marketing dessa marca. Também sei que essa marca ao mudar de logotipo há pouco tempo, quer interiorizar essa mudança nas cabeças de todos os consumidores e o futebol será obviamente uma grande ajuda. Isto é facilmente entendido por todos nós que gostamos do fenómeno desportivo e o compreendemos também à luz do marketing.

No entanto e sabendo que o marketing é muito importante para as receitas dos clubes, não nos podemos esquecer que os clientes do Benfica são-no ainda mais importantes. Todos (repito todos) os Benfiquistas que conheço acham abominável o rectângulo azul bébé com a marca branca tmn no centro da nossa camisola encarnada. Isto é a pura verdade mas já agora agradecia que o primeiro Benfiquista que ache que esta camisola com este anúncio é esteticamente bonita, por favor apresente-se...

As marcas têm agências de publicidade que lhes tratam de arranjar várias formas de aplicar o seu logotipo em vários formatos, de várias maneiras, com manuais de utilização muito restritos. Acredito que o manual indica que a TMN não poderá utilizar o seu logo em branco sob fundo encarnado, como seria desejável, sob nenhuma condição. Tudo bem.

No entanto, a marca que está a ser utilizada no centro do nosso equipamento não é maior que a marca que temos nesta mesma camisola com uma águia bordada e com uma roda de bicicleta por baixo. Ou seja, a TMN paga para estar na nossa camisola porque acha que isso lhe traz vantagens e o Benfica aceita ter essa marca nas suas camisolas, a troco de alguns milhões, mas deveria fazer prevalecer a ideia que isso não pode acontecer de qualquer maneira.

A ligação do Benfica à PT é antiga e será duradoura, pois o contrato prevê mais alguns anos. Acredito que a direcção de marketing do Benfica, por serem pessoas de bom gosto, não gostam de ver o tal azul tmn no centro das nossas camisolas. Acredito que alguns dos designers da TMN serão Benfiquistas e também não gostam de ver essa mancha azul da sua marca TMN na camisola do seu Glorioso, acredito que alguns dos administradores da TMN serão também Benfiquistas e obviamente não gostam deste uso abusivo do azul tmn no nosso equipamento encarnado. Posto isto, a quem realmente serve este logotipo azul estampado nas nossas camisolas?

Serve à marca. Sim serve à marca, mas a marca não é algo tangível, apesar de ter um posicionamento que muitas das vezes tem características humanas. A marca tem clientes, como o Benfica tem clientes, adeptos, simpatizantes, sócios. A maioria dos clientes TMN são Benfiquistas a fazer fé nas estatísticas matemáticas e esses clientes não estão contentes com a tal mancha azul tmn na frente das suas camisolas. Os Benfiquistas que têm outras operadoras também não estão contentes com o azul tmn na camisola encarnada do Glorioso; a Adidas seguramente não está contente porque quando desenhou a camisola com encarnado, preto e branco não contaria com o tal azul tmn a manchar drasticamente a estética do seu design. Então afinal a quem serve esta mancha? Serve a marca. Ok, serve a marca. Já entendi.

Mas se os clientes não gostam, se o Benfica não gosta, se a Adidas não gosta, mas a marca exige que assim seja, porque é que o Benfica, Adidas e TMN não procuraram alternativas que esteticamente pudessem corresponder ao agrado de todos - Benfica, sócios e simpatizantes Benfiquistas, TMN e Adidas?

O BES que está presente na parte de trás da nossa camisola tem toda a sua Imagem centrada em vários tons de verde. Essa é a sua Imagem corporativa, mas na camisola do Glorioso versão 08/09 aparece imprimida em branco com fundo encarnado. Parece-me bem. Parece-me inteligente que alguém tenha pensado na estética, pois a estética tem uma ligação fortíssima ao marketing e aos efeitos desse marketing na opinião das pessoas.

Tenho a camisola do Benfica à minha frente e depois de tentar interiorizar estes conceitos e tentar ser imparcial deixando que as marcas façam o seu trabalho subliminar concluo que simpatizo com o Bes e detesto a TMN. É este o resultado prático da acção de marketing BES e TMN num cliente Benfiquista. Provavelmente serei o único, mas cada um sabe de si...

Força Benfica

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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

As redes negras têm importância?

Esta semana soubemos que o treinador Quique Flores tem preferência pela utilização de redes negras nos jogos que o Benfica dispute no Estádio da Luz.

