sábado, 18 de outubro de 2008

O Benfica de António Lobo Antunes

Hoje a entrevista de António Lobo Antunes n' "A Bola" é emocionante. Eu gosto do Benfica de António Lobo Antunes porque é exactamente o meu Benfica - o Benfica da emoção, do amor à camisola, do futebol bonito e livre, da mística, da vitória.

Colocarei online toda a entrevista num post seguinte, porque sei que quem gosta do Benfica e sente o Benfica tem de se identificar com o que o grande escritor diz hoje nesta conversa com Vítor Serpa.

A razão principal que eu gosto do António Lobo Antunes é a sua escrita, mas admito que desde sempre soube que foi, é e será um grande Benfiquista o que me influenciou positivamente para a sua pessoa - aparte da escrita...

Recentemente tive oportunidade de pedir um autógrafo a António Lobo Antunes, num livro que tenho seu, e quando estava na fila pensei em pedir-lhe que me escrevesse uma frase sobre o Benfica na página branca que antecede o texto. Durante a minha estadia na fila, pensei que apesar de essa "dedicatória Benfiquista" representar mesmo o que eu desejava - uma frase do António Lobo Antunes num livro seu (mas meu) sobre o Benfica - tive receio que com tanta gente a solicitar autógrafos, esse pedido fosse um "abuso" e optei por não lhe pedir o que mais desejava. Depois de ler a entrevista dele e sabendo que o autógrafo num livro (como num disco) vale o que cada um quiser considerar como valorizável, decidi que tentarei ter a tal dedicatória do grande escritor Benfiquista num próximo autógrafo, num qualquer outro livro seu, para sempre me lembrar da sua ideia magnífica de Benfiquismo.

A entrevista que hoje concede ao jornal "A Bola" tem vários momentos de interesse mas também tem passagens tristes que merecem reflexão. Eu sempre vi o Benfica como um clube de cultura. Bem sei que é orgulhosamente um "clube do povo" e António Lobo Antunes reforça essa ideia da mesma maneira que reforça a ideia que obviamente os intelectuais também gostam de futebol e o Benfica sempre teve muitos adeptos incondicionais ligados às artes, à cultura, às ciências, à investigação. No entanto, consequência desta nova indústria do futebol mediatizado, procuram-se mais facilmente as novas caras das novelas, os novos ou velhos músicos mais mediatizados, alguns "Jet Set" mal amanhados (as) e oferecem-se bilhetes quase como que a pensar que essa oferta terá um efeito comercial num determinado público-alvo que assim mais facilmente irá ao estádio.

Eu paguei todos os bilhetes de todos os jogos no antigo e no novo Estádio da Luz (salvo uma ou outra excepção perfeitamente justificadas - até porque o cativo não engana), e não aceito que nenhum VIP ou não VIP utilize constantemente qualquer estatuto para de forma continuada ver jogos no Estádio da Luz - todos sabemos que há vários exemplos destes no passado recente Benfiquista. Para mim, estes exemplos são inaceitáveis. Não admito que se convidem continuamente VIPs ou "pretensos" VIPs que na maioria dos casos utilizam o Benfiquismo para sua promoção, nem sequer são sócios do clube e provavelmente nem sabem quanto custa um bilhete para um jogo - quanto mais um bilhete de época. Declaro que não tenho nada contra as promoções, contra um ou outro bilhete que se ofereça a um ou outro Benfiquista destacado mas sinceramente tenho a ideia "antiga" e quase "religiosa" de pagar ao Benfica todo e qualquer bilhete, quota ou cativo. Obviamente...

Isto a propósito de algo que me chocou na entrevista - António Lobo Antunes ainda não foi ao novo Estádio da Luz.

