quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Primeira Convocatória de Queiroz

Carlos Queiroz faz primeira convocatória para jogo de preparação com Ilhas Faroé e coloca três Benfiquistas nessa convocatória. Tendo em conta que escrevi aqui há alguns dias que desejava ver mais Portugueses no plantel principal do Benfica (até ver mantemos nove jogadores), é bom saber que um terço desses jogadores vai à nossa selecção - Quim, Carlos Martins e Nuno Gomes.

Vale o que vale, até porque é a primeira convocatória e para um jogo particular com uma selecção de segundo plano, mas não deixa de ser um facto interessante.

Tirando o Chelsea que dá quatro jogadores, o Benfica é o clube nacional com mais convocados, seguindo-se FCPorto com dois - Bruno Alves e Raul Meireles, e onze equipas com apenas um convocado.

Força Benfica

Marketing vs Estética

Terminei o meu último post inventando um possível logotipo nas redes do Estádio da Luz. Nesse momento, não pude deixar de voltar a pensar na maneira como o Marketing se utiliza do Benfica, de forma algo duvidosa.

Todos nós, tendo em conta os tempos que correm, somos pessoas de Marketing. No nosso trabalho, como consumidores, como pessoas atentas ao que se passa no mundo global e capitalista, temos noções básicas de como esse mundo do Marketing se movimenta. Eu tenho por esta área uma especial predilecção e não raras vezes dou por mim a pensar em como o Marketing pode ajudar o Benfica sem perdermos com isso nenhuma da nossa identidade.

Acho que esta direcção tem feito um trabalho notável neste particular, sem comparação com nenhuma outra direcção do nosso clube e sem qualquer comparação com qualquer outro clube nacional. Os patrocínios das bancadas, dos pavilhões, das piscinas, do centro de estágio, das modalidades, das camadas jovens, na ocupação dos nossos espaços comerciais, na optimização global das nossas receitas, no aumento das receitas do merchandising, etc... Todo este item tem sido na minha opinião, trabalhado de forma superior.

No entanto, há coisas que o marketing exagera... Isto vem a propósito do azul tmn que mancha de forma devastadora a minha camisola oficial do Benfica. Digo minha, porque é a que está diante de mim, mas muitos dos que lêem podem olhar para a vossa e meditar no que vou escrever de seguida.

A estética é algo que está também ligada ao futebol e ao marketing. Aliás o design evoluiu muitíssimo nos últimos anos pela força do Marketing dos nossos dias e pela inovação que todos queremos/exigimos ao nível dos produtos e depois ao nível da comunicação desses mesmos produtos.

Todos sabemos que a Imagem Corporativa da marca de telefones que nos patrocina este ano tem esse azul tmn muito marcado em todas as campanhas de marketing dessa marca. Também sei que essa marca ao mudar de logotipo há pouco tempo, quer interiorizar essa mudança nas cabeças de todos os consumidores e o futebol será obviamente uma grande ajuda. Isto é facilmente entendido por todos nós que gostamos do fenómeno desportivo e o compreendemos também à luz do marketing.

No entanto e sabendo que o marketing é muito importante para as receitas dos clubes, não nos podemos esquecer que os clientes do Benfica são-no ainda mais importantes. Todos (repito todos) os Benfiquistas que conheço acham abominável o rectângulo azul bébé com a marca branca tmn no centro da nossa camisola encarnada. Isto é a pura verdade mas já agora agradecia que o primeiro Benfiquista que ache que esta camisola com este anúncio é esteticamente bonita, por favor apresente-se...

As marcas têm agências de publicidade que lhes tratam de arranjar várias formas de aplicar o seu logotipo em vários formatos, de várias maneiras, com manuais de utilização muito restritos. Acredito que o manual indica que a TMN não poderá utilizar o seu logo em branco sob fundo encarnado, como seria desejável, sob nenhuma condição. Tudo bem.

No entanto, a marca que está a ser utilizada no centro do nosso equipamento não é maior que a marca que temos nesta mesma camisola com uma águia bordada e com uma roda de bicicleta por baixo. Ou seja, a TMN paga para estar na nossa camisola porque acha que isso lhe traz vantagens e o Benfica aceita ter essa marca nas suas camisolas, a troco de alguns milhões, mas deveria fazer prevalecer a ideia que isso não pode acontecer de qualquer maneira.

A ligação do Benfica à PT é antiga e será duradoura, pois o contrato prevê mais alguns anos. Acredito que a direcção de marketing do Benfica, por serem pessoas de bom gosto, não gostam de ver o tal azul tmn no centro das nossas camisolas. Acredito que alguns dos designers da TMN serão Benfiquistas e também não gostam de ver essa mancha azul da sua marca TMN na camisola do seu Glorioso, acredito que alguns dos administradores da TMN serão também Benfiquistas e obviamente não gostam deste uso abusivo do azul tmn no nosso equipamento encarnado. Posto isto, a quem realmente serve este logotipo azul estampado nas nossas camisolas?

