sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Quique 1 - Bento 0

Não gostei nada das palavras de Paulo Bento na conferência de imprensa que antecedeu o derby. Paulo Bento tem uma equipa coesa, consolidada, com vários anos de trabalho e vai na liderança do campeonato. Vai defrontar um Benfica em construção, com castigados, por vezes inseguro mas com vontade de mostrar outros resultados. Joga no campo adversário e por isso mesmo devia ter dado o favoritismo ao Benfica. Agradeço que não o tenha feito, porque foi um erro de palmatória.

Há coisas no futebol que nunca mudam e Paulo Bento tem obrigação de saber isso mesmo. Os clichés do futebol existem, para se utilizarem nestes jogos e quem quer fugir dos clichés tem de estar preparado para essa difícil barreira de "mindgames" como Mourinho faz de forma soberba.

Quando Paulo Bento assume que vai ao Estádio da Luz para ganhar e "aumentar a vantagem" quer dar moral e confiança aos seus jogadores - até aqui entendo. Mas a verdade é que manda a prudência, nestes casos, utilizar a linguagem do politicamente correcto como "vamos defrontar uma grande equipa"; "temos de respeitar a equipa que joga em casa"; "há 50% de hipóteses, estamos confiantes, mas o factor casa nestes derbies pesa". Alguns clichés habituais no futebol que Paulo Bento de forma corajosa mas naif resolveu não utilizar.

E seria tão fácil utilizá-los porque a verdade é que o líder é o Sporting, vai jogar fora e por isso devia ter metido pressão no Benfica. Não o fez.

Quique respondeu umas horas depois de forma sublime. Diz ele que:

- "quer ver uma «grande resposta» dos seus jogadores no “derby” com o Sporting, que, na opinião do técnico espanhol, opõe «um projecto consolidado e outro em construção». Um deslize no embate de sábado não compromete as aspirações dos encarnados, porque, frisa, «a Liga não se decide em Setembro».

Paulo Bento lembrou, esta sexta-feira, que o Sporting não perde no Estádio da Luz há três épocas – a última derrota remonta a 2004/05 (1-0), a que se seguiu uma vitória (1-3) e dois empates (1-1 e 0-0).

Quique Flores responde de forma magistral afirmando:

- «Prefiro o caminho da humildade e não andar de peito feito. Sendo humilde é mais fácil as coisas saírem bem», acrescentando que «as estatísticas dizem-me pouco, estou cansado de as quebrar».

No final e como bom gentleman resolveu valorizar as qualidades do Sporting afirmando que se trata duma equipa «que gosta de jogar bem», mas que tem «virtudes e defeitos». «O Sporting sabe como joga. Não depende de um ou outro jogador, vale pelo colectivo».

Sempre disse aqui que temos treinador de futuro - caso Quique aqui queira ficar - e só espero que os resultados apareçam para tirarmos todas as dúvidas sobre se este é ou não o timoneiro certo para a grande Nau que representa o Glorioso.

Para terminar, e agora que Quique ganha na guerra de palavras, espero que os jogadores entendam que estas palavras de Quique - "prefiro o caminho da humildade" - não são mais nem menos que um aviso à navegação, reforçando a ideia que amanhã só com suor, força, determinação, raça e vontade podemos ganhar os três pontos. O jogo bonito que fique para os Romagnolis, Moutinhos, Rochembachs e Derleis desta vida...

Força Benfica

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A decisão da Época (Parte 1)

O Benfica pode decidir a época 08/09 nos próximos três jogos contra Sporting, Nápoles e Leixões. Se ganharmos os três arriscamos a ser primeiros no campeonato daqui a 10 dias, e temos o apuramento garantido para a fase de grupos da Taça Uefa.

Se por acaso a vida nos corre mal nestes próximos três jogos, decidimos a época no sentido prático de não chegarmos a esse importante objectivo desportivo e estratégico de estar na UEFA em ano zero da Benfica TV, e vermos o rival de sempre distanciar-se de uma maneira perigosa na luta pelo título - se bem que na Liga nada (mas mesmo nada) se decide na quinta jornada.

