Para não falar muito do jogo de ontem, tenho a dizer que independentemente da sorte ou azar, o Benfica ontem encontrou pela primeira vez uma equipa superior. A primeira parte de Marselha foi de uma equipa personalizada, experiente, de outro campeonato. A pressão que fizeram a Javi Garcia e a Aimar - especialmente estes - e a pressão que no geral faziam ao portador da bola colocaram o Benfica em apuros e ao intervalo todos suspirávamos pelo golo do Benfica que poderia aparecer de qualquer maneira e feitio, desde que aparecesse. O 1-0 quase que nos daria a passagem porque encararíamos o jogo de Marselha doutra forma. O golo deles no final coloca muitas dificuldades ao Benfica e é da mais elementar justiça afirmar que só um Super Benfica pode passar a eliminatória no ambiente escaldante do Vélodrome.
Tudo é possivel, temos de acreditar e Jorge Jesus ontem esteve perfeito na análise ao jogo. Mostrou confiança, alguma arrogância competitiva, os jogadores perceberam a mensagem e alinharam pelo mesmo diapasão - vamos marcar em Marselha. Quando ouvi essas palavras no carro a seguir ao jogo senti que Jesus estava a falar para o grupo, muito mais que para os adeptos. Estava a dizer-nos que não podemos ir abaixo porque domingo temos um jogo decisivo para o nosso principal objectivo. Esse sim temos de ganhar. Em Marselha, se formos eliminados, vai custar a todos - aliás ontem o ambiente depois do 1-1 era de desilusão total - mas não podemos deixar que estes resultados da Europa nos retirem a esperança e confiança de ganhar o que nos falta ganhar internamente.
Pegando agora no título do post, esta semana foi pródiga em números no universo Benfiquista.
Primeiro foi o prejuízo de 13.8 milhões € referente aos primeiros seis meses do exercício 2009/2010. Parece que existem muitos preocupados com estes números, mas a verdade é que lendo o relatório da SAD que foi publicado há uma semana, não vejo razões para grande preocupação.
É óbvio e notório o investimento enorme na equipa, na renegociação de contratos de vários membros do plantel, na permanência dos nossos melhores jogadores sem alienar activos importantes e outros investimentos relevantes.
Quem lê as 13 páginas do documento de forma calma e serena, entende que não existem razões para alarme. Quando olhamos para o passivo consolidado de 340 milhões € podemos ficar assustados mas depois entendemos que a reformulação do nosso universo e a inclusão das dívidas da Benfica Estádio nesse passivo, fazem-nos ver esse numero com maior realismo e optimismo.
Terminámos um novo empréstimo obrigacionista de 20 milhões€ e estamos neste momento a tratar de emitir um novo no valor de 40 milhões € passando a passivo exigível de curto prazo para passivo de médio longo prazo. Alem disso Domingos Soares Oliveira já associou este empréstimo obrigacionista à continuação do investimento desportivo na equipa de futebol e linkou este mesmo empréstimo no tempo até à data onde se renegociam os contratos de direitos televisivos.
Os custos com pessoal representam 58% dos custos operacionais da Benfica SAD, tendo inclusivamente sido ligeiramente mais baixos que em igual período da época passada.
Por mais contas e voltas que se dê, o Benfica tem hoje o grande desafio de pagar o Estádio, tentar ir baixando o passivo até 2024 - Domingos Soares Oliveira diz que este é o prazo para cumprirmos definitivamente com as nossas obrigações decorrentes do project finance a toda a banca - e aumentar as receitas com vendas de passes, com maiores assistências no Estádio, com aumento de quotização, com aumento do merchandising, com aumentos dos red pass, com aumento dos patrocínios - aqui uma vez mais a questão do naming do Estádio é fundamental e com a entrada na champions league nos próximos anos seria bom que se lembrassem que uma marca multinacional pode fazer mais sentido - e o aumento de presenças na champions com as receitas devidas.
Tudo isto é algo que hoje é muito mais fácil de fazer do que foi nos últimos anos e por isso penso que não há lugar a pessimismos.
A equipa tem pelo menos 5 ou 6 jogadores com grande mercado Europeu e desses, penso que deveremos pensar em vender dois ou três sem pensar que daí venham grandes problemas desportivos.
