sábado, 25 de abril de 2009

EU VOU

Quando Michael Jordan começava a destacar-se do outro lado do oceano com a sua equipa Chicago Bulls, deste lado começávamos nós a sonhar com uma equipa de Basket encarnada que pudesse ser competitiva aqui em Portugal e quem sabe na Europa.

Vivemos esse inicio dos 90 com Mike Plowden, Carlos Guimarães, Carlos Lisboa, Henrique Vieira, Jean-Jacques (que para mim era o mais próximo do Michael Jordan que podia ver jogar), Pedro Miguel (pouco tempo depois), Steven Rocha e o inconfundível treinador Mário Palma.

Eu acompanhei in loco vários jogos deste Benfica para a liga regular (usando uma expressão à la NBA), para o playoff e para a liga Europeia. Estes tempos do antigo pavilhão cheio a fazer lembrar esses ambientes da Grécia (para o bem e para o mal) representavam o melhor do ecletismo encarnado. Sabíamos que a magia da NBA era algo que não se podia alcançar na Europa, muito menos no nosso pavilhão, mas acreditávamos na equipa e encchiamos esse pavilhão com o nosso ambiente. No entanto, quase duas décadas depois, o cenário hoje é ainda mais deprimente.

A nossa equipa de Basket já bateu recordes este ano, que essas equipas dos anos 90 não conseguiram bater. Nenhuma dessas equipas maravilha conseguiu chegar ao último jogo da liga regular com todos os jogos apenas com vitórias. No entanto, o entusiasmo dos nossos adeptos não tem sido igual ou similar ao entusiasmo que muitos vivemos nessas noites históricas no antigo pavilhão da Luz. E é pena... Porque se há jogo que empolga um pavilhão ou estádio nas últimas décadas é o Benfica-Porto e hoje vamos fechar a Liga regular com esse confronto que não nos dá nenhum título, mas pode dar o absoluto recorde de fechar esta mesma liga regular com vitórias em todos os jogos.

Sei que muitos dos jogos da primeira fase não são tão chamativos, mas se este cartaz não chega para entusiasmar uns milhares de adeptos Benfiquistas para encher esta tarde o pavilhão Império Bonança, não sei realisticamente que futuro podem ter as nossas modalidades amadoras.

Eu acredito num Benfica dominador no Basket e acredito num projecto que pode levar novamente este Benfica aos palcos maiores do Basket Europeu. No entanto, não há clube ou modalidade que exista sem público. Por mais que a quota modalidades (que muitos de nós pagamos para "ajudar" essas modalidades) dê a estabilidade financeira para viabilizá-las, o que realmente tem de mudar são os ambientes que se vivem nos pavilhões onde se jogam essas modalidades.

A Benfica TV é um projecto que pode ajudar a promover os jogos das amadoras mas não podemos trocar o sofá confortável dessa Benfica TV pelo ambiente que se vive no local do jogo. Quando se fala tanto em futebol e no que o futebol representa no Benfica será bom olhar que uma das nossas modalidades de sempre está a horas de bater um recorde nacional (nem sei se mesmo internacional) e será desolador ver as bancadas do nosso pavilhão vazias uma vez mais.

Temos que pensar nas modalidades como algo de presente e de futuro e aí meus amigos candidatos ou pseudo candidatos à Presidência de Outubro, temos que aplaudir o trabalho desta direcção na manutenção e na competitividade que vamos tendo em várias modalidades. Falta ainda criar público porque por mais esforço que a direcção, técnicos e jogadores façam será sempre desmotivador ver a tal tendência de pouco público que é muito difícil de inverter.

Hoje seria bom e bonito que o pavilhão enchesse para que pudéssemos sentir o que pode ser o Basket do Benfica num futuro próximo - vencedor e apoiado por todos os Benfiquistas onde mais se sente esse apoio. Na bancada...

Espero que hoje se faça História e que o Benfica consiga fechar esta regular season com o mítico resultado de zero derrotas na classificação e com bastante público na bancada.

Como dizem no slogan dum famoso festival - "EU VOU"

Força Benfica

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O candidato da blogosfera

Sou um leitor assíduo de vários blogs "vizinhos" que diariamente escrevem sobre o Benfica. Leio muitos e apesar de não comentar tanto quando queria, opino mentalmente e tenho boa impressão de todos quantos escrevem em blogs encarnados. Posso concordar ou discordar, como muitos podem concordar ou discordar dos meus posts em determinadas alturas, mas tenho um respeito enorme por cada um dos que por esta blogosfera vai opinando sobre o nosso glorioso.

Não tenho uma estratégia de marketing associada ao meu blog e os meus leitores são outros bloggers ou alguns curiosos que por aqui passam. Repito que tenho o maior respeito por todos que escrevem em blogs encarnados e na minha modesta opinião acho que quantos mais formos, melhor.

Há um mês foi anunciado oficialmente através do blog "Novo Benfica" o primeiro candidato oficial a Presidente do Benfica nas eleições de Outubro.

