quarta-feira, 6 de agosto de 2008

No melhor pano cai a nódoa

Eu gosto de Guimarães. Da cidade, das pessoas, do que representa na nossa História e da arquitectura que tem vindo a transformar a cidade em algo moderno e simultaneamente coerente com a sua História.

Até admito que simpatizo com o clube, com o estádio e com a tal noção tão bairrista que os de "Guimarães" são do Vitória e não do Benfica, Sporting ou Porto primeiro e do Vitória depois. Eles são do Vitória antes dos grandes. Muito bem.

Posto isto, parece que só tenho coisas boas a falar da cidade e do clube. Mas não é verdade. Não esqueço o tal cordão humano que há dois anos fizeram com o objectivo de dar força à equipa para não descer de divisão, porque esse cordão humano não foi com nenhum concorrente directo à descida - mas sim com o Benfica. Felizmente perderam e acabaram por descer, mas não por nossa culpa.

Tudo isto para dizer que nem a cidade, nem o clube merecem alguns dos adeptos que vi ontem no Estádio de Guimarães, no último jogo do torneio de Guimarães que opôs o Vitória local ao Benfica.

Estamos em Agosto, num torneio de pré-época, que tem o Guimarães como anfitrião e o ambiente é de festa antecipada, pela ausência de pressão no resultado, pelo ambiente familiar que junta crianças, pais, avós, tios e primos/sobrinhos ou pelos muitos emigrantes que aproveitam os meses de verão para poder verem os heróis Benfiquistas de perto que só vêem longe, diante do écran televisivo nos meses de Outono, Inverno e Primavera.

Por tudo isto, esperava-se uma festa que na minha opinião se estragou antes sequer de entrar no estádio.

Na entrada, ainda antes de chegar à bilheteira vi um grupo de jovens vimaranenses ofenderem verbalmente duma maneira demasiado baixa para poder aqui ser reproduzida, um adepto Benfiquista que solitariamente ia a passar na zona anterior às bilheteiras, apenas pelo facto de ter (e bem) uma camisola do Glorioso.

Passados uns minutos e quando estava na bilheteira, vi outro grupo de jovens vimaranenses (ou seria o mesmo?) a correr em direcção a outro Benfiquista indefeso que corria obviamente na direcção contrária. Este nosso colega de Paixão, chegou inclusivamente a ser agredido fisicamente até que resolveu fugir e fugir até as pernas não mais aguentarem. Provavelmente agrediram-no por acharem duvidoso ver o futebol com camisola rosa.

Esta cena presenciada por centenas de pessoas que nessa altura compravam bilhetes, teve repercussões imediatas nas crianças que estavam na fila, pois algumas choraram e abraçaram os pais pensando que afinal o tal Futebol/Festa bonita que durante a semana lhes tinham prometido estava a começar mal. Nesta altura perguntei-me se alguma daquelas crianças querem novamente voltar a um estádio na sua vida. Tudo isto sem uma única presença de força policial.

Durante o jogo e aquando do primeiro golo do Benfica, todos vimos pancadaria na bancada central porque outro grupo de jovens vimaranenses tinha descoberto um Benfiquista a comemorar o golo do Glorioso. Nesse caso, a acção rápida dos stewards/polícia fez com que a coisa tivesse ficado por ali. Na minha opinião nem deveria ter começado, mas aceito a acção rápida das forças da autoridade.

No final do jogo e a caminho do carro ouvi mais outro grupo de jovens vimaranenses em passo acelerado, desesperados por encontrar um ou mais Benfiquistas identificados para poder cargar toda a sua Ira nessa(s) pessoa(s) que apenas tem o defeito de mostrar a sua Paixão exibindo-a com a devida camisola oficial vestida. As caras desses jovem são impossíveis de esquecer e de descrever porque mostravam ódio visceral e desconheço se mais abaixo na rua conseguiram encontrar as tais presas que procuravam.