Serve à marca. Sim serve à marca, mas a marca não é algo tangível, apesar de ter um posicionamento que muitas das vezes tem características humanas. A marca tem clientes, como o Benfica tem clientes, adeptos, simpatizantes, sócios. A maioria dos clientes TMN são Benfiquistas a fazer fé nas estatísticas matemáticas e esses clientes não estão contentes com a tal mancha azul tmn na frente das suas camisolas. Os Benfiquistas que têm outras operadoras também não estão contentes com o azul tmn na camisola encarnada do Glorioso; a Adidas seguramente não está contente porque quando desenhou a camisola com encarnado, preto e branco não contaria com o tal azul tmn a manchar drasticamente a estética do seu design. Então afinal a quem serve esta mancha? Serve a marca. Ok, serve a marca. Já entendi.

Mas se os clientes não gostam, se o Benfica não gosta, se a Adidas não gosta, mas a marca exige que assim seja, porque é que o Benfica, Adidas e TMN não procuraram alternativas que esteticamente pudessem corresponder ao agrado de todos - Benfica, sócios e simpatizantes Benfiquistas, TMN e Adidas?

O BES que está presente na parte de trás da nossa camisola tem toda a sua Imagem centrada em vários tons de verde. Essa é a sua Imagem corporativa, mas na camisola do Glorioso versão 08/09 aparece imprimida em branco com fundo encarnado. Parece-me bem. Parece-me inteligente que alguém tenha pensado na estética, pois a estética tem uma ligação fortíssima ao marketing e aos efeitos desse marketing na opinião das pessoas.

Tenho a camisola do Benfica à minha frente e depois de tentar interiorizar estes conceitos e tentar ser imparcial deixando que as marcas façam o seu trabalho subliminar concluo que simpatizo com o Bes e detesto a TMN. É este o resultado prático da acção de marketing BES e TMN num cliente Benfiquista. Provavelmente serei o único, mas cada um sabe de si...

Força Benfica

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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

As redes negras têm importância?

Esta semana soubemos que o treinador Quique Flores tem preferência pela utilização de redes negras nos jogos que o Benfica dispute no Estádio da Luz.

Trata-de uma preferência a meio caminho entre o "supersticioso" e o "mais eficaz" porque segundo rezam as crónicas o treinador pensa que assim os nossos atacantes têm um alvo mais destacado para donde bem rematar (eu acrescento à expressão os nossos atacantes, "os nossos adversários" que também terão esse alvo destacado) e ao mesmo tempo inicia as hostilidades num campo que é bastante caro ao nosso treinador - o campo supersticioso.

Já tinha ouvido algumas histórias sobre o tal lado supersticioso de Quique Flores, mas sempre pensei que esse lado mais místico fosse algo pessoal e pouco transmissível, como aliás é apanágio das superstições futebolísticas - cada um tem a sua. Pois parece que Quique tem várias superstições e algumas delas colectivas, como a mania de ter redes negras nos estádios das equipas que treina.

Eu não tenho nada contra as redes negras, mas segundo se diz no jornal "A Bola", o Benfica nunca teve redes negras nas balizas de qualquer um dos nossos estádios. Há teorias que contrariam esta notícia e porque eu não tenho a verdade absoluta sobre essa matéria, considerarei apenas que na grande maioria dos nossos 104 anos de História, o Benfica não teve redes negras nos nossos estádios.

Posto isto, parece-me legítimo perguntar porque raio Quique Flores quer impor ao nosso Glorioso algo que durante mais de um centenário não se ousou tocar?

A resposta está dada acima - por questões práticas de foco no alvo e por razões supersticiosas - mas o que temos que perguntar neste momento é sob que razão superior Rui Costa como director desportivo da área do futebol ou Luís Filipe Vieira como Presidente do Clube e da SAD, autorizaram a que se quebrasse uma das tradições que aparentemente sempre foi mantida no Estádio da Luz? As redes brancas fazem parte do Estádio da Luz como parte integrante da Mística que tantos de nós defendemos? Sim e não. Sim, porque na verdade várias gerações assim se habituaram a ver as redes brancas; Não, porque a tradição já não é o que era.

Eu, confrontado com esta questão e pondo-me no lugar de Rui Costa ou de Luís Filipe Vieira e colocando-me hipoteticamente com a suposta decisão de autorizar ou não autorizar as novas redes negras, sinto-me numa primeira análise indeciso. Balanço entre o classicismo das redes brancas e o tradicionalismo evolutivo que me permite manter e lutar por uma tradição, sem que essa tradição me tire o foco no presente e na normal evolução de ideias e de conceitos.