Nós temos 70% do passe de Di Maria. Vendemos 10% a Jorge Mendes por 1 milhão € há uns tempos e neste momento Jorge Mendes prepara-se para ganhar entre 2 a 3 milhões € fora a sua comissão de agente. Qualquer pessoa investiria esse milhão nos 10% de Di Maria e é nesse prisma que se cria o fundo. Se Di Maria for vendido por 40 milhões €, Jorge Mendes recebe 4 milhões, o StarFund com 20% recebe 8 milhões € e o Benfica com 70% recebe 28 milhões €.
Lembro que a juntar a esses 28 milhões € já estão os 4,4 milhões € que o fundo investiu por 20% - mais uma vez estranho os 10% por 1 milhão € para Jorge Mendes sabendo que por 20% o fundo pagou 4 vezes mais - e esse milhão dos 10% de Jorge Mendes.
No caso de David Luiz, vendemos 25% ao StarFund por 4,5 milhões € e se o jogador for vendido por algo perto dos 30 milhões € - menos 20 milhões que a sua clausula de rescisão - o Benfica terá direito a 22,5 milhões e o StarFund direito a 7,5 milhões €.
No caso de Cardozo, o fundo tem 20% no valor de 4 milhões €. Se vendermos o Paraguaio por 25 milhões € ganhamos 20 milhões € e o fundo encaixa 5 milhões €.
O Benfica investiu 6 milhões € nesse fundo tendo direito a 15% de todas as mais valias, o que fará com que alem destes encaixes referidos atrás, ainda possamos recuperar algum desse investimento de 6 milhões €.
Estas são para mim as únicas vendas a realizar em Julho 2010 ou Janeiro 2011. Não admito que possa existir outro cenário que não este.
Para o lugar de David Luiz temos para a próxima época Fábio Faria, Miguel Vitor, Sidnei, Roderick Miranda e Luisão como centrais e com estes podemos acreditar numa boa época.
Temos para o lugar de Cardozo, o internacional Argentino Franco Jara, entretanto já comprado e mantemos Kardec e Saviola. Não me parece que Éder Luis, Nuno Gomes ou Weldon tenham muito espaço na próxima época e é natural que se invista em mais um avançado de qualidade.
Para o lugar de Di Maria temos Fábio Coentrão - alguém falou em Simão Sabrosa? - e para o lugar de Coentrão na defesa esquerda teremos que contratar alguém que não falhe e que seja uma contratação de peso. Aqui sempre defendo investir bem, num jogador incontornável, provavelmente caro e de uma vez por todas resolver o problema de defesa esquerdo.
Com estas pequenas alterações não perdemos competitividade e teremos todas as garantias que podemos fazer boa figura na champions.
Por falar em champions, parece que no próximo ano o FCPorto arrisca ficar fora da competição. Tudo bem com isso, até porque calha a todos, mas mais a uns que outros. FCPorto e Manchester United são as equipas que mais presenças tem neste novo formato da champions mas o FCPorto antevendo que vai ficar fora pediu a UEFA um especial favor. No publico.pt vinha esta maravilhosa noticia:
"Uma fatia maior do dinheiro gerado pela Liga dos Campeões deverá ser atribuído a clubes que não participam na competição. É esta a perspectiva de Fernando Gomes, dirigente do FC Porto presente no encontro da Soccerex, que decorreu hoje em Manchester. "Creio que a forma como as verbas da Champions League são distribuídas tem de ser analisada e alterada, por forma a dar mais dinheiro aos clubes e a equilibrar as competições domésticas", alertou. "Se os clubes que não estão presentes na Liga dos Campeões receberem mais dinheiro, podem comprar melhores jogadores e aumentar a qualidade da competição. Se não conseguirem fazer isso, a qualidade decresce e o fosso interno aumenta", continua o vice-presidente dos "dragões".
A UEFA distribui cerca de 6,5 por cento das receitas anuais da Champions pelas 53 associações, num pacote que designa por "pagamentos de solidariedade", reservando um mínimo de 413 milhões de euros para as 32 equipas que entram na Liga dos Campeões. No melhor dos cenários, as equipas com mais sucesso na Champions podem encaixar um máximo de 40 milhões de euros por época.
Fernando Gomes entende que este desnível na repartição das verbas prejudica os países mais pequenos. "Por exemplo, o Debrecen, da Hungria, obteve 50 por cento das suas receitas totais pelo simples facto de chegar à fase de grupos. E há exemplos semelhantes no APOEL (Chipre) e no Unirea (Roménia). Este dinheiro desequilibra seriamente os campeonatos", alerta.
