domingo, 27 de setembro de 2009

No Mercy...

Ontem cheguei ao Estádio da Luz meio triste e cansado. Há dias assim, mas esperei que o Benfica e os colegas de bancada me animassem para mais uma noite à Benfica. Quando o jogo começou com o Glorioso a todo gás, sentimos desde logo que este Leixões não vinha só defender como o Marítimo o fez na primeira jornada. Este Leixões vinha dar um novo sentido à palavra "anti-jogo".

Começou pelo guarda redes a cair sozinho para cortar o ritmo benfiquista - ainda não se tinham jogado sequer cinco minutos. Depois a violência com que cortavam os lances fizeram-me enervar duma maneira que há muito não sentia. Não são os nervos de sofrimento, mas sim nervos de não aguentar paragens cada 2 minutos, jogadores que só querem dar pancada, árbitro condescendente no inicio e um total anti jogo em toda a linha.

Tacticamente vir defender o resultado com jogadores colocados lá atrás é condenável para o espectáculo mas se o fizerem com correcção e com poucas manhas - jogar rápido, poupar tempo qb, tentar ir lá acima e num canto ir devagarinho - nós assobiamos mas sabemos que é assim que funciona.

Fazê-lo como José Mota o fez é miserável, vergonhoso e de baixo nível.

Esse senhor de quem eu já falei aqui pelo blog tem um ódio de morte ao Benfica e quando ganha ao FCPorto (penso que foi uma ou duas vezes) sai cabisbaixo e com vergonha... Ontem, José Mota resolveu enxovalhar Jesus e todos os nossos adeptos numa atitude similar à que Octávio Machado tinha nos anos 80 onde nos provocava com gestos "simples, mas que no timing errado podem incendiar uma assistência".

Então o senhor José Mota - que de senhor tem o género masculino - resolve passar não sei quantos minutos a queimar tempo, a dar pancada como há muito não se via, a desistir de atacar, a provocar anti-jogo sistemático e quando o árbitro expulsa bem um dos seus peões neste jogo execrável o tal senhor resolve aplaudir de forma directa e longa o treinador Jorge Jesus andando na sua direcção uns bons 10 segundos, dizendo alarvidades próprias de gente da sua laia e com os seus gostos clubísticos.

Para mim, esse foi o ponto final. A partir daquele momento senti vontade que Jorge Jesus a ele se dirigisse (até porque ele vinha na sua direcção) e lhe dissesse:

"Olha meu amigo, para gente como tu, nós aqui aplicamos chapa 5. Por isso prepara-te..."

Como apesar de tudo Jorge Jesus é nalguns casos mais "senhor" que eu - quem diria que eu algum dia escrevia isto? - apenas o pensou e olhando nos olhos desse José Mota deve ter-lhe transmitido essa informação via telepática.

A partir desse momento ainda fiquei com mais vontade que este futebol atrasado, old school, mesquinho e manhoso fosse derrotado por números expressivos. E Jorge Jesus e a equipa fizeram exactamente o que todos os adeptos naquele momento queriam - No Mercy... Sem piedade para treinadores e equipas que vêm destruir por destruir, que atacam as pernas dos nossos jogadores sem apelo nem agravo e que vêm tentar gozar com quem paga bilhete e com quem gosta de ver bom futebol.

O senhor José Mota pensa que nós não sabemos que depois de ganhar no Dragão o ano passado com um remate dum seu jogador contra sua vontade, levou 4 em Matosinhos e levou 4 este ano no Dragão à meia hora. Ele deve pensar que nós não vemos as entradas macias para quem joga de azul e as entradas duríssimas á margem da lei para quem joga de encarnado como touros a marrar numa tourada.

Por estas e por outras é que a partir desse minuto da primeira expulsão o pensamento do terceiro anel foi só um - esmagar (desportivamente, claro está) este adversário sem dó nem piedade.

E não é preciso termos novos meios de comunicação porque o senhor Jorge Jesus sente o que do outro lado da bancada o povo pede e serve-nos de bandeja as nossas pretensões.

Éramos 43230 no Estádio da Luz contra 46000 no Estádio do Dragão a assistir ao "jogo grande" FCPorto - Sporting e segundo sei com bilhetes oferecidos a "1 Euro" para não passarem a vergonha histórica de terem menos gente num clássico que num Benfica - Leixões. Éramos 43230 resistentes e podiam ter sido mais se não houvesse esse tal jogo antes, se o jogo não tivesse sido televisionado em canal aberto e se os Xutos não tivessem à mesma hora 30000 espectadores a ver e a celebrar os seus 30 anos no Estádio do Restelo.