Obviamente que o escritor não precisa de qualquer convite para aí se deslocar e se nunca lá foi é obviamente consequência do enorme desencanto que tem vindo a crescer sobre toda a indústria do futebol e também dos resultados recentes Benfiquistas. Penso que alguém (que pode e deve ser Rui Costa ou em última análise o próprio Luis Filipe Vieira) deve fazer algo formal e provavelmente com carácter Institucional para que António Lobo Antunes volte a fazer parte da mobília do Estádio da Luz porque faz mesmo falta. O timing é bom porque parece que António Lobo Antunes (tal como eu) vê em Quique Flores e em Rui Costa uma lufada de ar fresco que pode ser determinante para a sua primeira visita ao novo Estádio da Luz. É mesmo importante ter o António Lobo Antunes no nosso estádio. Este e todos os Antónios Lobos Antunes que estão espalhados nos 4 cantos do país - para não dizer do mundo. Fazem falta porque eles representam também este novo Benfica - não o Benfica de passado mas o Benfica de futuro.

Um Benfica de futuro tem de saber ler as entrelinhas da entrevista de António Lobo Antunes. Este é o Benfica que nos foi passado pelos avós, pais, tios, amigos e que terá necessariamente ser o Benfica de futuro. Eu sou dos que apoio todo o tipo de modernidade que possa trazer mais receitas, mais criatividade na abordagem a essas mesmas receitas, dum marketing evoluído que permita a quem está em qualquer parte do mundo possa aceder pela internet ou pelo telefone móvel ao jogo ou a conteúdos exclusivos, sou a favor dum Benfica virado para as novas gerações falando a sua linguagem, sou a favor dum Benfica ecléctico e mais competitivo nesse ecletismo, sou a favor dum Benfica social e cultural e não apenas desportivo. A Mística que vem à baila, muitas e muitas vezes estará presente no futuro se soubermos ler o passado. E o passado aprende-se com quem o viveu nas bancadas frias e duras do antigo Estádio para que possamos revivê-las nas bancadas quentes e confortáveis do novo Estádio da Luz.

Quero muito ser campeão este ano, mas também é importante ver o grande António Lobo Antunes na bancada dum dos próximos jogos, porque isso significa que recuperaríamos um desanimado e sabíamos apontar as verdadeiras baterias para o presente/futuro da Mística do Glorioso.

Força Benfica

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Senhor empresário, quem manda aqui somos nós!

Li hoje n' "A Bola" afirmações do empresário de Cardozo que me deixaram estupefacto. Diz o senhor Pedro Aldave que "apesar de ser feliz no Benfica, se as condições do contrato não melhorarem, se calhar é melhor o Cardozo mudar-se".

Também li esta semana no mesmo jornal que Rui Costa pensa em renovar o contrato de Cardozo e de Nuno Gomes - que termina em Junho 2009. Nesse dia não entendi o porquê da renovação de Cardozo e obviamente que aplaudo a renovação de Nuno Gomes pela simples razão que numa altura da carreira os jogadores passam a ser símbolos e se temos um dos nossos símbolos recentes há anos e anos no estaleiro - Mantorras - quem é que pode ter dúvidas na renovação do nosso único avançado da selecção nacional com 150 golos marcados ao serviço do Benfica?

O que me surpreende é a urgência na renovação do contrato do Cardozo. Pelos vistos o atleta tem contrato até Junho de 2012 e tem uma cláusula de rescisão de 50 milhões de euros. Fantástico contrato. O jogador quer ser aumentado. Eu acrescento que todos os jogadores num determinado momento do contrato querem ser aumentados e os clubes nalguns casos devem ter isso em consideração. Uma das vezes em que se deve rever o contrato é porque queremos aumentar a cláusula de rescisão e blindar o jogador de propostas mais tentadoras. Neste caso, isso não se verifica porque com uma cláusula de 50 milhões de euros, o Benfica não tem neste momento interesse ou urgência em aumentá-la.

Então a quem serve a renovação de Cardozo e com que objectivos se fala duma renovação de contrato depois de 16 meses no Benfica e com mais outros 44 meses até ao final do contrato? Só interessa ao jogador e ao seu empresário. A mais ninguém...