No seu primeiro ano de existência, em 1992-93, a Liga dos Campeões gerou 45 milhões de euros de receita. Actualmente, movimenta 1,15 mil milhões de euros. Guillaume Sabran, director de marketing da UEFA, sublinhou no fórum que este valor é susceptível de continuar a subir. "Estamos sempre à procura de formas de maximizar receitas para os clubes dentro e fora da competição, mas cabe aos decisores determinar como esse dinheiro é atribuído".
Meus caros dirigentes do FCPorto, admiro-vos a solidariedade com equipas da Hungria, da Roménia ou do Chipre e tenho pena que se tenham esquecido dos milhões que ganharam na champions e dos milhões que ganharam com as vendas multi milionárias dos vossos jogadores porque esses tiveram o palco privilegiado da champions para se mostrar. Tenho pena que se tenham esquecido do Benfica, Sporting ou SCBraga e tenho pena que pensem que todas as vossas participações na champions não "aumentaram o fosso da vossa equipa para as restantes" quando comparada com todas as outras equipas nacionais. Porque a verdade é que aumentaram e nunca os vi preocupados.
Estes senhores são uma raça que já não existe... A sério... Estes senhores são do mais vigaristazinho que se passeia pela Europa do futebol, só pensam no seu umbigo, são zero solidários - alguém acha que estes mafiosos estão preocupados com as equipas do Chipre, Roménia ou Hungria? - e vão passar um mau bocado na sua travessia no deserto sem ir à liga dos campeões. No que puder depender de mim, vou sempre torcer que qualquer uma outra equipa possa ir no seu lugar. Assim concordo com eles e tendo em conta as inúmeras vezes que o FCPorto já foi à Liga nos últimos 15 anos, podem perfeitamente estar 10 anos sem lá por os pés, a ver se o futebol Português fica de todo mais equilibrado... Tenham vergonha!
Falando de números, fiquei um pouco desapontado pela lotação do jogo Benfica - Marselha. Esperei um estádio cheio com 65000 pessoas e na verdade estivemos menos de 50 000 - quase 47000 espectadores. As razões são claras e penso que os nossos dirigentes devem pensar neste pequeno cartão amarelo dos seus sócios e apoiantes. O Benfica já vai em quase 210 000 sócios e deve ter uns 30 000 Red Pass vendidos. Além do dinheiro que gastamos no nosso Estádio, gastamos muito dinheiro nas deslocações fora apoiando o Benfica em todos os estádios. Aliás na segunda feira, em semana de Marselha em casa, os proprietários de Red Pass tiverem que pagar o bilhete para Marselha - bilhetes entre 15€ e 30€ - e pagar o bilhete para a final da Taça da Liga contra FCPorto - bilhetes entre 15€ e 25€ que aliás esgotámos os quase 12000 bilhetes no próprio dia.
Eu conheço muita gente que tem Red Pass no terceiro anel - bancada Meo - e que entre ver o jogo em canal aberto na SIC ou pagar os 25€, que o seu lugar no estádio valia contra a equipa Francesa,optaram por abdicar do jogo. Sei o quanto lhes custa, mas tambem sei ver o momento de crise em que estamos. Penso que o Benfica poderia ter baixado ligeiramente os preços, especialmente para sócios. Quem não é sócio e quer ver este jogo que pague bem, mas para os que tem Red Pass penso que se deve ter alguma atenção.
Em vez de termos bilhetes de publico e bilhetes de sócios, penso que poderemos ter no futuro uma terceira variável onde se dá um desconto de 15% para possuidores de Red Pass. Penso que esta medida, não prejudica assim tanto as contas de final de ano e poderemos ter numeros mais animadores e um apoio mais forte à equipa.
Ontem teria sido muito importante ter dado um sinal de vitalidade do clube com o Estádio da Luz esgotado, teriamos dado um apoio maior à nossa equipa e teríamos contribuído para mais uma vez fazer com que a presença de Marselha em Lisboa fosse histórica.
Fomos também informados ontem das intenções da direcção em mudar os estatutos do clube. Primeiro vamos falar das coisas óbvias... Então vamos obrigar os presidentes das casas do Benfica a serem sócios do clube?? Entao mas isso nao será uma coisa óbvia? É possivel um individuo ser presidente duma casa do Benfica e nao ser sócio? Se isso tem de vir nos estatutos então que coloquem uma alinea que dê um passo mais à frente. Obriguem toda a estrutura directiva de todas as casas do Benfica a serem sócios do clube. Isso é algo óbvio numa altura em que queremos chegar aos tais 300 000 sócios em 4 anos.