Jorge Jesus apenas nos fez a vontade e não deixou ninguém descansar para quinta feira porque há dias em que se devem dar lições para "o mundo ver" que gente pequenina deve continuar a ser pequenina, especialmente se tem mau carácter.

Sobre esse aspecto Jesus dizia na conferencia de imprensa:

— Depois do 2-0 foi visível vê-lo a pedir aos jogadores para acelerar. Porquê?

— Pela dinâmica do golo e respeito pelo espectáculo, porque sei que Benfica tem capacidade para fazer melhor. Os jogadores poderão ter começado a tirar o pé do acelerador por causa do jogo de quinta-feira, mas disse-lhes que a partida só acaba quando árbitro apita para o final.

Este é o espírito que gosto no Jesus e neste novo Benfica. Eu não quero saber de Atenas na quinta feira, se tenho um mentecapto aqui a jeito para levar uma lição.

Eu só descansei no 5-0 porque até lá fui intransigente com os jogadores e puxei e puxei por cada um para não desacelerar nem um pouco, mas quando no final senti um adepto ainda mais exaltado a pedir o sexto como se tivesse 0-0 entendi que a palavra que melhor descreve o relação Jesus-Benfica-Terceiro Anel é cumplicidade. Cumplicidade e insaciabilidade em mostrar que somos Grandes não pelos resultados, mas pela atitude que não nos pode fazer pactuar com agentes desportivos rasteiros e manhosos como este senhor José Mota.

No fim apetecia-me dizer-lhe "agora aplaude ó meu grande "f.... da p..." mas afinal isto é só um jogo e o nível que me caracteriza na vida ou no terceiro anel é muito alto. Aplaudi todos os jogadores e treinadores que jogaram ontem, entendendo que cada um fez pela vida. Pode ser que da próxima levem 5-0 de qualquer outra equipa e os adeptos adversários os aplaudam com mais carinho no fim, porque apesar das limitações jogaram de forma limpa. E é isso que se exige a todos os jogadores da nossa Liga. Joguem de forma limpa. Percam e ganhem mas vejam a liga inglesa ou espanhola para entender que há goleadas, há diferenças de valor nas equipas, mas não se vê este triste espectáculo que o senhor José Mota ontem quis dar no nosso Estádio. Não se pára o jogo de 2 em 2 minutos fazendo destes jogos, tristes amostras do que se tornou o nosso futebol.

Posto isto, deixem-me que diga que não concordo nada que se expulse jogadores ou guarda redes quando estes fazem penaltis. Já acho bastante penalizador para a equipa sofrer um penalti e ainda por cima na maioria das vezes leva o segundo amarelo - se assim for - ou vermelho directo. Sei que não mudo as leis mas como este espaço é de opinião, aqui a deixo...

No fim uma palavra para Ramires. O que é isto? Que jogador é este que chega ao Benfica e dum momento para o outro mostra-nos o que é ser um jogador à Benfica dos antigos... É franzino, não desiste duma bola, corre e corre e corre, joga à direita, joga no meio no lugar de Javi Garcia, vai à esquerda, marca golos e tem atitude humilde. O novo exemplo de grande jogador à Benfica está encontrado. E depois não me falem de Falcão... Falcão goleador com 5 golos? Não, não... Goleador é Ramires que leva 4 golos em 6 jogos jogando no meio campo.

Parabéns Benfica pela atitude e pelo respeito por todos nós.

No fim José Mota parece que não aprendeu a lição e proferiu estas palavras:

(...) penso que nos primeiros 30/35 minutos houve dualidade de critérios que não se justifica, muitas faltas que não foram assinaladas a favor do Leixões, a amostragem dos cartões não percebo.

— A expulsão não foi justa?

— Não vou dizer se é justa ou não, mas pareceu-me a pedido dos jogadores do Benfica. Condicionou e percebi que ia ser extremamente difícil a partir daí. Nunca pensei que aos 27 minutos estivesse a jogar com dez, nem que durante a primeira parte tivesse cinco cartões amarelos."

Nunca pensaste ter 5 amarelos aos 27 minutos e uma expulsão? A jogar como estavas meu caro José Mota e com a tua estratégia, só se tivesses de azul e de dragão ao peito poderias sonhar com algo assim. Bem sei que sonhas alto, mas esse sonho não chegará, a não ser que eles comecem a contratar por similaridades de carácter e não por profissionalismo e competência técnica.

Pega no saquinho cheio e "adeus ó vai-te embora..."