Este segunda parte do parágrafo até me custou escrever... Mas tive que fazê-lo para entendermos todos o que se joga nestes próximos 10 dias. Assumir a responsabilidade não tem nada a ver com meter pressão nos jogadores.

Penso que é muito importante que todos os jogadores sintam este perigo de jogar muito da época em 10 dias. Quando digo que se joga muito da época digo-o na exacta medida em que não ganhando nada, podemos deitar muito a perder...

Sem pressão, mas assumindo que mais importante que ter a estratégia, a táctica, os mecanismos, o entrosamento, os sistemas interiorizados é termos uma equipa coesa, unida e com coração. É muito importante ter coração e perceber que neste preciso momento o que nos importa são os resultados. Temos que ganhar, sem tentar jogar bonito ou jogar para a bancada. Não interessa perder e mostrar evoluções tácticas. Isso agora não serve. Como não serve perder e a crítica afirmar que a equipa está melhor. Prefiro que joguemos três maus jogos com três vitórias que o contrário. A equipa tem de estar armada para ganhar, transformar as fraquezas em forças (nomeadamente a impossibilidade de usar alguns jogadores contra Sporting e especialmente contra Nápoles) e acreditar que com vitórias nestes jogos tudo vai ser melhor durante a época.

Menos pressão, mais condescendência nalguns resultados negativos, mais desanuviados para poder jogar bem e ganhar bem, porque como diz Nuno Gomes hoje - "sabemos o que estamos a fazer". Não tenho dúvidas disso mas têm de fazê-lo já.

Quique Flores no meio de Agosto pedia mais dois meses para o início do campeonato. Eu com a paciência que me caracteriza alarguei o prazo e meti na minha cabeça que o ideal seria estar bem na Liga no início de 2009. Mas não posso deixar de sentir que neste momento tão importante para equipa, para técnicos, para adeptos, para a Benfica TV e para muitos outros projectos não necessariamente ligados ao futebol, estes resultados interessam. Sim interessam, porque antes de tudo o resto o Benfica é um clube de futebol ganhador. Não me recordo de me passarem a mística dizendo quão bem jogou o Benfica noutros tempos. Lembro-me sim, de me enaltecerem as vitórias e a capacidade de sofrimento e de luta que muitas das vezes foram a receita para essas mesmas vitórias.

Nestes próximos 10 dias a equipa tem de ser solidária, correr mais que os adversários e cada jogador tem de aceitar os erros de cada um dos colegas corrigindo-os e não cobrando-lhes esses erros. Têm de ser Benfica. Para quem não sabe o que é ser Benfica nesta equipa, que se deixe levar pela força e pelo coração e no final desta semana louca terá um curso intensivo de Benfiquismo passado com distinção.

Aproveitando a deixa da Grande Leonor Pinhão no texto de hoje dizendo que "nós benfiquistas temos de moralizar Quim", eu acrescento que além do Quim temos de moralizar toda a equipa e acreditar neles de forma inequívoca.

Nunca peço declaradamente vitórias e de forma bastante clara até escrevi aqui há pouco tempo que afinal um empate até pode ser um bom resultado, mas nestes próximos 10 dias conseguir as três vitórias não pode ser um objectivo mas sim uma certeza. Assim pensem os nossos jogadores...

Força Benfica

(Imagem utilizada retirada do blog http://benfica-slb-imagens.blogspot.com )

sábado, 20 de setembro de 2008

Benfica, TV e afins...

Tenho assistido com importante atenção a tudo o que se tem dito sobre o Benfica TV. Sei que grande parte do futuro estratégico do Benfica pode estar alicerçado neste importante item, e sei que os Benfiquistas vão ajudar a fazer deste canal uma importantíssima fonte de receitas para o Glorioso.

No entanto, estamos ainda no início dum ciclo que se iniciou há vários anos e que encontrou grandes obstáculos pelo caminho. Num blog vizinho, está muito bem contada toda a história que envolve o nascimento deste canal e dos interesses ramificados que estão por trás da entrada dum player tão importante no mercado audiovisual nacional.