Não trago para aqui a apologia romântica do futebol totalmente pacífico, porque apesar de acreditar nisso, sei que não é algo possível no imediato. O que eu repúdio é que nesta cidade, nas imediações deste estádio, ano após ano, isto seja uma constante, sem que nada nem ninguém ousem levantar a voz e apontar o dedo a quem brutalmente e selvaticamente aterroriza sem punição. Quando o Benfica visita Guimarães estas cenas repetem-se quase sempre, mas pelo que se lê nos jornais, infelizmente, estas práticas são recorrentes, não dignificam o clube e remetem para uma violência bárbara típica do tempo de D. Afonso Henriques mas nada condigna com uma sociedade evoluída e moderna como cada vez mais se vê representada na cidade. Em tempo de preparar Guimarães para o grande evento que trará merecidamente em 2012 a capital Europeia da Cultura para esta cidade é altura de se repensar a segurança nas imediações deste estádio, sob pena de ter a Imagem da magnífica cidade/clube dependente destes poucos jovens que aterrorizam e ameaçam todos aqueles que descansadamente vão assistir ao futebol naquele estádio.

Eu separo o trigo do joio e sei que a excepção não se deve confundir com a regra, mas neste caso e tendo em conta a continuidade destes actos em vários jogos, em várias alturas contra vários adversários, o que eu não entendo bem é o que é a excepção e o que é a regra. Agora que se diz nos jornais que o Benfica e Vitória de Guimarães estão de boas relações devido ao caso apito final, e numa altura em que se fala que essas boas relações podem levar Luís Filipe e Nuno Assis de forma gratuita para o clube vimaranense seria bom que os nossos dirigentes não se esquecessem que defender os nossos contra este tipo de pessoas também passa por precaver futuras situações destas com a direcção do Vitória de Guimarães. A manter-se tudo assim é caso para perguntar:

Com amigos destes, quem precisa de inimigos?

Obviamente que desejo sorte ao Vitoria na pré eliminatória da champions e tenho esperança que estas cenas que presenciei num torneio de pré-época também não se repitam mais no campeonato (especialmente quando lá voltarmos a jogar), mas se ninguém fizer nada e acreditarmos em milagres o mais provável é que se repitam e com consequências mais graves.


Força Benfica

Discrição Presidente, Discrição...

Num post anterior escrevi que se esperava do Presidente/Director Desportivo mais discrição, especialmente na relação com os media e com tudo o que possa envolver fugas de informação do Benfica para com os vários órgãos de informação.

Na questão do treinador, foi impossível guardar segredo; no caso do Aimar a novela foi totalmente feita nos media e para os media (até soubemos duma carta íntima escrita por Rui Costa para o jogador) e no caso do Luis Garcia está obviamente a ser toda ela feita nos mesmos media porque também interessa aos dois clubes ter mais um tabuleiro de jogo nos constantes bluffs que saem diariamente dum e outro lado. Estes "media-bluffs" são compreensivos, pois do lado do Benfica interessa dizer que caso não sejam aceites as nossas condições, o Benfica tem outras opções mais baratas e tão boas - Miccoli aparece quase todos os dias a dizer que "ainda não fechou a porta ao Benfica apesar de se sentir bem no Palermo" e Smolarek do Santander aparece também de vez em quando, referenciado como boa hipótese para o ataque.

Isto só pode ter a leitura óbvia de pressionar o Espanhol, desesperado por dinheiro para pagar o novo estádio, a aceitar a proposta do Benfica pela compra de Luis Garcia.

Além disso, o facto de termos acabado de emprestar Sepsi ao Real Santander, só vem reforçar a ideia de com bluff ou sem bluff por Luis Garcia estamos de boas relações com o clube Cantábrico e com isso pressionar definitivamente o Espanhol. Pela lado Catalão todos os dias mandam recados para os jornais locais a informar que a "proposta é baixa, muito baixa ou baixíssima" e que o clube não tem "necessidade nenhuma de vender nenhum dos seus activos".

