sábado, 6 de junho de 2009

Somos Campeões

Depois de 14 anos, somos outra vez campeões nacionais de Basket.

Foram 14 longos anos, mas hoje o título volta à casa do grande nome nacional do Basket.

É nosso o campeonato e tal como Henrique Vieira, também eu não me lembro dum 4-0 numa final de Playoff.

Sem Ben Reed, ganhar 4 jogos na final contra o tri-campeão Ovarense mostra a força duma grandíssima equipa que ganhou todos os 30 jogos na regular season e apenas averbando 3 derrotas em todos os jogos do Playoff. Como dizem na NBA, fechar o ano com uma vassourada de 4 vitórias em 4 jogos é algo que revela a qualidade da nossa equipa e a inequívoca e incontestável vitória neste campeonato.

Para quem gosta de Basket como eu, é emocionante ver uma equipa tão demolidora e com tantos e tão bons Portugueses. Ontem falava dos Portugueses no Benfica versão futebol... Pois aqui está mais um exemplo do que digo num desporto tradicionalmente Americano.

Somos Campeões.

Viva Carlos Lisboa. Viva Henrique Vieira. Viva toda a equipa de Basket do Benfica...

Força Benfica

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Então e os Portugueses?




Temos assistido nos últimos dias ao clássico dos primeiros dias de pré-época. Nomes e nomes e nomes de jogadores que o Benfica vai buscar e no final apenas aparecem 1/4 desses nomes para não dizer 1/5. A verdade é que depois da revolução no plantel do ano passado, pensei que este defeso fosse calmo, mas apenas duas semanas depois do nosso último jogo, eis que me convenço do contrário. Vai ser tudo menos calmo.

Em comparação ao ano passado já temos um ponto em comum. O Álvaro Pereira já está no FCPorto depois de até eu aqui o ter quase confirmado como nosso reforço - baseando-me na única fonte que vale para mim, que é o jornal "A Bola". A verdade é que como todos os jogadores que assinam pelo FCPorto e que o Benfica antes desejava, existe uma autêntica festa em vários meios de comunicação social. Desejo-lhe a pior sorte do mundo. Obviamente.

Tirando esse ponto em comum com a pré-época passada, temos algo que na minha opinião é bastante pior este ano. Não temos treinador. Isto é gravíssimo, apesar de estarmos a poucos dias da sua resolução. Qualquer segundo depois do jogo com o Belenenses para mim já é uma eternidade.

Outro ponto negativo é que neste momento já se contrataram Patric, Ramires, há quem garanta Schaffer e até ver nem um único jogador Português para a nova época. O ano passado contei 8 jogadores no nosso plantel e escrevi aqui o que achava nessa altura.

Hoje continuo a achar que temos que ter mais Portugueses no Benfica. Ponto final. Repito, temos que ter mais Portugueses no Benfica. Novos ou experientes, o Benfica tem de passar de 8 para 14 jogadores nacionais em poucos anos.

Hoje leio no mesmo jornal "A Bola" que o Benfica fez uma proposta para a contratação de um novo guarda redes Argentino pelo valor de 3,8 milhões de Euros. Já sei que estas noticias valem o que valem - mesmo vindo da Bíblia - mas não deixo de me surpreender com que nem um nome Português seja referenciado nos jornais. Falou-se de Ruben Micael mas devem ter achado que eram muitos Rubens no meio-campo e ele próprio já disse que preferia o estrangeiro. Temos outro Ruben, (este é Lima de apelido) para o lado esquerdo da nossa defesa em Toulon e mandamos olheiros para verem os craques das outras equipas.

Eu já disse 1001 vezes que respeito Rui Costa, tenho um carinho especial por ele e aceito o que ele defender para o nosso futebol, apesar de poder não concordar. E a verdade é que não concordo nem aceito que se gastem milhões (ou milhares para ser mais orçamentalmente correcto) em viagens ao estrangeiro em observações várias e ninguém observe no nosso campeonato, nos juniores de outras equipas, na segunda divisão. Hoje era impossível haver um Vitor Paneira que chegasse ao Benfica da segunda divisão e a verdade é que ele ficou lá muitas e muitas épocas - foram exactamente 7 as temporadas que vestiu de encarnado e com águia ao peito.

Este ano é para manter e corrigir. Pois bem, em vez de manter e corrigir, não temos treinador, não temos mais Portugueses (a julgar apenas pela amostra), vamos perder Katsouranis e/ou Luisão e/ou Di Maria e/ou Cardozo e/ou Reyes - e porque não perder (ganhar?) Binya? - já perdemos Suazo e a única coisa que neste momento é totalmente positiva é a planificação dos jogos de pré-época.

Temos Torneio Guadiana, Torneio de Guimarães, Torneio de Amesterdão, temos apresentação com Atlético de Madrid, temos Taça Eusébio com ACMilan. Aplaudo a planificação e neste particular já parece que temos uma estratégia. É só isso que eu quero sentir no meu Benfica. Uma estratégia.

Alguém que me diga, "tem calma porque há um rumo claro" que está desenhado, planeado e em execução. Eu não tenho dúvida que tem de haver. Se Quique fosse o nosso treinador e não houvesse esta novela ridícula, triste e pouco digna já podíamos estar a fechar dispensas, contratações e a irmos todos de férias. Diz Rui Costa que quer ter o plantel fechado no dia da apresentação da equipa. Um objectivo na vida não é algo ligeiro. Tem que se focar e pensar claramente em tudo o que é necessário para que isso seja realmente possível. Começar a época com todos os dispensáveis, realmente dispensados e todos os contratáveis, já contratados e a treinar.

A palavra estabilidade não é algo que se procure sem alcançar. É apenas um objectivo que se prossegue com determinação. Como ter mais Portugueses na equipa.

Numa altura em que Domingos Soares Oliveira acha que temos que vender para chegar a um patamar de receitas que nos permitam encarar financeiramente bem esta nova época, não há ninguém que diga que ter mais Portugueses pode ser uma boa ajuda nesse item?