Estas frases ameaçadoras próprias de empresários muito manhosos (sim manhoso é a palavra certa) são na minha opinião autênticas bombas que se enviam para a cabeça do jogador primeiro, para a direcção em seguida e para o restante plantel por último. Existem neste momento jogadores com contratos que acabam antes de 2012, com cláusulas muito mas reduzidas e que não têm propostas de renovação. Que pensarão eles da renovação de Cardozo , sabendo que faltam 3 anos e meio até ao final desse contrato? Então o que realmente quer este empresário? O mesmo empresário que disse que se o Cardozo fosse Brasileiro, Espanhol ou Argentino não teria sido castigado por Quique Flores. Mas quem é que este senhor pensa que é? Não há ninguém que peça uma reunião com este senhor e lhe ensine que quem manda no Benfica não é ele? Não há ninguém que lhe diga que o silêncio dos empresários para com a imprensa deve ser uma regra de ouro, especialmente se os seus jogadores tiverem contratos longos por cumprir com cláusulas de rescisão acordadas por ambas as partes?

Se Cardozo e o senhor empresário aceitaram receber por mês um valor x, uns prémios de jogo por valor y e uma cláusula de rescisão de valor z (por acaso esta sabemos que é de 50 milhões) porque razão agora diz ele que "apesar de ser feliz no Benfica, se as condições do contrato não melhorarem, se calhar é melhor o Cardozo mudar-se". Mas mudar-se para onde? Quando? Quem pagará a cláusula?

É fundamental ser forte com esta gente e mostrar coragem, ensinando-lhes olhos nos olhos que quem manda e quem decide as renovações dos jogadores do Benfica é o seu director desportivo, nos timings que bem entender.

Não podemos aceitar pressões de ninguém - pais, amigos, empresários, etc... - sob pena de ficarmos reféns da manhosice desta gente sem escrúpulos.

Conheço bem este tipo de pessoas e sei bem o que pretendem. Espero que o Rui Costa consiga ter mão neste tipo de gente porque o nível é tão baixo que será complicado para Rui Costa descer abaixo da sua média. O mais fácil é falar de cima e esperar que a ralé oiça e entenda que quem tem a faca e o queijo na mão somos nós. E isto pode ser explicado sem gritos e a falar devagarinho, porque além de manhoso este senhor já revelou que é pouco inteligente. Assim devagarinho, pode ser que entenda o essencial - "Esteja caladinho e quando quiser falar sobre o que quer que seja relacionado com o seu jogador, o número do meu telemóvel é..."

Eu não sei quanto Cardozo ganha e até admito que possa ganhar menos do que merece ganhar - duvido que ganhe mal porque com uma cláusula de 50 milhões de euros, mal não ganhará... Admitindo que pode e deve ser aumentado e que estrategicamente o Benfica vai aumentá-lo, o que não pode acontecer é ser no timing do empresário ou que o jogador use as birras e os maus humores para ser aumentado consoante o seu timing.

Quem manda no Benfica somos nós. Neste caso o Rui Costa e a direcção. Nunca um Paraguaio aqui mandou e não será este o primeiro - nada contra os Paraguaios, mas desta laia, sinto que pouca falta cá fazem...

Força Benfica e Força Cardozo, onde mais de ti precisamos - no campo...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Precisa-se Fato de Macaco

Faltou tudo a este Benfica hoje, mas o que mais me preocupou foi a apatia geral da nossa equipa. Sinto que há jogos que o Benfica nunca entra, e este foi um deles. O resultado foi-nos favorável, porque se alguém merecia ganhar o jogo, não seríamos nós seguramente. Quase que com alguma luta e felicidade conseguimos alcançar o objectivo da vitória, mas seria obviamente uma vitória injusta.

O que alguém tem de entender rapidamente (espero que Quique e sua equipa técnica) é porque voltamos constantemente a desequilibrar o que parece equilibrado. Com o Paços de Ferreira tivemos atitude, raça, força e mesmo que o resultado fosse 4-4, não teríamos dúvidas da vontade de ganhar da equipa. Pensava que com Quique, jogos como este de Matosinhos tinham terminado, mas pelos vistos ainda falta algum trabalho neste particular. Hoje pareciam depressivos, tristes, sem nenhum tipo de "ganas" de ali estar. Parece que qualquer um daqueles jogadores esperava o apito final como uma salvação para poderem ir para junto das famílias ou para ver/fazer qualquer coisa mais interessante que estar a jogar com a camisola do Glorioso.