Esse anúncio feito por Bruno Carvalho no blog onde escreve marca uma nova maneira de ver as candidaturas ao maior clube nacional e maior clube do mundo. Este candidato torna-se oficialmente no primeiro candidato da blogosfera e penso que nas próximas décadas podem-se repetir outras candidaturas que surgirão de blogs ou de meios "não tradicionais". Isto só prova que este meio é já importante e apesar de não ser um dos mass media tradicionais tem peso junto de um público obviamente formador de opinião.

Quem quiser saber o que pensa Bruno Carvalho sobre os vários pontos relacionados sobre o Benfica basta ir ao seu blog, clicar no seu nome e ler tudo o que este candidato pensa ou pensou em vários momentos da vida do clube. Eu não preciso de voltar a ler porque já li a maioria dos seus posts como aliás dos seus colegas de blog.

Neste momento, aplaudo a forma que este candidato escolheu para se dar a conhecer e parece que pode obviamente chegar a Outubro com notoriedade suficiente para pelo menos ser ouvido.

Para quem não sabe, o Benfica é, foi e será sempre um bastião de democracia em Portugal. Para mim, cada vez que se fala em candidatos à presidência do Benfica, tenho a opinião que sendo sérios, nunca são demais. No entanto, a democracia às vezes tem coisas estranhas. Uma delas é permitir que se candidate alguém que não tenha o mínimo perfil para o lugar. Guerra Madaleno era um desses candidatos mas existiram mais ao longo da nossa história. Um destes erros de casting inclusivamente chegou a Presidente e depois de Presidente a presidiário.

Não conheço este Bruno Carvalho, mas parece-me ser alguém bem preparado e que sabe o que diz. No entanto, não concordo com a maior parte das coisas que pensa e parece-me que exagera num discurso quase sempre assente na critica fácil à gestão desportiva do futebol. Muitas das suas ideias são ideias alicerçadas em factos indesmentíveis e inspirados em exemplos de outros clubes - onde o FCPorto é a sua grande matriz - mas que não chegarão para motivar as hostes encarnadas.

Apesar disso vejo nesta candidatura apenas pontos positivos. Este candidato parece-me ser alguém educado na forma, apesar dos erros de palmatória que cometeu depois de assumida a candidatura.

A sua ideia de antecipar as eleições é apenas uma manobra para ter mais protagonismo e algum destaque de media. Este senhor é alguém que tem um MBA em Marketing e saberá algumas das regras básicas de comunicação. Tal como ele, eu também conheço algumas...

No entanto, como Benfiquista deve saber que as eleições no nosso clube são normalmente em Outubro e não é pelo facto de o Presidente novo não ter preparado a época que isso tem sido impeditivo de entrar em funções em Novembro para continuar o trabalho e arrumar a casa nos primeiros meses até que prepara a época seguinte como a sua primeira época a full.

Tem sido assim e não se verificando uma situação extrema de calamidade organizativa/financeira ou de saúde pessoal do Presidente não me parece de todo desejável que se antecipem as eleições. O candidato Bruno Carvalho acha o contrário e segundo ele "a tradição já não é o que era" mas se foi assim antes, porque não será em Outubro de 2009?

Obviamente que com esta sua ideia, não conseguiu nada mais que alguns recortes de jornais para juntar ao seu press clipping de candidato e na sua estratégia de aumento de notoriedade junto de um público que é muito castrador. Todos nos lembramos que Vale e Azevedo perdeu contra Manuel Damásio e depois ganhou contra Luís Tadeu passados três anos. Aliás estes ciclos Manuel Damásio/Vale e Azevedo são autenticas páginas negras na história recente do nosso dirigismo e daí aparecem muitos dos problemas desportivos que fazem com que nos últimos 15 anos apenas tenhamos conquistado um título. Será que a ideia deste Bruno Carvalho passa por ser candidato agora para perder por poucos e depois ser candidato para ganhar? Veremos se será assim...

Além desta má ideia de antecipar as eleições, o candidato Bruno Carvalho é demasiado crítico em relação a tudo o que tem a ver com o futebol do Benfica e muitas vezes, para dizer algumas das suas verdades dá o (mau) exemplo do FCPorto. Nem tudo o que o FCPorto faz é bem feito, nem todas as suas compras são acertadas, nem todos os seus métodos são legais. Não podemos duvidar de muitos dos seus méritos, mas também não podemos "endeusar" o que não deve ser "endeusado". Mesmo no caso paradigmático da "maravilha do seu futebol" e dos seus excelentes resultados versus a mediocridade total do futebol do Benfica, temos que ser sérios na análise. Há 3 jornadas separavam-nos 2 pontos para esse colosso europeu. Na Champions essa equipa maravilha, leva 4 do Arsenal, perdem em casa com Dínamo de Kiev, não ganham um sequer jogo à ridícula equipa do Atlético de Madrid e são eliminados em casa pelo Manchester United. Há bem pouco tempo, o Benfica elimina o campeão europeu Liverpool com duas vitórias e sem sofrer golos nos dois jogos. Podemos e devemos fazer melhor mas é importante admitir que nem tudo está mal no Benfica.

