terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A importância da Liderança


Somos primeiros. Sei que não terá nenhuma importância para os adeptos do FCPorto, talvez do Sporting, do Leixões e de outras equipas que foram líderes do campeonato nos últimos 1296 dias - desde o dia 22 de Maio de 2005 - mas para o Benfica é muito importante conseguir esta liderança nesta altura.

Sei o que representa ser primeiro e sei o que pode significar no futuro de curto, médio prazo do nosso clube esta liderança do principal campeonato nacional.

Eu defendi aqui no blog que começar 2009, a 2 ou 3 pontos do primeiro classificado seria algo "muito bom" e que nos deveria orgulhar a todos. Disse-o em Agosto e sabia bem porque o escrevia. Sabia que mudávamos de treinador, perdíamos o maestro no campo colocando-o em novas funções directivas, sabia que tínhamos muitas caras novas e basicamente sabia que meses antes terminámos o campeonato em quarto atrás de Guimarães e Sporting e a mais de vinte pontos do FCPorto. Sabia (e sei) que no futebol não há milagres e que o Tempo era o nosso melhor amigo, mas também o nosso maior obstáculo para arrancar bem nesta Liga.

Disse e repito que para mim a prioridade total é o campeonato, seguido da Taça de Portugal, Taça da Liga e Taça Uefa. Não coloco a Taça Uefa em último porque estamos fora dela, mas sim porque sabia que mesmo passando esta fase - coisa que acreditei obviamente que podia e devia ter acontecido - o nosso foco não devia sair nem por um segundo da tentativa de encurtar distâncias em relação aos nossos maiores adversários internos.

Este conceito de encurtar diferenças internamente era o objectivo, sempre pensando que encurtando diferenças, estávamos a dar como dado adquirido que estaríamos atrás desses adversários no final do primeiro terço de campeonato. O que temos assistido é uma prova magnífica do Benfica - que começou mal com 3 empates nos primeiros cinco jogos - e uma atitude muito positiva da equipa em dar eco aos objectivos "internos" previamente (bem) definidos por Rui Costa e Quique Flores.

E neste momento, tirando os desaires da Taça Uefa que nos afastam prematuramente dessa competição, o Benfica tem sido muito forte, mesmo com alguns erros infantis em alguns jogos. Gostava obviamente de continuar na Europa mas sei que preparar a equipa este ano para que possa dar frutos Europeus no próximo pode ser consequência aceitável para este desaire prematuro.

O Benfica hoje, tem claramente uma estabilidade que não tinha noutras épocas e só passando por essas épocas sofríveis podemos hoje constatar isso mesmo. Depois dos 5-1 da Grécia, e do empate com Setúbal a equipa entra na Madeira com a confiança de quem sabe que está a crescer bem e de quem sabe que obviamente é mais forte que o Marítimo. Não foi a expulsão que ganhou o jogo. O jogo ganhou-se no inicio quando se viu a atitude da equipa. A goleada nasce com a expulsão mas a vitória nasce desde o primeiro minuto de jogo.

Esta certeza de todo o grupo, em que o trabalho está a ser bem feito é aquilo que nos vai fazer também acreditar que depois de uma derrota ou dum mau resultado não há uma crise ou uma derrocada, porque começa-se a ter certezas que o bom trabalho tem naturalmente de dar frutos, exingindo-se mais, tendo mais concentração e evitando-se erros que se têm vindo a cometer neste passado recente.

O que me espanta é que este trabalho dê frutos em tão pouco tempo. E sobre isso lembro que apesar do campeonato ser a prova principal, o domínio nacional não se fica apenas pelo campeonato. Esta liderança no campeonato, apenas nos aumenta a responsabilidade no próprio campeonato mas também nas outras provas nacionais. Todos sempre nos querem ganhar. Agora querem ganhar ainda com mais ganas (para usar uma expressão cara ao nosso treinador), começando já pela equipa que perdeu a liderança para o Benfica.

Ter um jogo contra o Leixões no próximo fim de semana é algo que faz com que o Benfica não possa sequer desfrutar da liderança porque o medo de perder e sair fora da Taça com a equipa revelação desta Liga é real.

Eu quero ser campeão e ganhar a Taça de Portugal no Jamor. É isso que quero. Não quero a Taça Uefa (também já não a posso querer) e a Taça da Liga pode vir por acréscimo mas não me tira o sono. Mas quero muito ganhar os dois principais troféus nacionais e sei que para ganhar os dois tenho de ganhar ao Leixões no próximo sábado.