Isto mudará. Não tenho dúvidas que tem de mudar, porque o Benfica hoje, voltou a ser igual ao de Chalana, de Fernando Santos e de mais outros que têm passado por aqui nos últimos anos. Voltámos a estar dormentes, sem a mínima noção da importância e de respeito pelo nosso clube. É passageiro, seguramente.

Teria sido bom que se safasse o resultado, porque assim poderíamos aprender e tirar ilações com 3 pontos no saco, mas isso não foi possível pela simples razão que por vezes, ainda há justiça no futebol. Pena, porque ficámos sem três pontos na recta final da partida.

Era muito, muito importante que se tivessem ganho os três pontos hoje e eu próprio tenho referido que neste momento em que a equipa cresce (hoje nem cresceu, nem evolui, e até parece que regrediu) o resultado será sempre o mais importante. As exibições boas chegarão com o tempo e agora será importante prevalecer o resultado. Apesar de tudo, ganhámos 1 ponto a uma equipa que há quinta jornada só perdeu 1 jogo. Para a próxima jornada prestará vassalagem nas Antas e perderá o segundo, porque no futebol há coisas que nunca mudam. Ou talvez não... Veremos.

Perdemos uma oportunidade de ouro para irmos descansar na pausa de selecções com o primeiro lugar da Liga, mas temos que ser pacientes e sentir que tendo em conta o cenário trágico que se apoderou do nosso inicio de época, estar dois pontos atrás do FCPorto não é nada de embaraçoso, nem que nos possamos envergonhar.

Mas uma coisa torna-se imediatamente clara a quem entende minimamente de futebol. Se continuarmos com esta atitude nos jogos fora, (especialmente nos jogos em campos que não se assemelham a uma Liga Europeia) o Benfica não ganhará muitos desses jogos decisivos. Como eu sou dos que acredito que tudo se aprende e a evolução faz parte do ser Humano, espero que todos entendam que nestes campos que mais parecem da segunda divisão Turca se perdem e ganham campeonatos e que sem fato de macaco a vitória não aparecerá em nenhum destes campos...

Será tudo melhor se alguém convencer a equipa a puxar do fato de macaco. O fato de gala tem de estar guardado para palcos maiores e melhores, como o Estádio da Luz.

Apesar de tudo, safou-se o resultado.

Força Benfica

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Orgulho neste Benfica

O Benfica mostrou hoje porque temos razões para acreditar neste plantel. Como pedimos, a equipa hoje mostrou atitude, foi coesa, combativa, mostrou garra e foi acima de tudo eficaz. Marcámos quando tínhamos de marcar e decidimos quando tínhamos que decidir.

Sempre tenho defendido a paciência e o acreditar no trabalho de toda esta equipa técnica, plantel e direcção desportiva liderada por Rui Costa, mas hoje é dia de dizer bem alto que temos Orgulho neste novo Benfica. Um orgulho grande porque começa a ser finalmente uma equipa de acordo com os pergaminhos do Benfica.

Penso no entanto, que vamos ter muitas dificuldades esta época, muitas desilusões, mas também muitas alegrias e muita esperança num futuro que tem nesta semana decisiva a primeira semana "à Benfica" de muitas que se seguirão.

Não consigo pensar em nenhuma outra palavra que descreva melhor o que sinto pelo trabalho que Quique e seus pares têm desenvolvido no Benfica como a que utilizo no título deste post - Orgulho.

Não podemos agora pedir muito mais que disciplina e motivação para ganhar ao Leixões. Esta época é, e vai continuar a ser a época zero de muitas outras, onde a palavra Vitória será uma constante.

Não podemos ter dúvidas disso...

Forca Benfica

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Há Maldição Italiana?