Quero acreditar que este candidato também acha que nem tudo está mal no Benfica. Entendo que como homem que vive fora de Lisboa, lhe meta confusão a maneira como algumas pessoas utilizam o Benfica. Nesse particular escreve ele que os assessores jurídicos e assessores de comunicação parecem estrelas mediáticas quando na verdade não passam de assessores jurídicos e assessores de comunicação. Para quem tem uma escola humilde e sensível - que não sei se será o caso - pode fazer confusão a atitude e body language desta dupla meio surreal.

No entanto, não estou aqui para comentar ou criticar as suas opções. Provavelmente pronunciar-me-ei noutra altura do ano, de forma mais calma e com mais dados sobre outros candidatos. Uma coisa lhe digo - quem tem um pouco mais de informação, cultura e know-how sobre algumas das questões relacionadas com gestão, marketing, merchandising e pensa que com isso sabe gerir futebol engana-se. O nosso futebol tem especificidades muito próprias como aliás dizia no último post. Gerir um negócio onde na entrada para a 22ª jornada estamos a lutar pelo maior objectivo do ano e a 2 pontos do primeiro e depois passados três jornadas - à entrada para a 25ºª já estamos a 8 pontos de distância desse primeiro faz com que entendamos todos que a humildade é sempre o melhor e mais correcto caminho.

Entendemos todos que com algumas mudanças se podia melhorar muitas coisas. Cada um de nós bloggers damos ideias e não tenho dúvidas que qualquer um de nós acha que se fossemos Presidentes ou membros da direcção tudo seria diferente para melhor. Dessas ideias que todos damos, existem algumas boas, outras más, umas mais exequíveis que outras, outras mais megalómanas. Todos opinamos nestes cantinhos de liberdade e a verdade é que em cada um de nós está um potencial candidato, potencial treinador, potencial gestor, potencial director técnico, potencial jogador ou potencial simples adepto.

Penso que é importante respeitar sempre quem serve o clube e mesmo com as diferenças que nos caracterizam nunca ser um foco de instabilidade enquanto não se entra no normal período mais hard-core da campanha eleitoral. Neste momento a equipa e o clube precisam de calma e tranquilidade. O nosso Presidente ontem deu um sinal claro de que mudou o diapasão e aposta agora numa ideia de estabilidade assente na manutenção de toda uma estrutura de futebol que teima em não acertar. Parece-me óbvio que esta é a solução correcta mas entendo que o populismo do ano de eleições possa mudar a sua opinião, caso disso dependa a sua eleição para comandar mais três anos os destinos do Benfica.

O clube nos próximos 20 anos vai ter que viver uma revolução ideológica que adapte o Benfica definitivamente para o século XXI. Nesse sentido, sangue novo é importante para que se apliquem algumas ideias que ajudem a implementar essa revolução na gestão e na direcção desportiva - especialmente no futebol.

Vem aí um ciclo importante - pagamento do estádio, renovação ou não dos contratos de transmissão televisiva, consolidação do grupo empresarial que existe neste momento debaixo da marca Benfica e aumento dos sócios e do esquema de descontos que muito bem se começou nos últimos anos. Depois deste ciclo e com aumento de receitas e com acerto na parte desportiva, melhor aproveitamento da formação e ganhando títulos o Benfica pode claramente voltar a ser o colosso que todos queremos que volte a ser. Para isso acontecer há que passar por estes anos onde a parte financeira ainda não está estável e onde a parte desportiva ainda não dá os frutos que todos desejamos.

Sinto que com tudo certo, o próximo mandato vai dar títulos importantes ao glorioso seja com Luís Filipe Vieira, com Rui Costa, com Bruno Carvalho, com Bagão Félix ou com qualquer outro. Neste momento sei que a simpatia com que aceito qualquer candidatura legítima à presidência do Benfica é inversamente proporcional à vontade que tenho em votar neles. Muito dificilmente alterarão o meu rumo, mesmo sabendo que há muita coisas a mudar.

Neste momento, meu caro consócio Bruno Carvalho, o meu voto está longe de apoiar a sua candidatura. Quanto mais tempo passa mais hipótese tem de apresentar as suas ideias, mas tem de pensar que depender dos resultados do futebol para pensar em ser Presidente é redutor e não é sério. Lembre-se que todos os grandes presidentes do nosso clube foram pessoas sérias, cultas e não oportunistas. O seu trabalho até Outubro é parecer sério. Se conseguir parecer sério em Outubro já se deve dar por muito contente. Seja sério nas análises, critique educadamente o que tem der ser criticado, dê boas ideias - se as tiver - ajudando a que o Benfica seja melhor e mais forte a partir de Outubro. É esse o objectivo principal dum candidato a Presidente do maior clube do mundo. Entender as tradições encarnadas, conhecer a História e ser digno desse papel de candidato contribuindo positivamente para o engrandecimento do clube.

