Eu gosto de Guimarães. Da cidade, das pessoas, do que representa na nossa História e da arquitectura que tem vindo a transformar a cidade em algo moderno e simultaneamente coerente com a sua História.
Até admito que simpatizo com o clube, com o estádio e com a tal noção tão bairrista que os de "Guimarães" são do Vitória e não do Benfica, Sporting ou Porto primeiro e do Vitória depois. Eles são do Vitória antes dos grandes. Muito bem.
Posto isto, parece que só tenho coisas boas a falar da cidade e do clube. Mas não é verdade. Não esqueço o tal cordão humano que há dois anos fizeram com o objectivo de dar força à equipa para não descer de divisão, porque esse cordão humano não foi com nenhum concorrente directo à descida - mas sim com o Benfica. Felizmente perderam e acabaram por descer, mas não por nossa culpa.
Tudo isto para dizer que nem a cidade, nem o clube merecem alguns dos adeptos que vi ontem no Estádio de Guimarães, no último jogo do torneio de Guimarães que opôs o Vitória local ao Benfica.
Estamos em Agosto, num torneio de pré-época, que tem o Guimarães como anfitrião e o ambiente é de festa antecipada, pela ausência de pressão no resultado, pelo ambiente familiar que junta crianças, pais, avós, tios e primos/sobrinhos ou pelos muitos emigrantes que aproveitam os meses de verão para poder verem os heróis Benfiquistas de perto que só vêem longe, diante do écran televisivo nos meses de Outono, Inverno e Primavera.
Por tudo isto, esperava-se uma festa que na minha opinião se estragou antes sequer de entrar no estádio.
Na entrada, ainda antes de chegar à bilheteira vi um grupo de jovens vimaranenses ofenderem verbalmente duma maneira demasiado baixa para poder aqui ser reproduzida, um adepto Benfiquista que solitariamente ia a passar na zona anterior às bilheteiras, apenas pelo facto de ter (e bem) uma camisola do Glorioso.
Passados uns minutos e quando estava na bilheteira, vi outro grupo de jovens vimaranenses (ou seria o mesmo?) a correr em direcção a outro Benfiquista indefeso que corria obviamente na direcção contrária. Este nosso colega de Paixão, chegou inclusivamente a ser agredido fisicamente até que resolveu fugir e fugir até as pernas não mais aguentarem. Provavelmente agrediram-no por acharem duvidoso ver o futebol com camisola rosa.
Esta cena presenciada por centenas de pessoas que nessa altura compravam bilhetes, teve repercussões imediatas nas crianças que estavam na fila, pois algumas choraram e abraçaram os pais pensando que afinal o tal Futebol/Festa bonita que durante a semana lhes tinham prometido estava a começar mal. Nesta altura perguntei-me se alguma daquelas crianças querem novamente voltar a um estádio na sua vida. Tudo isto sem uma única presença de força policial.
Durante o jogo e aquando do primeiro golo do Benfica, todos vimos pancadaria na bancada central porque outro grupo de jovens vimaranenses tinha descoberto um Benfiquista a comemorar o golo do Glorioso. Nesse caso, a acção rápida dos stewards/polícia fez com que a coisa tivesse ficado por ali. Na minha opinião nem deveria ter começado, mas aceito a acção rápida das forças da autoridade.
No final do jogo e a caminho do carro ouvi mais outro grupo de jovens vimaranenses em passo acelerado, desesperados por encontrar um ou mais Benfiquistas identificados para poder cargar toda a sua Ira nessa(s) pessoa(s) que apenas tem o defeito de mostrar a sua Paixão exibindo-a com a devida camisola oficial vestida. As caras desses jovem são impossíveis de esquecer e de descrever porque mostravam ódio visceral e desconheço se mais abaixo na rua conseguiram encontrar as tais presas que procuravam.