Tenho por norma uma opinião consolidada, que se baseia na premissa de que os grandes negócios não se fazem com guerras. Ou seja, acredito que na gestão de vontades e na prossecução de objectivos claros, deve estar o equilíbrio que seria desejável ter quando se fala em grandes negócios. Não acredito nesses grandes negócios só para um lado e não tenho nenhuma simpatia por aquelas pessoas que metem interesses pessoais acima dos interesses estratégicos das empresas que representam. Este parágrafo serve para tudo, não apenas para o Benfica ou para o caso específico da Benfica TV.

Antes de falar nas reais hipóteses de receita para o Benfica, através da Benfica TV, vou acrescentar que não tenho por nenhuns dos players audiovisuais qualquer ódio de estimação, nem afino pelo diapasão de ver inimigos em todas as publicações da Controlinveste (de Joaquim Oliveira) ou amigos em outros grupos audiovisuais concorrentes da Controlinveste e teoricamente próximos do Benfica. Acredito que para este projecto da Benfica TV há objectivos que temos que alcançar independentemente de com quem os alcançamos.

E o principal objectivo do Benfica TV, nos dias de hoje, tem de ser a boa distribuição do sinal. Neste momento, temos um acordo estratégico com a MEO e que é obviamente o mais acertado, mas não podemos pensar que será a MEO a ter a exclusividade do sinal do Benfica TV para sempre. Sei que este projecto do Benfica TV deverá ter no curto prazo (até 2012) uma cobertura nacional total e inequívoca de maneira a poder ser realmente apetecível para o mercado publicitário - principal fonte de receitas. Isto tem de ser o grande objectivo do Benfica, independentemente da programação, das reportagens, das transmissões em diferido ou em directo.

O que podemos constatar desde já, é que o Benfica tem muita força, a ver pelos milhares de pedidos de adesão à MEO que ocorreram nas últimas semanas e seria desejável usar essa força apenas e só na prossecução dos seus objectivos, que têm de ser claros - ter total distribuição nacional no menos espaço possível de tempo.

Há duas maneiras de ver as receitas futuras do Benfica TV - através do sistema Pay Per View ou através dum sistema aberto de distribuição de sinal com receitas baseadas na publicidade e num fee anual pago pelas distribuidoras do sinal.

Neste momento, o Benfica optou pela segunda opção tendo distribuição exclusiva no MEO. Admito que estrategicamente e tendo em conta o que aconteceu nos últimos anos (com o boicote da TV Cabo à Benfica TV e a grande ligação de sponsoring que temos com o grupo PT) esta tenha sido a melhor e mais acertada decisão. A primeira emissão experimental vai ser emitida no dia 2 de Outubro com o jogo Benfica - Nápoles e a receita desse jogo será inteiramente preenchida por publicidade que anunciantes colocarão no canal. No entanto, o valor de cada anúncio será hoje muito mais reduzido, do que o real valor do Benfica, pela simples razão que quem for anunciar no Benfica TV não terá uma audiência nacional mas sim apenas os cerca de 250 000 assinantes da MEO. Quando o canal tiver distribuição nacional em todas as plataformas (como por exemplo a SIC Noticias) estaremos a falar para quase 2 000 000 de assinantes - 10 vezes mais.

No entanto, é bom pensar num canal como algo com perspectivas de crescimento consolidado a vários níveis, mas neste post quero apenas e só reflectir sobre questões de distribuição e de receita potencial. Sendo assim, e tendo em conta que este Benfica TV está neste momento a ser lançado com o objectivo de gerar receitas, não vejo nenhum problema em que o Benfica queira estar integrado na ZON (grande concorrente do MEO) na CaboVisão, ou todas as outras distribuidoras. Tem é de aproveitar esta ligação à MEO para de alguma maneira ajudar o seu patrocinador (PT) a lançar o serviço e com isso também ajudar a crescer este player importante - quanto mais assinantes tiver o MEO, melhor será para o Benfica neste importante ano inicial - e ganhar força negocial com todos os outros.