Força Benfica

sábado, 26 de setembro de 2009

Porque é que o sportinguistas odeiam o Benfica?

Esta semana resolvi não escrever a quente mas não posso deixar de escrever a frio algumas das ideias que saltam das palhaçadas que se foram dizendo, escrevendo e vendo em todos os locais onde se fala de futebol - no café, nos restaurantes, nos fóruns de opinião de rádios e TV, nos programas de comentário de rádio e TV, etc...

Para começar vou dizer que não odeio o Sporting. Não odeio o Sporting e não odeio nenhum outro clube de futebol. Digo isto sem ironia e a frio... Não os odeio porque no fundo as picardias fazem parte do futebol, mas no fundo são apenas clubes que lutam por ganhar e ponto.

Tenho (melhores) amigos e familiares do Sporting e tenho (melhores) amigos e familiares do FCPorto. Não os odeio.

Então o que é que faz que ambos odeiem tanto o Benfica? Eu penso que isto devia ser algo de análise psicanalítica pois esse ódio é geralmente colectivo e de grandes proporções.

Esta semana vi o penalti de Leiria no enfiamento da jogada. Estava na linha de penalti do lado oposto aos bancos e vi o lance com a proximidade possível de quem tem uma pista de tartan no meio. Ou seja dou o beneficio da dúvida a quem possa pensar que estava longe demais. Tudo bem.

O que eu vi, de forma clara, é que Aimar foi derrubado para penalti. Eu vi e nem sequer há caso. Mais descansado fiquei quando não recebi nenhuma mensagem desses amigos sportinguistas que na maior parte dos casos não deixam passar 30 segundos até me bombardear com sms dizendo as maiores alarvidades sobre o Benfica, os árbitros e sobre uma pseudo teoria que visa dar a entender que o Benfica domina a arbitragem. Bem sei que posso mudar de amigos, mas eu penso que neste momento é importante focar nestas ideias pré-concebidas e nos objectivos por trás desta mega conspiração.

Antes disso, voltamos ao penalti de Leiria... Eu sou emotivo no futebol e racional em tudo o resto. Não discuto arbitragens e apenas as refiro por aqui no blog em situações esporádicas e que não devem chegar a 1% das ideias que por aqui vou escrevendo. Acho e defendo há muito que só duas pessoas podem e devem falar de árbitros. O Presidente Luís Filipe Vieira e Rui Costa. Sim Jorge Jesus tem de estar caladinho e treinar e o senhor João Gabriel tem de fazer o seu papel de director de comunicação e comunicar sempre mais e melhor - às vezes mais é menos vezes...

No jornal A Bola escreveu-se isto sobre o lance:

"Jorge Sousa agiu dentro daquilo que a lei prescreve ao assinalar grande penalidade contra o União de Leiria, aos 78 minutos do jogo que colocou frente a frente, anteontem, na cidade do Lis, leirienses e benfiquistas.

Aplicando o que está consignado na Lei XII, que se ocupa de Faltas e comportamento antidesportivo, Jorge Sousa apontou para os onze metros quando Mamadou, no afã de tirar a bola a Pablo Aimar, incorreu em jogo perigoso, ao disputar, acrobaticamente, o lance, levantando o pé à altura da cabeça do argentino e, já depois de ter tocado a bola, ter atingido el mago.

Diz a Lei, no que «por jogo perigoso entende-se toda a acção de um jogador que, ao tentar jogar a bola, põe em risco a integridade física de qualquer jogador, (incluindo ele próprio). O jogo perigoso é cometido na proximidade de um adversário, impedindo-o de jogar a bola por receio de ser lesionado. Os pontapés de tesoura ou de bicicleta são autorizados, desde que não constituam perigo para o adversário».

Diz ainda a Lei que «o jogo perigoso não implica necessariamente contacto físico entre os jogadores. No caso de contacto físico, a acção passa a ser punida com um pontapé livre directo ou com um pontapé de grande penalidade. No caso de contacto físico, o árbitro deve analisar a possibilidade de ter ou não havido um comportamento antidesportivo».

Significa isto que, uma vez que existiu contacto físico com Aimar logo depois de Mamadou ter tocado a bola, a sanção técnica adequada ser a marcação de um livre directo, grande penalidade no caso pois a acção faltosa ocorreu na grande área.

Aliás, na flash interview da RTP o leiriense Pateiro queixou-se da decisão do árbitro dizendo que «a falta foi fora da grande área...»