Em tempos idos achei ridículo que o técnico Tomislav Ivic tenha obrigado a nossa direcção de então a retirar alguns metros ao nosso relvado, pois assim, os nossos jogadores habituavam-se a jogar em espaços reduzidos, e quando defrontassem fora do Estádio da Luz equipas com campos mais pequenos, teriam facilidade em fazer prevalecer o nosso futebol. A direcção de então aprovou a ideia e todos sabemos com que resultados (negativos). Depois de alguns jogos, o Benfica voltou ao seu terreno normal de jogo com as medidas do nosso relvado a serem novamente aumentadas. Se esta medida do Ivic tivesse resultado, obviamente que ficaríamos com a teimosia do Tomislav até ao fim do campeonato.

E isto leva-me à verdadeira questão no que toca às redes negras ou redes brancas. Num ano em que tudo correu mal - eu acrescento numa década e meia em que quase tudo correu mal - o Benfica está numa altura de transformações de fundo, em toda a sua lógica de gestão do Futebol. Rui Costa acredita que neste ano zero das suas novas funções está a preparar o Benfica para ganhar durante muitos anos. A sua expectativa é contrariar a tendência de queda absoluta e tentar ganhar vários campeonatos nos próximos 10 anos.

Neste conceito de "mudar tudo" ou quase tudo, o detalhe das redes negras é algo ínfimo que Rui Costa ou Luis Filipe Vieira nem meditaram assim tanto, antes de aceitar a proposta de Quique Flores. A verdade é que eu sou dos que aceito e promovo a tradição, os valores que levaram o Benfica ao estatuto de Glorioso, mas não sou fechado a alterações que não descaracterizando os nossos ideais possam melhorar a nossa performance. E neste particular, entra a superstição tão própria do mundo do futebol.

Eu venho da escola racional. Sou muito racional em tudo o que faço na minha vida. No entanto, sei que no futebol o racional tem limites e a superstição tem espaço de manobra. Penso que eu, e todos os grandes apaixonados do Benfica, temos as nossas pequenas superstições. Eu tenho e assumo. Gosto de usar encarnado em dias de jogo. Não gosto de repetir peças de roupa encarnadas que tenham perdido/empatado jogos (como sabemos, no Benfica, empate é derrota). As superstições podem ser mínimas, como podem ter intrínsecas algo de bastante maior, quase que a sugerir algo mais ridículo que prático. Parece que Quique Flores leva mesmo a sério as suas superstições e Rui Costa como Homem do futebol sabe que essas crenças devem ser levadas a sério. Nesse sentido, achou (e bem) que não seria por esta razão que lhe pediriam a cabeça, até porque com redes amarelas, encarnadas, brancas ou negras o que todos queremos é ganhar.

Se ganharmos, as redes serão fantásticas e se perdermos as redes podem ainda vir a ter culpa. Como qualquer bom supersticioso, Quique Flores não gostará de repetir fórmulas perdedoras, o que talvez signifique que no fundo, as redes negras estão a teste. Ganhando o Feyenoord e hipoteticamente ganhando contra o Inter, testámos devidamente a indumentária das redes para o primeiro grande derby contra FCPorto. Perdendo contra Inter e FCPorto (que não acontecerá) as redes brancas terão hipóteses de voltar? Eu diria que eventualmente, "Sim têm". Ou talvez não, porque no Getafe e no Valência, independentemente de derrotas ou vitórias, Quique Flores manteve as redes negras durante todo o campeonato.

Por tudo isto, e mesmo sabendo que este fait-divers poderá ter o mesmo desfecho que a diminuição do relvado no tempo do Ivic, acabo por entender a razão da decisão de Rui Costa e/ou Luis Filipe Vieira. No fundo, a direcção tem que criar todas as condições para que o treinador possa desempenhar o seu trabalho sem queixas e com gosto. Neste momento, Quique não se pode queixar de nada, mas para que conste, até mesmo as superstições têm limites e espero não ver coisas estranhas atrás das tais famosas redes negras. Há limites para as superstições, especialmente se essas tiverem que ser aceites por mais pessoas. O limite do bom senso é sempre o melhor conselheiro nesta matéria.

Veremos o que nos reservará durante o ano, este místico Quique Flores. Por mim, espero vitórias. Só vitórias, e muitos golos Benfiquistas nas redes negras. Terão as redes negras alguma importância?As redes negras têm a importância que lhes quisermos dar. Eu penso que há coisas bem mais importantes, (o formato das redes, e de que forma a bola fará "chuáaaa" aquando dos golos é também relevante?) e a julgar pela alegria dos adeptos no final do jogo contra o Feyenoord, a grande maioria dos Benfiquistas também acha o mesmo.