Obrigar os nossos atletas a serem sócios parece-me lógico tambem, mas já que vamos mudar estatutos vamos obrigar os nossos atletas de todas as competições, de todas as modalidades a comprometerem-se a pagar quotas pelo valor mínimo de 5 anos. Assim evitamos que os senhores passem por aqui um aninho e nem o primeiro ano paguem...
Vamos continuar a não pagar nada a todos os nossos orgãos sociais. Isto para mim é óbvio também. Não encontro prazer maior dum grande Benfiquista que servir o clube do seu coração. Ganhar dinheiro por isso parece-me um contrasenso. Obviamente que a ideia é que este ponto seja inalterado para sempre, pois no dia em que tivermos orgãos sociais remunerados algo muda no nosso Glorioso.
Passar o mandato para 4 anos em vez dos actuais três anos é algo que não me preocupa. Em vez de termos um presidente a fazer 6 ou 9 anos, deveremos ter ciclos duplos maiores - 8 anos - como os mandatos de Presidente de Camara ou Primeiro-Ministro. A estabilidade da direcção assim pode ser mais protegida e será mais dificil reeleger uma direcção que não tenha feito um bom trabalho em 4 anos. Concordo.
Em relação aos anos de sócio, já aqui tinha falado disto a propósito dos paraquedistas que de quando em quando aparecem a concorrer à direcção do Sport Lisboa e Benfica. Concordo que os sócios que queiram concorrer a Presidente do Benfica tenham 15 anos de sócio efectivo - contando a partir dos 18 anos sócio efectivo, não podemos ter um presidente com menos de 33 anos - e para a direcção passe a ser obrigatório ter 10 anos de sócio. Aqui nao concordo tanto...
Uma pessoa que nasça sócio do Benfica, chega aos 28 anos de idade com 28 anos de associado e com 10 anos de sócio efectivo. Penso que grande parte do futuro do Benfica deve passar pelo rejuvenescimento das listas e sendo assim, toda a geração entre os 21 e 28 anos está proibida de exercer cargos directivos no Benfica.
Antigamente as nossas direcções tiveram pessoas jovens, a nossa História sempre premiou pessoas dinâmicas e que com tenra idade já defendiam os interesses do Benfica de forma profissional, responsável e séria. Por mim poderíamos rever esta medida e manter os 10 anos de sócio, desde que 5 desses fossem efectivos.
Assim poderiamos premiar alguém que saindo da Universidade aos 23 anos e antes de casar e ter filhos, tem tempo, disponibilidade, energia e talento para dedicar ao clube do seu coração. Não entendo esta medida de não aceitar ninguém na direccção do Benfica com menos de 28 anos. Sou contra e acho que esta medida não foi pensada na sua plenitude.
A minha familia não me fez sócio aos 10 anos e fui eu pelo meu próprio pé, com o meu dinheiro que fui aos 18 anos fazer me sócio efectivo, mesmo que a minha morada não fosse em Lisboa. Sempre quis ser sócio efectivo e para o fazer tive que dar uma morada de Lisboa. Hoje tenho morada fora de Lisboa e continuo a ser um sócio efectivo pela simples razão que assim mais ajudo o Benfica. Tenho a quota modalidades e não sei porque não obrigam os sócios do Benfica que querem pertencer aos órgãos sociais ter a quota modalidade em dia pelo mesmo número de anos da efectividade da sua associação ao Benfica.
Se queremos dar visibilidade a esta quota coloquem-na como parte integrante da regra a preencher para poder ser candidato aos orgãos sociais do Benfica e aproveitem para ter mais uma receita.
Em relação ao resto das medidas e ao conselho estratégico, parece-me que se está a abrir espaço para alguns notáveis darem umas opiniões sobre isto ou aquilo, mas se a direcção for eficaz este conselho estratégico pouco ou nada terá de opinar. Qualquer um de nós pode enviar emails ou cartas ou telefonemas para qualquer direcção e dar ideias. Se esse conselho estratégico será um pouco a voz dos sócios - eu nao acredito - poderá vir bem intencionado, mas teremos que esperar para ver.