Esta época é estrategicamente boa para lançar o Benfica TV, porque temos os direitos dos jogos da Taça Uefa e se passarmos à fase de grupos desta competição teremos ainda mais capacidade para poder negociar com outras estações - SIC, RTP ou TVI - ou apenas utilizar esses direitos passando os jogos no Benfica TV, arriscando-nos a ter menos receitas publicitárias que as ofertas dos grandes canais nacionais, mas mantendo uma estratégia interessante no crescimento do canal. Por estas e por outras razões (obviamente desportivas) nunca pensei que seria assim tão mau estar na Taça Uefa este ano - assim a sorte nos ajude a ultrapassar o Nápoles porque caso contrário a desgraça neste ponto será ainda maior que na parte desportiva.

Voltando ao meu início do texto, e naquela ideia muito pessoal de envolver o maior número de players para chegar ao maior número de pessoas, não vejo porque levanta tanta celeuma a aproximação de Joaquim Oliveira a Luís Filipe Vieira ou vice-versa. Se o nosso objectivo é estar presente em todas as distribuidoras a médio prazo, será bom colocar de lado o maior distribuidor? Outra ideia que quero ressalvar e sublinhar - O Benfica pode voltar a negociar com a Olivedesportos novo pacote de transmissões, sem que isso signifique uma cedência ou pressão sobre a empresa Controinveste. Desde que sejam pagos os valores certos, tudo é possível.

Se em 2012 o Benfica tiver distribuição nacional do Benfica TV em todas as plataformas, e a poucos meses de terminar o contrato com a Olivedesportos, pode perfeitamente equacionar duas hipóteses:

a) não assinar com ninguém e tentar gerar receitas publicitárias ou de pay per view com os jogos do campeonato nacional
b) utilizar a força do canal Benfica e a hipótese atrás transcrita para ter mais peso negocial para um novo contrato com a Olivedesportos, eventualmente com mais um zero, assegurando os diferidos na Benfica TV.

Antes de chegar 2012, devemos pensar no imediato e neste momento seria interessante começarmos por ter os diferidos dos nossos jogos no Benfica TV, não colidindo com os diferidos que a Sport TV normalmente dá dos nossos jogos. Daí que todos os players sejam importantes e não devemos pensar que por termos um canal à nossa disposição temos o Rei na Barriga. Devemos ser fortes, não ostracizar ninguém porque estamos a falar do Benfica e quando se fala do Benfica as guerras pessoais ficam à porta...

Assim desejo para que possamos tornar o canal e suas receitas numa forte contribuição para a consolidação financeira e consequente regresso aos grandes títulos nacionais e quem sabe europeus.

Força Benfica

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Acreditamos...

Não era o que pretendíamos para este jogo, mas não deixa de ser um resultado que ainda nos dá esperança. É tão difícil ter que passar por estes momentos de paciência, que parecem faltar a cada golo sofrido.

Hoje sofremos três golos num só jogo o que contrasta com os dois que sofremos com Rio Ave e FCPorto (penalty) nos últimos quatro jogos (incluo Feyenoord e Inter de Milão).

Teoricamente, o Benfica está a ser construído de trás para a frente, mas sofrer três golos num jogo em que consegue meter dois, deita (quase) tudo a perder. Uma pena...

Felizmente estamos a duas semanas do próximo jogo com o Nápoles e já depois de termos jogado os importantes jogos com Paços de Ferreira e Sporting. Faltam quatro jogos para terminar um ciclo infernal que nos pode meter na corrida do título e na fase de grupos da Taça Uefa, mas será importante começar a ganhar porque com Inter (0-0), Rio Ave (1-1), FCPorto (1-1) e Napoli (3-2) não conseguimos vencer nenhum dos jogos.

Aliás, depois do entusiasmante jogo com Feyenoord no dia 9 de Agosto ainda não conseguimos ganhar nenhum dos jogos. Nada que nos apoquente, pela simples razão que acreditamos piamente no trabalho que está a ser feito, mas como Quique tão bem sabe, os trabalhos de base fazem-se melhor com vitórias.

Que esse ciclo se inicie já na segunda-feira com uma vitória em Paços de Ferreira. Acredito...

Como sempre.