O que importa de verdade é que o Benfica ganhe, com ou sem redes negras, até porque não faltará muito para que as redes do nosso Estádio tenham logos publicitários aí incluídos. A Adidas podia ser a primeira, não? Assim juntávamos o classicismo das redes brancas, a tradição evolutiva das redes negras e o marketing mais evoluído com a junção dum logotipo com as características do preto e branco. Não faltará muito...

Força Benfica

domingo, 10 de agosto de 2008

O Sócio Nº 15

Ontem, o pontapé de saída do jogo de apresentação do Benfica versão 08/09 teve um convidado especial. Vírgilio Lopes de Sousa, sócio número 15 do Sport Lisboa e Benfica foi convidado a dar esse pontapé de saída simbólico no jogo contra o Feyenoord, numa atitude absolutamente superior por parte da Direcção do Sport Lisboa e Benfica. O Sr. Virgílio Lopes de Sousa tem 99 anos feitos no dia 23 de Julho e diz no jornal "A Bola" que esse momento "foi tão emocionante" que até chorou.

Este lado Humano que ontem se verificou no Estádio da Luz, faz-me acreditar que um clube com memória será sempre um clube de futuro. Sempre o pensei e ontem ratifiquei essa ideia quando pelo televisor vi as imagens que à distância me chegavam do grande círculo do relvado da nossa Catedral. Alguém me perguntava se eu sabia que "ex jogador" seria aquele que estava a dar o pontapé de saída, e eu sem som da TV e sem reconhecer aquela cara de nenhum dos nossos ilustres ex-jogadores fiquei com a dúvida por esclarecer.

Ver a alegria daquele senhor, bastante bem conservado, com um corpo de atleta e com um sorriso que irradiava Vida era já de si, um óptimo começo de época. Saber que esse senhor era um dos sócios com mais anos de vida, encheu-me de orgulho porque acredito que nós somos realmente o Benfica. Os jogadores vão e vêem, os treinadores vão e vêem, os dirigentes dão em cada momento o seu melhor pelo Benfica, mas nós estamos sempre aqui. Em todas as modalidades, em todas as condições, em todos as épocas da nossa vida o Benfica está sempre em primeiro lugar (no máximo ex-aequo com a família e os melhores amigos Benfiquistas, claro...)

Acredito que "o Benfica é dos Benfiquistas" como aliás o reitero de forma clara e algo irónica no título deste Blog. Ontem, esta Humanidade tão característica do nosso Glorioso apareceu de novo no relvado do Estádio da Luz e nem que de forma simbólica, fez-me acreditar que realmente se começa a dar valor aos verdadeiros símbolos deste clube - os Históricos sócios do SLBenfica.

Imaginei hoje ao ver a foto do Sr. Virgíio Lopes de Sousa e recordando as imagens televisivas de ontem, quantas vitórias, algumas derrotas, muitas equipas com muitos treinadores, com centenas de jogadores e que emoções fortes e apaixonadas sentiu este ilustre colega sócio. Ele ontem representou-nos a todos e especialmente os mais velhos, que nos têm passado a tal Mística que não sabemos explicar mas que todos sentimos de forma clara.

Como disse antes, um clube com memória terá necessariamente futuro. Nós esta época jogamos grande parte do nosso futuro a médio prazo e penso que com este pontapé de saída só devemos e podemos acreditar que teremos um futuro melhor que o nosso passado recente.

A equipa continua em crescimento e apesar de não embarcar em falsas euforias - tenho aqui defendido que tudo o que seja colocar pressão no FCPorto e Sporting, assumindo o seu favoritismo só nos beneficiará no decorrer da época - sei que estamos melhores a cada semana. Já aqui escrevi que penso que o Benfica estará bem em Janeiro e hoje digo que se nessa altura começarmos o ano 2009 com 2/3 pontos de atraso do primeiro (na pior das hipóteses), significa que teremos campeonato até ao fim.

Quique Flores disse ontem que gostaria de ter mais dois meses até ao inicio da Liga mas a verdade é que tem apenas duas semanas. Nestas duas semanas teremos que fechar o plantel (penso que devia ter sido fechado ontem com dispensas e contratações), jogar com um dos grandes do futebol europeu - o Inter de Mourinho nada facilitará - e continuar a preparação para que nada falhe com o Rio Ave no próximo dia 24 de Agosto. Antes disso, ainda vamos ficar sem alguns dos nossos internacionais que irão estar uns dias fora, imediatamente antes dessa partida em Vila do Conde. Temos que ter paciência, esperar o que nos reserva esta importante época e ir apoiando em todos os momentos, porque ninguém acredite que a facilidade, mobilidade e entusiasmo do jogo de ontem se repetirão em todos as nossas partidas este ano.