Ganhar ou perder as eleições depois será secundário porque depende sempre da vontade democrática do voto. Por tudo isto que referi, saúdo a sua candidatura a quem chamo de candidatura da "blogosfera" mas não a apoiarei com o meu voto. Soube hoje que contratou uma equipa de comunicação espanhola para tratar de parte da sua campanha. Como a notícia que li era tão pequena acabei por não entender qual será o trabalho específico dessa agência. Não se esqueça que as especificidades do "terceiro anel" não se sentem à distância - do Porto - ou de outro país - mesmo que separados apenas por uma fronteira.

Veja o exemplo do nosso futebol que você tem tanto criticado. Quique Flores não é a aposta certa com resultados rápidos pela simples razão que se entende que a aprendizagem do nosso futebol por parte de um espanhol demora tempo.

Um candidato Benfiquista terá que entender esse terceiro anel, terá que saber estar com o povo e dar-se com as elites, terá que ter a humildade e humor popular, terá que ter a cultura das artes e a inteligência para entender o público a quem se dirige. Será que essa sua agência espanhola entende todas estas variáveis?

O fenómeno Obama, que acompanhei de perto, não se limitou à mudança pela mudança. Nos dias que correm esta mudança faz-se com vários factores desde imagem, carisma, competência, capacidade de liderar, de motivar e de entusiasmar o publico a que se dirige. Duvido que essa agência "que ajudou Florentino Perez a ser eleito" o possa ajudar a chegar a presidente do Benfica e a dar-lhe esses atributos que manifestamente duvido que tenha.

Não há problema nenhum em não ser Presidente do Benfica, nem em perder uma guerra que não tem obviamente derrota. No nosso clube e na nossa democracia ser candidato a Presidente com ideias e sugestões é sempre positivo e desejável.

Infelizmente para si, não conte com os meus singelos 20 votos mas conte com o meu aplauso se aqui estiver pela positiva. Se estiver a torcer pelas derrotas do Benfica para com isso criticar por criticar, além de não contar com os meu voto, contará com a minha oposição directa que não serão nem mais nem menos que estes mesmos singelos 20 votos.

Pense sempre no Benfica e nunca nas suas ambições pessoais. O Benfica é obviamente maior que todos os seus adeptos ou possíveis candidatos.

Desejo-lhe boa sorte, na esperança que faça uma campanha pela positiva e sem a obsessão desse poder de Presidência que muitas vezes cega a clarividência que se deseja em todos os momentos do nosso Benfiquismo.

Força Benfica

terça-feira, 14 de abril de 2009

O "falso" dilema de Rui Costa

Temos assistido a várias opiniões que colocam a decisão de continuidade ou não continuidade de Quique Flores como treinador do Benfica na mão de Rui Costa. Tecnicamente todas elas apontam no sentido de um grande dilema que afecta o nosso director desportivo - despedir ou não despedir Quique Flores.

Custa-me entender que Rui Costa tenha que decidir baseado em pressões que nada tem a ver com futebol. Nos dias que correm há quem diga que Rui Costa está pressionado pelo facto de haver eleições em Outubro e caso Quique Flores se mantenha de forma fragilizada no comando técnico da equipa, poderá afectar o resultado dessas eleições.

Eu não confundo competência técnica/desportiva com capacidade em gerir o marketing duma campanha que terá necessariamente de focar nos pontos fortes da gestão de Luís Filipe Vieira e omitir/disfarçar ao máximo os pontos fracos dessa mesma gestão.

Espero que Rui Costa também não confunda essas duas diferentes perspectivas que nada têm em comum.

O único dilema de Rui Costa é obviamente técnico e desportivo. Foi ele quem assinou por dois anos com Quique Flores e foi ele quem disse que só a estabilidade poderia trazer sucesso a um projecto que teve nesta época o seu "ano zero". Neste "ano zero" muita coisa correu mal, mas também muita coisa correu bem. E uma das coisas que correram bem este ano foi o facto de termos estado no comando da Liga durante várias semanas, criando uma ilusão nova de que poderíamos obviamente voltar a ser campeões.

Na verdade e independentemente das exibições, apenas as duas derrotas caseiras frente a Guimarães e Académica colocaram o Benfica estrategicamente fora da corrida do título 2008/2009. Isto são factos. Com essas duas vitórias o Benfica estaria hoje a 2 pontos do primeiro classificado e 2 pontos à frente de Sporting.

Posto isto, pergunto porque razão há dilema na cabeça de Rui Costa? Que dilema?

Numa época com muitos jogos o que verdadeiramente correu muito mal foi a prestação europeia, que terminou em Dezembro. Nessa altura, fomos eliminados da Taça de Portugal nos penaltis pela equipa sensação da altura e durante o resto do campeonato lutámos com armas menos poderosas que adversários directos e ainda ganhámos uma Taça da Liga.

Não há evolução sem auto-avaliação e Quique tem de admitir perante Rui Costa as dificuldades de adaptação a um futebol que não conhecia e onde não quis ser ajudado a entendê-lo de forma mais rápida. Neste momento e com um plantel que não terá muitas alterações, com uma equipa técnica mais familiarizada com jogadores, com adeptos, com adversários, com árbitros, com imprensa, com os estádios e adeptos adversários, com toda a envolvente do futebol nacional porquê mudar um plano que o próprio Rui Costa definiu e organizou?