Quanto às sanções disciplinares decorrentes da acção de Mamadou, a lei diz que «se o jogador joga de maneira perigosa na tentativa normal de conquistar a bola, o árbitro não deve tomar nenhuma medida disciplinar. Se a acção comporta um evidente risco de lesão, o árbitro deve advertir o jogador». Ora, Jorge Sousa advertiu Mamadou, pelo que entendeu ter havido «evidente risco de lesão».

Para o árbitro do Porto, Mamadou Tall agiu com «imprudência» o que significa, segundo o International Board, que o jogador actuou sem ter em conta o perigo ou as consequências do seu acto para com o seu adversário. E, segundo os cânones, «o jogador que actue com imprudência deve ser advertido».

Posto isto, pergunto... Mas o que é que aconteceu para de repente toda a gente da nação verde começar a associar o Benfica a favorecimentos, a corrupção, a esquemas manhosos, a serem levados ao colo?

Mas ando tudo maluco ou a minha seriedade intelectual e social tem níveis absolutamente diferentes de toda essa outra gente esverdeada? Eu não quero acreditar nisso. Eu não quero acreditar que um penalti (que é penalti claro, claríssismo...) possa provocar tanta celeuma. Mas provoca. E não é o penalti que provoca celeuma. O que lhe provoca transtorno a todos os sportinguistas é que o seu objectivo é sempre ver o Benfica perder (aí não os censuro, porque apesar de não os odiar, quero que percam quase sempre) ver os adeptos tristes e a dizer mal do Benfica, criar falsas questões para desestabilizar e fazer tudo por tudo para provar que afinal o Benfica não é grande, não arrasta multidões e que é o mais corrupto clube de Portugal desde sempre. Este é sempre o seu objectivo.

Voltando ao penalti. O penalti foi o rastilho que incendiou toda esta situação. Eles não conseguem ver Guimarães, Belém e Leiria cheios de encarnado; eles não conseguem ver o Estádio da Luz com o dobro das pessoas de Alvalade; eles não conseguem ver os nossos reforços chegar sem inventar dívidas, dinheiro de Angola, máfias várias... E se somarmos a tudo isto verem o Benfica empatar em casa contra Marítimo e assim mesmo saírem do estádio sob um caloroso aplauso, verem que a massa adepta benfiquista acredita com calma e crença num título que foge há anos, verem uma empatia entre treinador e adeptos que eles não têm há muitos anos só lhes provoca uma reacção - aumento do ódio que já têm pelo Benfica. É absolutamente incrível e por isso eu digo que se devia analisar detalhadamente este complexo provinciano de inferioridade.

Outro grande problema dos sportinguistas é que por mais que nos provoquem, por mais que nos digam que ficam em segundo lugar pela quarta vez consecutiva e por mais que inventem corrupções encarnadas onde todos só vêm azul, nós não lhes ligamos nenhuma. E isso é o pior dos castigos.

Nós só nos preocupamos com o FCPorto e isso mata-os. Isso para eles é a maior tortura que lhes podemos fazer. Eu às vezes tento preocupar me com o Sporting, só para os fazer contentes, mas não consigo... Não entendam nisto nenhuma arrogância ou sobranceria mas é a pura das verdades. Eu cresci com o FCPorto a ganhar e a roubar. Então porque haveria de odiar os de verde que ainda por cima me dão pena?

Ninguém odeia outra pessoa que lhe dá pena... E a mim o Sporting deu-me pena a partir dum determinado momento. Na escola quando éramos mais pequenos e ainda havia guerra Benfica-Sporting como nos matraquilhos, lembro-me de conspirar com uma amiga benfiquista um titulo para a capa de "A Bola" uns meses depois... Lembro-me tão bem como se fosse hoje, mas ela só se deve lembrar da aposta que perdemos com um dos novos portistas sobre qualquer coisa no valor de 10 000$...

Voltando ao titulo do jornal "A Bola". Em jovem sonhei alguns meses com o seguinte título:

Sporting Clube de Portugal - Uma década em branco

Depois sonhei com uma grande matéria a explicar que um dos nossos históricos não conseguia ganhar nem uma Taça de Portugal nem um campeonato, nem (obviamente) qualquer Taça Europeia em 10 anos. Esse titulo do jornal "A Bola" nunca chegou, eu cresci e passei a ter alguma pena do Sporting no geral como clube. Assumo... Mal eu sabia que iria passar uma década em branco passados uns anos.

No entanto, não posso deixar de me insurgir contra esta onda absolutamente infantil de todos os comentadores sportinguistas do mais primário ódio ao Benfica. O seu leit motiv é sempre arrasar o Benfica em tudo o que se possa... Eu acho isso deprimente.