Força Benfica

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A Mística de Quique Flores

Quique Flores deu uma entrevista magnífica ao jornal A Bola no passado sábado dia 13 de Setembro. E porque razão é que a entrevista de Quique é assim “tão Histórica”? Pela simples razão que a sua opinião sob os vários aspectos do Benfica, do jogo, da disciplina, da defesa do grupo (técnicos e jogadores), das exigências dos adeptos ou da gestão de expectativas é absolutamente notável.


Há claramente um “outro nível” de discurso, deste treinador para todos os outros treinadores que treinaram o Benfica nos últimos anos. Eu sei que o discurso dos treinadores é bom ou mau consoante os resultados, mas neste momento estou certo que independentemente dos resultados estamos perante um treinador de topo.

Num determinado momento das negociações de Rui Costa na contratação do novo treinador, pensei que Michael Laudrup seria o nome certo para treinador principal do Benfica, mas hoje sei que Quique Flores é obviamente e sem nenhuma dúvida a pessoa certa para o lugar certo. Digo mais, no nível que o Benfica está ou tem estado nos últimos anos ter Quique Flores e os nomes que constituem a sua equipa técnica a dirigir o nosso plantel, é quase um “luxo” que devíamos prezar diariamente, saber valorizar e desejar que não se "baixe o nível” neste item tão importante, como é a equipa técnica do Benfica.

Eu sou a favor da inteligência, da sensibilidade e da capacidade em integrar várias áreas de gestão (física e psicológica) na maneira de preparar uma equipa e Quique Flores sabe exactamente tudo o que tem a ver com estas duas áreas que aliadas às partes futebolísticas e tácticas são determinantes para o sucesso duma equipa de futebol moderna. E é exactamente disto que trata este treinador; da escola moderna em oposição à “Old School” que por exemplo Fernando Santos, Camacho ou Chalana representam – gostando mais ou menos de cada um destes treinadores que serviram da melhor maneira possível o nosso Glorioso, parece-me consensual esta análise.

Esta modernidade é algo difícil de entender por muitos de nós, mais habituados a uma velha cartilha técnica e disciplinar pouco adequada aos novos tempos.

A verdade é que a nossa Mística vem da velha guarda e na minha opinião não deverá ter qualquer tipo de modernidades ou upgrades, pois neste caso (da Mística) as modernidades não acrescentam nada de novo. Neste particular, Quique Flores mostrou na entrevista de “A Bola” (e em muitas outras entrevistas que já deu) que sente e entende a Mística Benfiquista e a grandeza do Benfica como poucos treinadores o sentiram – mesmo incluindo treinadores Portugueses recentes.

E isto também vem a propósito do castigo aplicado a Cardozo pelo mesmo Quique Flores. Sei que estão a correr várias teorias – umas a favor outras contra, umas a ver teorias de conspiração para Quique ganhar o balneário, outras a ver teorias de conspiração para Quique ganhar a opinião pública – pelos media e pelos blogs, mas todas elas são pouco credíveis porque nenhum de nós sabe exactamente o que se passou. Quando um caso destes não é totalmente conhecido na sua plenitude, toda e qualquer opinião é frágil e pouco credível devido a esse desconhecimento das razões que levaram Quique a castigar Cardozo. Normalmente estes casos resolvem-se com resultados. Se o Benfica ganhar os próximos jogos da Uefa e Liga (com ou sem Cardozo) Quique Flores tem a razão do seu lado e se o Benfica perder, Quique Flores terá mais um problema no seu saquinho de críticas dos adeptos e media.

Eu acredito em Quique Flores e não tenho nenhum problema em afirmar que gostava de ver esta equipa técnica a liderar o Benfica nas próximas três temporadas (mesmo que tenha apenas assinado por dois anos) o que obviamente valida positivamente qualquer sanção disciplinar que o nosso treinador ache conveniente, pela razão óbvia que na nossa Mística a hierarquia ainda prevê treinador acima de qualquer jogador – mesmo para os que têm cláusula de rescisão de 50 milhões de euros.