Vamos passar este fim de semana muito focados no que se vai passar na Choupaa. Depois do que se passou em Lisboa na primeira volta, depois de todos sabermos os amores e ódios entre Jesus e Manuel Machado, estão lançados os dados para que seja o jogo mais dificil das próximas jornadas.
Em termos de números, ganhar na Choupana seria fundamental para podermos estar realmente mais perto do título e mesmo que estejamos 3 pontos à frente do Braga no domingo á noite - se ambos ganharmos - são três pontos de distância muito mais saborosos...
Força Benfica
Tudo é possivel, temos de acreditar e Jorge Jesus ontem esteve perfeito na análise ao jogo. Mostrou confiança, alguma arrogância competitiva, os jogadores perceberam a mensagem e alinharam pelo mesmo diapasão - vamos marcar em Marselha. Quando ouvi essas palavras no carro a seguir ao jogo senti que Jesus estava a falar para o grupo, muito mais que para os adeptos. Estava a dizer-nos que não podemos ir abaixo porque domingo temos um jogo decisivo para o nosso principal objectivo. Esse sim temos de ganhar. Em Marselha, se formos eliminados, vai custar a todos - aliás ontem o ambiente depois do 1-1 era de desilusão total - mas não podemos deixar que estes resultados da Europa nos retirem a esperança e confiança de ganhar o que nos falta ganhar internamente.
Pegando agora no título do post, esta semana foi pródiga em números no universo Benfiquista.
Primeiro foi o prejuízo de 13.8 milhões € referente aos primeiros seis meses do exercício 2009/2010. Parece que existem muitos preocupados com estes números, mas a verdade é que lendo o relatório da SAD que foi publicado há uma semana, não vejo razões para grande preocupação.
É óbvio e notório o investimento enorme na equipa, na renegociação de contratos de vários membros do plantel, na permanência dos nossos melhores jogadores sem alienar activos importantes e outros investimentos relevantes.
Quem lê as 13 páginas do documento de forma calma e serena, entende que não existem razões para alarme. Quando olhamos para o passivo consolidado de 340 milhões € podemos ficar assustados mas depois entendemos que a reformulação do nosso universo e a inclusão das dívidas da Benfica Estádio nesse passivo, fazem-nos ver esse numero com maior realismo e optimismo.
Terminámos um novo empréstimo obrigacionista de 20 milhões€ e estamos neste momento a tratar de emitir um novo no valor de 40 milhões € passando a passivo exigível de curto prazo para passivo de médio longo prazo. Alem disso Domingos Soares Oliveira já associou este empréstimo obrigacionista à continuação do investimento desportivo na equipa de futebol e linkou este mesmo empréstimo no tempo até à data onde se renegociam os contratos de direitos televisivos.
Os custos com pessoal representam 58% dos custos operacionais da Benfica SAD, tendo inclusivamente sido ligeiramente mais baixos que em igual período da época passada.
Por mais contas e voltas que se dê, o Benfica tem hoje o grande desafio de pagar o Estádio, tentar ir baixando o passivo até 2024 - Domingos Soares Oliveira diz que este é o prazo para cumprirmos definitivamente com as nossas obrigações decorrentes do project finance a toda a banca - e aumentar as receitas com vendas de passes, com maiores assistências no Estádio, com aumento de quotização, com aumento do merchandising, com aumentos dos red pass, com aumento dos patrocínios - aqui uma vez mais a questão do naming do Estádio é fundamental e com a entrada na champions league nos próximos anos seria bom que se lembrassem que uma marca multinacional pode fazer mais sentido - e o aumento de presenças na champions com as receitas devidas.
Tudo isto é algo que hoje é muito mais fácil de fazer do que foi nos últimos anos e por isso penso que não há lugar a pessimismos.
A equipa tem pelo menos 5 ou 6 jogadores com grande mercado Europeu e desses, penso que deveremos pensar em vender dois ou três sem pensar que daí venham grandes problemas desportivos.
Nós temos 70% do passe de Di Maria. Vendemos 10% a Jorge Mendes por 1 milhão € há uns tempos e neste momento Jorge Mendes prepara-se para ganhar entre 2 a 3 milhões € fora a sua comissão de agente. Qualquer pessoa investiria esse milhão nos 10% de Di Maria e é nesse prisma que se cria o fundo. Se Di Maria for vendido por 40 milhões €, Jorge Mendes recebe 4 milhões, o StarFund com 20% recebe 8 milhões € e o Benfica com 70% recebe 28 milhões €.