Já não acho tão deprimente o facto dos adeptos e comentadores do FCPorto nos odiarem. Porque na sua génese, a guerra do FCPorto é sempre contra o Benfica e nós agradecemos. O simples facto do FCPorto odiar o Benfica e não o Sporting ainda enfurece mais os adeptos de verde.

Por tudo isto e para concluir, penso que temos de nos preparar porque eles (juntos ou separados) vão fazer tudo por tudo para denegrirem, inventarem e esperar o primeiro deslize do Benfica para tentarem criar os maiores problemas e manterem o seu acordo tácito que vai colocando FCPorto em primeiro e Sporting em segundo...

Como eu sei bem quem é o meu adversário directo, sei bem quem temos de abater desportivamente no relvado e não nas manhosices várias eu hoje torço declaradamente pelo Sporting.

E isso é o que os faz ter ainda mais ódio por nós. Não os levamos a sério... Pois não.

Força Benfica

domingo, 20 de setembro de 2009

Porque o nosso "Jorge" assina com o outro "Jorge"?

Li no jornal "A Bola" na sua edição de ontem que Jorge Jesus assinou contrato com Jorge Mendes. Pela primeira vez o nosso treinador vai ter um agente a tratar-lhe dos seus assuntos em detrimento do seu advogado de confiança Luis Miguel Henrique.

Não sei se fico contente ou triste, porque ele deve saber o que é melhor para ele. Para mim só o Benfica interessa e Jesus hoje é o melhor, mas se Jorge Mendes espera com este acordo levá-lo para outras paragens isso só pode significar prejudicar o Benfica e obviamente não "aprecio" tal medida.

Só o simples facto de assinar contrato de agenciamento com Jorge Mendes, Jorge Jesus dá dois sinais claros ao mercado. Primeiro põem-se a jeito para poder gerar algumas receitas extras com publicidade. Não faço ideia que contrato temos com o nosso treinador, mas penso que caso existam campanhas de publicidade admito que o Benfica deverá ser recompensado de alguma maneira.

O segundo sinal é que o Benfica pode ser uma passagem para outros voos. Para que isso aconteça, o nosso treinador deverá ser campeão e ter algum bom desempenho na Europa. Ninguém contratará Jesus se ele perder o campeonato ou se tiver uma má campanha Europeia.

Todos sabemos que Jesus teve um problema financeiro como consequência da falência do BPP e não o posso criticar por zelar pela sua vida. Não o critico e até aprovo o conceito de zelar pelas suas melhoras financeiras e tentar correr atrás dum sonho de poder treinar um grande Europeu. Mas ele já esta num grande Europeu e deve pensar em fazer crescer o nosso futebol e a nossa imagem cá dentro e fora.

O que eu acho que o Benfica deveria acautelar era o contrato que tem com Jesus pois apesar de ser de dois anos com uma de opção, não sei em que formato o contrato foi redigido. Haverá clausula de rescisão? Para não especular, o que posso dizer é que neste momento todos sabemos que Jesus tem um novo agente e que irá defender os interesses do seu novo cliente de forma intransigente.

Hoje Jesus tem razões para se preocupar. A derrota do FCPorto deverá aguçar a astúcia do seu mais fiel escudeiro - árbitro Jorge Sousa - para poder fazer o que melhor sabe que é prejudicar o Benfica.

Estaremos em Leiria a apoiar a equipa e a fazer ver aos nossos jogadores que este jogo em vésperas do FCPorto - Sporting é, neste momento, o mais importante do ano. Se ganhamos em Leiria e ao Leixões no próximo sábado na Luz estaremos no mínimo três pontos à frente de FCPorto e seis de Sporting (vice-versa também é possível se Sporting ganha no dragão) ou poderemos estar 5 pontos à frente dos nossos maiores adversários, caso eles empatem entre si e caso o Sporting leve de vencida o Olhanense hoje em Alvalade.

Este jogo hoje é o primeiro grande teste ao estofo de campeão desta nossa equipa. Vencer a ansiedade da derrota do FCPorto, continuar com a veia goleadora mesmo contra um equipa que só sofreu um golo, conseguir jogar contra um árbitro que em 10 jogos deixa o Benfica ganhar 1 e continuar com a euforia dos adeptos bem acesa e viva desta onda encarnada que todos desejamos que não termine até Maio.

Hoje é muito importante ganhar. Ao contrário do que pede o Ricardo Araújo Pereira (15-0) eu hoje contento-me com meio a zero.

Força Benfica

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"Hey Hey.. Oh Ruben! Onde é que vais?"