Há cerca de um mês dizia eu aqui no blog que se o Benfica souber aprender com os erros pode falhar menos e ganhar mais. Também dizia depois do jogo de Setúbal e de Atenas que quando deixarmos de ser infantis nalguns momentos do jogo, também íamos ser mais felizes noutros jogos. Com o jogo do Leixões a atitude tem de ser a mesma que se teve em Guimarães, que tivemos no Funchal esta semana ou a que tivemos por exemplo em Paços de Ferreira. O Benfica tem de jogar este jogo sabendo que é mesmo uma final e que não se espera menos que 100% de cada jogador. Penso que 99% não será suficiente porque todo Portugal não Benfiquista quer que o Benfica perca para passar o Natal mais feliz e porque José Mota e sus muchachos já provaram o que podem fazer para nos contrariar. Nós pelo contrário queremos passar o nosso Natal feliz e sabemos a importância deste jogo. Eu dizia aqui há uma semana que preferia perder com o Marítimo, que perder com o Leixões para a Taça, pela simples razão que nesta competição perder não tem remédio.

Nós somos superiores ao Leixões, não pelos dois pontos de avanço no campeonato, mas pela nossa equipa, estrutura, individualidades. O que sei é que se não formos muito fortes mentalmente, fisicamente e tacticamente não ganharemos em Matosinhos.

Espero que não se entrem em falsas euforias com os 6-0 da Madeira e se esqueça a atitude miserabilista (não miserável) com que se entrou para a segunda parte do pior jogo do ano contra o Leixões na Liga. Não se pode esquecer esse jogo porque são estes jogos que nos marcam o ano. Eu perdoo ao Benfica tudo, menos a falta de atitude. Mesmo em Atenas, achei que o Benfica tentou o possível e não os critiquei mas em Matosinhos fomos maus e não serve de desculpa o excelente campeonato do Leixões ou os seus bons resultados em Alvalade ou Dragão.

Exijo como adepto atitude igual ou superior à da Madeira por "todas as razões e mais algumas", como dizia Quique Flores na passada semana na conferência de rescaldo de empate com Setúbal.

A importância da liderança também se vê nestes jogos que nem sequer são para o campeonato. O Benfica é um todo e este jogo é fundamental para o resto do ano.

Até ver será o jogo do ano - primeiro e segundo defrontam-se - com a agravante de quem perder sai da competição. Deixem tudo em campo e façam-nos acreditar que o bom trabalho começa também a dar resultados onde eles são mais importantes - no domínio das competições nacionais.

Ainda sobre este jogo, mas noutro tabuleiro, informa "A Bola" que o Benfica vai receber 61250 euros (o mesmo que Leixões) referentes a direitos de transmissão televisiva deste jogo que opõe o primeiro e segundo classificado da Liga.

O Benfica pediu, e muito bem, a cópia do contrato assinado pela Federação Portuguesa de Futebol (detentora do poder negocial dos jogos da Taça de Portugal) com a TVI para averiguar os números reais que a estação de televisão pagou por este jogo. Ou muito me engano ou o Benfica vai ter uma surpresa pois os valores que a TVI pagou foram mesmo esses. Isto só prova que neste momento têm de se rever todas as regras de todas as competições no que toca a transmissões televisivas nacionais e o Benfica aí terá uma palavra a dizer porque não se pode negociar pacotes de transmissão da Taça de Portugal a pensar que o Benfica receberá 61250 euros quando se desloca ao campo do segundo classificado nos oitavos de final da prova.

Absolutamente Ridículo. Sem mais comentários...

Parabéns a todos os Benfiquistas que durante 1296 dias acreditaram que este dia chegaria, mais cedo ou mais tarde. Nós podemos e devemos desfrutar da liderança, mas os nossos jogadores já têm que esquecer a goleada de domingo e focar tudo no importante jogo da Taça. Concentração, atitude e união são a receita para ganhar a esta equipa surpresa da Liga e não espero nada menos que isso e muita paixão para assumir em campo a responsabilidade de ser primeiros.

Tenho muito orgulho no trabalho feito neste "Novo Benfica" e sei que estamos ainda no começo de um ciclo com muitas vitórias. Que a próxima seja já no sábado...

Com orgulho de líder, grito bem alto :

Força Benfica

sábado, 6 de dezembro de 2008

A minha opção...

Sou um acérrimo defensor de Quique Flores e assim continuarei por convicção, não por concordar ou discordar das suas opções num ou noutro momento.