Não trago para aqui a apologia romântica do futebol totalmente pacífico, porque apesar de acreditar nisso, sei que não é algo possível no imediato. O que eu repúdio é que nesta cidade, nas imediações deste estádio, ano após ano, isto seja uma constante, sem que nada nem ninguém ousem levantar a voz e apontar o dedo a quem brutalmente e selvaticamente aterroriza sem punição. Quando o Benfica visita Guimarães estas cenas repetem-se quase sempre, mas pelo que se lê nos jornais, infelizmente, estas práticas são recorrentes, não dignificam o clube e remetem para uma violência bárbara típica do tempo de D. Afonso Henriques mas nada condigna com uma sociedade evoluída e moderna como cada vez mais se vê representada na cidade. Em tempo de preparar Guimarães para o grande evento que trará merecidamente em 2012 a capital Europeia da Cultura para esta cidade é altura de se repensar a segurança nas imediações deste estádio, sob pena de ter a Imagem da magnífica cidade/clube dependente destes poucos jovens que aterrorizam e ameaçam todos aqueles que descansadamente vão assistir ao futebol naquele estádio.
Eu separo o trigo do joio e sei que a excepção não se deve confundir com a regra, mas neste caso e tendo em conta a continuidade destes actos em vários jogos, em várias alturas contra vários adversários, o que eu não entendo bem é o que é a excepção e o que é a regra. Agora que se diz nos jornais que o Benfica e Vitória de Guimarães estão de boas relações devido ao caso apito final, e numa altura em que se fala que essas boas relações podem levar Luís Filipe e Nuno Assis de forma gratuita para o clube vimaranense seria bom que os nossos dirigentes não se esquecessem que defender os nossos contra este tipo de pessoas também passa por precaver futuras situações destas com a direcção do Vitória de Guimarães. A manter-se tudo assim é caso para perguntar:
Com amigos destes, quem precisa de inimigos?
Obviamente que desejo sorte ao Vitoria na pré eliminatória da champions e tenho esperança que estas cenas que presenciei num torneio de pré-época também não se repitam mais no campeonato (especialmente quando lá voltarmos a jogar), mas se ninguém fizer nada e acreditarmos em milagres o mais provável é que se repitam e com consequências mais graves.
Força Benfica
Até admito que simpatizo com o clube, com o estádio e com a tal noção tão bairrista que os de "Guimarães" são do Vitória e não do Benfica, Sporting ou Porto primeiro e do Vitória depois. Eles são do Vitória antes dos grandes. Muito bem.
Posto isto, parece que só tenho coisas boas a falar da cidade e do clube. Mas não é verdade. Não esqueço o tal cordão humano que há dois anos fizeram com o objectivo de dar força à equipa para não descer de divisão, porque esse cordão humano não foi com nenhum concorrente directo à descida - mas sim com o Benfica. Felizmente perderam e acabaram por descer, mas não por nossa culpa.
Tudo isto para dizer que nem a cidade, nem o clube merecem alguns dos adeptos que vi ontem no Estádio de Guimarães, no último jogo do torneio de Guimarães que opôs o Vitória local ao Benfica.
Estamos em Agosto, num torneio de pré-época, que tem o Guimarães como anfitrião e o ambiente é de festa antecipada, pela ausência de pressão no resultado, pelo ambiente familiar que junta crianças, pais, avós, tios e primos/sobrinhos ou pelos muitos emigrantes que aproveitam os meses de verão para poder verem os heróis Benfiquistas de perto que só vêem longe, diante do écran televisivo nos meses de Outono, Inverno e Primavera.
Por tudo isto, esperava-se uma festa que na minha opinião se estragou antes sequer de entrar no estádio.
Na entrada, ainda antes de chegar à bilheteira vi um grupo de jovens vimaranenses ofenderem verbalmente duma maneira demasiado baixa para poder aqui ser reproduzida, um adepto Benfiquista que solitariamente ia a passar na zona anterior às bilheteiras, apenas pelo facto de ter (e bem) uma camisola do Glorioso.