Trata-de uma preferência a meio caminho entre o "supersticioso" e o "mais eficaz" porque segundo rezam as crónicas o treinador pensa que assim os nossos atacantes têm um alvo mais destacado para donde bem rematar (eu acrescento à expressão os nossos atacantes, "os nossos adversários" que também terão esse alvo destacado) e ao mesmo tempo inicia as hostilidades num campo que é bastante caro ao nosso treinador - o campo supersticioso.

Já tinha ouvido algumas histórias sobre o tal lado supersticioso de Quique Flores, mas sempre pensei que esse lado mais místico fosse algo pessoal e pouco transmissível, como aliás é apanágio das superstições futebolísticas - cada um tem a sua. Pois parece que Quique tem várias superstições e algumas delas colectivas, como a mania de ter redes negras nos estádios das equipas que treina.

Eu não tenho nada contra as redes negras, mas segundo se diz no jornal "A Bola", o Benfica nunca teve redes negras nas balizas de qualquer um dos nossos estádios. Há teorias que contrariam esta notícia e porque eu não tenho a verdade absoluta sobre essa matéria, considerarei apenas que na grande maioria dos nossos 104 anos de História, o Benfica não teve redes negras nos nossos estádios.

Posto isto, parece-me legítimo perguntar porque raio Quique Flores quer impor ao nosso Glorioso algo que durante mais de um centenário não se ousou tocar?

A resposta está dada acima - por questões práticas de foco no alvo e por razões supersticiosas - mas o que temos que perguntar neste momento é sob que razão superior Rui Costa como director desportivo da área do futebol ou Luís Filipe Vieira como Presidente do Clube e da SAD, autorizaram a que se quebrasse uma das tradições que aparentemente sempre foi mantida no Estádio da Luz? As redes brancas fazem parte do Estádio da Luz como parte integrante da Mística que tantos de nós defendemos? Sim e não. Sim, porque na verdade várias gerações assim se habituaram a ver as redes brancas; Não, porque a tradição já não é o que era.

Eu, confrontado com esta questão e pondo-me no lugar de Rui Costa ou de Luís Filipe Vieira e colocando-me hipoteticamente com a suposta decisão de autorizar ou não autorizar as novas redes negras, sinto-me numa primeira análise indeciso. Balanço entre o classicismo das redes brancas e o tradicionalismo evolutivo que me permite manter e lutar por uma tradição, sem que essa tradição me tire o foco no presente e na normal evolução de ideias e de conceitos.

Em tempos idos achei ridículo que o técnico Tomislav Ivic tenha obrigado a nossa direcção de então a retirar alguns metros ao nosso relvado, pois assim, os nossos jogadores habituavam-se a jogar em espaços reduzidos, e quando defrontassem fora do Estádio da Luz equipas com campos mais pequenos, teriam facilidade em fazer prevalecer o nosso futebol. A direcção de então aprovou a ideia e todos sabemos com que resultados (negativos). Depois de alguns jogos, o Benfica voltou ao seu terreno normal de jogo com as medidas do nosso relvado a serem novamente aumentadas. Se esta medida do Ivic tivesse resultado, obviamente que ficaríamos com a teimosia do Tomislav até ao fim do campeonato.

E isto leva-me à verdadeira questão no que toca às redes negras ou redes brancas. Num ano em que tudo correu mal - eu acrescento numa década e meia em que quase tudo correu mal - o Benfica está numa altura de transformações de fundo, em toda a sua lógica de gestão do Futebol. Rui Costa acredita que neste ano zero das suas novas funções está a preparar o Benfica para ganhar durante muitos anos. A sua expectativa é contrariar a tendência de queda absoluta e tentar ganhar vários campeonatos nos próximos 10 anos.

Neste conceito de "mudar tudo" ou quase tudo, o detalhe das redes negras é algo ínfimo que Rui Costa ou Luis Filipe Vieira nem meditaram assim tanto, antes de aceitar a proposta de Quique Flores. A verdade é que eu sou dos que aceito e promovo a tradição, os valores que levaram o Benfica ao estatuto de Glorioso, mas não sou fechado a alterações que não descaracterizando os nossos ideais possam melhorar a nossa performance. E neste particular, entra a superstição tão própria do mundo do futebol.