Para quem entende os meandros destes negócios, estas jogadas de media podem ser bem feitas e no final ajudar ao sucesso ou insucesso duma operação destas, mas nunca são absolutamente decisivas porque há sempre factores práticos bastante mais importantes. Noutra escala, a operação Ronaldo/Manchester/Real Madrid está a ser totalmente feita na imprensa, como se não pudessem falar as três partes numa qualquer reunião pessoal. Pouco nos importa...

No entanto há contratações que não necessitam de media e quanto mais media existir pior farão para o lado de quem contrata. Não tanto para quem vende, que sempre tem interesse em que se comunique publicamente um interesse dum clube para jogar com esse interesse na procura duma melhor oferta, mas para quem contrata, quanto mais secreto for o negócio melhor.

Neste particular, o tal meu pedido de discrição ao nosso Presidente/Director Desportivo num post anterior, porque como consequência dessa discrição virão naturalmente melhores negócios para o Benfica, sejam eles desportivos, financeiros ou comerciais.

Aqui aplaudo a maneira como contratámos os jovens Urreta e Sidnei (sem grande alarido mediático até à quase assinatura do contrato) e a forma como Reyes foi colocado na órbita Benfiquista, sem nenhum tipo de novela associado a esse anúncio. Apesar de ainda não estar apresentado, sabe-se que o acordo entre Benfica e jogador será mais fácil depois do Atlético de Madrid assumir a dispensa, bem como parte dos 2.5 milhões de euros que Reyes aufere no Atlético de Madrid. A ver se não se torna este também numa novela. Não acredito. Acho que nas próximas horas assina, e será muito bem vindo.

Exactamente na semana de todas as decisões, o Benfica começa a ter tudo mais definido - ainda esperamos pelos anúncios oficias da lista final de dispensas - e Rui Costa começa a entender as exigências de mise en scene necessárias para desempenhar de forma perfeita o novo cargo de director desportivo. Como o perfeito é inimigo do Bom, parece-me que está com nota positiva mesmo sabendo que neste ano zero, tudo lhe é permitido. Eu volto a apelar à Discrição, Rui Costa, Discrição, porque só assim se pode gerir, melhorar e com isso ajudar o Benfica a blindar o balneário depois de todo o plantel fechado. Mas isso será outra história, provavelmente com outro post, numa outra altura...

Força Benfica

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Sem nacionalismos, não faltam Portugueses ao Benfica?

Passando os olhos por alguns dos blogs Benfiquistas, li aqui um hipotético plantel com os supostos 26 eleitos de Quique Flores para o Benfica 08/09. Com o bom senso que caracteriza este blog, as escolhas são meras hipóteses, com base em opções de jogadores que têm vindo referenciados na imprensa apesar da versão final não estar muito longe do que esta tarde escreveu o "lampião do norte".

Independentemente do acerto ou não dos seus palpites, dos reforços ou não que se venham a concretizar, salta-me à vista a falta de jogadores Portugueses no plantel sénior do Benfica (escrevo sénior mas nos júniores o problema já existe de igual modo).

Da lista dos 26 jogadores que este colega aqui apresenta, apenas 8 são Portugueses - dois guarda redes (Moreira e Quim), três defesas (Miguel Vitor, Nelsón e Jorge Ribeiro) dois médios (Rúben Amorim e Carlos Martins) e um avançado (Nuno Gomes).

Destes, os três defesas ainda estão na lista de "pseudo-dispensáveis", mas quero acreditar que nenhum será dispensado, vendido ou envolvido nalgum outro negócio.

Como digo, esta lista é provisória e trata-se da opinião pessoal dum colega blogger, sendo que Quique Flores pode ter opinião diferente e além destes 8 jogadores manter no plantel Makukula, Luís Filipe (não, por favor, não...) ou Nuno Assis passando o contingente para 10/11 Portugueses na equipa.