Lembro que a juntar a esses 28 milhões € já estão os 4,4 milhões € que o fundo investiu por 20% - mais uma vez estranho os 10% por 1 milhão € para Jorge Mendes sabendo que por 20% o fundo pagou 4 vezes mais - e esse milhão dos 10% de Jorge Mendes.
No caso de David Luiz, vendemos 25% ao StarFund por 4,5 milhões € e se o jogador for vendido por algo perto dos 30 milhões € - menos 20 milhões que a sua clausula de rescisão - o Benfica terá direito a 22,5 milhões e o StarFund direito a 7,5 milhões €.
No caso de Cardozo, o fundo tem 20% no valor de 4 milhões €. Se vendermos o Paraguaio por 25 milhões € ganhamos 20 milhões € e o fundo encaixa 5 milhões €.
O Benfica investiu 6 milhões € nesse fundo tendo direito a 15% de todas as mais valias, o que fará com que alem destes encaixes referidos atrás, ainda possamos recuperar algum desse investimento de 6 milhões €.
Estas são para mim as únicas vendas a realizar em Julho 2010 ou Janeiro 2011. Não admito que possa existir outro cenário que não este.
Para o lugar de David Luiz temos para a próxima época Fábio Faria, Miguel Vitor, Sidnei, Roderick Miranda e Luisão como centrais e com estes podemos acreditar numa boa época.
Temos para o lugar de Cardozo, o internacional Argentino Franco Jara, entretanto já comprado e mantemos Kardec e Saviola. Não me parece que Éder Luis, Nuno Gomes ou Weldon tenham muito espaço na próxima época e é natural que se invista em mais um avançado de qualidade.
Para o lugar de Di Maria temos Fábio Coentrão - alguém falou em Simão Sabrosa? - e para o lugar de Coentrão na defesa esquerda teremos que contratar alguém que não falhe e que seja uma contratação de peso. Aqui sempre defendo investir bem, num jogador incontornável, provavelmente caro e de uma vez por todas resolver o problema de defesa esquerdo.
Com estas pequenas alterações não perdemos competitividade e teremos todas as garantias que podemos fazer boa figura na champions.
Por falar em champions, parece que no próximo ano o FCPorto arrisca ficar fora da competição. Tudo bem com isso, até porque calha a todos, mas mais a uns que outros. FCPorto e Manchester United são as equipas que mais presenças tem neste novo formato da champions mas o FCPorto antevendo que vai ficar fora pediu a UEFA um especial favor. No publico.pt vinha esta maravilhosa noticia:
"Uma fatia maior do dinheiro gerado pela Liga dos Campeões deverá ser atribuído a clubes que não participam na competição. É esta a perspectiva de Fernando Gomes, dirigente do FC Porto presente no encontro da Soccerex, que decorreu hoje em Manchester. "Creio que a forma como as verbas da Champions League são distribuídas tem de ser analisada e alterada, por forma a dar mais dinheiro aos clubes e a equilibrar as competições domésticas", alertou. "Se os clubes que não estão presentes na Liga dos Campeões receberem mais dinheiro, podem comprar melhores jogadores e aumentar a qualidade da competição. Se não conseguirem fazer isso, a qualidade decresce e o fosso interno aumenta", continua o vice-presidente dos "dragões".
A UEFA distribui cerca de 6,5 por cento das receitas anuais da Champions pelas 53 associações, num pacote que designa por "pagamentos de solidariedade", reservando um mínimo de 413 milhões de euros para as 32 equipas que entram na Liga dos Campeões. No melhor dos cenários, as equipas com mais sucesso na Champions podem encaixar um máximo de 40 milhões de euros por época.
Fernando Gomes entende que este desnível na repartição das verbas prejudica os países mais pequenos. "Por exemplo, o Debrecen, da Hungria, obteve 50 por cento das suas receitas totais pelo simples facto de chegar à fase de grupos. E há exemplos semelhantes no APOEL (Chipre) e no Unirea (Roménia). Este dinheiro desequilibra seriamente os campeonatos", alerta.
No seu primeiro ano de existência, em 1992-93, a Liga dos Campeões gerou 45 milhões de euros de receita. Actualmente, movimenta 1,15 mil milhões de euros. Guillaume Sabran, director de marketing da UEFA, sublinhou no fórum que este valor é susceptível de continuar a subir. "Estamos sempre à procura de formas de maximizar receitas para os clubes dentro e fora da competição, mas cabe aos decisores determinar como esse dinheiro é atribuído".