Não sou treinador, não penso em tácticas diariamente, não treino com os nossos jogadores, nem analiso semanalmente os adversários do Benfica para me poder sentir minimamente capacitado para criticar ou aplaudir as nossas opções técicas e quem lê este espaço sabe que raramente me meto nos meandros tácticos deste apaixonante jogo.

Aliás, interessam-me sempre mais outro tipo de questões relacionadas com o Benfica que as opções técnico-tácticas que Quique ou outro treinador implementa.

No entanto, nesta questão "Quim" que animou a semana futebolística encarnada, resumi o meu pensamento a uma frase que escrevi na passada segunda feira e que cito hoje de novo.

"Culpa de todos porque no "meu Benfica" são sempre 11 que ganham e 11 que perdem."

E isto não vai mudar nunca. Não critiquei Kastsouranis no jogo com FCPorto, como não critico qualquer avançado quando não marca ou qualquer defesa quando falha. São nossos jogadores e se num momento não estão bem é porque nós também não estamos sempre bem no nosso trabalho e não é por isso que todas as semanas somos metidos na "prateleira".

Acredito cegamente em Quique - como aqui já o escrevi antes. Este "cegamente" resume numa palavra um conceito de confiança máxima, sabendo que as suas decisões podem ser acertadas ou erradas, mas que aprenderá com os seus erros, acreditando sempre que quando decide está a tentar melhorar a equipa. Todos os jogadores do Benfica já tiveram banco - desde as estrelas às novas coqueluche, passando pelos eternos suplentes que têm uma oportunidade. Todos jogam e todos descansam, menos Quim.

Quim nunca descansou, porque a opção na Taça tem sido Moreira e isso não é um descanso é apenas uma opção técnica que noutros anos também se verificou no Benfica.

Então se estamos a uma semana dum importante jogo para a Taça com o líder do campeonato - veremos se no próximo sábado Leixões nos recebe como líder - e num jogo que Moreira será titular, não seria melhor esperar uma semana para passar o testemunho, caso seja uma passagem de testemunho que esteja na cabeça de Quique?

Eu não acredito, nem um pouco na opção de passagem de testemunho. Acredito que Quique sentiu que houve muito ruído nesta semana e num jogo tradicionalmente difícil na Madeira contra o Marítimo, onde o Benfica provavelmente não ganhará - espero obviamente o contrário - quis "proteger" Quim como se diz agora na gíria futebolística. Quis dar-lhe descanso como deu a Leo... Quis dizer lhe que conta com ele, "mas não agora". Provavelmente também não conta com ele para a Taça de Portugal, e aqui reside a essência da minha opção.

Se estamos a uma semana dum jogo importantíssimo para a Taça de Portugal, porque não deixar Quim jogar na Madeira, arriscando uma derrota que pode acontecer como pode não acontecer contra Marítimo? Temos a defesa recomposta com Maxi, Luisão, Sidnei e David Luiz e na última vez que estes jogaram não sofremos golos em Coimbra.

Eu optava por Quim na Madeira e deixava Moreira preparado para defender as balizas de Matosinhos. Seria a minha opção...

Se tudo corresse bem a Quim e a Moreira nos respectivos jogos, voltaria à normalidade de Quim na baliza com Metalist já com a tal semana de descanso anunciada em Matosinhos. Se corresse mal a Quim e bem a Moreira, teria a calma e o descanso dum jogo a feijões (com Metalist) para poder relançar Quim e se corresse tudo bem a Quim e mal a Moreira, significaria que afinal Quim defenderia naturalmente a baliza do Benfica nesse tal jogo de nenhum interesse com o Metalist e Moreira continuaria a espreitar outra oportunidade. (Admito que este tipo de análise de correr bem a um e mal a outro é terrível e quase que me envergonho de a escrever, mas para defender uma ideia tive que passar por esse horrível exercício...)

Também há quem diga que as oportunidades na vida se defendem com unhas e dentes uma única vez, porque o comboio não passa muitas vezes. Depois de tanto sofrimento e de tanto banco a oportunidade surge agora para Moreira. Gosto dos dois - de Quim e de Moreira e sei que qualquer Benfiquista sincero sente o mesmo que eu, sem qualquer ódio por esta ou aquela bola mal defendida, neste ou naquele jogo por um ou por outro - não esquecer que num guarda redes dias bons e dias maus acontecem normalmente.