Neste momento perdendo Reyes - não consigo entender como é que se compram 20% dum passe dum jogador sem o objectivo claro e orçamentado de comprar a totalidade no ano seguinte - perdendo Suazo, perdendo Katsouranis e podendo perder mais um jogador para ter a tal receita extraordinária que é imprescindível, porque é que se gastam 7,5 milhões em Ramires, 2 milhões em Patric, 2 milhões no tal Schaffer e 3,8 milhões no tal guarda redes Argentino (estes dois últimos sem nenhuma confirmação oficial) quando se pode ir de mansinho e com ar de humilde, caçar no tal mercado nacional, na formação ou até mesmo nos nossos emprestados?

Só peço encarecidamente e com educação que coloquem no plano macro-desportivo das próximas épocas ao lado das palavras ambição, disciplina, talento, boa relação preço-qualidade o passaporte Português - preferencialmente sem naturalidade apesar de eu poder falar pouco deste item, porque sempre fui a favor dos naturalizados como cidadãos do (nosso) mundo. No entanto, nesta área não interessa onde se nasceu - afinal foi só um hospital numa determinada cidade ou país, mas que sinta o Benfica desde sempre. Como eu sinto.

Se assim for, ser Português é algo muito importante nos objectivos que temos pela frente. Volto a repetir pela enésima vez que apelar aos Portugueses não é vincar os Paulos Jorges, os Carlitos, os Amoreirinhas, os Miguelitos, os Marcos Ferreiras entre outras ricas prendas que por aqui passaram nos últimos anos, mas sim os Ruben Amorim, Moreira e Miguel Vítor que ainda por aqui andam. Não é ser nacionalista mas sim ser focado nas nossas limitações orçamentais e na nossa História de sempre. Com Portugueses conseguimos ser mais fortes, quase sempre, e isso é indesmentível factualmente...

Força Benfica

terça-feira, 2 de junho de 2009

A Verdadeira Mística?

Numa altura em que falar do novo treinador e do futuro próximo da nossa equipa é especular e alimentar uma discussão totalmente estéril, prefiro reflexionar um pouco sobre o que realmente será isto da verdadeira Mística encarnada.

Para mim Mística sempre foi a capacidade de sofrer, a humildade, a atitude, ter força para lá do teoricamente normal, a capacidade de entrega total numa clara oposição ao auto convencimento, à sobranceria, à arrogância competitiva, à superioridade duma equipa antes de jogar.

Eu tenho para mim que a nossa Mística nasce essencialmente depois das nossas campanhas Europeias onde com dificuldades imensas e vindos dum país complicado politicamente e pobre provámos que com essa Mística - leia-se vontade, força, orgulho em representar a nossa camisola, capacidade de sacrifício em oposição à tão portuguesa ideia de vamos lá para perder por poucos - fomos a 5 finais europeias em 8 anos.

E esta é a verdadeira Mística. Ir a 5 finais Europeias em 8 anos prova que o Benfica teve que jogar em muitos campos, em muitos países, contra muitas equipas. Esta regularidade fez de nós uma equipa que não vira a cara à luta e que luta com todas as armas para ganhar. Quando não se ganha, damos tudo o que se tem e o que não se tem. Era assim e ponto final.

Hoje a nossa Mística está teoricamente em perigo?

Toni dizia noutro dia na "Liga dos Últimos" do grande comunicador e amigo Álvaro Costa que "Mística é ganhar". Dizia ele que "ninguém segue uma equipa que perde". Pois eu discordo totalmente desta afirmação. O FCPorto ganha e ganha e ganha e ninguém respeita neste momento nenhuma da sua mística. Sim, teve-a nos anos 80 quando começou a ganhar e as pessoas diziam que "joga à Porto" que basicamente era jogar duma forma atabalhoada mas com muita garra. Sim admito que sim. Foi um estilo. Depois esse estilo transformou-se e a arrogância tomou conta das equipas, dos treinadores e obviamente do seu presidente. Não há classe no FCPorto. Nenhuma classe e uma equipa sem classe e sem elevação não pode ter nem Mística nem qualquer outra palavra nobre. A maneira como se dirige aos adversários - onde o Benfica é o principal alvo - será o inicio do fim do FCPorto e ainda bem.

Esta última semana onde Pinto da Costa afirmou que "a final da Taça de Portugal deveria ser no Estádio da Luz para os adeptos do Benfica finalmente verem um bom jogo" é muito mais que uma provocação. É um estado de alma. E eu sei o que acontece a qualquer organização que se aburguesa, que se auto convence que é muito superior aos outros e que age com sobranceria perante todos. Sei eu e sabem todas as pessoas com alguma visão global das organizações. Vai cair. Os ciclos têm um inicio e um final. Tal como o ciclo do Benfica teve um final nos anos 60 (apesar da boa década de 70 internamente), ressurgindo com força em três finais europeias na década de 80, o FCPorto pode estar a terminar um ciclo, mais ano menos ano. E nesse dia em que o FCPorto esteja os tais três anos sem ser campeão vai ser bonito ver toda aquela arrogância no chão, no seu mais baixo patamar...

Até lá temos que arranjar maneira de ressuscitar a nossa Verdadeira Mística. E eu detesto ver essa Mística adaptada por estrangeiros - ou no caso, por muitos estrangeiros - mesmo sabendo que ao longo da nossa história alguns desses estrangeiros foram tão nobres e dignos dessa Mística como qualquer um dos mais nobres Portugueses. Isso é um facto. Outro facto é que eu detesto ler entrevistas de Brasileiros quando chegam a Portugal. Normalmente aparecem com esse auto convencimento e arrogância ao aeroporto que me irritam. Como se viessem do mundo perfeito do futebol e esta passagem pelo Benfica fosse isso mesmo - uma passagem - para outros campeonatos mais importantes. Tudo bem. Houve excepções e no último sábado vi uma frase na capa de " A Bola" que mais parecia dum qualquer novo Donizete a caminho da Luz:

- "As vitórias do Porto vão acabar" dizia sorridente. Poderia claramente ser mais um Donizete ou muitos Donizetes que aqui chegaram ao nosso clube nas últimas décadas. Abro a página da sua entrevista e diz:

- "Agora seremos nós os Campeões" e imagino o Pinto da Costa a rir no seu escritório ou na sua casa pois é disto que ele se alimenta. No entanto, com o decorrer da entrevista leio partes que me agradam.