Tendo em conta que o Senhor Virgilo Lopes de Sousa fará 100 anos no próximo dia 23 de Julho, nada melhor que oferecer-lhe generosidade, paixão, entrega, uma força inesgotável e uma equipa unida, como temos no escrito do nosso emblema - et pluribus unum. Ontem pareceram unidos como equipa e mesmo que não nos dêem vitórias em todos os jogos, se continuarem com esta atitude vão encher o coração deste nosso ilustre colega sócio no ano que o levará ao centenário. A ele e a mim.

Força Benfica

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

No melhor pano cai a nódoa

Eu gosto de Guimarães. Da cidade, das pessoas, do que representa na nossa História e da arquitectura que tem vindo a transformar a cidade em algo moderno e simultaneamente coerente com a sua História.

Até admito que simpatizo com o clube, com o estádio e com a tal noção tão bairrista que os de "Guimarães" são do Vitória e não do Benfica, Sporting ou Porto primeiro e do Vitória depois. Eles são do Vitória antes dos grandes. Muito bem.

Posto isto, parece que só tenho coisas boas a falar da cidade e do clube. Mas não é verdade. Não esqueço o tal cordão humano que há dois anos fizeram com o objectivo de dar força à equipa para não descer de divisão, porque esse cordão humano não foi com nenhum concorrente directo à descida - mas sim com o Benfica. Felizmente perderam e acabaram por descer, mas não por nossa culpa.

Tudo isto para dizer que nem a cidade, nem o clube merecem alguns dos adeptos que vi ontem no Estádio de Guimarães, no último jogo do torneio de Guimarães que opôs o Vitória local ao Benfica.

Estamos em Agosto, num torneio de pré-época, que tem o Guimarães como anfitrião e o ambiente é de festa antecipada, pela ausência de pressão no resultado, pelo ambiente familiar que junta crianças, pais, avós, tios e primos/sobrinhos ou pelos muitos emigrantes que aproveitam os meses de verão para poder verem os heróis Benfiquistas de perto que só vêem longe, diante do écran televisivo nos meses de Outono, Inverno e Primavera.

Por tudo isto, esperava-se uma festa que na minha opinião se estragou antes sequer de entrar no estádio.

Na entrada, ainda antes de chegar à bilheteira vi um grupo de jovens vimaranenses ofenderem verbalmente duma maneira demasiado baixa para poder aqui ser reproduzida, um adepto Benfiquista que solitariamente ia a passar na zona anterior às bilheteiras, apenas pelo facto de ter (e bem) uma camisola do Glorioso.

Passados uns minutos e quando estava na bilheteira, vi outro grupo de jovens vimaranenses (ou seria o mesmo?) a correr em direcção a outro Benfiquista indefeso que corria obviamente na direcção contrária. Este nosso colega de Paixão, chegou inclusivamente a ser agredido fisicamente até que resolveu fugir e fugir até as pernas não mais aguentarem. Provavelmente agrediram-no por acharem duvidoso ver o futebol com camisola rosa.

Esta cena presenciada por centenas de pessoas que nessa altura compravam bilhetes, teve repercussões imediatas nas crianças que estavam na fila, pois algumas choraram e abraçaram os pais pensando que afinal o tal Futebol/Festa bonita que durante a semana lhes tinham prometido estava a começar mal. Nesta altura perguntei-me se alguma daquelas crianças querem novamente voltar a um estádio na sua vida. Tudo isto sem uma única presença de força policial.

Durante o jogo e aquando do primeiro golo do Benfica, todos vimos pancadaria na bancada central porque outro grupo de jovens vimaranenses tinha descoberto um Benfiquista a comemorar o golo do Glorioso. Nesse caso, a acção rápida dos stewards/polícia fez com que a coisa tivesse ficado por ali. Na minha opinião nem deveria ter começado, mas aceito a acção rápida das forças da autoridade.

No final do jogo e a caminho do carro ouvi mais outro grupo de jovens vimaranenses em passo acelerado, desesperados por encontrar um ou mais Benfiquistas identificados para poder cargar toda a sua Ira nessa(s) pessoa(s) que apenas tem o defeito de mostrar a sua Paixão exibindo-a com a devida camisola oficial vestida. As caras desses jovem são impossíveis de esquecer e de descrever porque mostravam ódio visceral e desconheço se mais abaixo na rua conseguiram encontrar as tais presas que procuravam.