Mas eu não sou treinador do Benfica e sei que Quique pensou e meditou, falou com quem tinha de falar e decidiu o que pensa ser melhor para o Benfica. Estou com ele apesar da minha opção ter sido outra. Hoje e sempre estou com Quique, com ou sem campeonato ganho em Maio, porque não me esqueço facilmente do que era o Benfica nos últimos dois anos - uma equipa triste, desanimada, com um público descrente e desacreditado.

Hoje, estamos fora da Taça Uefa e estamos em todas a competições nacionais. Amanhã podemos perder com o Marítimo e ainda estamos na luta pelo campeonato, mas uma derrota contra o Leixões aniquila muita coisa nesta época. Quero o domínio nacional e para isso necessitamos de continuar em frente em todas as provas nacionais.

Posto isto qual será o guarda redes mais importante - com o jogo do Marítimo ou contra o Leixões para a Taça de Portugal?

Como eu falo de fora, sem toda a informação é-me mais fácil decidir...

Força Quim.
Força Moreira.
Força Quique.

Força Benfica.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A essência da Mística

Há textos que nos marcam e marcam a maneira como vemos alguns dos assuntos da nossa vida e especialmente dos assuntos relacionados com o nosso Benfica.

Este texto retirado do blog "Tertúlia Benfiquista" é um desses exemplos, onde as palavras nos fazem entender de forma clara o que é a essência da Mística Benfiquista.

Obrigatório!

Força Benfica

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Para quem acredita em milagres

Eu não acredito em milagres mas quando a equação inclui algo a ver com o Benfica passo a acreditar...

Amanhã o Benfica joga o seu futuro na Taça Uefa, mesmo sem que a equipa jogue no terreno de jogo. Dizia eu antes, para quem acredita em milagres amanhã é um dia em cheio porque precisamos de dois milagres num espaço de 2 horas - que o Metalist perca em casa com o Olympiakos e esperar que o Hertha de Berlim também perca em casa com o Galatassaray.

Se o Hertha de Berlim empatar também não ficaremos muito tristes mas já que estamos a pedir - e quando se fala de milagres não fica mal pedir o desejável - então que perca...

Se isto acontecer, se em menos de 24 horas estes dois resultados forem uma realidade, mesmo com o empate de ontem frente ao vitória de Setúbal a nossa moral voltaria a estar lá em cima.

Assim, a 18 de Dezembro - dia em que recebemos em casa a equipa revelação da Taça Uefa de nome Metalist - dependeríamos de nós e de um empate ou vitória do Olympiakos em Atenas diante do Hertha de Berlim.

Ou seja, pensando que no último jogo, o Olympiakos não perde em casa, o Benfica "apenas" tem de ganhar 3-0 ao Metalist no nosso Estádio da Luz. Este resultado pode ser menos volumoso se o Metalist amanhã perder em casa por 3-0 e assim apenas necessitamos de vantagem de 2 golos.

Todos estes milagres são possíveis porque falamos do Benfica e quando se fala do Benfica é mesmo tudo possível como infelizmente se viu ontem no Estádio da Luz.

Apesar de ser remota a chance e apesar de parecer impossível desde a passada quinta feira que estes milagres possam acontecer, nada como pedir e esperar a ver o que acontece. Então, e como temos companheiros amigos em ambas as equipas, peço encarecidamente ao nosso amigo Fernando Meira que motive o mais possível os seus jogadores para uma vitória em Berlim - que ele também conhece dos jogos que aí disputou com o seu Estugarda - e ao nosso timoneiro Quique Flores peço que perca o orgulho e mande um sms ao seu colega e conterrâneo Ernesto Valverde - actual treinador do nosso último carrasco de quinta feira - pedindo-lhe "que ganhe amanhã na Ucrânia por uma margem confortável e que repita a eficácia ofensiva que tão acertada esteve na passada semana". Coisas simples...

Eu por mim, farei a minha parte e quebrarei o jejum de alguns anos, fazendo o obséquio de por uma vez na vida torcer por uma equipa Grega como se não houvesse amanhã e torcer por uma equipa Turca da mesma maneira que torci contra eles nas bancadas do Estádio de Geneve neste último Euro 2008.

É a minha maneira de contribuir para este pequeno e desejável milagre que por experiência e por lógica terá muito poucas hipóteses de se verificar...