Como o colega do lado, eu vou especular com base na tal hipótese de ter 8 jogadores nacionais num plantel de 26 e parece-me preocupante que isso possa acontecer. A palavra "preocupante" não vem colada a críticas a quem quer que seja. É apenas uma constatação e acredito que, obviamente, não há nenhuma conspiração contra atletas nacionais, mas a verdade é que começam realmente a escassear essas referências nacionais no plantel do Benfica.

E a verdade é que Portugueses de qualidade fazem mesmo falta ao Benfica. O Benfica teve os seus momentos aureos só com Portugueses (ok contando com as ex-colónias) e apesar do tempo não voltar para trás eu sou da opinião que devemos ter mínimos. Não mínimos de quotas, porque isso é absurdo, mas mínimos morais de quem gere o Benfica, para que o clube não seja uma manta de retalhos multi cultural sem um laço forte ao nosso país.

Todo eu sou multi cultural e nada tenho contra o multi culturalismo, mesmo nas equipas do Benfica. Mas eu sou eu e o Benfica é o Benfica apesar de no título estar escrito que "O Benfica Sou Eu". É mesmo importante que se voltem a ter atletas de referência da formação do clube, e se não da casa pelo menos com nacionalidade Portuguesa. Se este é o ano zero de Quique e Rui Costa, que no quinto ano (talvez de Rui Costa, não tanto de Quique) tenhamos o dobro destes jogadores nacionais no clube porque fazem falta, pela mística, pelo que sabem da História do Benfica, de como sentem o Benfica, de como vivem e viveram o Benfica em diferentes momentos da sua vida, de como entendem a Grandeza do Benfica, de como nos obrigam a ir contratar jogadores estrangeiros de inegável qualidade e se não houver mais razões, porque Sim...

Aqui na vizinha Espanha, além do Real Madrid e Barcelona só o Atlético de Bilbao nunca desceu à segunda divisão, e teve sempre jogadores de origem basca. Eu não sou radical nesta postura e o Benfica não tem nenhuma necessidade de ir a estes extremos (não o defenderia nunca, obviamente) mas é imprescindível que se tomem medidas para quebrar a tendência de queda dos jogadores nacionais no plantel profissional do Benfica. A dispensa de Petit abriu um pouco a discussão sobre as nossas referências no plantel. Sem ter nada contra nenhum dos nossos estrangeiros, é difícil que um estrangeiro sinta o Benfica da mesma maneira que um Português, a não ser que esse estrangeiro esteja vários anos no Benfica como por exemplo Luisão, ou outros que durante várias temporadas defenderam o Benfica e a sua mística com tanta ou mais paixão que muitos dos Portugueses que nos representaram.

Todos sabemos que foi necessário uma assembleia geral em 1979 para que o Benfica autorizasse o brasileiro Jorge Gomes a ser integrado como parte integrante do plantel do Benfica, sendo o primeiro estrangeiro a fazê-lo. Depois dele, onde permaneceu três temporadas, tivemos Filipovic (3 temporadas), Stromberg (2 temporadas) Maniche (4 temporadas) e Vando (4 temporadas) como os seguintes estrangeiros a jogar de águia ao peito e depois destes, muitas dezenas já nos representaram e representam, sem que nenhum problema venha daí associado. Ter estrangeiros de qualidade e Portugueses de qualidade é uma exigência que todos fazemos aos nossos dirigentes porque mais importante que a nacionalidade é o que cada um desses jogadores dá ao Benfica. Mas era importante ter mais jogadores nacionais e isso pode passar pelo aproveitamento das equipas de júniores.