Sinceramente, entendo a imprensa, entendo as manifestações eleitorais - se bem que a esta distância são absolutamente inócuas - até entendo o "meu terceiro anel", mas não posso entender o "falso" dilema que querem colocar a Rui Costa.

O único dilema que poderá existir nesta questão é a opinião de Quique Flores e o que o próprio treinador quer fazer da sua vida.

- Será que Quique quer cumprir o contrato que assinou com Benfica?

- Será que Quique Flores quer continuar a assistir impávido e sereno a esta palhaçada de futebol nacional?

- Será que Quique quer estar associado a um futebol que entre envelopes e escutas ilegais se vai passeando como se ainda vivesse em 1983?

- Será que Quique quer continuar a ser muito roubado e às vezes beneficiado num futebol que tem no "esquema" das compensações a sua génese?

- Será que Quique quer continuar num futebol onde o presidente da Liga diz que "quem não paga ordenados deve ser condenado por isso" e a resposta que os "senhores deste futebol" lhe dão é a tentativa de fazer cair a direcção da Liga presidida por este presidente para continuar com a mentira e com a dependência que esses clubes pobres têm desses senhores grandes deste futebol nacional?

- Será que Quique não está contente com o seu trabalho e quer sair pela vergonha de algumas exibições do Benfica este ano?

Eu defendo que só faz falta quem cá está e para o bem e para o mal este é o futebol que temos em Portugal. Se Quique quiser sair esta época por todas estas razões ou por outras questões pessoais, Rui Costa saberá ler nesse desejo as razões para aceitar a sua demissão.

Se não for por vontade de Quique porque razão deverá Rui Costa despedir Quique Flores?

Não consigo ver uma única razão para esse despedimento, mesmo sabendo que há pontos fracos que se podem mudar para pontos fortes nessa decisão. Todos concordamos que eventualmente será negativo ter Quique fragilizado no inicio da próxima época. Nesse aspecto só há uma única solução - dar apoio total e incondicional a Quique Flores.

Dizer claramente que o seu contrato é para cumprir e quem não concorde com essa decisão estará contra Rui Costa e contra o Benfica. Não podemos ter uma situação semelhante à de Fernando Santos outra vez, onde se prepara uma pré-época com um treinador e depois se despede esse treinador depois dum empate na primeira jornada. Aliás, Rui Costa viveu dentro do balneário essa situação anedótica. Temos que saber definir claramente o que queremos para o Benfica. E o que queremos para o Benfica é que a estabilidade possa dar resultados.

Repito, queremos que a estabilidade possa dar resultados e não que os resultados tragam estabilidade esporádica, porque se assim for não chegaremos às vitórias que ambicionamos e se chegarmos a essas vitórias, é porque aparecem por acaso.

Li com atenção todas as entrevistas de Rui Costa (quando aceitou ser director desportivo) e de Quique Flores (quando aceitou ser nosso treinador). Rui Costa dizia que era importante a estabilidade para criar as condições para que o Benfica ganhe e que ganhe muitas vezes e não de forma esporádica uma vez e depois passados dez anos outra vez.

Quique Flores sempre disse que queria ajudar o Benfica a organizar-se como clube moderno e criar condições para quem o seguir poder continuar esse trabalho, sempre focando no Benfica como Instituição que se serve e não servir-se da Instituição Benfica como trampolim para outros desejos pessoais.

Não nos podemos esquecer de nada disto apenas porque perdemos contra Guimarães e porque fomos escandalosamente roubados contra Académica no espaço de três jornadas.

Se Rui Costa tem algum dilema no seu Grande Projecto por causa de duas derrotas, então desculpem-me a frontalidade mas não serve para o nosso Benfica.

Os Grandes Homens conhecem-se pela determinação com que defendemos ideias e projectos mesmo nos momentos em que mais ninguém acredita neles. Rui Costa é obviamente um destes Homens e se hesita um segundo que seja, é literalmente "comido" por uma massa sem cara nem ideias.

Força Benfica

segunda-feira, 13 de abril de 2009

A quem interessa tanto ruído à volta do Benfica?

Esta última semana - especialmente depois da má exibição com boa vitória na Amadora - o Benfica passou maus momentos muito por culpa dos opinion makers deste cantinho à beira mar plantado, que saíram a terreno colocando cenários de revolução assente em duas premissas - mudança de treinador na próxima época ou mudança de presidente.

Eu assisti a tudo de forma silenciosa porque apesar de poder escrever quando me apetece por este cantinho blogosférico, há coisas que não merecem ser sequer comentadas, mesmo quando se fala de putativos novos treinadores ou putativos candidatos a candidatos à presidência do nosso glorioso.

Desde a derrota com Guimarães que escrevi que o título era uma miragem e não seria nada preocupante ficar em segundo ou terceiro lugar desde que se começasse a definir um modelo de jogo, uma estrutura base para o novo ano e obviamente manter a mesma equipa técnica.