Eu venho da escola racional. Sou muito racional em tudo o que faço na minha vida. No entanto, sei que no futebol o racional tem limites e a superstição tem espaço de manobra. Penso que eu, e todos os grandes apaixonados do Benfica, temos as nossas pequenas superstições. Eu tenho e assumo. Gosto de usar encarnado em dias de jogo. Não gosto de repetir peças de roupa encarnadas que tenham perdido/empatado jogos (como sabemos, no Benfica, empate é derrota). As superstições podem ser mínimas, como podem ter intrínsecas algo de bastante maior, quase que a sugerir algo mais ridículo que prático. Parece que Quique Flores leva mesmo a sério as suas superstições e Rui Costa como Homem do futebol sabe que essas crenças devem ser levadas a sério. Nesse sentido, achou (e bem) que não seria por esta razão que lhe pediriam a cabeça, até porque com redes amarelas, encarnadas, brancas ou negras o que todos queremos é ganhar.

Se ganharmos, as redes serão fantásticas e se perdermos as redes podem ainda vir a ter culpa. Como qualquer bom supersticioso, Quique Flores não gostará de repetir fórmulas perdedoras, o que talvez signifique que no fundo, as redes negras estão a teste. Ganhando o Feyenoord e hipoteticamente ganhando contra o Inter, testámos devidamente a indumentária das redes para o primeiro grande derby contra FCPorto. Perdendo contra Inter e FCPorto (que não acontecerá) as redes brancas terão hipóteses de voltar? Eu diria que eventualmente, "Sim têm". Ou talvez não, porque no Getafe e no Valência, independentemente de derrotas ou vitórias, Quique Flores manteve as redes negras durante todo o campeonato.

Por tudo isto, e mesmo sabendo que este fait-divers poderá ter o mesmo desfecho que a diminuição do relvado no tempo do Ivic, acabo por entender a razão da decisão de Rui Costa e/ou Luis Filipe Vieira. No fundo, a direcção tem que criar todas as condições para que o treinador possa desempenhar o seu trabalho sem queixas e com gosto. Neste momento, Quique não se pode queixar de nada, mas para que conste, até mesmo as superstições têm limites e espero não ver coisas estranhas atrás das tais famosas redes negras. Há limites para as superstições, especialmente se essas tiverem que ser aceites por mais pessoas. O limite do bom senso é sempre o melhor conselheiro nesta matéria.

Veremos o que nos reservará durante o ano, este místico Quique Flores. Por mim, espero vitórias. Só vitórias, e muitos golos Benfiquistas nas redes negras. Terão as redes negras alguma importância?As redes negras têm a importância que lhes quisermos dar. Eu penso que há coisas bem mais importantes, (o formato das redes, e de que forma a bola fará "chuáaaa" aquando dos golos é também relevante?) e a julgar pela alegria dos adeptos no final do jogo contra o Feyenoord, a grande maioria dos Benfiquistas também acha o mesmo.

O que importa de verdade é que o Benfica ganhe, com ou sem redes negras, até porque não faltará muito para que as redes do nosso Estádio tenham logos publicitários aí incluídos. A Adidas podia ser a primeira, não? Assim juntávamos o classicismo das redes brancas, a tradição evolutiva das redes negras e o marketing mais evoluído com a junção dum logotipo com as características do preto e branco. Não faltará muito...

Força Benfica

domingo, 10 de agosto de 2008

O Sócio Nº 15

Ontem, o pontapé de saída do jogo de apresentação do Benfica versão 08/09 teve um convidado especial. Vírgilio Lopes de Sousa, sócio número 15 do Sport Lisboa e Benfica foi convidado a dar esse pontapé de saída simbólico no jogo contra o Feyenoord, numa atitude absolutamente superior por parte da Direcção do Sport Lisboa e Benfica. O Sr. Virgílio Lopes de Sousa tem 99 anos feitos no dia 23 de Julho e diz no jornal "A Bola" que esse momento "foi tão emocionante" que até chorou.

Este lado Humano que ontem se verificou no Estádio da Luz, faz-me acreditar que um clube com memória será sempre um clube de futuro. Sempre o pensei e ontem ratifiquei essa ideia quando pelo televisor vi as imagens que à distância me chegavam do grande círculo do relvado da nossa Catedral. Alguém me perguntava se eu sabia que "ex jogador" seria aquele que estava a dar o pontapé de saída, e eu sem som da TV e sem reconhecer aquela cara de nenhum dos nossos ilustres ex-jogadores fiquei com a dúvida por esclarecer.