Força Benfica

sábado, 6 de setembro de 2008

Boa Sorte Queiroz

Estive sempre ao lado de Scolari. Com todas as críticas e devaneios gratuitos de alguns media, sempre o considerei o melhor seleccionador nacional dos tempos modernos - considero que Otto Glória é de outros tempos. Acompanhei todos os jogos do Euro 2004 in loco, menos os jogos iniciais contra Grécia e final contra mesma Grécia - ainda hoje penso que foi por minha causa que não fomos campeões Europeus.

No Mundial 2006 acompanhei todos os jogos na Alemanha (até o miserável jogo de apuramento de terceiros e quarto lugares) e no Euro 2008 voltei a acompanhar a selecção em todos os jogos que disputámos em Geneve e nessa fatídica cidade de nome Basel.

Apesar de este ser um blog do Benfica e optar por não falar muito da selecção por aqui, sei que esta caminhada que hoje se inicia e que nos levará à Árica do Sul (e onde estarei obviamente, para acompanhar os 7 jogos que nos levarão a campeões do Mundo) dependerá muito do ritmo que Carlos Queiroz for capaz de implementar nesta selecção.

Com Carlos Queiroz temos táctica e estratégia, talvez mais justiça na convocatória, mas perdemos coração. Com Scolari tivemos sempre muito coração e poucas alternativas ao clássico e estanque 4x3x3. Devemos ao Brasileiro muito do empolgamento nacional e da própria equipa. Hoje começamos uma fase difícil, e espero que Carlos Queiroz consiga iniciar o trabalho somando ao que conseguimos com Scolari e tentando ter algum do coração e Alma que Scolari nos dava. Queremos que some e não subtraia nada do que ele nos deu... Porque quer queiram quer não, deu-nos muito...

Boa Sorte Queiroz.

Força Benfica

Fará Makukula falta na Uefa?

Há dois dias ficámos a saber que Makukula não integrou a lista de jogadores inscritos para jogar na Taça Uefa.

Li n' "A Bola", que apesar do Benfica poder inscrever 25 jogadores, apenas inscreveu 24 por limitações regulamentares. Basicamente, isto explica-se porque do 18º jogador ao 25º, o Benfica tem de apresentar uma lista de 8 jogadores (nacionais ou estrangeiros) que tenham sido formados no Benfica (4) ou em qualquer outro clube nacional (4).

Então, e porque o Benfica apenas tem na equipa 8 portugueses, pensava eu que se poderiam inscrever todos, perfazendo o total de 25 jogadores inscritos. Mas as regras são claras; podem-se inscrever 8 jogadores formados no país, mas apenas 4 podem ser atletas não formados no clube.

O Benfica tem 5 jogadores formados em outros clubes nacionais - Ruben Amorim, Carlos Martins, Nuno Gomes, Quim e Makukula - e apenas três formados no clube - Miguel Vitor, Moreira e Jorge Ribeiro.

Sendo assim, fomos forçados a deixar um dos cinco de fora e o "elo mais fraco" foi Makukula. Parece-me incrível que até a matemática nos prejudica desta maneira, porque apesar de podermos inscrever 25 jogadores, apenas inscrevemos 24.

Seria mesmo impossível dar volta à matemática? Aparentemente sim, a não ser que tirássemos um dos outros 17 elementos que fazem a primeira parte da lista - e aí parece-me óbvio que não há lugar para Makukula.

O que me assusta é que para Nápoles não teremos nem Cardozo (castigado), nem Aimar (lesionado), nem Makukula e muito menos Mantorras (não inscritos). Sendo assim, temos Nuno Gomes e Suazo para a primeira mão - esperamos que não lhes aconteça nada até lá - que podem ser manifestamente insuficientes para atacar o Estádio San Paolo. Na segunda mão já poderemos ter mais opções, mas com este cenário, espero mesmo que Makukula não faça falta na Uefa.

Para terminar e tendo em conta estas regras da Uefa, parece-me que temos mesmo que começar a pensar em ter mais jogadores da formação no nosso plantel principal, porque nem sequer temos 4 atletas para cumprir os mínimos europeus - e um deles deve ter sido contratado só para fazer número no item da formação, porque de resto, ainda estou para saber a razão da sua contratação...

Força Benfica