A inteligência normalmente é inimiga da teimosia. Eu não conheço nenhum treinador inteligente que não seja teimoso e conheço muitos teimosos que não possuem o mínimo de inteligência. Quique obviamente preenche os requisitos da pessoa inteligente que sendo teimoso, pode evoluir e aprender com erros que ele próprio comete.

O futebol Português tem especificidades muito próprias que em mais nenhum lugar do mundo se verificam. E isto é fácil de entender. Não vou falar muito dos casos apito dourado, dos envelopes, das máfias entre pais que passam de árbitros para dirigentes de arbitragem e filhos que entram para o seu lugar na arbitragem, do escândalo dos emprestados, dos ordenados em atraso que alguns dos clubes ricos do norte querem manter porque lhes interessa mais a fome dos adversários que a hipotética competitividade na Liga, ou de todos os esquemas mais ou menos sujos que por aqui se passeiam.

A única coisa que sabemos é que neste mundo mesquinho e pobre de espírito há um clube que em 20 anos dominou quase por completo este futebol pequenino. Isto é uma análise que pode ser feita de Tóquio ou de New York - à distância...

Eu não tenho por norma falar por aqui de arbitragens ou de árbitros e defendo que só Presidente ou Director Desportivo deveriam estar habilitados a fazê-lo, mas a nossa estrutura acha que para falar de árbitros serve o director de comunicação. Sobre esse senhor não volto a falar porque já dei a minha opinião no post anterior mas acrescento que não acho bom ser ele a ter que levantar a voz e dar a cara pela verdade desportiva. No entanto posso e devo falar da correlação entre o futebol praticado pelo Benfica na primeira parte da época - onde inclusivamente fomos líderes - e o futebol praticado pelo Benfica depois de começarmos a ser mais escandalosamente prejudicados pela arbitragem - Dezembro 08, Janeiro 09, Fevereiro 09.

Há obviamente um relação entre as arbitragens e o nervoso que desencadeou a consequente descida de qualidade nas nossas exibições, até ao ponto em que um golo que vem precedido de penalti é anulado sem que isso seja sequer colocado num resumo da Sic Noticias que vi quando cheguei a casa do Estádio.

Quando a melhor e mais isenta estação televisiva nacional não coloca a imagem do golo anulado ao Benfica no primeiro resumo que transmite depois de terminado o jogo eu posso e devo falar em péssimo jornalismo. E não confundir péssimo jornalismo com ditadura e proibir a Sic Noticias de entrar mais no Estádio da Luz. È apenas péssimo jornalismo e viveremos com isso, ou talvez não...

Provavelmente, é importante constatar que estes lances de tão normais já nem merecem ser transmitidos. Obviamente que a Sic Noticias acabou por colocar a imagem no resumo e difundi-la nos seus programas de desporto - nomeadamente no Rui Santos ontem à noite - mas o que fica é a ideia que a normalidade é a falha, o roubo, o engano que de tão humano e de tão certinho devemos desconfiar.

O árbitro ao intervalo já sabe que há um erro de fora de jogo nos minutos iniciais da partida, entra na segunda parte transformando um penalti seguido de golo em falta atacante anulando o 1-1 e quando minutos depois David Luiz cai na área num lance duvidoso, o árbitro não tem dúvidas e deixa seguir o jogo. Aqui senti claramente que o erro do árbitro não é humano. Um árbitro com cariz "humano" depois de saber que errou num fora de jogo e que anulou um golo limpo, marca o penalti mesmo que tenha sido um lance duvidoso. Alguém que não o marque é porque passa do lado humano para o lado frio, premeditado e calculista que eu não quero acreditar existir.

Depois, nos momentos finais eis que chega o clássico dos clássicos. Espalhar cartões amarelos para os jogadores da Académica - serão três - para que não possam defrontar o FCPorto na próxima semana. Não vejam nestas frases uma afirmação de corrupção, porque não o faço. No entanto há algo sobrenatural que protege essa equipa de azul, mesmo que não tenham obviamente nada a ver com tudo isto...

A quem serve esta brutal crise no Benfica? A quem serve que Rui Costa não ganhe embalo e preferência dos Benfiquistas? A quem serve que Quique seja despedido e com ele sigam mais 3 milhões de euros de indemnização, troca de jogadores e começar tudo de novo? A quem serve contestação ao presidente e à gestão financeira magnífica mesmo sem liga de campeões pelo terceiro ano consecutivo? A quem serve criar contestação ao facto de termos mais de 200 000 sócios e com isso receitas que mais nenhum outro clube tem? A quem serve tudo isto?

Eu sei que no Benfica este ano joga-se muito alto devido às eleições. Hoje o Benfica é apetecível, pela simples razão que está mais organizado e consegue gerar receitas mesmo sem ganhar nada no futebol. Imaginem o que será o Benfica quando for campeão três vezes seguidas. Nesse dia o Benfica pode mesmo voltar a ser um colosso total. Por isso e não só, o Benfica é hoje um clube desejável e quanto pior correr a vida à equipa de futebol, melhor corre para todos os que querem ser candidatos em Outubro deste ano. Eu entendo tudo isso e sobre as eleições já escreverei noutro post, mas neste momento é importante entender a massa humana que é o Benfica e os lenços e "lençóis" brancos que no sábado foram mostrados a Quique.