Tomando o exemplo dos juniores, vai ser complicado que Rui Costa o consiga em 5 anos, porque mesmo nesse escalão o Benfica tem já vários atletas de outras nacionalidades. Poderão ser os sinais dos tempos, a ditar uma nova ordem, mas penso que temos que fazer algo para que esses sinais dos tempos prossigam com os nossos mínimos, e esses mínimos não podem significar 8/9 jogadores por época.

Como digo no título, não há aqui nacionalismos, nem sequer qualquer outra razão que não seja meramente emocional. Eu gostava de ver mais Portugueses de qualidade no Benfica. Como? Eu acho que a solução passa por garantir que o maior número de jovens possível possam chegar à nossa primeira equipa vindo da formação, nem que o consigam apenas aos 22/23 anos. Sinto pelas palavras de Quique Flores e de Rui Costa que esse objectivo está traçado. Esta é a opção lógica e a outra opção é que em casos de possíveis reforços de plantel, e entre propostas semelhantes, se possa começar a optar mais pelo jogador nacional, em detrimento de outros jogadores de outras quaisquer nacionalidades. Aqui, cada caso é um caso e não poderia nunca funcionar como norma, obviamente. Aliás, todos sabemos que em nenhum momento a opção nacionalidade pode ser determinante quando se trata do Benfica. A qualidade é determinante, o preço é determinante, a margem de progressão é determinante e a nacionalidade apenas uma preferência, da mesma maneira que todos gostamos de ter vários jogadores do Benfica na nossa selecção. Na nossa e nas outras, claro está.

O grito de alerta está dado e só espero que no que toca às dispensas, Quique Flores não leia este texto e se deixe influenciar pelas minhas palavras mantendo Luís Filipe na equipa. Não, Obrigado. Não tem condições para continuar e digo-o pensando na pessoa Luís Filipe, que segundo sei é altamente respeitável. Na parte profissional, mesmo nos jogos bons (ou menos maus?) seria sempre criticado por um qualquer "lançamento mal efectuado". Com um pouco de sorte vai jogar na liga de campeões pelo Guimarães, enquanto no Benfica apenas jogaria a Taça Uefa... Como em tudo na vida há opiniões contrárias à minha, que aqui são exemplarmente defendidas.

Para concluir, e para que não existam aqui qualquer tipo de hipocrisias, se me garantissem que nos próximos anos seríamos campeões europeus com cinco jogadores nacionais no plantel, eu assinaria por baixo, sem nenhum problema. Como as bolas de cristal não existem no futebol, e os misticismos têm limites, sou obrigado a acreditar que essa garantia nunca podia ser possível. E se fosse, desejaria que os cinco jogassem a final dos campeões a titulares... Assim disfarçávamos o problema, da mesma maneira que o disfarçaríamos se esta época os nossos Portugueses jogassem de forma continuada a titulares. Não acredito, mas pelo menos a baliza estará bem representada.

No fim de contas, nós apoiamos todos de igual forma, desde que eles nos apoiem a nós com trabalho, profissionalismo e entrega, mas sem nacionalismos, não faltam Portugueses ao Benfica?

Força Benfica

quinta-feira, 31 de julho de 2008

O aérodromo de Tires

Ultimamente, tem sido comum vermos o aeródromo de Tires, citado em várias publicações desportivas nacionais. Parece que este ano, o Benfica não faz nenhuma viagem sem a preciosa ajuda desse aeródromo.

Eu sou pouco dado a luxos, apesar de gostar de alguns a que me posso permitir. Numa altura em que o Tempo é dinheiro (e sobre o Tempo já escrevi aqui o que penso) começo a pensar se a utilização de jactos particulares nas contratações ou viagens dos nossos directores são ou não coisas aceitáveis.

A mim não me choca, apesar de um certo dia e antes de se popularizar o aeródromo de Tires aqui tenha defendido que até de carro, Rui Costa deveria ir a Madrid para não dar pistas à imprensa sobre quem ia ou não contratar para treinador do Benfica.