O Benfica dá-se mal com equipas italianas. Assim diz a estatística, mas a estatística também diz que nem sempre foi assim. A verdade é que nos últimos anos o Benfica tem se dado mal com muitas equipas Italianas, bem como com muitas outras de muitos outros campeonatos distintos – a última malapata é que não conseguimos ganhar a equipas Espanholas.

Para mim toda esta questão de ter azares mal resolvidos com equipas Italianas ou Espanholas tem a ver com a atitude com que se defrontam estas equipas. Nem mais nem menos que a atitude que temos perante cada um destes desafios.

Fala-se muito no projecto Europeu deste novo Benfica e eu sou dos que defendo que este projecto é o que vai marcar positivamente ou negativamente o Benfica dos próximos 10 anos. Sabemos que temos anos estratégicos muito importantes – pagamento integral do Estádio e consequente alívio nas prestações do project finance; rendas e quotas colocadas em prol do Benfica e não reféns desse mesmo project finance do Estádio; diminuição natural de algum do nosso passivo; aumento das receitas publicitárias; criação do Benfica TV e consequentes receitas associadas; maior número de sócios e aumento de receitas de bilheteira – que podem criar condições para que o Benfica volte à alta roda do futebol Europeu e de forma continuada nos anos que se seguem.

Tenho defendido que esta época a prioridade tem de ser o campeonato. Digo-o desde Maio e não retiro uma única palavra a esta ideia base do Benfica 08/09. Parece-me natural depois da miserável temporada passada. No entanto, apostar tudo no campeonato não pode significar deixar todas as outras competições para trás. A Taça Uefa deste ano, pelo menos o apuramento para a primeira fase de grupos, é algo que estava intrinsecamente ligado a esta época pela razão simples de que ao Benfica (como principal cabeça de série) iria sair em sorte uma equipa bastante inferior à nossa. A verdade é que saiu o Nápoles, segundo classificado do campeonato Italiano e que vem jogar ao estádio da Luz com uma vantagem de 3-2, muito importante por três razões essenciais, que são:

- O Benfica não ganha a equipas Italianas há muitos, muitos anos (são quase 25 anos sem eliminar Italianos)
- O Benfica só por uma vez conseguiu recuperar este resultado, virando-o e ganhando 2-0 ao Estrela Vermelha de Belgrado, passando a eliminatória com um saldo de 4-3 a nosso favor.
- O Benfica tem 5 jogadores pseudo-titulares castigados e lesionados.

Como sabemos, as estatísticas no Futebol valem a exacta importância que as equipas lhe querem dar. Se o Benfica na quinta-feira entrar a pensar que a estatística joga contra nós a atitude pode ser negativa e muito dificilmente passamos este eliminatória. Se pelo contrário os jogadores entrarem com bom espírito, com boa atitude, com positivismo e virando os pontos fracos em pontos fortes, o Benfica vai ganhar ao Nápoles.

Não interessa chorar antes dos jogos – e na verdade nem depois deles – nem tão pouco inventar desculpas antes de se iniciar a partida. Vejo alguns rostos apreensivos com as lesões e castigos que nos retiram seguramente David Luiz, Cardozo e Suazo e aparentemente Aimar deste importantíssimo jogo Europeu. Eu não vejo o Benfica deste ano dependente de dois ou três jogadores, mas vejo o Benfica deste ano mais junto, mais coeso e muito mais solidário. Vejo uma equipa combativa, simultaneamente nobre, com uma vontade de fazer bem, mesmo que muitas vezes ainda não o consiga e muito diferente de qualquer outra de anos recentes. Também, vejo uma equipa muito motivada depois do resultado contra Sporting, da mesma maneira que vejo com apreensão que com 34.000 bilhetes vendidos a dois dias do jogo, não haverá seguramente “casa esgotada”, o que muito me entristece.

Quando um clube como o Benfica, com quase 200.000 sócios não consegue esgotar o Estádio da Luz num jogo de extrema importância como este, algo vai mal no universo Benfiquista – ou na crise que abala Portugal e Mundo?