"Para já, começou por devorar tudo o que é informação a respeito dos encarnados. Adquiriu televisão portuguesa, não perde noticiários, é um viciado na Internet, na procura de tudo o que diga respeito ao Benfica. Com a ajuda preciosa da esposa, Jordana, também ela totalmente compenetrada na vivência benfiquista.

«Ficámos tristes por não ter sido o Benfica a fazer a festa de campeão. Quando começaram a dar as imagens dos festejos do FC Porto, desliguei imediatamente a televisão», conta Patric. A mulher meneia a cabeça, confirmando a história, o jovem de 20 anos não está a dizer isto só para ficar bem, já está a levar isto muito a sério, ou não fosse do Sul do Brasil (Santa Catarina, enquanto Jordana é de Porto Alegre), região que mais se identifica com a mentalidade europeia (área mais fria, com forte colonização dos povos da Europa do Norte).

«O FC Porto foi campeão nos últimos quatro anos, não é? Pois tenho a certeza que isso vai acabar para eles, agora seremos nós os campeões», é a convicção do internacional sub-20 brasileiro. Por duas razões, na sua opinião: é o momento ideal para uma mudança de ciclo (Patric não falou com Luís Filipe Vieira, as expressões são mesmo dele!) e porque o plantel é forte. A contratação de Ramires é a prova de que o clube é «ambicioso» e «os jogadores contratados na época passada vão seguramente jogar melhor na temporada que agora vem, pois já tiveram o tempo necessário para se adaptarem. Lutaremos todos para sermos campeões», é o atestado de garantia que deixa.

Sinceramente gostei do discurso do rapaz apesar do título ser para "o tal terceiro anel" que eu cada vez acho que é mais jovem e mais entendedor de futebol e de todo o seu fenómeno, mas a verdade é que senti Mística. Gostei da maneira inteligente como diz que a equipa vai crescer e os reforços vão ajudar a esse crescimento.

Mística é algo que claramente não anda lá pelos lados do Dragão. Cada vez que vejo uma equipa com cabelo pintado de azul a comemorar o título jogando naquela figura contra uma outra equipa - neste caso o Sporting de Braga - aumento o orgulho no Meu Benfica.

Essa parolice - não tem outro nome - é abominável. Não entendo quem teve essa ideia peregrina de gozar literalmente com os adversários no final de cada ano. É ridículo, pouco desportivo e se o Benfica algum dia jogar com o cabelo encarnado depois de ganhar um título não retirarei nenhuma palavra, silaba ou virgula a estas afirmações. Como diz o terceiro anel - "se eu mandasse ninguém celebrava de cabelo pintado de encarnado..."

Para celebrarmos mais e melhor temos que nos virar para dentro. É fundamental que em vez de irmos à procura dos Sub-20 Argentinos como Di Maria, ou Sub-20 Brasileiros como Patric se veja de forma real o poderio que temos nos Sub 20 Portugueses, na nossa formação e nas outras equipas nacionais.

Eu penso que esta última opção de procurar jogadores Portugueses bons nas outras equipas nacionais - como fizemos com Vitor Paneira, Chalana, Carlos Manuel e muitos muitos outros - é complicada especialmente depois da razia de Artur Jorge há quase 15 anos. Ainda hoje estamos desconfiados deste processo de ir buscar bons jogadores às outras equipas nacionais tal as dezenas de falhanços nestas ultimas épocas.

Mas essa desconfiança tem de acabar com um melhor scouting desses jogadores. Eu não acredito em nenhum jogador até o ouvir falar. Sei que parece romântico mas é assim que eu vejo a questão de novas contratações. O jogador é bom, está bem referenciado, tem estatísticas interessantes, foi observado em 20 jogos, há vídeos específicos que mostram que o jogador é mesmo bom, o clube dele está disposto a vender, o preço é simpático ou negociável, mas falta a entrevista... Saber qual é a sua entourage, família, ideias sobre o Benfica, etc... Já falei no conceito romântico, mas é assim que eu sinto cada contratação.

Evitar tudo isto é ter o jogador da formação e aí Miguel Vítor é o nosso melhor exemplo em muitos anos. Não só porque ele é bom jogador mas porque sabe o que é o Benfica e isso nota-se em cada palavra que diz, mesmo aos 20 anos.

Se tivermos que fazer um modelo da verdadeira mística para os próximos 10 anos ela terá que se basear em poucas premissas:

- Ter os melhores Portugueses com longevidade e fazer com que eles não pensem no Real Madrid, no Chelsea ou no Inter que devoram na PlayStation ou na SportTV.

- Ter os melhores estrangeiros compenetrados em fazer crescer o Benfica, não a crescerem eles próprios para outros voos e last but not least manter a longevidade com cada um desses estrangeiros.

Já sei que me falam dos prejuízos de milhões, da inevitabilidade das vendas para equilibrar as contas, das pressões dos agentes que querem comissões de vendas, etc...

Contratar nacionalmente a preços razoáveis, aproveitar a formação, contratar estrangeiros com contratos de vários anos e não os vender à primeira oferta. A Mística rejuvenesce com Ruben Amorim, Miguel Vítor, com Moreira e com outros jogadores nacionais. E é isso que terá que ser a prioridade total.

Não vejam neste texto algo nacionalista que não tenho, não tive, nem em nenhum momento terei. Aceito que os melhores estrangeiros devam estar no Benfica e se estão aqui que fiquem muitos e muitos anos. É simples. Fazer com que os estrangeiros gostem do Benfica e queiram ficar por aqui muitos anos deve ser o objectivo de qualquer director desportivo do Benfica nas próximas épocas.