Hoje iniciámos a Liga Europa e apenas em noventa minutos já fizemos mais pontos que em toda a anterior campanha. Sendo assim, já melhorámos a péssima performance do ano transacto mas difícil seria fazer pior ou igual.

No entanto e sem entrar em muitos pormenores do jogo que acho que merecemos ganhar, há um momento que marca definitivamente o dia e o que vem marcando "toda" a diferença deste nosso treinador para os seus antecessores - sim plural...

No fim do jogo a câmara da SIC vai, como sempre, ao nosso treinador e eis que vemos Jorge Jesus aos berros - literalmente aos berros - a gritar e em passo acelerado em direcção à sua esquerda.

Será que vai em direcção ao banco adversário?

Não. Jesus vai em passo acelerado gritando "Hey... Hey Oh Ruben! Onde é que vais?" e vai buscar Ruben Amorim ao túnel - "não sabemos se o foi buscar com um puxão de orelhas" - fazendo com que o nosso jogador volte ao relvado.

A única razão para tanto aceleramento é simples.

Jorge Jesus é realmente um de nós. Bem sei que é do Sporting e bla bla bla mas se é disfarça bem. Jesus é um de nós e prova-o todos os dias. Hoje deu uma prova enorme de respeito ao clube e aos adeptos.

Antes de comemorar a vitória e antes de apertar a mão desportivamente ao treinador adversário Jesus vai no seu estilo mais conhecido puxar Ruben Amorim do túnel que dá acesso aos balneários, obrigando-o a ir agradecer aos adeptos o apoio prestado nestes 90 minutos.

Isto representa uma mudança de mentalidade que eu não via implementada há muitos muitos muitos anos.

Nem o Rui Costa conseguiu implementar tal conduta, nem Luís Filipe Vieira, nem Trapattoni nem sequer José Veiga.

Tenho visto que os jogadores vêm agradecer em casa e fora o apoio dos adeptos e isso é o mínimo que um jogador do Benfica deve fazer. Aliás a mudança de atitude foi logo visível na maneira como os nossos jogadores saúdam o terceiro anel, tal como se fazia há muitos anos a esta parte.

Mas nem só destas pequenas tradições vive o novo Benfica. Este novo Benfica vive através dum espírito que apenas teve que olhar no retrovisor e fazer copy paste no presente.

Fantástico! Assim sim, vale a pena aplaudir a equipa de pé, quer se perca ou se ganhe.

Força Benfica

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Vamos meter 45000 pessoas no Estádio da Luz?

Primeiro, começo este texto por pedir desculpas a todos os habituais leitores que me foram enviando emails perguntando a que se devia tão demoradas "férias" e que eu nem oportunidade tive de lhes responder.

Obviamente que ter um blog fruto duma paixão enorme que tenho pelo Benfica não deveria nunca entrar de férias, mas a verdade é que tenho sentido pouca motivação para escrever aliada a alguma adicional carga de trabalho extra, mas nenhuma falta de motivação para acompanhar o nosso Glorioso.

Estive em todos os jogos de pré-época e oficiais em casa, falhei o jogo do Belenenses por doença - o médico proibiu e obviamente essa proibição era a única razão que me poderia impedir de ir ao Restelo - assisti aos dois jogos em Guimarães para o torneio Guadiana e para o campeonato onde constatei que aquela cidade e aqueles carroceiros adeptos deveriam ser excluídos de toda e qualquer associação à palavra Fair-Play. Atacar jovens, mulheres ou homens apenas porque usam uma camisola do Benfica mesmo diante de polícias deveria ser o suficiente para o nosso clube deixar de andar de mãos dadas com essa agremiação de bairro decadente. Pelo menos deveríamos dar-nos ao respeito e honrar os milhares de adeptos que aí se deslocaram - especialmente no jogo do campeonato. Já aqui e aqui escrevi sobre este terrível hábito e infelizmente essas cenas repetem-se a cada jogo do Vitória local contra o Benfica.

Para premiar este Fair-Play a Federação Portuguesa de Futebol obriga-nos a ir lá outra vez ver o jogo final do apuramento para o Mundial com Malta no dia 14 de Outubro. Irra, que se continua a premiar quem piores exemplos dão no futebol em Portugal, mas enfim...

Fiquei contente de saber que o Benfica ocupa a nona posição no ranking dos maiores clubes europeus do século XX. A lista baseia-se nos resultados de todos os emblemas nas competições europeias realizadas entre 1901 e 2000 e é dominada pelo Real Madrid, ficando a Juventus e o Barcelona com os restantes lugares do pódio.