Não trago para aqui a apologia romântica do futebol totalmente pacífico, porque apesar de acreditar nisso, sei que não é algo possível no imediato. O que eu repúdio é que nesta cidade, nas imediações deste estádio, ano após ano, isto seja uma constante, sem que nada nem ninguém ousem levantar a voz e apontar o dedo a quem brutalmente e selvaticamente aterroriza sem punição. Quando o Benfica visita Guimarães estas cenas repetem-se quase sempre, mas pelo que se lê nos jornais, infelizmente, estas práticas são recorrentes, não dignificam o clube e remetem para uma violência bárbara típica do tempo de D. Afonso Henriques mas nada condigna com uma sociedade evoluída e moderna como cada vez mais se vê representada na cidade. Em tempo de preparar Guimarães para o grande evento que trará merecidamente em 2012 a capital Europeia da Cultura para esta cidade é altura de se repensar a segurança nas imediações deste estádio, sob pena de ter a Imagem da magnífica cidade/clube dependente destes poucos jovens que aterrorizam e ameaçam todos aqueles que descansadamente vão assistir ao futebol naquele estádio.

Eu separo o trigo do joio e sei que a excepção não se deve confundir com a regra, mas neste caso e tendo em conta a continuidade destes actos em vários jogos, em várias alturas contra vários adversários, o que eu não entendo bem é o que é a excepção e o que é a regra. Agora que se diz nos jornais que o Benfica e Vitória de Guimarães estão de boas relações devido ao caso apito final, e numa altura em que se fala que essas boas relações podem levar Luís Filipe e Nuno Assis de forma gratuita para o clube vimaranense seria bom que os nossos dirigentes não se esquecessem que defender os nossos contra este tipo de pessoas também passa por precaver futuras situações destas com a direcção do Vitória de Guimarães. A manter-se tudo assim é caso para perguntar:

Com amigos destes, quem precisa de inimigos?

Obviamente que desejo sorte ao Vitoria na pré eliminatória da champions e tenho esperança que estas cenas que presenciei num torneio de pré-época também não se repitam mais no campeonato (especialmente quando lá voltarmos a jogar), mas se ninguém fizer nada e acreditarmos em milagres o mais provável é que se repitam e com consequências mais graves.


Força Benfica

Discrição Presidente, Discrição...

Num post anterior escrevi que se esperava do Presidente/Director Desportivo mais discrição, especialmente na relação com os media e com tudo o que possa envolver fugas de informação do Benfica para com os vários órgãos de informação.

Na questão do treinador, foi impossível guardar segredo; no caso do Aimar a novela foi totalmente feita nos media e para os media (até soubemos duma carta íntima escrita por Rui Costa para o jogador) e no caso do Luis Garcia está obviamente a ser toda ela feita nos mesmos media porque também interessa aos dois clubes ter mais um tabuleiro de jogo nos constantes bluffs que saem diariamente dum e outro lado. Estes "media-bluffs" são compreensivos, pois do lado do Benfica interessa dizer que caso não sejam aceites as nossas condições, o Benfica tem outras opções mais baratas e tão boas - Miccoli aparece quase todos os dias a dizer que "ainda não fechou a porta ao Benfica apesar de se sentir bem no Palermo" e Smolarek do Santander aparece também de vez em quando, referenciado como boa hipótese para o ataque.

Isto só pode ter a leitura óbvia de pressionar o Espanhol, desesperado por dinheiro para pagar o novo estádio, a aceitar a proposta do Benfica pela compra de Luis Garcia.

Além disso, o facto de termos acabado de emprestar Sepsi ao Real Santander, só vem reforçar a ideia de com bluff ou sem bluff por Luis Garcia estamos de boas relações com o clube Cantábrico e com isso pressionar definitivamente o Espanhol. Pela lado Catalão todos os dias mandam recados para os jornais locais a informar que a "proposta é baixa, muito baixa ou baixíssima" e que o clube não tem "necessidade nenhuma de vender nenhum dos seus activos".

Para quem entende os meandros destes negócios, estas jogadas de media podem ser bem feitas e no final ajudar ao sucesso ou insucesso duma operação destas, mas nunca são absolutamente decisivas porque há sempre factores práticos bastante mais importantes. Noutra escala, a operação Ronaldo/Manchester/Real Madrid está a ser totalmente feita na imprensa, como se não pudessem falar as três partes numa qualquer reunião pessoal. Pouco nos importa...

No entanto há contratações que não necessitam de media e quanto mais media existir pior farão para o lado de quem contrata. Não tanto para quem vende, que sempre tem interesse em que se comunique publicamente um interesse dum clube para jogar com esse interesse na procura duma melhor oferta, mas para quem contrata, quanto mais secreto for o negócio melhor.

Neste particular, o tal meu pedido de discrição ao nosso Presidente/Director Desportivo num post anterior, porque como consequência dessa discrição virão naturalmente melhores negócios para o Benfica, sejam eles desportivos, financeiros ou comerciais.