Meus caros dirigentes do FCPorto, admiro-vos a solidariedade com equipas da Hungria, da Roménia ou do Chipre e tenho pena que se tenham esquecido dos milhões que ganharam na champions e dos milhões que ganharam com as vendas multi milionárias dos vossos jogadores porque esses tiveram o palco privilegiado da champions para se mostrar. Tenho pena que se tenham esquecido do Benfica, Sporting ou SCBraga e tenho pena que pensem que todas as vossas participações na champions não "aumentaram o fosso da vossa equipa para as restantes" quando comparada com todas as outras equipas nacionais. Porque a verdade é que aumentaram e nunca os vi preocupados.
Estes senhores são uma raça que já não existe... A sério... Estes senhores são do mais vigaristazinho que se passeia pela Europa do futebol, só pensam no seu umbigo, são zero solidários - alguém acha que estes mafiosos estão preocupados com as equipas do Chipre, Roménia ou Hungria? - e vão passar um mau bocado na sua travessia no deserto sem ir à liga dos campeões. No que puder depender de mim, vou sempre torcer que qualquer uma outra equipa possa ir no seu lugar. Assim concordo com eles e tendo em conta as inúmeras vezes que o FCPorto já foi à Liga nos últimos 15 anos, podem perfeitamente estar 10 anos sem lá por os pés, a ver se o futebol Português fica de todo mais equilibrado... Tenham vergonha!
Falando de números, fiquei um pouco desapontado pela lotação do jogo Benfica - Marselha. Esperei um estádio cheio com 65000 pessoas e na verdade estivemos menos de 50 000 - quase 47000 espectadores. As razões são claras e penso que os nossos dirigentes devem pensar neste pequeno cartão amarelo dos seus sócios e apoiantes. O Benfica já vai em quase 210 000 sócios e deve ter uns 30 000 Red Pass vendidos. Além do dinheiro que gastamos no nosso Estádio, gastamos muito dinheiro nas deslocações fora apoiando o Benfica em todos os estádios. Aliás na segunda feira, em semana de Marselha em casa, os proprietários de Red Pass tiverem que pagar o bilhete para Marselha - bilhetes entre 15€ e 30€ - e pagar o bilhete para a final da Taça da Liga contra FCPorto - bilhetes entre 15€ e 25€ que aliás esgotámos os quase 12000 bilhetes no próprio dia.
Eu conheço muita gente que tem Red Pass no terceiro anel - bancada Meo - e que entre ver o jogo em canal aberto na SIC ou pagar os 25€, que o seu lugar no estádio valia contra a equipa Francesa,optaram por abdicar do jogo. Sei o quanto lhes custa, mas tambem sei ver o momento de crise em que estamos. Penso que o Benfica poderia ter baixado ligeiramente os preços, especialmente para sócios. Quem não é sócio e quer ver este jogo que pague bem, mas para os que tem Red Pass penso que se deve ter alguma atenção.
Em vez de termos bilhetes de publico e bilhetes de sócios, penso que poderemos ter no futuro uma terceira variável onde se dá um desconto de 15% para possuidores de Red Pass. Penso que esta medida, não prejudica assim tanto as contas de final de ano e poderemos ter numeros mais animadores e um apoio mais forte à equipa.
Ontem teria sido muito importante ter dado um sinal de vitalidade do clube com o Estádio da Luz esgotado, teriamos dado um apoio maior à nossa equipa e teríamos contribuído para mais uma vez fazer com que a presença de Marselha em Lisboa fosse histórica.
Fomos também informados ontem das intenções da direcção em mudar os estatutos do clube. Primeiro vamos falar das coisas óbvias... Então vamos obrigar os presidentes das casas do Benfica a serem sócios do clube?? Entao mas isso nao será uma coisa óbvia? É possivel um individuo ser presidente duma casa do Benfica e nao ser sócio? Se isso tem de vir nos estatutos então que coloquem uma alinea que dê um passo mais à frente. Obriguem toda a estrutura directiva de todas as casas do Benfica a serem sócios do clube. Isso é algo óbvio numa altura em que queremos chegar aos tais 300 000 sócios em 4 anos.
Obrigar os nossos atletas a serem sócios parece-me lógico tambem, mas já que vamos mudar estatutos vamos obrigar os nossos atletas de todas as competições, de todas as modalidades a comprometerem-se a pagar quotas pelo valor mínimo de 5 anos. Assim evitamos que os senhores passem por aqui um aninho e nem o primeiro ano paguem...