Apesar de não me chocar absolutamente nada, sei que algumas das vozes populares que falam do Benfica nos "bancos de jardim" ou nos "bancos dos cafés" (não tanto nos lobbies dos edifícios-sede de alguns bancos nacionais ou até mesmo na blogosfera) não aceitam bem este novo meio de transporte público, apoiando antes um normal bilhete de avião, mesmo que se tratasse de uma primeira classe ou classe executiva.

São diferentes tipos de perspectiva, que mais não servem para provar que o Benfica é realmente de todos os tipos de pessoas e que todas as opiniões são respeitáveis, porque não há Benfiquistas de primeira ou de segunda. Nos dias de derrota, todos sofremos de igual e nos dias de vitória todos ficamos igualmente felizes.

Isto para concluir que nesses mesmos "bancos de jardim" não tenha visto assim uma crítica tão acérrima aquando da descida de Aimar numa dessas viagens privadas e que tenha ouvido algumas críticas mais contundentes depois de Rui Costa e Luís Filipe Vieira terem descido de outra dessas viagens sem o tal presente de nome Luis Garcia.

No fundo esta metáfora serve para exemplificar como todos queremos o melhor para o Benfica, e sem árbitros, avançados, defesas centrais ou adversários para criticar e sem nenhuma vontade de criticar o nosso Rui Costa acabamos por criticar o aeródromo de Tires e o jacto privado que tem acompanhado os nossos dirigentes nas últimas viagens.

Parece-me aceitável...

Força Benfica

A Galinha da vizinha....

Algum de nós admitiria que o nosso Director Desportivo ou Presidente assinasse um contrato com um atleta por um determinado número de anos, por 1 milhão de euros/época (ou um pouquinho mais) com uma cláusula de rescisão de 25 milhões de euros e que depois metesse um ponto no contrato que permitisse ao atleta receber 10% de cada vez que algum clube oferecesse 15 milhões (ou mais), desde que o nosso clube rejeitasse essa proposta?

Eu sei que isto não nos interessa no imediato, mas penso que esta cláusula é talvez a coisa mais estúpida que alguma vi num qualquer contrato. Se esta cláusula fosse colocada, num contrato sem cláusula de rescisão, apesar de disparatada ainda podia ser aceitável. Agora com uma cláusula de rescisão de 25 milhões de euros, aceitar que outros clubes proponham comprar esse atleta por 15 milhões de euros e caso recuse (e bem recusado porque se a cláusula é de 25 milhões o clube está no direito de recusar) ter que dar ao atleta 10% dessa proposta é absolutamente surreal.

Algum de nós aceitaria isto, sem criticar veementemente a direcção?

Pois parece que aqui ao lado, a culpa morre solteira e afinal o atleta é que tem todas as culpas do contrato que assinou com o consentimento do clube.

Como me preocupa pouco a galinha da vizinha....

Força Benfica

O Benfica precisa de Tempo?

O Benfica precisa de tempo para tudo... Para contratações, para dispensas, para melhor jogar, para melhor entrosar, para tudo neste clube é preciso Tempo. Hoje, mais do que nunca, porque nalguns casos dá ideia que o Benfica anda de cabeça perdida e só o Tempo nos pode ajudar.

Estamos mesmo de cabeça perdida? Eu sou dos que acredito que não, mas a gestão desportiva deste defeso começa a parecer complicada de entender. Ou talvez não.

Afinal a novela Freddy Adu tem já capítulo final. Foi anunciado que caso o Mónaco queira comprar definitivamente o jogador terá de pagar 5 milhões de Euros. Parece-me bem. Assim o Adu queira ficar no Mónaco e assine o contrato que lhe proponham. Penso que ainda o veremos pelo Estádio da Luz. Felizmente...

Quase todos os jogadores sub 20 que iniciaram o estágio foram colocados em vários clubes ou nos júniores - Fábio Coentrão, Freddy Adu, André Carvalhas, Miguel Rosa, Rúben Lima, Romeu Ribeiro, Nelson Oliveira - com o objectivo de rodar e quem sabe um dia voltarem ao plantel principal do Benfica. Até aqui tudo bem.

