Sou um acérrimo defensor de Quique Flores e assim continuarei por convicção, não por concordar ou discordar das suas opções num ou noutro momento.
Não sou treinador, não penso em tácticas diariamente, não treino com os nossos jogadores, nem analiso semanalmente os adversários do Benfica para me poder sentir minimamente capacitado para criticar ou aplaudir as nossas opções técicas e quem lê este espaço sabe que raramente me meto nos meandros tácticos deste apaixonante jogo.
Aliás, interessam-me sempre mais outro tipo de questões relacionadas com o Benfica que as opções técnico-tácticas que Quique ou outro treinador implementa.
Não sou treinador, não penso em tácticas diariamente, não treino com os nossos jogadores, nem analiso semanalmente os adversários do Benfica para me poder sentir minimamente capacitado para criticar ou aplaudir as nossas opções técicas e quem lê este espaço sabe que raramente me meto nos meandros tácticos deste apaixonante jogo.
Aliás, interessam-me sempre mais outro tipo de questões relacionadas com o Benfica que as opções técnico-tácticas que Quique ou outro treinador implementa.
No entanto, nesta questão "Quim" que animou a semana futebolística encarnada, resumi o meu pensamento a uma frase que escrevi na passada segunda feira e que cito hoje de novo.
"Culpa de todos porque no "meu Benfica" são sempre 11 que ganham e 11 que perdem."
E isto não vai mudar nunca. Não critiquei Kastsouranis no jogo com FCPorto, como não critico qualquer avançado quando não marca ou qualquer defesa quando falha. São nossos jogadores e se num momento não estão bem é porque nós também não estamos sempre bem no nosso trabalho e não é por isso que todas as semanas somos metidos na "prateleira".
Acredito cegamente em Quique - como aqui já o escrevi antes. Este "cegamente" resume numa palavra um conceito de confiança máxima, sabendo que as suas decisões podem ser acertadas ou erradas, mas que aprenderá com os seus erros, acreditando sempre que quando decide está a tentar melhorar a equipa. Todos os jogadores do Benfica já tiveram banco - desde as estrelas às novas coqueluche, passando pelos eternos suplentes que têm uma oportunidade. Todos jogam e todos descansam, menos Quim.
Quim nunca descansou, porque a opção na Taça tem sido Moreira e isso não é um descanso é apenas uma opção técnica que noutros anos também se verificou no Benfica.
Então se estamos a uma semana dum importante jogo para a Taça com o líder do campeonato - veremos se no próximo sábado Leixões nos recebe como líder - e num jogo que Moreira será titular, não seria melhor esperar uma semana para passar o testemunho, caso seja uma passagem de testemunho que esteja na cabeça de Quique?
Eu não acredito, nem um pouco na opção de passagem de testemunho. Acredito que Quique sentiu que houve muito ruído nesta semana e num jogo tradicionalmente difícil na Madeira contra o Marítimo, onde o Benfica provavelmente não ganhará - espero obviamente o contrário - quis "proteger" Quim como se diz agora na gíria futebolística. Quis dar-lhe descanso como deu a Leo... Quis dizer lhe que conta com ele, "mas não agora". Provavelmente também não conta com ele para a Taça de Portugal, e aqui reside a essência da minha opção.
Se estamos a uma semana dum jogo importantíssimo para a Taça de Portugal, porque não deixar Quim jogar na Madeira, arriscando uma derrota que pode acontecer como pode não acontecer contra Marítimo? Temos a defesa recomposta com Maxi, Luisão, Sidnei e David Luiz e na última vez que estes jogaram não sofremos golos em Coimbra.
Eu optava por Quim na Madeira e deixava Moreira preparado para defender as balizas de Matosinhos. Seria a minha opção...
Se tudo corresse bem a Quim e a Moreira nos respectivos jogos, voltaria à normalidade de Quim na baliza com Metalist já com a tal semana de descanso anunciada em Matosinhos. Se corresse mal a Quim e bem a Moreira, teria a calma e o descanso dum jogo a feijões (com Metalist) para poder relançar Quim e se corresse tudo bem a Quim e mal a Moreira, significaria que afinal Quim defenderia naturalmente a baliza do Benfica nesse tal jogo de nenhum interesse com o Metalist e Moreira continuaria a espreitar outra oportunidade. (Admito que este tipo de análise de correr bem a um e mal a outro é terrível e quase que me envergonho de a escrever, mas para defender uma ideia tive que passar por esse horrível exercício...)
Também há quem diga que as oportunidades na vida se defendem com unhas e dentes uma única vez, porque o comboio não passa muitas vezes. Depois de tanto sofrimento e de tanto banco a oportunidade surge agora para Moreira. Gosto dos dois - de Quim e de Moreira e sei que qualquer Benfiquista sincero sente o mesmo que eu, sem qualquer ódio por esta ou aquela bola mal defendida, neste ou naquele jogo por um ou por outro - não esquecer que num guarda redes dias bons e dias maus acontecem normalmente.
Mas eu não sou treinador do Benfica e sei que Quique pensou e meditou, falou com quem tinha de falar e decidiu o que pensa ser melhor para o Benfica. Estou com ele apesar da minha opção ter sido outra. Hoje e sempre estou com Quique, com ou sem campeonato ganho em Maio, porque não me esqueço facilmente do que era o Benfica nos últimos dois anos - uma equipa triste, desanimada, com um público descrente e desacreditado.
Hoje, estamos fora da Taça Uefa e estamos em todas a competições nacionais. Amanhã podemos perder com o Marítimo e ainda estamos na luta pelo campeonato, mas uma derrota contra o Leixões aniquila muita coisa nesta época. Quero o domínio nacional e para isso necessitamos de continuar em frente em todas as provas nacionais.
Posto isto qual será o guarda redes mais importante - com o jogo do Marítimo ou contra o Leixões para a Taça de Portugal?
Como eu falo de fora, sem toda a informação é-me mais fácil decidir...
Força Quim.
Força Moreira.
Força Quique.
Força Benfica.