Ver a alegria daquele senhor, bastante bem conservado, com um corpo de atleta e com um sorriso que irradiava Vida era já de si, um óptimo começo de época. Saber que esse senhor era um dos sócios com mais anos de vida, encheu-me de orgulho porque acredito que nós somos realmente o Benfica. Os jogadores vão e vêem, os treinadores vão e vêem, os dirigentes dão em cada momento o seu melhor pelo Benfica, mas nós estamos sempre aqui. Em todas as modalidades, em todas as condições, em todos as épocas da nossa vida o Benfica está sempre em primeiro lugar (no máximo ex-aequo com a família e os melhores amigos Benfiquistas, claro...)

Acredito que "o Benfica é dos Benfiquistas" como aliás o reitero de forma clara e algo irónica no título deste Blog. Ontem, esta Humanidade tão característica do nosso Glorioso apareceu de novo no relvado do Estádio da Luz e nem que de forma simbólica, fez-me acreditar que realmente se começa a dar valor aos verdadeiros símbolos deste clube - os Históricos sócios do SLBenfica.

Imaginei hoje ao ver a foto do Sr. Virgíio Lopes de Sousa e recordando as imagens televisivas de ontem, quantas vitórias, algumas derrotas, muitas equipas com muitos treinadores, com centenas de jogadores e que emoções fortes e apaixonadas sentiu este ilustre colega sócio. Ele ontem representou-nos a todos e especialmente os mais velhos, que nos têm passado a tal Mística que não sabemos explicar mas que todos sentimos de forma clara.

Como disse antes, um clube com memória terá necessariamente futuro. Nós esta época jogamos grande parte do nosso futuro a médio prazo e penso que com este pontapé de saída só devemos e podemos acreditar que teremos um futuro melhor que o nosso passado recente.

A equipa continua em crescimento e apesar de não embarcar em falsas euforias - tenho aqui defendido que tudo o que seja colocar pressão no FCPorto e Sporting, assumindo o seu favoritismo só nos beneficiará no decorrer da época - sei que estamos melhores a cada semana. Já aqui escrevi que penso que o Benfica estará bem em Janeiro e hoje digo que se nessa altura começarmos o ano 2009 com 2/3 pontos de atraso do primeiro (na pior das hipóteses), significa que teremos campeonato até ao fim.

Quique Flores disse ontem que gostaria de ter mais dois meses até ao inicio da Liga mas a verdade é que tem apenas duas semanas. Nestas duas semanas teremos que fechar o plantel (penso que devia ter sido fechado ontem com dispensas e contratações), jogar com um dos grandes do futebol europeu - o Inter de Mourinho nada facilitará - e continuar a preparação para que nada falhe com o Rio Ave no próximo dia 24 de Agosto. Antes disso, ainda vamos ficar sem alguns dos nossos internacionais que irão estar uns dias fora, imediatamente antes dessa partida em Vila do Conde. Temos que ter paciência, esperar o que nos reserva esta importante época e ir apoiando em todos os momentos, porque ninguém acredite que a facilidade, mobilidade e entusiasmo do jogo de ontem se repetirão em todos as nossas partidas este ano.

Tendo em conta que o Senhor Virgilo Lopes de Sousa fará 100 anos no próximo dia 23 de Julho, nada melhor que oferecer-lhe generosidade, paixão, entrega, uma força inesgotável e uma equipa unida, como temos no escrito do nosso emblema - et pluribus unum. Ontem pareceram unidos como equipa e mesmo que não nos dêem vitórias em todos os jogos, se continuarem com esta atitude vão encher o coração deste nosso ilustre colega sócio no ano que o levará ao centenário. A ele e a mim.

Força Benfica

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

No melhor pano cai a nódoa

Eu gosto de Guimarães. Da cidade, das pessoas, do que representa na nossa História e da arquitectura que tem vindo a transformar a cidade em algo moderno e simultaneamente coerente com a sua História.

Até admito que simpatizo com o clube, com o estádio e com a tal noção tão bairrista que os de "Guimarães" são do Vitória e não do Benfica, Sporting ou Porto primeiro e do Vitória depois. Eles são do Vitória antes dos grandes. Muito bem.

Posto isto, parece que só tenho coisas boas a falar da cidade e do clube. Mas não é verdade. Não esqueço o tal cordão humano que há dois anos fizeram com o objectivo de dar força à equipa para não descer de divisão, porque esse cordão humano não foi com nenhum concorrente directo à descida - mas sim com o Benfica. Felizmente perderam e acabaram por descer, mas não por nossa culpa.