Aqui aplaudo a maneira como contratámos os jovens Urreta e Sidnei (sem grande alarido mediático até à quase assinatura do contrato) e a forma como Reyes foi colocado na órbita Benfiquista, sem nenhum tipo de novela associado a esse anúncio. Apesar de ainda não estar apresentado, sabe-se que o acordo entre Benfica e jogador será mais fácil depois do Atlético de Madrid assumir a dispensa, bem como parte dos 2.5 milhões de euros que Reyes aufere no Atlético de Madrid. A ver se não se torna este também numa novela. Não acredito. Acho que nas próximas horas assina, e será muito bem vindo.

Exactamente na semana de todas as decisões, o Benfica começa a ter tudo mais definido - ainda esperamos pelos anúncios oficias da lista final de dispensas - e Rui Costa começa a entender as exigências de mise en scene necessárias para desempenhar de forma perfeita o novo cargo de director desportivo. Como o perfeito é inimigo do Bom, parece-me que está com nota positiva mesmo sabendo que neste ano zero, tudo lhe é permitido. Eu volto a apelar à Discrição, Rui Costa, Discrição, porque só assim se pode gerir, melhorar e com isso ajudar o Benfica a blindar o balneário depois de todo o plantel fechado. Mas isso será outra história, provavelmente com outro post, numa outra altura...

Força Benfica

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Sem nacionalismos, não faltam Portugueses ao Benfica?

Passando os olhos por alguns dos blogs Benfiquistas, li aqui um hipotético plantel com os supostos 26 eleitos de Quique Flores para o Benfica 08/09. Com o bom senso que caracteriza este blog, as escolhas são meras hipóteses, com base em opções de jogadores que têm vindo referenciados na imprensa apesar da versão final não estar muito longe do que esta tarde escreveu o "lampião do norte".

Independentemente do acerto ou não dos seus palpites, dos reforços ou não que se venham a concretizar, salta-me à vista a falta de jogadores Portugueses no plantel sénior do Benfica (escrevo sénior mas nos júniores o problema já existe de igual modo).

Da lista dos 26 jogadores que este colega aqui apresenta, apenas 8 são Portugueses - dois guarda redes (Moreira e Quim), três defesas (Miguel Vitor, Nelsón e Jorge Ribeiro) dois médios (Rúben Amorim e Carlos Martins) e um avançado (Nuno Gomes).

Destes, os três defesas ainda estão na lista de "pseudo-dispensáveis", mas quero acreditar que nenhum será dispensado, vendido ou envolvido nalgum outro negócio.

Como digo, esta lista é provisória e trata-se da opinião pessoal dum colega blogger, sendo que Quique Flores pode ter opinião diferente e além destes 8 jogadores manter no plantel Makukula, Luís Filipe (não, por favor, não...) ou Nuno Assis passando o contingente para 10/11 Portugueses na equipa.

Como o colega do lado, eu vou especular com base na tal hipótese de ter 8 jogadores nacionais num plantel de 26 e parece-me preocupante que isso possa acontecer. A palavra "preocupante" não vem colada a críticas a quem quer que seja. É apenas uma constatação e acredito que, obviamente, não há nenhuma conspiração contra atletas nacionais, mas a verdade é que começam realmente a escassear essas referências nacionais no plantel do Benfica.

E a verdade é que Portugueses de qualidade fazem mesmo falta ao Benfica. O Benfica teve os seus momentos aureos só com Portugueses (ok contando com as ex-colónias) e apesar do tempo não voltar para trás eu sou da opinião que devemos ter mínimos. Não mínimos de quotas, porque isso é absurdo, mas mínimos morais de quem gere o Benfica, para que o clube não seja uma manta de retalhos multi cultural sem um laço forte ao nosso país.

Todo eu sou multi cultural e nada tenho contra o multi culturalismo, mesmo nas equipas do Benfica. Mas eu sou eu e o Benfica é o Benfica apesar de no título estar escrito que "O Benfica Sou Eu". É mesmo importante que se voltem a ter atletas de referência da formação do clube, e se não da casa pelo menos com nacionalidade Portuguesa. Se este é o ano zero de Quique e Rui Costa, que no quinto ano (talvez de Rui Costa, não tanto de Quique) tenhamos o dobro destes jogadores nacionais no clube porque fazem falta, pela mística, pelo que sabem da História do Benfica, de como sentem o Benfica, de como vivem e viveram o Benfica em diferentes momentos da sua vida, de como entendem a Grandeza do Benfica, de como nos obrigam a ir contratar jogadores estrangeiros de inegável qualidade e se não houver mais razões, porque Sim...

