Uma das criticas que mais fazem a Quique Flores é o facto de ele ter colocado de lado Chalana e Diamantino, quando pelo contrário devia ter ouvido mais estes técnicos tão conhecedores do futebol Português. Eu discordo desta opinião e explico desde já porquê. Escrevi aqui no dia 14 de Maio de 2008 a propósito do nosso novo treinador e sobre Diamantino o seguinte:
Esta frase que escrevi há mais de um ano faz todo o sentido doze meses depois. Não admito que me digam que Quique Flores fez mal em ter colocado Diamantino e Chalana de lado. Com o devido respeito por quem de mim discorda, eu penso que um adjunto é sempre alguém que é o próprio treinador que escolhe e Fran Escriba foi um bom adjunto bem coadjuvado por Pako Ayestaran. Quando se chega a um país novo é normal que na estrutura exista alguém mais familiarizado com a equipa, com a história do clube ou com a massa associativa. Até aqui tudo bem. O que não se deve fazer é impor essa escolha sem perguntar ao líder o perfil de pessoa que esse líder prefere.
Ou seja, para mim está claro que quem teria que escolher essa pessoa seria Quique. Antes de se ter contratado Diamantino, devia-se ter colocado a opção a Quique de escolher essa pessoa duma short list com vários nomes pela razão muito simples de que nem todas as boas pessoas são compatíveis com outras boas pessoas. Acreditando que Diamantino e Chalana são boas pessoas e até podemos afirmar que são bons técnicos (no plano teórico para facilitar análises) o que garante que Quique ia ter com eles boa química, boa dinâmica de trabalho ou ideias similares?
Só quem nunca geriu ou nunca teve que lidar com escolhas - quando se escolhe perde-se sempre algo - pode dizer que Quique deveria ter dado mais atenção a Diamantino ou a Chalana. O que Rui Costa devia ter feito era dar um leque de nomes que Quique poderia escolher - porque não vendo o seu curriculum, com uma entrevista, com um almoço, com uma pequena conversa - para sentir quem poderia encaixar melhor no perfil que ele elege.
Não o fazendo e impondo esses nomes a Quique, ele pode obviamente não ter com esses treinadores a química necessária para funcionarem no plano profissional. Isto é a minha opinião fria e calculista e não enfatizada pela paixão clubistica que só tem bem a dizer de cada um dos excelentes jogadores que foram Diamantino e Chalana.
Neste momento que se fala tanto de Jesus seria bom pensar em quem é o adjunto - pensando que ele traz a sua equipa técnica - da casa que o acompanhará. Será Diamantino, Chalana, ou ele prefere Mozer, Álvaro Magalhães, João Alves (que está nos juniores)? Eu não prefiro nenhum e coloco estes nomes com objectivo claro de afirmar que só uma pessoa o tem de escolher - Jesus.
Digo Jesus, com base no que se vai dizendo e não dizendo. Numa altura em que os comunicados na nossa página aparecem a toda a hora, se fosse mentira que Quique não estaria de partida já existiriam comunicados que o desmentissem. Se Jesus fosse apontado ao Benfica sem o mínimo de verdade já se teriam emitido comunicados nesse sentido, logo antevejo que Quique esteja mesmo já fora e o senhor Jesus a caminho do nosso banco de suplentes.
Como disse a semana passada na antevisão ao jogo de Braga não foi difícil de adivinhar que o senhor Jesus iniciaria o seu calvário de derrotas precisamente contra o Benfica e continuará esta semana com mais uma derrota nas Antas. Se na semana passada lhe chamei "Inimigo Número 1" (por razões óbvias) esta semana já o verei com olhos mais claros de nosso treinador e vou torcer por uma vitória ou empate que seja nas Antas.
Quem será o seu adjunto? Quem será o adjunto que lhe ensinará a Mística Benfiquista? Quem conseguirá que ele sinta o Benfica como seu, mesmo sabendo que é um Sportinguista assumido ?
Diamantino ou Chalana serão bons nomes? Se Jesus os escolher sim, se os quiserem impor, não...
Será assim tão difícil de entender?
Apesar de todas as críticas a Quique, tenho visto vários fóruns e blogs onde se pergunta quem deveria ser o próximo treinador do Benfica e invariavelmente Quique ganha em todas as sondagens. Este resultado não deixa de ser estranho, ou talvez não. Até ao jogo contra Nacional da Madeira em casa (Dezembro de 2008) ninguém ousou questionar nada a Quique. A partir daí foi tudo mau e tudo passou a ser contestável. Sinceramente com toda a confusão que paira nas noticias, na imprensa e nas pré candidaturas, eu acredito no tal trabalho invisível que fala Quique.
Acredito que em vez das 10 contratações do último defeso - Aimar, Suazo, Reyes, Balboa, Jorge Ribeiro, Sidnei, Yebda, Carlos Martins, Urreta, Ruben Amorim - desta vez se faça a coisa com metade e com um ou outro júnior que passe para o plantel principal . Gosto de ver toda a organização a trabalhar em Maio pensando com tempo numa próxima época que até à ultima semana de Outubro será tudo menos calma.
Precisamos de um tanque para blindar o nosso futebol de toda a tinta que vai correr a propósito de eleições. Quanto mais depressa se fechar o plantel - vendas e compras - melhor nos vai correr o ano.
Até lá basta ir assistindo a todo o alvoroço de fim de época, aplaudir quem sai, apoiar quem entra e esperar que o adjunto da casa escolhido por Jesus ajude a blindar o plantel e equipa técnica de todo e qualquer ruído. Todos serão poucos...
Força Benfica