Tudo isto para dizer que nem a cidade, nem o clube merecem alguns dos adeptos que vi ontem no Estádio de Guimarães, no último jogo do torneio de Guimarães que opôs o Vitória local ao Benfica.

Estamos em Agosto, num torneio de pré-época, que tem o Guimarães como anfitrião e o ambiente é de festa antecipada, pela ausência de pressão no resultado, pelo ambiente familiar que junta crianças, pais, avós, tios e primos/sobrinhos ou pelos muitos emigrantes que aproveitam os meses de verão para poder verem os heróis Benfiquistas de perto que só vêem longe, diante do écran televisivo nos meses de Outono, Inverno e Primavera.

Por tudo isto, esperava-se uma festa que na minha opinião se estragou antes sequer de entrar no estádio.

Na entrada, ainda antes de chegar à bilheteira vi um grupo de jovens vimaranenses ofenderem verbalmente duma maneira demasiado baixa para poder aqui ser reproduzida, um adepto Benfiquista que solitariamente ia a passar na zona anterior às bilheteiras, apenas pelo facto de ter (e bem) uma camisola do Glorioso.

Passados uns minutos e quando estava na bilheteira, vi outro grupo de jovens vimaranenses (ou seria o mesmo?) a correr em direcção a outro Benfiquista indefeso que corria obviamente na direcção contrária. Este nosso colega de Paixão, chegou inclusivamente a ser agredido fisicamente até que resolveu fugir e fugir até as pernas não mais aguentarem. Provavelmente agrediram-no por acharem duvidoso ver o futebol com camisola rosa.

Esta cena presenciada por centenas de pessoas que nessa altura compravam bilhetes, teve repercussões imediatas nas crianças que estavam na fila, pois algumas choraram e abraçaram os pais pensando que afinal o tal Futebol/Festa bonita que durante a semana lhes tinham prometido estava a começar mal. Nesta altura perguntei-me se alguma daquelas crianças querem novamente voltar a um estádio na sua vida. Tudo isto sem uma única presença de força policial.

Durante o jogo e aquando do primeiro golo do Benfica, todos vimos pancadaria na bancada central porque outro grupo de jovens vimaranenses tinha descoberto um Benfiquista a comemorar o golo do Glorioso. Nesse caso, a acção rápida dos stewards/polícia fez com que a coisa tivesse ficado por ali. Na minha opinião nem deveria ter começado, mas aceito a acção rápida das forças da autoridade.

No final do jogo e a caminho do carro ouvi mais outro grupo de jovens vimaranenses em passo acelerado, desesperados por encontrar um ou mais Benfiquistas identificados para poder cargar toda a sua Ira nessa(s) pessoa(s) que apenas tem o defeito de mostrar a sua Paixão exibindo-a com a devida camisola oficial vestida. As caras desses jovem são impossíveis de esquecer e de descrever porque mostravam ódio visceral e desconheço se mais abaixo na rua conseguiram encontrar as tais presas que procuravam.

Não trago para aqui a apologia romântica do futebol totalmente pacífico, porque apesar de acreditar nisso, sei que não é algo possível no imediato. O que eu repúdio é que nesta cidade, nas imediações deste estádio, ano após ano, isto seja uma constante, sem que nada nem ninguém ousem levantar a voz e apontar o dedo a quem brutalmente e selvaticamente aterroriza sem punição. Quando o Benfica visita Guimarães estas cenas repetem-se quase sempre, mas pelo que se lê nos jornais, infelizmente, estas práticas são recorrentes, não dignificam o clube e remetem para uma violência bárbara típica do tempo de D. Afonso Henriques mas nada condigna com uma sociedade evoluída e moderna como cada vez mais se vê representada na cidade. Em tempo de preparar Guimarães para o grande evento que trará merecidamente em 2012 a capital Europeia da Cultura para esta cidade é altura de se repensar a segurança nas imediações deste estádio, sob pena de ter a Imagem da magnífica cidade/clube dependente destes poucos jovens que aterrorizam e ameaçam todos aqueles que descansadamente vão assistir ao futebol naquele estádio.