Manter uma equipa o maior numero de tempo possível. Luisão é um exemplo. Eu não vou aqui opinar se neste momento necessitamos mais dos milhões da sua venda ou da sua Mística no balneário - calculo que Domingos Soares Oliveira tenha uma opinião e Rui Costa outra - porque respeitarei qualquer das decisões. Mas se repetirmos os anos de Benfica do Luisão com Patric, David Luiz, Sidnei, Cardozo, Filipe Bastos, Urreta, Aimar, Reyes, Di Maria, Maxi Pereira, Ramires já podemos dar-nos por satisfeitos e seguramente que o Benfica irá ganhar títulos com estabilidade. Se a estes, juntarmos mais 4 ou 5 jogadores nacionais que ficarão no Benfica para sempre será ainda mais fácil ser campeão e fazer boas figuras no estrangeiro.

Se a estes jogadores ensinarmos a ser humildes, respeitar sempre o adversário, jogar nos limites em todos os campos, tratar o Estádio da Luz como um templo onde só há dois cenários possíveis - ganhar por mais de 3 ou ganhar por menos de 3 - tratar as derrotas como anormais, sentir a equipa unida para não se repetirem mais derrotas e sendo bem liderados podemos voltar a ser o que fomos. Sem a mínima dúvida.

Vou terminar falando da outra nossa Mística - a revista. Começo por dizer que não simpatizo com Sílvio Cervan. Não gostei da sua faceta politica no PP, não gosto do seu look de betinho que aparentemente foi gozado na escola por toda a gente, não gosto muito das suas ideias e acho que cada vez que escreve n' "A Bola" ou fala no "Dia Seguinte" diz coisas superficiais e pouco mais...

No entanto tenho um respeito por ele enorme porque serve o Benfica. Todos os que servem o Benfica em qualquer área têm o meu respeito e hoje sei que entre jornal, televisão e revista, a "Mística" é neste momento o projecto mais sólido de todo o universo media com a marca Benfica. Parabéns a Sílvio Cervan que lidera muito bem este projecto.

Esta nova Mística de Maio tem três entrevistas muito boas. O outro lado do Aimar - que eu penso que deve cumprir os os tais 3 próximos anos do seu contrato - a reportagem dos manos Rafael que mostram que a Mística também se vê nas amadoras - eu afirmo cada vez mais nas amadoras - e uma magnifica entrevista de Domingos Soares Oliveira que deve ser lida por todos os que se interessam por assuntos mais financeiros da vida do nosso clube.

Será esta a Verdadeira Mística?

Também mas não só. A Mística também é o ecletismo e a formação. Neste momento lutamos pelo titulo de Basquetebol, de Futsal, de Andebol e de todas as áreas de formação no Futebol. Será aqui que se recupera a Mística para depois a transpor para a parte sénior do nosso Futebol?

Temos que começar por algum lado, não?

Força Benfica

sexta-feira, 29 de maio de 2009

"Quem semeia ventos, colhe tempestades"

Vou começar este texto por aplaudir o comunicado do Benfica emitido ontem à tarde e que se pode ler aqui no nosso site. Eu que tenho sido crítico de João Gabriel na forma e às vezes no conteúdo das suas afirmações, tenho de admitir que desta vez se falou alto, com sentido e a dar-se ao respeito. Muito bem. Aplaudo deste singelo cantinho...

O que não aplaudo é o barulho com que se vem falando à volta da questão do treinador do Benfica. Todos sabemos que a culpa dos jornais inventarem o que bem entendem não é do Rui Costa, nem do Luís Filipe Vieira, nem mesmo do João Gabriel, mas nestes casos a estratégia tem de ser evitar estes desaires comunicacionais, precavendo o que pode acontecer num futuro quando não decididas as questões em tempo útil.

O Benfica devia ter dito antes que Quique seguiria com o seu contrato - não dando azo a especulação - ou que pelo contrário iria ser substituído do cargo de treinador do Glorioso. Não o fazendo quando se exigia - para mim a derrota com a Académica poderia ter sido o momento certo se fosse para Quique continuar; a vitória contra Belenenses teria sido o momento certo se a opção fosse a de despedir Quique - criou condições para que os piores jornalistas possam brilhar.

Da mesma maneira que quando se critica a arbitragem dum jogo que nos rouba 1 golo e 1 penalti, os mais cépticos dizem que o "Benfica não fez o suficiente futebolisticamente para ganhar" minimizando assim os erros de arbitragem. Aqui é igual... Deveríamos ter acautelado este dossier a tempo e horas de não nos metermos a jeito nesta peixeirada - que já mete Rui Costa no aeroporto a defender muito bem o Glorioso - que é a escolha do novo treinador Benfiquista.

Outra coisa que me preocupa é o facto de Jesus poder realmente ser o novo treinador do Benfica. Nunca se vai provar se o Record teria ou não teria razão. Eu não preciso de provas. Se o meu clube e Jesus emitem dois comunicados distintos dizendo que não assinaram nenhum acordo eu não preciso de nada mais para acreditar. Mas eu sou sensato, calmo e honesto e assim acredito que a minha direcção seja igual. Agora todos os outros podem desconfiar e aí será complicado credibilizar quando a imagem é precisamente o contrário. Já parece que estou a ver os nossos adversários nos media a gozarem connosco e a afirmarem solenemente que o Benfica tem contrato com o Jesus há meses. Da mesma maneira que a mentira que afirma que Jorge Ribeiro falhou o penalti contra Benfica porque já tinha contrato. Mas a verdade é que passados uns meses ele estava mesmo no Benfica e hoje ainda tenho que ouvir uns espertos a jurarem a pés juntos que foi essa a razão da falha do penalti...

Vamos acalmar as coisas, decidir o que tem de ser decidido quanto antes, tornar público o que tem de se tornar publico e manter em segredo o que tem de ser confidencial.

Vamos confirmar Jesus, Quique ou qualquer outro treinador o mais rápido possível e aproveitar os jogadores novos da formação para começar finalmente a aproveitar a prata da casa na criação do tal "novo Benfica" que renasce todos os anos.