Segundo os cálculos da Federação Internacional da História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) o Benfica totalizou 299 pontos, contra 115 do F.C. Porto (29º lugar), 68 do Sporting (47º) e 21 do V. Setúbal (110º) o que reduz ao cariz de insignificantes quaisquer discussões nacionais sobre a importância do FCPorto na Europa quando comparada com a História do Benfica. Bem sei que não estão contabilizadas a primeira década deste século, mas o que o FCPorto se deve começar a preparar é com o futuro do Benfica porque eu só descanso quando vir o nosso Glorioso ultrapassar Liverpool, Ajax, Inter de Milão, Bayern de Munique e chegar ao top 5 - que chegará já nos próximos 20 anos. Assim espero...

Estive também atento à palhaçada recente sobre a anulação da legalidade das escutas telefónicas no caso Apito Dourado e às declarações surreais de várias pessoas entre as quais o presidente do União de Leiria. Segundo o jornal "A Bola":

"JOÃO BARTOLOMEU, presidente do União de Leiria, vai avançar com um pedido de indemnização de 50 milhões de euros à Comissão Disciplinar (CD) da Liga e ao Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol — 25 milhões de euros a cada. O Supremo Tribunal Administrativo já declarara a nulidade das escutas telefónicas e determinara que as mesmas teriam de ser devolvidas pelo CJ ao dirigente leiriense, algo que não aconteceu. Ontem ficou a saber-se que o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, para onde João Bartolomeu avançara para ver cumprida a primeira decisão, lhe voltou a dar razão, determinando de novo a devolução das escutas telefónicas do seu processo — algo que já aconteceu —, confirmando também a nulidade da primeira decisão do CJ (que carimbou o castigo aplicado pela CD da Liga) e das escutas.

Paulo Samagaio, advogado do presidente do U. Leiria, explicou a A BOLA as consequências da decisão.

«O acórdão do CJ de 17/12/2008 é considerado nulo. Terá agora de ser processada uma nova decisão, observando as nulidades das alegadas escutas, ou seja, o processo terá de ser apreciado sem recurso a elas. Como devia ter acontecido antes do primeiro acórdão, em que o Supremo Tribunal Administrativo já declarara a nulidade das mesmas. Não estamos a falar de direito desportivo, mas sim de direito constitucional. Sei que esta é uma decisão que não agradará a algumas pessoas, mas são as regras que temos. E enquanto assim for há que cumpri-las», disse, garantindo que avançará com processos para que o seu representado seja ressarcido de «todos os prejuízos que lhe foram causados»"

Sinceramente admiro a coragem do advogado dizer "Sei que esta é uma decisão que não agradará a algumas pessoas, mas são as regras que temos". Incrível.

Estive também muito atento à onda encarnada de motivação e crença que neste momento se apodera de todos nós. E não tenho nenhum tipo de problema em aplaudir Jorge Jesus e assumir que ele é o único responsável por toda esta situação. Eu já aqui disse que "ele é um de nós" mas o que não sabia é que representava tão bem o espírito do terceiro anel que eu tão orgulhosamente não troco por qualquer outro lugar do Estádio. Pelo menos por enquanto...

Ele é inteligente futebolisticamente, sabe ler bem o jogo, conhece bem os adversários, conhece bem as caracteristicas a fundo dos nossos jogadores e conhece muito bem o adepto encarnado e o que o adepto encarnado gosta de ver e sentir.

Todos sabemos que grande parte do sucesso futebolístico também parte duma estabilidade que vem do plantel do ano passado. Moreira, Quim, Maxi Pereira, Luisão, Sidnei, Miguel Vitor, David Luiz, Ruben Amorim, Aimar, Di Maria, Carlos Martins, Urreta, Cardozo, Nuno Gomes já aqui estavam mas foi com Javi Garcia, Saviola, Shaffer, Ramires, Fábio Coentrão, Weldon, César Peixoto e Keirisson (que a mim suscita-me muitas dúvidas sobre a sua real valia) que Jesus constituí a sua task force para atacar todas as frentes com a vontade e garra de ganhar tudo.

E agora com estes primeiros meses de trabalho todos sentimos que Quique Flores era um menino ao pé deste Jesus. E isto não invalida que tenha simpatia por Quique, defendendo que num dado momento ajudou o Benfica, mas o conhecimento de Jesus, a sua audácia e a sua atitude são radicalmente diferentes (para melhor) que a do seu antecessor.