Também não vale a pena chorar sob este facto, mas é bom que se avalie as razões pelas quais o Benfica ainda está divorciado do grande público, para que nesta próxima década se possa resolver este importante tópico aumentando as receitas que nos permitirão crescer como equipa e como clube. Isso são outras conversas...

Temos que estar preparados para todos os resultados e assumi-los como parte do futebol. A derrota não será algo desastroso nem deverá ter repercussões dramáticas no plantel, na equipa técnica ou na direcção desportiva. Sabemos da importância desportiva e financeira deste resultado, como também sabemos que o tal Benfica Europeu deveria crescer este ano “rodando” o que pudesse rodar para dar minutos e experiência a uma equipa que ainda está em crescimento. Isso é o que desejamos e é isso que seguramente vai acontecer, mas temos que estar preparados para tudo, pois preparados para todos os cenários, mais facilmente chegamos aos nossos maiores objectivos.

Acredito, como sempre, e combato a estatística do “contra” afirmando que esta nossa equipa não perdeu em casa nenhum jogo – apesar dos empates com Inter e FCPorto – e sei que quinta-feira isso também não acontecerá. Sei que os místicos da estatística vão querer agoirar tudo o que pode mexer essas águas turvas da sorte e azar, mas também sei que os nossos jogadores não são dados a “místicismos baratos”, mas sim mais preocupados em recuperar a Mística de outros tempos. O Benfica é uma grande equipa e vai prová-lo contra o Nápoles. Se infelizmente algo contrário a este desejo acontecer, é porque os Italianos foram superiores a nós, merecendo passar a eliminatória – e aqui estarei para aplaudir e esperar que contra o Leixões o resultado não se repita.

É a única forma possível de ajudar este nosso Benfica a continuar o grande objectivo da época – a conquista do campeonato.

Força Benfica

domingo, 28 de setembro de 2008

Quique 2 - Bento 0

Hoje é um dia importante na época 08/09. Tenho aqui falado de paciência e da necessidade em acreditar nesta equipa técnica, neste plantel e neste novo projecto Benfiquista. Alguns dos nossos caros colegas consócios ou simpatizantes Benfiquistas têm colocado algumas questões (uma mais pertinentes que outras) sobre a maneira como a época foi preparada. Neste aspecto, é fácil de entender que a pré-época teve erros de timing próprios de projectos que arrancam do zero e sobre isto estamos conversados. Obviamente que esses erros foram cometidos e alguém terá que aprender com esses erros. Já passou...

Para quem tinha dúvidas, a equipa hoje deu uma resposta de humildade, de força e de coesão como há muito não víamos no nosso plantel profissional de futebol e Quique Flores deu mais uma lição a Paulo Bento, depois da resposta exemplar na conferência de imprensa anterior ao jogo.

Quando tudo corre bem é fácil dizer bem e quando tudo corre mal é fácil dizer mal. Hoje tudo correu bem e temos que aplaudir quem arriscou e quem planificou tudo a pensar que as apostas arriscadas iam mesmo correr bem.

Fiquei contente por ver seis jogadores Portugueses na equipa titular, contente com a aposta na juventude que Quique preconizou e mais contente fiquei por sentir que a equipa focou a importância da exibição no resultado, sendo inteligente e experiente na prossecução e obtenção desse objectivo maior – A Vitória.

Na próxima quinta-feira jogamos o jogo mais importante da época (até ver) e como já disse antes, seria bom que o ambiente no Estádio da Luz fosse ainda mais caloroso e mais esgotado que os 60 000 adeptos que hoje se deslocaram à catedral.

O Benfica está a crescer e não será uma hipotética derrota que retirá mérito a um trabalho que está a começar a dar pequenos resultados, mas se conseguirmos ganhar (como esperamos todos), alcançamos algo mais importante que é a conquista de uma tranquilidade no imediato , que terá frutos desportivos e financeiros durante toda a restante época.

Peço deste meu singelo cantinho blogosférico, que uma vez mais a equipa tenha coração e coesão porque sem Suazo, Cardozo e Makukula, teremos mais dificuldades em chegar ao grande objectivo da vitória, só possível com uma entreajuda própria das grandes equipas. Com atitude igual à que tivemos hoje, e que na minha opinião vimos manifestando na maioria dos jogos desta época, o Benfica pode arriscar ganhar todos os jogos – como aliás é apanágio da nossa História.