Vamos contratar mais jogadores nacionais e vamos pensar no Benfica como algo unificado e unificador. Noutro Blog alguém dizia que o Benfica precisa do novo "José Aguas". Pois esse novo José Aguas só aparece se tivermos um jogador nacional de qualidade durante 10 épocas no Benfica. No momento o nosso José Aguas tem mais aspecto de ser o novo Humberto Coelho, olhando para o jovem Miguel Vítor, mas há mais e bons nos juniores.

Como digo no titulo "Quem semeia ventos colhe tempestades" e quando não se acautelam bem as coisas no timing certo acabamos por ter que ouvir, ler e ver coisas que não seriam previsíveis.

Vamos acreditar na bonança como tenho dito ultimamente... Ela surgirá, não sabemos é quando...

Força Benfica

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Nervos à flor da pele




Temos assistido em vários blogs, em vários fóruns, em vários comentários nas caixas de alguns media online e mesmo nos cafés, na rua ou no trabalho que a nação encarnada anda nervosa.

Eu tenho aqui escrito com um tom critico acerca da confusão que se tem gerado nos últimos dias, mas também penso que depois da tempestade virá a bonança. Só assim pode ser e será assim seguramente.

Primeiro, que fique claro que apoiarei inequivocamente qualquer treinador que comece a próxima época. Isso penso que é óbvio e como eu, qualquer Benfiquista. Sem a mínima dúvida. Segundo, penso que no meio de alguma incompetência e de algumas decisões com que não concordo, temos que aproveitar este tempo, para acreditar que nem tudo pode ser mau na gestão desportiva encarnada e acreditar que quem manda também deve ter algum plano, alguma linha estratégica, alguma ideia mais inteligente do que aquelas que nos foram sido transmitidas estes últimos dias.

Luís Filipe Vieira tem de ter calma e de não disparar contra todos aqueles que neste momento o criticam. Eu sou uma voz sempre critica mas ao mesmo tempo uma voz que apoia e que sabe entender algumas das frustrações do nosso presidente. Mas eu não sou nada mais que um simples e singelo blogger. Para ele, todo o bom trabalho que fez na SAD em todas as áreas - menos na desportiva - deveria ser suficiente para ter a tal passadeira vermelha que ele subconscientemente pensa que merece dos Benfiquistas. Tudo na vida só se alcança com trabalho e sei que os últimos 6 anos foram difíceis para ele e para quem o acompanhou na "credibilização da Instituição Benfica". Estamos todos de acordo e quem não concordar com isso é porque é muito limitado intelectualmente.

O grande desafio agora é desportivo, para que o monstro que ele ajudou a criar - especialmente ao nível de toda a campanha de sócios, das parcerias e das receitas extraordinárias - tenha agora eco nos tais títulos que nos têm faltado. A julgar pelos resultados da formação até ao momento, a palavra esperança faz algum sentido de utilizar neste texto.

Eu entendo que para um Homem prático e habituado a negócios mais tradicionais, o negócio do futebol com especificidades próprias lhe meta alguma espécie (usando uma expressão bem popular).

Esta história da rescisão com Quique pode ser um bom exemplo. Eu não tenho duvidas que a ser verdade que Luís Filipe Vieira não quer ter Quique na próxima época, também não deixa de ser verdade que não lhe queira pagar a clausula de rescisão. Ele lá pensará que para pagar 3,5 milhões de Euros, quase que mais vale ter cá o homem na próxima época, porque mesmo que se contrate Jesus, esses 3,5 milhões de Euros serão diluídos durante o ano. Claro que isto não passa de pura especulação e colocada em forma de hipérbole, para provar a ideia que prova que Luís Filipe Vieira quer que Quique anuncie o novo clube e que se vá embora pelo seu próprio pé. Se eu ontem dizia que não se pode esperar outra coisa de Quique que não seja pedir uma indemnização por ele considerar que deveriam ter falado com ele antes, também não deixa de ser verdade que Luís Filipe Vieira está no seu direito a não querer pagar nada.

E é exactamente aqui que reside a essência desta nossa paixão. O que uns acham bem outros acham mal e o que uns defendem hoje podem já não defender amanhã. Nesta premissa que acabo de defender, é triste admitir que o futuro de Quique no Benfica pode estar dependente de terceiros. Quique quer ir para Espanha com a mala cheia de notas - a que tem direito contratualmente - e Luís Filipe Vieira quer que Quique assuma que já tem outro clube e deseja que ele saia pelo seu próprio pé abdicando da indemnização a quem tem direito.

Eu entendo que se pudesse ser, o nosso presidente preferia ficar cá o ano todo com a equipa técnica de Quique e ao mesmo tempo contratar Jesus para ser o treinador nas próximas duas épocas. E acredito porque ele é assim. Neste jogo de empurra vamos estar todos nós, até a corda esticar dum dos lados. E isso é mau. Não decidirmos nós o nosso futuro e deixar que outros decidam por nós é a pior coisa que se pode passar na vida pessoal ou profissional. Neste momento é assim que eu penso que estamos - todos á espera que alguém decida o nosso futuro.

Como disse, acredito que alguém leia os contratos, pense bem nas estratégias e que ajude o nosso presidente a decidir o que tem de decidir. E por falar em decidir, hoje "A Bola" mostra esta foto que reproduzi acima dividida em dois esquadrões. E aqui volto ao conceito de "pai" e "filho" que apesar de ser provavelmente um mau exemplo é aquele que melhor define o que penso sobre estes nossos quatro membros do Clube/SAD.

Os dois "pais" responsáveis a tentar vender jogadores em Inglaterra - Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira - e os dois "filhos" - Rui Costa mais o amigo Paulo Gonçalves - a tentarem comprar em Roma. Aceito que a comparação não é a mais feliz mas é que tenho utilizado para expressar o que penso que se passa no Benfica num passado recente. No entanto, gosto de os ver assim como nesta foto. Sorridentes, felizes e esperançados. Só esta atitude optimista já é um sinal claro que "A Bola" dá na tentativa de ajudar a levantar o moral dos adeptos.