Isto tudo para chegar à grande conclusão de toda esta História. O que eu quero mesmo é viver uma noite Europeia à antiga - não contra os grandes do futebol Europeu - mas sim contra uma equipa teoricamente mais modesta e onde o Benfica tenha que entrar obrigado a marcar 3 golos. Todos sabemos que estas noites Europeias escasseiam pela simples razão que a maior parte das competições agora são por grupos. Pois bem, que o milagre aconteça amanhã porque depois, no dia 18 não acredito que o Hertha ganhe em Atenas (mas pode acontecer milagres para os lados de Berlim) e nós teríamos uma super noite de emoções em pleno Estádio da Luz.

Agora, vou abrir a luz e acordar do sonho... Era bonito!

Força Benfica

Não falo de árbitros no blog...

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É pena porque hoje este senhor de apito "estava mesmo a pedi-las"...

Apesar de tudo, sei que seremos campeões este ano, porque esta equipa vai merecer ser campeã. E sabem porque ainda não somos primeiro? Porque ainda não merecemos esse lugar. E sabem porque ainda não merecemos esse lugar? Porque com golo ou sem solo de Suazo anulado, com expulsão ou sem expulsão de Sandro - antes ou depois do segundo golo do vitória - uma equipa líder não sofre um golo daqueles nos descontos. Culpa de todos porque no "meu Benfica" são sempre 11 que ganham e 11 que perdem. O primeiro lugar chegará. Chegará...

Quique disse no final que:

"O futebol tem este tipo de acidentes que nos deixam frios por dentro, mas que fazem parte do jogo. Era um jogo para ganhar, por todas as razões e mais alguma..."

As equipas tem acidentes de quando em quando, mas as equipas consistentes e inteligentes aprendem com os acidentes, como cada um de nós aprende com os acidentes na nossa vida. Acredito cegamente nesta equipa e sei que estes erros não se repetirão. Espero que "por todas as razões e mais alguma" possamos crescer como equipa, ser mais maduros e menos infantis. É só isso que falta.

Sem mais, Força Benfica... Força

(imagem retirada do nosso blog vizinho "Forum Benfica")

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Viva o Benfica!

Viva o Benfica!

Ha dias tristes e dias muito tristes... Hoje é um desses dias muito tristes, mas também é nestes dias que sentimos a razão pela qual Amamos o Benfica. Sim Amor... Não tenho problema em escrevê-lo. É nestes dias que sentimos que somos Grandes e não será uma derrota que nos abala o que sentimos pelo Benfica. Os processos de mudança são longos e complicados e no fim, quando ganharmos mais que perdermos, quando deixarmos de ser por vezes infantis, sentiremos que todas estas derrotas são nem mais nem menos que "parte do processo" da evolução competitiva. É doloroso, mas consideramos apenas isto como "parte do processo".

Temos tudo para voltar à alta roda do futebol europeu, mas não é este ano. Não há nenhum problema com isso. Será no próximo, ou no outro... O importante agora é consolidar o Benfica internamente e não esquecer que há 6 meses éramos quarto classificado a mais de 20 pontos do primeiro.

A curva é ascendente e é nisso que temos de focar...

Peço união no grupo e que não se encontrem culpados fáceis no balneário, na direcção técnica ou na direccção. União e Vontade.

Força Quique, Força Rui Costa, Força Benfica...

domingo, 23 de novembro de 2008

"Há que falar pouco de mim, muito de todos e nada dos outros"

Quique Flores utilizou a frase que dá título a este post para comentar o badalado e hipotético interesse do Real Madrid na sua contratação para treinador - ou na verdade utilizou esta frase para "não comentar" esse interesse que segundo se diz por Espanha, é mesmo real...

Acrescenta Quique Flores que "neste caso o Real Madrid está nos outros, por isso não comento. Da mesma forma, quero falar muito pouco de mim, prefiro falar do Benfica, dos jogadores, da equipa, é isso o mais importante. Estou satisfeito com esta dinâmica e quero ficar aqui."

Com uma frase tão profunda ainda por cima com cariz de "citação" - é raro haver citações de cariz mais ou menos intelectual nas conferências de imprensa de futebol - um jornalista perguntou a Quique Flores "quem lhe tinha transmitido esse ensinamento", ao que ele respondeu de forma humilde e divertida que "sinceramente não me lembro [risos]... Lembro-me apenas da frase, não de quem a disse. Li numa entrevista que tinha a ver com literatura ou espectáculos, algo assim. A frase chamou-me a atenção, despertou-me interesse, por isso registei-a. Acho que pode aplicar-se em muitos casos."