Eu separo o trigo do joio e sei que a excepção não se deve confundir com a regra, mas neste caso e tendo em conta a continuidade destes actos em vários jogos, em várias alturas contra vários adversários, o que eu não entendo bem é o que é a excepção e o que é a regra. Agora que se diz nos jornais que o Benfica e Vitória de Guimarães estão de boas relações devido ao caso apito final, e numa altura em que se fala que essas boas relações podem levar Luís Filipe e Nuno Assis de forma gratuita para o clube vimaranense seria bom que os nossos dirigentes não se esquecessem que defender os nossos contra este tipo de pessoas também passa por precaver futuras situações destas com a direcção do Vitória de Guimarães. A manter-se tudo assim é caso para perguntar:

Com amigos destes, quem precisa de inimigos?

Obviamente que desejo sorte ao Vitoria na pré eliminatória da champions e tenho esperança que estas cenas que presenciei num torneio de pré-época também não se repitam mais no campeonato (especialmente quando lá voltarmos a jogar), mas se ninguém fizer nada e acreditarmos em milagres o mais provável é que se repitam e com consequências mais graves.


Força Benfica

Discrição Presidente, Discrição...

Num post anterior escrevi que se esperava do Presidente/Director Desportivo mais discrição, especialmente na relação com os media e com tudo o que possa envolver fugas de informação do Benfica para com os vários órgãos de informação.

Na questão do treinador, foi impossível guardar segredo; no caso do Aimar a novela foi totalmente feita nos media e para os media (até soubemos duma carta íntima escrita por Rui Costa para o jogador) e no caso do Luis Garcia está obviamente a ser toda ela feita nos mesmos media porque também interessa aos dois clubes ter mais um tabuleiro de jogo nos constantes bluffs que saem diariamente dum e outro lado. Estes "media-bluffs" são compreensivos, pois do lado do Benfica interessa dizer que caso não sejam aceites as nossas condições, o Benfica tem outras opções mais baratas e tão boas - Miccoli aparece quase todos os dias a dizer que "ainda não fechou a porta ao Benfica apesar de se sentir bem no Palermo" e Smolarek do Santander aparece também de vez em quando, referenciado como boa hipótese para o ataque.

Isto só pode ter a leitura óbvia de pressionar o Espanhol, desesperado por dinheiro para pagar o novo estádio, a aceitar a proposta do Benfica pela compra de Luis Garcia.

Além disso, o facto de termos acabado de emprestar Sepsi ao Real Santander, só vem reforçar a ideia de com bluff ou sem bluff por Luis Garcia estamos de boas relações com o clube Cantábrico e com isso pressionar definitivamente o Espanhol. Pela lado Catalão todos os dias mandam recados para os jornais locais a informar que a "proposta é baixa, muito baixa ou baixíssima" e que o clube não tem "necessidade nenhuma de vender nenhum dos seus activos".

Para quem entende os meandros destes negócios, estas jogadas de media podem ser bem feitas e no final ajudar ao sucesso ou insucesso duma operação destas, mas nunca são absolutamente decisivas porque há sempre factores práticos bastante mais importantes. Noutra escala, a operação Ronaldo/Manchester/Real Madrid está a ser totalmente feita na imprensa, como se não pudessem falar as três partes numa qualquer reunião pessoal. Pouco nos importa...

No entanto há contratações que não necessitam de media e quanto mais media existir pior farão para o lado de quem contrata. Não tanto para quem vende, que sempre tem interesse em que se comunique publicamente um interesse dum clube para jogar com esse interesse na procura duma melhor oferta, mas para quem contrata, quanto mais secreto for o negócio melhor.

Neste particular, o tal meu pedido de discrição ao nosso Presidente/Director Desportivo num post anterior, porque como consequência dessa discrição virão naturalmente melhores negócios para o Benfica, sejam eles desportivos, financeiros ou comerciais.

Aqui aplaudo a maneira como contratámos os jovens Urreta e Sidnei (sem grande alarido mediático até à quase assinatura do contrato) e a forma como Reyes foi colocado na órbita Benfiquista, sem nenhum tipo de novela associado a esse anúncio. Apesar de ainda não estar apresentado, sabe-se que o acordo entre Benfica e jogador será mais fácil depois do Atlético de Madrid assumir a dispensa, bem como parte dos 2.5 milhões de euros que Reyes aufere no Atlético de Madrid. A ver se não se torna este também numa novela. Não acredito. Acho que nas próximas horas assina, e será muito bem vindo.