Gosto de acreditar que com ou sem Quique, com ou sem reforços, com ou sem Jesus, a administração está unida. Até prova em contrário é assim que temos que a ver, mesmo que os sinais possam ser contrários a esta foto que coloco acima. Mas esses sinais que vamos ouvindo e lendo aqui e ali valem o que valem. Eu já ficaria contente em saber que os nervos à flor da pele dariam lugar a uma bonança calma e tranquila com um rumo definido e seguro. Muito contente... Vamos todos acreditar no fumo branco durante esta semana para se poder começar realmente a preparar com quem de direito as dispensas, as contratações e as vendas. Pelo sim pelo não, Domingos Soares Oliveira, Luís Filipe Vieira, Rui Costa e Paulo Gonçalves já se estão a antecipar nestas importantes decisões.

Força Benfica

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Esperteza Saloia

Estes últimos dias têm sido pródigos numa expressão muito popular e que se encaixa bem em algumas das situações vividas no nosso Benfica - Esperteza Saloia.

Esta esperteza saloia - atenção que a "esperteza" e a "inteligência", sendo diferentes entre si não são assim tão antagónicas da palavra saloia que me é bem cara, e bem cara à grande maioria dos Portugueses - tem sido utilizada de várias maneiras pela nossa BENFICA SAD e quero dissecá-las neste canto blogosférico.

Eu já aqui falei do conceito "Pai" e "Filho" entre Luís Filipe Vieira e Rui Costa para descrever de forma meramente metafórica o conceito do saloio e do inteligente. O saloio quer um treinador saloio e teoricamente popular e o inteligente quer um treinador inteligente e não tão popular tendo em conta os resultados desta época.

O Benfica anda há muito tempo a viver neste conceito saloio que eu não entendo, apesar de afirmar e reafirmar que a expressão é me cara e aceito-a de algum modo como parte integrante da minha pessoa, das minhas origens e da minha formação.

Este conceito eleitoralista que o Jesus é mais popular e com isso dá mais votos em Outubro não tem eco em nenhuma sondagem feita por empresas ou até por televoto. É exactamente como a ideia (errada) que o merchandising do Benfica tem que estar sempre mais perto do saloio que do urbano. Nunca entendi este conceito. Eu entendo é que um clube com 6 milhões de adeptos deverá ter produtos para cada um dos seus nichos de mercado. Mas isto é marketing e agora pouco importa.

O que importa é futebol e a politica desportiva do Benfica. O saloio acha inteligente pagar 3,5 milhões de Euros por uma indemnização mais 1 milhão de Euros pela clausula de rescisão de Jesus ao Sporting de Braga. Se alguém ousa pensar que será fácil baixar esse valor está enganado pela simples razão que o dragão favorito do Minho é o presidente desse clube e que dificilmente baixará esse valor até porque está com um processo em tribunal contra Benfica pelas obras do centro de estágio do Seixal.

O inteligente "talvez" ache que manter Quique será o ideal.

Já comprámos Ramires por 7,5 milhões de Euros, já demos 2 milhões por Patric e estamos a caminho de dar 4 milhões de Euros por Álvaro Pereira e alguém acha que Quique vai embora sem pedir o valor a que tem direito?

Na gestão o timing é tudo. Num clube como o Benfica entre director desportivo e treinador a frontalidade tem de ser a base. Se Rui Costa achava (ou acha) que Quique seria dispensável para a próxima época deveria ter falado antes com a equipa técnica. Não é depois de ter gasto quase 13 milhões de Euros em jogadores para a nova época que vai reunir com Quique. Volto a perguntar. O que é que Quique deverá fazer? O lógico será pedir o que tem direito e quanto muito negociar algo abaixo desse valor. Pouco abaixo... Eu como Benfiquista preferia que Quique se fosse embora de forma gratuita - caso a vontade do Benfica seja prescindir do treinador espanhol - mas para isso acontecer deveria se ter acautelado essa situação. Hoje já devia estar tudo mais que decidido.

Com toda esta confusão eis que hoje à tarde aparece o comunicado do Benfica para a CMVM que refere:

1) A SL Benfica SAD e o Sr. Enrique Sanchez Flores celebraram e mantêm em vigor um contrato de trabalho válido até ao final da época desportiva 2009/2010;

2) A SL Benfica SAD e o Sr. Enrique Sanchez Flores têm estado a debater as condições relativas à preparação da nova época desportiva;

3) A SL Benfica SAD não tem intenção de avançar com qualquer rescisão unilateral do actual contrato;

4) Não existem negociações em curso relacionadas com o contrato em vigor.

Este comunicado já gerou confusão que não deveria ter gerado. Há quem se congratule por Quique ficar em nome da estabilidade e há quem preferia Jesus e neste momento já volte a preferir Quique porque muitos Benfiquistas são do Benfica e ponto. Sem mais. Defendem o Benfica e quem os representa sempre e assim deveria ser também por parte da SAD para com os seus funcionários.

Isto tudo porque este comunicado foi solicitado pela comissão de valores e o Benfica teve que responder o politicamente correcto. Se isto significa que Quique fica no Benfica, parabéns pela estabilidade e pela decisão de manter o treinador independentemente dos maus resultados. Se isto é uma manobra para esconder as dificuldades com a rescisão, muito mal vai a nossa direcção.

E daqui a tal esperteza saloia que falava no inicio. Temos que ser frontais e assumir as coisas. Se Rui Costa e Luís Filipe Vieira preferem Jesus deveriam ter acertado tudo com Quique de maneira a anunciar a rescisão no sábado. Aliás seria o óbvio. Quando no dia 23 de Maio, no final do último jogo Quique afirma que «Não houve conversas, mas imagino que tenha de haver» eu pergunto se Rui Costa é afinal a boa pessoa que eu tenho em muita consideração.

Não consigo entender como é possível a Rui Costa ser patrão de Quique e seu director desportivo, não falando com ele sobre o assunto mais quente do final de campeonato. Não entendo que não tenham falado sobre se fica ou se vai Quique. Quem tratou das novas contratações? Foi Rui Costa ou Quique foi ouvido? Porque aí já se sente quem fica e quem vai. Assim penso, mas posso me enganar e confirmar que no mundo do futebol a ironia e a mentira descarada sejam realmente o modus operandi mas não quero acreditar que no Meu Benfica isso possa acontecer.