Acho magnífico que o nosso treinador cite uma frase de um anónimo que sabemos que vem da área da literatura ou espectáculo - duas áreas artísticas com muitos intelectuais e com muitos apaixonados por futebol e especialmente pelo Benfica - para dar um exemplo muito simples, que se resume em expressão anglo-saxónica como um estilo "low profile".

E é exactamente isso que temos na direcção técnica do Benfica. Alguém tão bom e tão profissional que não precisa de se meter em bicos dos pés para que lhe reconheçam o seu valor. Isto é próprio das grandes pessoas, das pessoas predestinadas a chegar longe. Eu acredito que quando temos valor não necessitamos de gritar esse valor que temos. Pelo contrário. Deveremos provar que temos valor nos locais correctos, mas sem grande alarido - a não ser que estrategicamente tenhamos que utilizar esse alarido em nosso proveito.

Quique Flores chegou a Portugal e inovou em muitos aspectos. Não quero falar dos aspectos técnicos-tácticos porque sobre esses o tempo dirá de sua justiça, mas em termos de postura, de comportamento, de nível e de boa educação, provou que era uma pessoa de elevada estatura.

Desde sempre o defendi e defenderei neste espaço pela simples razão que neste momento ele é a pessoa mais importante da estrutura de futebol do Benfica. Disse aqui - num texto que intitulei de "A Mística de Quique Flores" - que gostava de ver este treinador no Benfica durante três temporadas (apesar de sabermos que assinou por duas). Além de não retirar uma única palavra a esta ideia, reforço esta mesma ideia. O Benfica precisa de Quique Flores por três temporadas. Bem sei que os resultados é que definem os treinadores e uma derrota por exemplo na Grécia nesta semana tira-nos fora da Taça Uefa, ou uma derrota com o Leixões em Dezembro tira-nos fora da Taça de Portugal, mas isso são exactamente as contingências que não devem direccionar o nosso caminho. Com Quique durante três anos, iremos estabilizar o plantel, iremos ganhar confiança, iremos ganhar obviamente alguns títulos, iremos cimentar o nosso nome na Europa, iremos ter uma equipa a perder menos e iremos basicamente ter uma equipa muito bem preparada para quem se seguir a Quique Flores.

Ganhar e perder faz parte do jogo e eu tenho aqui referido muitas vezes, que ainda vamos perder bastante esta época porque já não há milagres e as épocas longas, com ou sem títulos, também se constroem com derrotas. Pois eu independentemente dessas vitórias ou derrotas sei que Quique Flores e a sua equipa técnica são hoje peças fundamentais naquilo que vai ser o Benfica na próxima década.

O seu discurso, a sua cultura, a sua maneira de estar entre outras características de alto nível, são para mim o exemplo de como se deve estar no futebol moderno. Ver notícias do interesse do Real Madrid não me surpreendem até porque Schuster ao pé do Quique Flores é como comparar o Jaime Pacheco ao José Mourinho. Não tem comparação possível. Nunca entendi como Schuster chega ao Real Madrid, depois dumas épocas brilhantes no Getafe (é verdade) mas sem a experiência, conhecimento e sabedoria que por exemplo o seu antecessor detinha - Fabio Cappelo.

Espero, muito sinceramente que Rui Costa faça ver a Quique Flores que para ele serão apenas três anos e para o Benfica podem significar uma década inteira, manter o mesmo treinador e a mesma estrutura. Quique tem tempo de chegar ao Real Madrid, terá tempo de quiçá chegar à Selecção do seu país ou a outro qualquer grande clube Europeu.

"Neste momento, senhor Quique Flores, é fundamental que não fale dos outros - se esses outros forem o Real Madrid - mas que não deixe que eles falem de si. Qualquer resultado menos positivo do Real Madrid terá o nome de Quique Flores no jornal e qualquer resultado menos positivo do Benfica terá o Real Madrid nos jornais porque vão dizer que já está a pensar no Real e isso desestabilizará a nossa equipa (mesmo que obviamente as derrotas ou empates não tenham nada a ver com o interessa do Real Madrid em Quique Flores). Acredito muito no seu trabalho e sei que não nos deixará tão depressa. Assim espero."

Entretanto, que hoje consigamos os três pontos, num jogo que considero muito importante para o nosso futuro imediato na Liga. Apesar de normalmente não ser difícil para o Benfica ganhar em Coimbra, espero que os jogadores entrem determinados porque pensando que a História e estatística favorável resolvem jogos, é o primeiro passo para um dissabor. Isso não vai acontecer hoje.

Força Benfica