Exactamente na semana de todas as decisões, o Benfica começa a ter tudo mais definido - ainda esperamos pelos anúncios oficias da lista final de dispensas - e Rui Costa começa a entender as exigências de mise en scene necessárias para desempenhar de forma perfeita o novo cargo de director desportivo. Como o perfeito é inimigo do Bom, parece-me que está com nota positiva mesmo sabendo que neste ano zero, tudo lhe é permitido. Eu volto a apelar à Discrição, Rui Costa, Discrição, porque só assim se pode gerir, melhorar e com isso ajudar o Benfica a blindar o balneário depois de todo o plantel fechado. Mas isso será outra história, provavelmente com outro post, numa outra altura...

Força Benfica

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Sem nacionalismos, não faltam Portugueses ao Benfica?

Passando os olhos por alguns dos blogs Benfiquistas, li aqui um hipotético plantel com os supostos 26 eleitos de Quique Flores para o Benfica 08/09. Com o bom senso que caracteriza este blog, as escolhas são meras hipóteses, com base em opções de jogadores que têm vindo referenciados na imprensa apesar da versão final não estar muito longe do que esta tarde escreveu o "lampião do norte".

Independentemente do acerto ou não dos seus palpites, dos reforços ou não que se venham a concretizar, salta-me à vista a falta de jogadores Portugueses no plantel sénior do Benfica (escrevo sénior mas nos júniores o problema já existe de igual modo).

Da lista dos 26 jogadores que este colega aqui apresenta, apenas 8 são Portugueses - dois guarda redes (Moreira e Quim), três defesas (Miguel Vitor, Nelsón e Jorge Ribeiro) dois médios (Rúben Amorim e Carlos Martins) e um avançado (Nuno Gomes).

Destes, os três defesas ainda estão na lista de "pseudo-dispensáveis", mas quero acreditar que nenhum será dispensado, vendido ou envolvido nalgum outro negócio.

Como digo, esta lista é provisória e trata-se da opinião pessoal dum colega blogger, sendo que Quique Flores pode ter opinião diferente e além destes 8 jogadores manter no plantel Makukula, Luís Filipe (não, por favor, não...) ou Nuno Assis passando o contingente para 10/11 Portugueses na equipa.

Como o colega do lado, eu vou especular com base na tal hipótese de ter 8 jogadores nacionais num plantel de 26 e parece-me preocupante que isso possa acontecer. A palavra "preocupante" não vem colada a críticas a quem quer que seja. É apenas uma constatação e acredito que, obviamente, não há nenhuma conspiração contra atletas nacionais, mas a verdade é que começam realmente a escassear essas referências nacionais no plantel do Benfica.

E a verdade é que Portugueses de qualidade fazem mesmo falta ao Benfica. O Benfica teve os seus momentos aureos só com Portugueses (ok contando com as ex-colónias) e apesar do tempo não voltar para trás eu sou da opinião que devemos ter mínimos. Não mínimos de quotas, porque isso é absurdo, mas mínimos morais de quem gere o Benfica, para que o clube não seja uma manta de retalhos multi cultural sem um laço forte ao nosso país.

Todo eu sou multi cultural e nada tenho contra o multi culturalismo, mesmo nas equipas do Benfica. Mas eu sou eu e o Benfica é o Benfica apesar de no título estar escrito que "O Benfica Sou Eu". É mesmo importante que se voltem a ter atletas de referência da formação do clube, e se não da casa pelo menos com nacionalidade Portuguesa. Se este é o ano zero de Quique e Rui Costa, que no quinto ano (talvez de Rui Costa, não tanto de Quique) tenhamos o dobro destes jogadores nacionais no clube porque fazem falta, pela mística, pelo que sabem da História do Benfica, de como sentem o Benfica, de como vivem e viveram o Benfica em diferentes momentos da sua vida, de como entendem a Grandeza do Benfica, de como nos obrigam a ir contratar jogadores estrangeiros de inegável qualidade e se não houver mais razões, porque Sim...

Aqui na vizinha Espanha, além do Real Madrid e Barcelona só o Atlético de Bilbao nunca desceu à segunda divisão, e teve sempre jogadores de origem basca. Eu não sou radical nesta postura e o Benfica não tem nenhuma necessidade de ir a estes extremos (não o defenderia nunca, obviamente) mas é imprescindível que se tomem medidas para quebrar a tendência de queda dos jogadores nacionais no plantel profissional do Benfica. A dispensa de Petit abriu um pouco a discussão sobre as nossas referências no plantel. Sem ter nada contra nenhum dos nossos estrangeiros, é difícil que um estrangeiro sinta o Benfica da mesma maneira que um Português, a não ser que esse estrangeiro esteja vários anos no Benfica como por exemplo Luisão, ou outros que durante várias temporadas defenderam o Benfica e a sua mística com tanta ou mais paixão que muitos dos Portugueses que nos representaram.