Todos sabemos que ninguém chega a presidente do Benfica sem ser populista. Isto vem nos livros porque ninguém espera que em 6 milhões de pessoas e em mais de 200 000 sócios exista a tal sensibilidade de gestão, de futebol, de marketing, de merchandising, de receitas extraordinárias, de direitos televisivos. O que a grande massa quer saber é de resultados e neste momento os resultados desportivos do futebol são muito penalizadores para a equipa directiva. No entanto, nunca nos tomem como parvos. O Benfica e os seus sócios sabem sempre distinguir o bom do mau, o trafulha do sério, o populista do homem com verdadeiras ideias e podem ser enganados uma vez mas nunca serão enganados duas vezes.

Nestes tempos é importante que não apareçam os populistas com sonhos fáceis porque obviamente que há um problema na gestão do futebol encarnado que será solucionado com o tempo e com o desgaste duma cartilha de sistema que apesar de tudo já viu melhores dias.

Para esses interessa que tudo mude no Benfica a começar pela equipa técnica, pelo director desportivo, pelos jogadores, porque se desta vez o sistema reagiu com habilidades que nos retiraram o primeiro lugar cirurgicamente, também interessa vingar quem lhes fez frente - bem ou mal - nestes últimos anos e aí mudar o presidente benfiquista como vingança pessoal.

Temos que ser sensatos, inteligentes e perspicazes para entender bem a dimensão de todo este alvoroço mediático à volta do Benfica, e apoiar quem tem de ser apoiado. Não é fácil apoiar neste momento. Mais fácil é sacar o lenço branco do bolso ou o lençol da cama e acená-lo sabendo que nesse momento só estão a fazer rir o senhor maior de todo este sistema.

Não tenham a menor dúvida. Pede-se sensibilidade e bom senso...

Força Benfica

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Obviamente, demitam-no!

Não há nenhum problema em ter uma exibição miserável, paupérrima, vergonhosa contra uma equipa que mostrou "mais brio num dedo que o Benfica em todo o corpo". Entristece-nos, mas isto pode acontecer. Há que assumir, dar a cara e esperar que esta total miserabilidade dê lugar a alegria, convicção, atitude e um profissionalismo que ontem não apareceu na Amadora.

Não há nenhum problema com jogos assim. Lembro-me de um Paços de Ferreira-Benfica no tempo do Mourinho que teve um resultado de 0-0 e que a atitude e qualidade da nossa equipa foi similar à de ontem na Reboleira e veja-se onde chegou Mourinho.

Para quem tem visto o Benfica nos últimos tempos, esta exibição não espanta e espero realmente que a equipa dê a volta já no próximo sábado contra a Académica. Daqui deixo um incentivo - na medida do possível - ao plantel e à equipa técnica para que tudo mude numa semana e que se possa ver um pouco de futebol no que resta de campeonato.

Não merecemos ganhar o jogo e parece-me totalmente indigno ganhá-lo desta forma. A única coisa que me alegra sobremaneira em ganhar estes três pontos é ter a certeza que na próxima semana estes mesmos jogadores do Estrela, cheios de Brio, vão passear ao Estádio das Antas e fazer de propósito para perder por poucos. Então se estivessem a perder 2-0 aos 16 minutos devem combinar com os de azul, mudar aos 5 e acabar aos 10. Por esta razão, fico contente com a conquista dos três pontos por "antecipação de sentimentos".

No fim do jogo e quando Quique Flores comentava a terrível exibição na sala de imprensa eis que é interrompido por João Gabriel, nosso director de comunicação.

Segundo o jornal A Bola :

"Bem menos compreensível foi a atitude do director de comunicação do Benfica, João Gabriel, que de forma brusca interrompeu a conferência de Imprensa de Quique Flores para lhe colocar um ponto final, algo que surpreendeu o próprio técnico espanhol e todos os jornalistas que assistiram à cena.

Depois, emanou ordens para nenhum jogador encarnado prestar declarações aos profissionais que exerciam as suas funções.

Cardozo, de resto, foi prova disso, pois acedeu ao pedido dos jornalistas que estavam junto do autocarro da equipa para comentar o jogo e os dois golos marcados, mas foi então informado que o não podia fazer. «Não posso falar», disse Tacuara."

Sobre este senhor já aqui falei sobre o tristíssimo episódio da proibição da entrada da Agência Lusa no centro de estágio e num dos jogos do Benfica na Luz este ano.

Neste momento e depois de tudo o que se passou na Reboleira no relvado, não deixar o nosso treinador ou os nossos jogadores falarem na conferência de imprensa é sinal de total autoritarismo - para não falar de regime ditatorial - que não posso de maneira nenhuma aceitar.