Passados uns minutos e quando estava na bilheteira, vi outro grupo de jovens vimaranenses (ou seria o mesmo?) a correr em direcção a outro Benfiquista indefeso que corria obviamente na direcção contrária. Este nosso colega de Paixão, chegou inclusivamente a ser agredido fisicamente até que resolveu fugir e fugir até as pernas não mais aguentarem. Provavelmente agrediram-no por acharem duvidoso ver o futebol com camisola rosa.
Esta cena presenciada por centenas de pessoas que nessa altura compravam bilhetes, teve repercussões imediatas nas crianças que estavam na fila, pois algumas choraram e abraçaram os pais pensando que afinal o tal Futebol/Festa bonita que durante a semana lhes tinham prometido estava a começar mal. Nesta altura perguntei-me se alguma daquelas crianças querem novamente voltar a um estádio na sua vida. Tudo isto sem uma única presença de força policial.
Durante o jogo e aquando do primeiro golo do Benfica, todos vimos pancadaria na bancada central porque outro grupo de jovens vimaranenses tinha descoberto um Benfiquista a comemorar o golo do Glorioso. Nesse caso, a acção rápida dos stewards/polícia fez com que a coisa tivesse ficado por ali. Na minha opinião nem deveria ter começado, mas aceito a acção rápida das forças da autoridade.
No final do jogo e a caminho do carro ouvi mais outro grupo de jovens vimaranenses em passo acelerado, desesperados por encontrar um ou mais Benfiquistas identificados para poder cargar toda a sua Ira nessa(s) pessoa(s) que apenas tem o defeito de mostrar a sua Paixão exibindo-a com a devida camisola oficial vestida. As caras desses jovem são impossíveis de esquecer e de descrever porque mostravam ódio visceral e desconheço se mais abaixo na rua conseguiram encontrar as tais presas que procuravam.
Não trago para aqui a apologia romântica do futebol totalmente pacífico, porque apesar de acreditar nisso, sei que não é algo possível no imediato. O que eu repúdio é que nesta cidade, nas imediações deste estádio, ano após ano, isto seja uma constante, sem que nada nem ninguém ousem levantar a voz e apontar o dedo a quem brutalmente e selvaticamente aterroriza sem punição. Quando o Benfica visita Guimarães estas cenas repetem-se quase sempre, mas pelo que se lê nos jornais, infelizmente, estas práticas são recorrentes, não dignificam o clube e remetem para uma violência bárbara típica do tempo de D. Afonso Henriques mas nada condigna com uma sociedade evoluída e moderna como cada vez mais se vê representada na cidade. Em tempo de preparar Guimarães para o grande evento que trará merecidamente em 2012 a capital Europeia da Cultura para esta cidade é altura de se repensar a segurança nas imediações deste estádio, sob pena de ter a Imagem da magnífica cidade/clube dependente destes poucos jovens que aterrorizam e ameaçam todos aqueles que descansadamente vão assistir ao futebol naquele estádio.
Eu separo o trigo do joio e sei que a excepção não se deve confundir com a regra, mas neste caso e tendo em conta a continuidade destes actos em vários jogos, em várias alturas contra vários adversários, o que eu não entendo bem é o que é a excepção e o que é a regra. Agora que se diz nos jornais que o Benfica e Vitória de Guimarães estão de boas relações devido ao caso apito final, e numa altura em que se fala que essas boas relações podem levar Luís Filipe e Nuno Assis de forma gratuita para o clube vimaranense seria bom que os nossos dirigentes não se esquecessem que defender os nossos contra este tipo de pessoas também passa por precaver futuras situações destas com a direcção do Vitória de Guimarães. A manter-se tudo assim é caso para perguntar:
Com amigos destes, quem precisa de inimigos?
Obviamente que desejo sorte ao Vitoria na pré eliminatória da champions e tenho esperança que estas cenas que presenciei num torneio de pré-época também não se repitam mais no campeonato (especialmente quando lá voltarmos a jogar), mas se ninguém fizer nada e acreditarmos em milagres o mais provável é que se repitam e com consequências mais graves.
Força Benfica