Celebremos a vitória contra o Grande Rival, mas não podemos esquecer que a semana ainda agora começa – falta ganhar a Nápoles e a Leixões para termos lugar na fase de grupos da Uefa e para tentar assegurar desde já a liderança do campeonato nacional.

Por ora, um contentamento enorme que não pode ofuscar o grande objectivo da semana - Ganhar ao Nápoles. Viva o Benfica!

Força Benfica

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Quique 1 - Bento 0

Não gostei nada das palavras de Paulo Bento na conferência de imprensa que antecedeu o derby. Paulo Bento tem uma equipa coesa, consolidada, com vários anos de trabalho e vai na liderança do campeonato. Vai defrontar um Benfica em construção, com castigados, por vezes inseguro mas com vontade de mostrar outros resultados. Joga no campo adversário e por isso mesmo devia ter dado o favoritismo ao Benfica. Agradeço que não o tenha feito, porque foi um erro de palmatória.

Há coisas no futebol que nunca mudam e Paulo Bento tem obrigação de saber isso mesmo. Os clichés do futebol existem, para se utilizarem nestes jogos e quem quer fugir dos clichés tem de estar preparado para essa difícil barreira de "mindgames" como Mourinho faz de forma soberba.

Quando Paulo Bento assume que vai ao Estádio da Luz para ganhar e "aumentar a vantagem" quer dar moral e confiança aos seus jogadores - até aqui entendo. Mas a verdade é que manda a prudência, nestes casos, utilizar a linguagem do politicamente correcto como "vamos defrontar uma grande equipa"; "temos de respeitar a equipa que joga em casa"; "há 50% de hipóteses, estamos confiantes, mas o factor casa nestes derbies pesa". Alguns clichés habituais no futebol que Paulo Bento de forma corajosa mas naif resolveu não utilizar.

E seria tão fácil utilizá-los porque a verdade é que o líder é o Sporting, vai jogar fora e por isso devia ter metido pressão no Benfica. Não o fez.

Quique respondeu umas horas depois de forma sublime. Diz ele que:

- "quer ver uma «grande resposta» dos seus jogadores no “derby” com o Sporting, que, na opinião do técnico espanhol, opõe «um projecto consolidado e outro em construção». Um deslize no embate de sábado não compromete as aspirações dos encarnados, porque, frisa, «a Liga não se decide em Setembro».

Paulo Bento lembrou, esta sexta-feira, que o Sporting não perde no Estádio da Luz há três épocas – a última derrota remonta a 2004/05 (1-0), a que se seguiu uma vitória (1-3) e dois empates (1-1 e 0-0).

Quique Flores responde de forma magistral afirmando:

- «Prefiro o caminho da humildade e não andar de peito feito. Sendo humilde é mais fácil as coisas saírem bem», acrescentando que «as estatísticas dizem-me pouco, estou cansado de as quebrar».

No final e como bom gentleman resolveu valorizar as qualidades do Sporting afirmando que se trata duma equipa «que gosta de jogar bem», mas que tem «virtudes e defeitos». «O Sporting sabe como joga. Não depende de um ou outro jogador, vale pelo colectivo».

Sempre disse aqui que temos treinador de futuro - caso Quique aqui queira ficar - e só espero que os resultados apareçam para tirarmos todas as dúvidas sobre se este é ou não o timoneiro certo para a grande Nau que representa o Glorioso.

Para terminar, e agora que Quique ganha na guerra de palavras, espero que os jogadores entendam que estas palavras de Quique - "prefiro o caminho da humildade" - não são mais nem menos que um aviso à navegação, reforçando a ideia que amanhã só com suor, força, determinação, raça e vontade podemos ganhar os três pontos. O jogo bonito que fique para os Romagnolis, Moutinhos, Rochembachs e Derleis desta vida...

Força Benfica