Não há nenhum problema em assumir a Quique que tendo falhado a Taça Uefa, tendo falhado a Taça de Portugal, tendo falhado o objectivo mínimo da Champions e tendo conquistado uma Taça da Liga ficou aquém dos objectivos propostos e falar abertamente com vista à saída. Se não há coragem para isto, então não deve haver coragem para coisas realmente importantes e difíceis.

Eu acho que se fosse para Quique ficar já deveria estar decidido e se fosse para se ir embora também deveria estar igualmente decidido. Obviamente...

Indecisão desportiva a pensar nas eleições é o pior que se pode passar num clube de Futebol. Gerir é decidir. Bem ou mal há que decidir e essa decisão tarda por táctica. Sinto que há táctica neste nosso Benfica. Táctica para pagar menos a Quique. Táctica entre Luís Filipe Vieira e Rui Costa para algo que não entendo. Táctica entre o Benfica e o Braga por Jesus. Táctica na gestão legal com a CMVM. Muita táctica e poucas decisões que mostram o espelho do descontrolo desportivo a que estamos entregues.

Tudo se vai resolver a bem e com mais ou menos milhões para Quique, mas a verdade é que se podia fazer tudo isto com elevação e com a dignidade que o Benfica e a nossa equipa técnica merecem. Tenho escrito várias vezes por aqui e volto a pedir à nossa direcção o mais simples de todos os pedidos. Orientem-se meus caros, orientem-se...

Força Benfica

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Os Pseudos Candidatos

Neste momento que se vive o momento eleitoral do Sporting com actos que apenas comprovam que de Viscondes estes senhores não têm nada, o acto eleitoral Benfiquista já começa a dar que falar.

Ontem escrevia que a nova época vai ser tudo menos calma até Outubro, muito por causa destas eleições que prometem.

Independentemente dos candidatos, dos projectos ou dos apoios que cada um pode vir a ter, há neste momento um dado que retenho. Depois de Bruno Carvalho anunciar a sua candidatura na blogosfera, eis que apareceu ontem Varandas Fernandes a falar dum hipotético movimento - que não descarta Bagão Félix ou José Veiga - de fundo com vista a concorrer às próximas eleições. Ambos têm uma coisa em comum que me entristece, independentemente das suas ideias.

Um é sócio há 5 anos e tem 40 de idade. O outro tem 54 anos e é sócio há 7. Eu que não sou nenhum velho do Restelo, pergunto-me o que é que esta gente andou a fazer até aos 35 e até aos 47 anos da sua vida?

O Benfica não é algo que se aprende a gostar durante a vida. Não é como um bom vinho, uma boa refeição, um bom charuto. Isto são coisas dos Viscondes... Nós Benfiquistas, somos do Benfica desde sempre. E se muitos de nós não podem ser sócios desde os 6 anos, a partir dos 20 anos parece-me lógico que o sejam.

Posto isto eu pergunto. O que é que vocês andaram a fazer durante tantos anos sem serem sócios? Um deles - Varandas Fernandes - tira uma foto com o cartão de sócio número 69993 que diz "desde 2002" como se isso representasse algo que um médico de sucesso se pode vangloriar. Sinceramente e com o devido respeito que todos os Benfiquistas me merecem - sócios, simpatizantes, velhos ou novos - eu não entendo o que é que leva um grande Benfiquista com capacidade financeira para pagar quotas apenas se registar como sócio aos 35 e 47 anos. No entanto, este factor é irrelevante na questão eleitoral. Há estatutos que permitem os tais 5 anos de filiação até que alguém se possa apresentar como candidato e isso é o que importa neste momento. Tudo o resto são opiniões pessoais que eu escrevo e que não têm nenhum outro objectivo que não seja desabafar com quem me lê.

Eu vou falar até ao último dia de campanha deste tópico eleições porque tal como as de 27 de Outubro de 2000, estas de 2009 serão igualmente importantes. Passaram nove anos onde o Benfica mudou muito. Destes nove anos, tirando um título de campeão, uma Taça de Portugal contra FCPorto, uns quantos jogos Europeus de luxo - a vitória em casa contra Manchester, as vitórias contra Liverpool - e umas quantas vitórias contra os nossos mais directos rivais internos, estes foram anos maus para o futebol. Estamos todos de acordo.

Independentemente disso, foram os anos mais importantes do Benfica, pois mostraram que do final anunciado, ressuscitámos empresarialmente e resistimos aos sucessos alheios de FCPorto, mantendo uma base popular fortíssima. Sobre este assunto - e essencialmente sobre O Padrinho - fala de forma sublime o grande Vedeta da Bola e eu subscrevo na íntegra.

Ainda não nos conseguem demover de sermos realmente Grandes e da grande penetração popular junto de vários sectores da população Portuguesa de norte a sul do país.

No entanto, o Benfica está desportivamente fraco e tenho de admitir que nunca como hoje se criaram as condições para que Luís Filipe Vieira possa perder as eleições. Porque apesar de tudo, ele está a defender um projecto que pode já não ser aliciante para a maioria dos sócios. E se isso acontecer, apenas teremos de considerar normal num clube democrático como o Benfica.

Eu penso que se Luís Filipe Vieira quiser candidatar-se tem tudo para ganhar as eleições. Obviamente. No entanto, mesmo que as ganhe não será com um score como nas últimas eleições e isso fará com que se comecem a posicionar grupos que podem ir a votos agora para conquistar o clube daqui a 3 ou 6 anos. Quando Luís Filipe Vieira fala de Rui Costa para a sua sucessão - sem que de Rui Costa se tenha ouvido uma palavra sobre o assunto - esquece-se de algo muito importante. Nós não temos perfil monárquico e por mais que as pessoas sejam importantes é muito mais importante a estrutura, a equipa com quem vai trabalhar, as ideias e os objectivos.