Dos restantes nomes "pseudo-dispensáveis" não vale a pena falar porque as respostas só as tem Quique Flores. Eu penso que Quique Flores sabe exactamente o que está a fazer e acredita que está a fazer o correcto. Ou seja, acredita que dispensar jogadores a "conta gotas" é a melhor maneira de ir preparando o plantel para o campeonato que se avizinha. Eu acho que já devia ter a equipa completa mas como isso depende das entradas, está ainda a fazer as suas contas a quem dispensar. Temos exactamente 24 dias até ao primeiro jogo oficial em Vila do Conde e era bom que todas as dúvidas tivessem dissipadas na próxima semana. Assim desejamos...

A saída do Petit, as dúvidas de Katsouranis entre ficar e partir, as afirmações do Luisão no final do Torneio Guadiana que perdemos para Blackburn Rovers e Sporting vieram relançar uma vez mais todas as dúvidas que ano após ano, nos assolam a mente nestes conturbados defesos.

Não há uma maneira mais fácil de gerir estes meses de verão? Tem de haver. Todos estes casos seriam dispensáveis, se tudo tivesse resolvido em termos de saídas e entradas há bastante tempo. Não gosto de ver jogadores a utilizar a imprensa para recados internos, como Katsouranis fez e como Luisão faz nesta semana. Sabemos que temos um treinador novo, um novo director desportivo e qualquer pessoa inteligente sabe que este é obviamente um ano zero para esta dupla, e que estes casos não deverão existir na próxima época. Assim esperamos.

Quem dispensar, é talvez a tarefa mais árdua que a dupla Quique Flores/Rui Costa terá pela frente, especialmente para o nosso "menino de ouro". Árdua por várias razões, mas a dispensa de Petit por custo zero (apesar da opção de regresso ao Benfica no fim de contrato e a garantia que receberemos 3 milhões de Euros se o Colónia o vender a outro qualquer clube) é um bom exemplo do quão árdua é essa tarefa.

Ser director desportivo e amigo/colega de todos os jogadores não é trabalho fácil pela simples razão que o amigo Rui Costa não pode contrariar o amigo Petit quando este tem uma proposta de 2 milhões de euros/época por duas épocas aos 32 anos. Eu entendo. Mais que contratar bem, há que dispensar melhor e a dispensa do Petit (na prática é uma dispensa) é no mínimo polémica porque nos faz lembrar que temos menos uma referência no clube nesta época, sem contrapartidas financeiras - e não me venham com a poupança de 2 milhões de Euros dos ordenados, porque na prática não temos o Petit, logo não há poupança nenhuma.

Além dos sub 20 atrás referidos, de Petit, Sepsi, Zoro e Bruno Costa há ainda mais algumas dispensas para fazer, apesar de estarem a ser adiadas. Porque é que estão a ser adiadas? Será que Quique Flores não teve tempo ainda para ver os jogadores? Será que manter alguns jogadores no estágio e com a dúvida a pairar sobre as decisões de Quique Flores, pode valorizar (ou na pior das hipóteses não desvalorizá-los) e assim ajudar a SAD a encontrar clube para esses jogadores numa hipotética dispensa? Será que alguns desses jogadores ainda não foram dispensados, porque estão só mesmo à espera da entrada de outros novos jogadores?

Todas estas premissas estão correctas e muitas outras ainda poderão existir. Na verdade o que queria era ter o plantel fechado o mais rápido possível, com tudo decidido e sem alaridos que nos façam perder tempo, porque cada dia de treino com jogadores que não farão parte do nosso plantel é mais uma perca de tempo despropositada. Queria eu, o Quique Flores, o Rui Costa e todos os Benfiquistas que neste momento leiam este texto. O que queremos, muitas vezes, não é exactamente o que temos.