Aqui na vizinha Espanha, além do Real Madrid e Barcelona só o Atlético de Bilbao nunca desceu à segunda divisão, e teve sempre jogadores de origem basca. Eu não sou radical nesta postura e o Benfica não tem nenhuma necessidade de ir a estes extremos (não o defenderia nunca, obviamente) mas é imprescindível que se tomem medidas para quebrar a tendência de queda dos jogadores nacionais no plantel profissional do Benfica. A dispensa de Petit abriu um pouco a discussão sobre as nossas referências no plantel. Sem ter nada contra nenhum dos nossos estrangeiros, é difícil que um estrangeiro sinta o Benfica da mesma maneira que um Português, a não ser que esse estrangeiro esteja vários anos no Benfica como por exemplo Luisão, ou outros que durante várias temporadas defenderam o Benfica e a sua mística com tanta ou mais paixão que muitos dos Portugueses que nos representaram.

Todos sabemos que foi necessário uma assembleia geral em 1979 para que o Benfica autorizasse o brasileiro Jorge Gomes a ser integrado como parte integrante do plantel do Benfica, sendo o primeiro estrangeiro a fazê-lo. Depois dele, onde permaneceu três temporadas, tivemos Filipovic (3 temporadas), Stromberg (2 temporadas) Maniche (4 temporadas) e Vando (4 temporadas) como os seguintes estrangeiros a jogar de águia ao peito e depois destes, muitas dezenas já nos representaram e representam, sem que nenhum problema venha daí associado. Ter estrangeiros de qualidade e Portugueses de qualidade é uma exigência que todos fazemos aos nossos dirigentes porque mais importante que a nacionalidade é o que cada um desses jogadores dá ao Benfica. Mas era importante ter mais jogadores nacionais e isso pode passar pelo aproveitamento das equipas de júniores.

Tomando o exemplo dos juniores, vai ser complicado que Rui Costa o consiga em 5 anos, porque mesmo nesse escalão o Benfica tem já vários atletas de outras nacionalidades. Poderão ser os sinais dos tempos, a ditar uma nova ordem, mas penso que temos que fazer algo para que esses sinais dos tempos prossigam com os nossos mínimos, e esses mínimos não podem significar 8/9 jogadores por época.

Como digo no título, não há aqui nacionalismos, nem sequer qualquer outra razão que não seja meramente emocional. Eu gostava de ver mais Portugueses de qualidade no Benfica. Como? Eu acho que a solução passa por garantir que o maior número de jovens possível possam chegar à nossa primeira equipa vindo da formação, nem que o consigam apenas aos 22/23 anos. Sinto pelas palavras de Quique Flores e de Rui Costa que esse objectivo está traçado. Esta é a opção lógica e a outra opção é que em casos de possíveis reforços de plantel, e entre propostas semelhantes, se possa começar a optar mais pelo jogador nacional, em detrimento de outros jogadores de outras quaisquer nacionalidades. Aqui, cada caso é um caso e não poderia nunca funcionar como norma, obviamente. Aliás, todos sabemos que em nenhum momento a opção nacionalidade pode ser determinante quando se trata do Benfica. A qualidade é determinante, o preço é determinante, a margem de progressão é determinante e a nacionalidade apenas uma preferência, da mesma maneira que todos gostamos de ter vários jogadores do Benfica na nossa selecção. Na nossa e nas outras, claro está.

O grito de alerta está dado e só espero que no que toca às dispensas, Quique Flores não leia este texto e se deixe influenciar pelas minhas palavras mantendo Luís Filipe na equipa. Não, Obrigado. Não tem condições para continuar e digo-o pensando na pessoa Luís Filipe, que segundo sei é altamente respeitável. Na parte profissional, mesmo nos jogos bons (ou menos maus?) seria sempre criticado por um qualquer "lançamento mal efectuado". Com um pouco de sorte vai jogar na liga de campeões pelo Guimarães, enquanto no Benfica apenas jogaria a Taça Uefa... Como em tudo na vida há opiniões contrárias à minha, que aqui são exemplarmente defendidas.

Para concluir, e para que não existam aqui qualquer tipo de hipocrisias, se me garantissem que nos próximos anos seríamos campeões europeus com cinco jogadores nacionais no plantel, eu assinaria por baixo, sem nenhum problema. Como as bolas de cristal não existem no futebol, e os misticismos têm limites, sou obrigado a acreditar que essa garantia nunca podia ser possível. E se fosse, desejaria que os cinco jogassem a final dos campeões a titulares... Assim disfarçávamos o problema, da mesma maneira que o disfarçaríamos se esta época os nossos Portugueses jogassem de forma continuada a titulares. Não acredito, mas pelo menos a baliza estará bem representada.

No fim de contas, nós apoiamos todos de igual forma, desde que eles nos apoiem a nós com trabalho, profissionalismo e entrega, mas sem nacionalismos, não faltam Portugueses ao Benfica?

Força Benfica