E aqui reside o principal problema de se falar de eleições no Benfica com mais de 5 meses de distância. Estão a criticar-se modelos de gestão desportiva e de futebol - maioritariamente - que têm muito de criticável. Estão a escolher-se nomes na sombra para umas hipotéticas oposições. Estão a contar-se espingardas e apoios para ver quem melhor se posiciona para o ataque à liderança. Tudo isto é verdade e ainda não ouvimos ninguém falar das reais alternativas para o clube.

Todos nós temos ideias e todos nós escrevemos, falamos e opinamos sobre o que pensamos que está mal. Isso representa a essência dum qualquer clube que tenha no futebol o seu principal destaque. O que me parece que representa o passo em frente dum qualquer pseudo candidato (ou duma pseudo candidatura) é apresentar ideias, sugestões e projectos práticos de mudança no timing certo. Nunca a 5 meses de distância.

Irrito-me sempre quando alguém na bancada critica um dos nossos jogadores, pedindo a sua substituição sem olhar para quem tem no banco e sem avaliar se o que vai entrar será mais efectivo que o que lá está dentro. Isto é o clássico Benfiquista. Criticar por criticar é fácil. Difícil é opinar e fazer melhor. Nem sempre opinar e ter ideias boas chega. Há que opinar, ter ideias boas e ter tudo planeado para a implementação dessas ideias, desse projecto (como se diz agora nos meandros futebolísticos) com planos B, C ou D caso alguma coisa corra mal no primeiro plano.

E no Benfica, custa-me a acreditar em oposições que desejem o mal do Benfica a pensar no seu bem próprio. Nunca na minha vida quis que o Benfica perdesse a pensar em despedir o treinador, a pensar no descalabro que pudesse levar a um qualquer fim de ciclo. Nunca quis a derrota por 5-0 com o conceito de "perdido por 10, perdido por 100", pensando em consequentes outros resultados que não sejam desportivos. Nunca quis que o Benfica perdesse sob nenhuma condição e sei que até ao último dia da minha vida isso nunca acontecerá.

Quero sempre que o Benfica ganhe e quero que em todas as eleições que eu "viver para ver" se decida com elevação, com ideias, com respeito e com desportivismo. Não aceito nem admito que seja doutra forma. Pelo menos no Meu Benfica.

Até Outubro temos que estar todos do mesmo lado, por muito que custe a muitos. Mesmo com várias decisões com que não concordamos temos que estar unidos e sem desejar o mal do futebol do Benfica a pensar nas eleições.

Qual é o problema de discordarmos da nossa direcção? Estamos a ver que muitos dos Benfiquistas apoiam a continuidade de Quique. Luís Filipe Vieira, achando o contrário, está no seu direito de contratar Jesus. O único problema com essa decisão é que se é do âmbito desportivo deveria ser Rui Costa a decidi-la. Não confundam este desejo que o Benfica ganhe e que faça bem com uma atitude passiva e de "não critica." Isso eu não faço nunca, obviamente. O que está bem aplaude-se e o que achamos que pode melhorar critica-se, sabendo que na parte desportiva cada cabeça sua sentença.

Há maneira de acabar com o reinado do FCPorto no trono da liderança futebolística nacional? Há, obviamente. No dia em que o Benfica ganhar três campeonatos seguidos vira-se o feitiço contra o feiticeiro. Se o objectivo de Pinto da Costa (bem explicito e fundamentado no texto da "Vedeta da Bola" que apontei atrás) é acabar com o Benfica, ou pelo menos ultrapassar em numero de títulos e de campeonatos o nosso Glorioso, pode ser que no dia em que acorde e veja os últimos três títulos de campeão nacional ganhos pelo Benfica, o FCPorto como ele o conhece já não exista. Isso sim pode acontecer.

Só temos que ganhar. Agora que temos 200 000 sócios, que temos uma estrutura forte que estamos em vias de pagar o estádio e de conseguir estabilizar as amadoras financeiramente e em termos competitivos, que estamos a começar a orientar a formação do futebol, que estamos sustentados financeiramente, mesmo sem champions, imaginem o que será tudo isto com três títulos de campeões seguidos e com três presenças seguidas na champions.

Parece difícil, mas não é. Se formos três anos seguidos campeões, o Benfica dá o salto que necessita para encarar a próxima década como encarámos a de 80. Seguramente. Por estas e por outras é que o plano desportivo vai ser mais falado nestas eleições que em quaisquer outras dos últimos 20 anos. Alguém tem de ter um plano correcto e coerente para levar o Benfica a ganhar todos os campeonatos da sua legislatura como presidente. Como? Fazendo bem tudo o que se tem feito de mal, não mudando de estratégia a meio do caminho definido anteriormente, com disciplina e ambição em TODOS os terrenos de jogo, mantendo os melhores e contratando poucos mas bons (preferencialmente Portugueses), aproveitando a BOA prata da casa, não pensando tanto no inimigo publico numero 1 e mais nas nossas fraquezas, no que temos que fazer para as corrigir e fundamentalmente manter 5 anos uma equipa. Quem ousar manter uma equipa estável durante 5 anos pode criar as bases necessárias para ganhar 3 campeonatos seguidos. Por isso dizia eu que manter Quique, (mesmo com os problemas todos que detectámos durante a época) contratar pouco mas bem, deixar ficar os nossos líderes - aqui Luisão seria imprescindível - e ser paciente poderia ser o sinal de que necessitaríamos para provar que mesmo sem ganhar na próxima época, estaríamos a trabalhar invisivelmente para os tais três anos seguidos a ganhar.

Por tudo o que falei agora será fácil adivinhar que os próximos meses serão importantes, tensos. e marcadamente focados no plano desportivo. Mesmo que um Presidente do Benfica seja hoje muito mais que gerir Futebol, é com Futebol que se vão ganhar ou perder votos. Por isso é que digo que será perigoso fazer depender o nosso voto para Presidente da performance da nossa equipa até Outubro.

No entanto com mais ou menos qualidade, com mais ou menos requintes de malvadez há que respeitar qualquer candidato e no fim decidiremos todos para onde irão os nossos 20 votos - ou os 5 votos no caso de serem sócios há menos tempo...

Força Benfica