E como o título afirma, será que precisamos de mais tempo? Aparentemente na parte técnica sim, precisamos. Talvez até precisemos de mais tempo do que temos, porque realisticamente parece-me complicado esperar uma equipa coesa, tacticamente disciplinada e forte em todos os jogos, logo neste inicio de campeonato. Se a tivermos em Dezembro, talvez nos possamos dar por muito contentes. Até lá temos que ser combativos e tentar, mesmo de forma um pouco mais "atabalhoada", ganhar os pontos que nos permitam estar no inicio de 2009 a correr pelo título, e não irremediavelmente afastados dele, como aconteceu esta última época.

Por falar em Tempo, também nos falta tempo para as contratações porque todas elas são morosas e lentas. Fazem parte desta característica tão nossa de fazer com que o Tempo passe de forma lenta. Não me preocupa tanto o Tempo neste particular - o que me preocupa são as afirmações da dupla Quique/Rui Costa sobre essas mesmas contratações aumentando as expectativas de forma completamente disparatada - porque sei que com mais ou menos Tempo, mais um ou menos um milhão, teremos um ou dois novos reforços para ajudar Quique/Rui Costa a contratar bem e a dispensar melhor. No fundo, exactamente o que deve preocupar um novo director desportivo e um novo treinador em plenos meses de Julho/Agosto.

Até termos tudo fechado, esperamos que quem esteja no estágio vá assimilando o mais rápido possível tudo o que de bom Quique e a sua equipa tentam passar, porque todo o Tempo é pouco para preparar estes difíceis combates de inicio de Liga.

Força Benfica

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Vedeta da Bola

Há textos na blogosfera que são realmente importantes para quem gosta verdadeiramente do Benfica. Este (ver "Uma verdade repetida muitas vezes (3)"é um destes textos antológicos, que nos faz acreditar que somos Grandes, também fora do relvado. Numa altura em que se fala tanto de "jogos de secretaria", é bom lembrar que o Benfica teve quase sempre do lado certo da História e que também por isso nós escolhemos/elegemos o Glorioso.

E porque é que todos nós escrevemos algo sobre o Benfica? Há várias razões e vários estilos, mas todos eles remetem para uma paixão, um amor e uma dependência que todos temos pelo Benfica. Não temo a palavra dependência porque sei que neste contexto está bem utilizada. E nestes blogs (como noutros meios) há vários tipos de textos, vários tipos de pessoas, várias ideias boas e más, mas são textos como este que nos fazem mesmo entender que o que somos hoje e o que sentimos por este Clube, é algo que nasce connosco, que entra na nossa génese e que só depois durante a vida se revela. Este texto explica muita da nossa paixão cega pelo nosso Clube. Como podíamos ser de outro qualquer Clube? Não é obviamente só por este texto mas também é por algumas das coisas que aqui são referidas.

Sempre soube que o Benfica não vive do Passado, mas sei que é muito importante sentirmos o Passado para melhor entendermos o Presente. Sei que isto parece uma frase feita tirada de qualquer manual de uma qualquer empresa, mas sei que esta frase ganha novo sentido quando se fala do Benfica. E nós sabemos que sim.

Por tudo isto e por muito mais, os meus sinceros Parabéns ao autor e muito obrigado pela absoluta lição de História Benfiquista - que vai muito para além do rectângulo de jogo, dos títulos, das derrotas ou dos ideais políticos. Aliás uma das grandes características do nosso Benfica é ser de todos e de todos os quadrantes políticos, apesar de numa situação recente um dos nossos dirigentes se ter esquecido desta tão importante premissa. Como não gosto de política nem de a misturar com o Benfica, encaro este texto como uma lição de Civismo que nos enche a todos de orgulho. Parte da palavra Mística está também nestas histórias que não podemos nunca esquecer.

Força Benfica