Comecei o meu texto a dizer que "não há nenhum problema em ter uma exibição miserável" e na verdade não há mesmo nenhum problema. São coisas que acontecem. Agora irromper numa conferência de imprensa e proibir o nosso treinador e jogadores de falarem é algo INACEITÁVEL.

Tenho uma paixão enorme pelo Benfica e sei que muitos dos que todas as semanas acompanham o Glorioso sentem exactamente o mesmo. Criticamos e apoiamos fruto de uma paixão que sentimos de dentro...

Não há nenhum problema em ouvir críticas de imprensa séria ou menos séria. Eu sei que numa qualquer conferência de imprensa há sempre inimigos do Benfica e pessoas à espera do erro Benfiquista para afiarem a sua faca. Todos sabemos disso. Mas essas atitudes ficam para quem as comete e o Benfica está sempre acima disso tudo, mesmo quando as exibições são tão pobres como a de ontem.

Este senhor que tanto critica os de azul e branco, tem uma cartilha que não reconheço nem apoio de nenhuma maneira, própria desses senhores do Norte. Aliás, já aqui o escrevi há vários meses, mas pensei que seriam dificuldades de adaptação ao novo mundo da comunicação do futebol.

Passados alguns meses e depois da atitude tomada hoje - que obviamente terá uma qualquer justificação que colocará cirurgicamente no nosso site nos próximos dias - não pode haver nenhum tipo de contemplação. Só aceito a demissão. Tudo o que não seja a demissão deste autoritário e pouco inteligente (só alguém pouco inteligente retira a palavra a um treinador depois duma exibição deste nível hoje) director de comunicação será obviamente um erro grosseiro.

Sei da relação de amizade que este senhor tem com Rui Costa e com as cúpulas directivas do clube mas não se pode confundir amizade com pouco profissionalismo. Não tenho nada contra este senhor. A boa educação faz com que sempre tenha respeito por toda e qualquer pessoa que em qualquer momento da sua vida tenham servido o Benfica. Isso eu não mudo nunca e respeito a pessoa em causa. No entanto nem sempre podemos achar que o respeito ou amizade serão razões suficientes para não decidir o que tem de ser melhor decidido em prol do clube.

Compreendo a razão estratégica do não despedimento deste senhor a 7 jornadas do fim do campeonato. Não compreendo que este senhor fique nesta posição mais um dia sequer, depois do final desse mesmo campeonato.

Para que conste, comigo não entraria no escritório esta manhã...

Força Benfica

sábado, 4 de abril de 2009

Pré-Época - Parte 2




Eu escrevi aqui há semanas que depois da derrota com Guimarães o Benfica devia pensar num conceito de pré-época que permitisse dar mais competitividade ao colectivo nas restantes jornadas, tentar criar o grupo base para a próxima época e desta maneira chegar mais bem preparado ao mês de Julho, quando oficialmente preparar a nova época.

O que me surpreendeu foi ver toda a comunicação social a tratar o tal conceito que aqui defendi de pré-época como uma verdadeira pré-época. Não me lembro de ver em Março tantas capas seguidas com jogadores que vão ser reforços do Benfica na próxima temporada. Obviamente que quando aqui defendi o conceito de pré-época era a pensar no colectivo, no modelo de jogo que tarda em aparecer e a pensar nos jogadores que fazem parte do nosso plantel e que farão parte do plantel na próxima temporada. Nunca pensei que este conceito de pré-época fosse aproveitado pelos media pelas piores razões.

Por falar em piores razões, e para sermos claros e sem teorias de conspiração, pensei e pensei e pensei em que é que o castigo do Lisandro prejudica o FCPorto ou o jogador e sinceramente não consigo entender em que medida é que este castigo nesta altura pode prejudicar clube ou avançado.

O jogador está castigado para o jogo com Guimarães por acumulação de amarelos e depois não poderá jogar com o Estrela da Amadora no próximo sábado num jogo em casa contra uma equipa que o FCPorto tem "controlada". Aliás tão "controlada" que mesmo sem treinar, o Benfica não pode facilitar nem um único segundo este domingo na Reboleira, sob pena de ficar ainda mais longe do primeiro classificado.

Descansar Lisandro entre os jogos contra Manchester será algo que o FCPorto quase que agradece porque este castigo é aquele tipo de castigo que permite aos do FCPorto mostrarem a revolta das "injustiças do nosso futebol" e fazer com que Pinto da Costa sorria pois ele sabe tão bem que este castigo apenas servirá para que a equipa jogue mais concentrada nos jogos que se avizinham. Esta cartilha já eu a conheço bem e não é mais que utilizar os pontos fracos a nosso favor e alterá-los subtilmente para pontos fortes.

É exactamente o que o Benfica necessita nestas últimas 8 jornadas. Transformar os pontos fracos do seu futebol em pontos fortes reais com a conquista dos 24 ainda possíveis. É o que se deseja para este fim de campeonato. Mas entre o que se deseja e o que se pode, vai uma grande diferença...

Depois da derrota contra Vitória de Guimarães seria bom que equipa embalasse para as tais 8 vitórias que necessitamos para entrar motivados na verdadeira pré-época de Julho...

Força Benfica