Vamos continuar a não pagar nada a todos os nossos orgãos sociais. Isto para mim é óbvio também. Não encontro prazer maior dum grande Benfiquista que servir o clube do seu coração. Ganhar dinheiro por isso parece-me um contrasenso. Obviamente que a ideia é que este ponto seja inalterado para sempre, pois no dia em que tivermos orgãos sociais remunerados algo muda no nosso Glorioso.
Passar o mandato para 4 anos em vez dos actuais três anos é algo que não me preocupa. Em vez de termos um presidente a fazer 6 ou 9 anos, deveremos ter ciclos duplos maiores - 8 anos - como os mandatos de Presidente de Camara ou Primeiro-Ministro. A estabilidade da direcção assim pode ser mais protegida e será mais dificil reeleger uma direcção que não tenha feito um bom trabalho em 4 anos. Concordo.
Em relação aos anos de sócio, já aqui tinha falado disto a propósito dos paraquedistas que de quando em quando aparecem a concorrer à direcção do Sport Lisboa e Benfica. Concordo que os sócios que queiram concorrer a Presidente do Benfica tenham 15 anos de sócio efectivo - contando a partir dos 18 anos sócio efectivo, não podemos ter um presidente com menos de 33 anos - e para a direcção passe a ser obrigatório ter 10 anos de sócio. Aqui nao concordo tanto...
Uma pessoa que nasça sócio do Benfica, chega aos 28 anos de idade com 28 anos de associado e com 10 anos de sócio efectivo. Penso que grande parte do futuro do Benfica deve passar pelo rejuvenescimento das listas e sendo assim, toda a geração entre os 21 e 28 anos está proibida de exercer cargos directivos no Benfica.
Antigamente as nossas direcções tiveram pessoas jovens, a nossa História sempre premiou pessoas dinâmicas e que com tenra idade já defendiam os interesses do Benfica de forma profissional, responsável e séria. Por mim poderíamos rever esta medida e manter os 10 anos de sócio, desde que 5 desses fossem efectivos.
Assim poderiamos premiar alguém que saindo da Universidade aos 23 anos e antes de casar e ter filhos, tem tempo, disponibilidade, energia e talento para dedicar ao clube do seu coração. Não entendo esta medida de não aceitar ninguém na direccção do Benfica com menos de 28 anos. Sou contra e acho que esta medida não foi pensada na sua plenitude.
A minha familia não me fez sócio aos 10 anos e fui eu pelo meu próprio pé, com o meu dinheiro que fui aos 18 anos fazer me sócio efectivo, mesmo que a minha morada não fosse em Lisboa. Sempre quis ser sócio efectivo e para o fazer tive que dar uma morada de Lisboa. Hoje tenho morada fora de Lisboa e continuo a ser um sócio efectivo pela simples razão que assim mais ajudo o Benfica. Tenho a quota modalidades e não sei porque não obrigam os sócios do Benfica que querem pertencer aos órgãos sociais ter a quota modalidade em dia pelo mesmo número de anos da efectividade da sua associação ao Benfica.
Se queremos dar visibilidade a esta quota coloquem-na como parte integrante da regra a preencher para poder ser candidato aos orgãos sociais do Benfica e aproveitem para ter mais uma receita.
Em relação ao resto das medidas e ao conselho estratégico, parece-me que se está a abrir espaço para alguns notáveis darem umas opiniões sobre isto ou aquilo, mas se a direcção for eficaz este conselho estratégico pouco ou nada terá de opinar. Qualquer um de nós pode enviar emails ou cartas ou telefonemas para qualquer direcção e dar ideias. Se esse conselho estratégico será um pouco a voz dos sócios - eu nao acredito - poderá vir bem intencionado, mas teremos que esperar para ver.
Vamos passar este fim de semana muito focados no que se vai passar na Choupaa. Depois do que se passou em Lisboa na primeira volta, depois de todos sabermos os amores e ódios entre Jesus e Manuel Machado, estão lançados os dados para que seja o jogo mais dificil das próximas jornadas.
Em termos de números, ganhar na Choupana seria fundamental para podermos estar realmente mais perto do título e mesmo que estejamos 3 pontos à frente do Braga no domingo á noite - se ambos ganharmos - são três pontos de distância muito mais saborosos...
Força Benfica