Tomamos como exemplo a famosa goleada dos 8-1. Eu vou ao Estádio da Luz há muito tempo e desde os tempos dos saudosos Bento, Bastos Lopes, Humberto Coelho, Alvaro Magalhaes, Pietra, Chalana, Stromberg, Carlos Manuel, Sheu, Filipovic e Néné - no banco estavam por exemplo Delgado, Veloso, Diamantino, João Alves - que eu não vejo tanta qualidade e atitude num plantel.

Para verem que não necessito de utilizar a expressão "a melhor equipa dos últimos 10 anos" eu vou mais atrás. Mas não vou aos nomes, mas sim à atitude. O Benfica nos 8-1 não parou de atacar, como não parou de atacar contra o Marítimo - acabamos com 75% de posse de bola num jogo que empatámos - e como não parou de atacar depois de estar a ganhar por 3-0 ao Belenenses esta semana.

O Benfica de Jesus é insaciável e isso agrada-me. Não há falta de respeito pelo adversário. Pelo contrário. Este Benfica de Jesus respeita a nossa História, respeita o nosso terceiro anel e respeita todos os sócios que com sacrifícios enchem o Estádio da Luz, o Estádio do Guimarães, o Estádio do Restelo, vão encher no domingo o Estádio do Leiria (onde estarei se o médico deixar...) e muitos mais que se seguirão. Não desrespeita ninguém como quiseram fazer transparecer em relação ao senhor Carlos Azenha - treinador que levou 8-1 no Estádio da Luz. O mesmo treinador que apoiou esse tal de Bruno Carvalho - por onde anda essa prenda? - e que seria a sua primeira escolha caso fosse eleito. Nem para o Setúbal serve este Carlos Azenha e esse Bruno Carvalho queria-o para o Benfica. E que eu saiba ainda ninguém propôs a sua expulsão de sócio do nosso clube.

Por isso espero que este Benfica de Jesus além de ser uma mais valia futebolistica, seja como consequência a nossa maior mais valia de receita financeira. O futebol de Jesus entusiasma e as pessoas respondem com bilhetes, com compra de cativos - os novos Red Pass - e com compra de merchandising. Mas sobretudo bilhetes. Os primeiros números dos grandes e das assistências nos dois primeiros jogos do campeonato são esclarecedores.

Nos dois jogos disputados em casa o Sporting teve 47.599 espectadores. Já o FC Porto, nos jogos com Nacional e Leixões meteu no Dragão 78.426 adeptos e o Benfica teve a vê-lo, na Luz, nos encontros com Marítimo e V. Setúbal, 95.018 adeptos.

O dobro da assistência do Sporting em apenas dois jogos e mais 17 000 pessoas que nos dois jogos em casa do FCPorto. Se juntarmos a estes jogos as casas cheias com Atlético de Madrid e Milan o Benfica este ano já leva uma vantagem enorme neste aspecto sob os seus mais directos adversários.

O objectivo do Benfica neste momento é manter este nível exibicional e almejar à média tão difícil mas possível de 45 000 pessoas em cada um dos 15 jogos do campeonato.

Sabendo que contra FCPorto e Sporting teremos mínimo 60 000 pessoas há hipóteses reais de termos os tais 40 000 a 45 0000 espectadores de média, mas para que isso aconteça - e todos sabemos quão importante será que isto aconteça mesmo - o Benfica além de entusiasmar tem de ganhar. Não há outra hipótese. E este ano, mesmo com os árbitros a inventarem, mesmo com o aparente domínio do FCPorto ainda presente nalguns analistas e eventualmente nalguns relvados, já todos contam com o Benfica. Ainda bem...

Nós este ano contamos mais que nunca.

Eu, pela minha parte regresso aqui ao blog cheio de força apesar de nunca ter estado realmente afastado do Benfica.

A ultima época estive muitos jogos fora de Portugal onde assistia a cada um dos encontros de todas as maneiras possíveis e impossíveis. Este ano estarei algum tempo fora também, com a certeza que em Maio cá estaremos para festejar a conquista do título. Eu sei que devemos ser calmos, serenos e anti-euforia, mas sinto que esta equipa tem estofo de campeão e nós vamos ajudá-los em cada campo, em cada jogo a facilitar o que será de si já complicado.

Depois no fim fazemos as contas do campeonato e da média de assistência. Se chegarmos às 45000 pessoas de média celebraremos dois títulos - de campeão nacional e os reis das assistências. Sim, assistências de espectadores para não se confundir com os reis das assistências para golo que serão Aimar, Di Maria, Coentrão ou Ramires...

Força Benfica