Todos sabemos que foi necessário uma assembleia geral em 1979 para que o Benfica autorizasse o brasileiro Jorge Gomes a ser integrado como parte integrante do plantel do Benfica, sendo o primeiro estrangeiro a fazê-lo. Depois dele, onde permaneceu três temporadas, tivemos Filipovic (3 temporadas), Stromberg (2 temporadas) Maniche (4 temporadas) e Vando (4 temporadas) como os seguintes estrangeiros a jogar de águia ao peito e depois destes, muitas dezenas já nos representaram e representam, sem que nenhum problema venha daí associado. Ter estrangeiros de qualidade e Portugueses de qualidade é uma exigência que todos fazemos aos nossos dirigentes porque mais importante que a nacionalidade é o que cada um desses jogadores dá ao Benfica. Mas era importante ter mais jogadores nacionais e isso pode passar pelo aproveitamento das equipas de júniores.

Tomando o exemplo dos juniores, vai ser complicado que Rui Costa o consiga em 5 anos, porque mesmo nesse escalão o Benfica tem já vários atletas de outras nacionalidades. Poderão ser os sinais dos tempos, a ditar uma nova ordem, mas penso que temos que fazer algo para que esses sinais dos tempos prossigam com os nossos mínimos, e esses mínimos não podem significar 8/9 jogadores por época.

Como digo no título, não há aqui nacionalismos, nem sequer qualquer outra razão que não seja meramente emocional. Eu gostava de ver mais Portugueses de qualidade no Benfica. Como? Eu acho que a solução passa por garantir que o maior número de jovens possível possam chegar à nossa primeira equipa vindo da formação, nem que o consigam apenas aos 22/23 anos. Sinto pelas palavras de Quique Flores e de Rui Costa que esse objectivo está traçado. Esta é a opção lógica e a outra opção é que em casos de possíveis reforços de plantel, e entre propostas semelhantes, se possa começar a optar mais pelo jogador nacional, em detrimento de outros jogadores de outras quaisquer nacionalidades. Aqui, cada caso é um caso e não poderia nunca funcionar como norma, obviamente. Aliás, todos sabemos que em nenhum momento a opção nacionalidade pode ser determinante quando se trata do Benfica. A qualidade é determinante, o preço é determinante, a margem de progressão é determinante e a nacionalidade apenas uma preferência, da mesma maneira que todos gostamos de ter vários jogadores do Benfica na nossa selecção. Na nossa e nas outras, claro está.

O grito de alerta está dado e só espero que no que toca às dispensas, Quique Flores não leia este texto e se deixe influenciar pelas minhas palavras mantendo Luís Filipe na equipa. Não, Obrigado. Não tem condições para continuar e digo-o pensando na pessoa Luís Filipe, que segundo sei é altamente respeitável. Na parte profissional, mesmo nos jogos bons (ou menos maus?) seria sempre criticado por um qualquer "lançamento mal efectuado". Com um pouco de sorte vai jogar na liga de campeões pelo Guimarães, enquanto no Benfica apenas jogaria a Taça Uefa... Como em tudo na vida há opiniões contrárias à minha, que aqui são exemplarmente defendidas.

Para concluir, e para que não existam aqui qualquer tipo de hipocrisias, se me garantissem que nos próximos anos seríamos campeões europeus com cinco jogadores nacionais no plantel, eu assinaria por baixo, sem nenhum problema. Como as bolas de cristal não existem no futebol, e os misticismos têm limites, sou obrigado a acreditar que essa garantia nunca podia ser possível. E se fosse, desejaria que os cinco jogassem a final dos campeões a titulares... Assim disfarçávamos o problema, da mesma maneira que o disfarçaríamos se esta época os nossos Portugueses jogassem de forma continuada a titulares. Não acredito, mas pelo menos a baliza estará bem representada.

No fim de contas, nós apoiamos todos de igual forma, desde que eles nos apoiem a nós com trabalho, profissionalismo e entrega, mas sem nacionalismos, não faltam Portugueses ao Benfica?

Força Benfica