Há vários dias que não escrevo, mas nem por isso andei distraído com a vida do nosso clube. Depois do último texto onde escrevi que nada temia do jogo contra Sporting, ainda fui a Coimbra, ao Futsal ontem assistir ao nosso apuramento para a final da Uefa Cup e logo mais, estarei no penúltimo jogo do Benfica no Estádio da Luz.
Estamos è beira da conquista do título. O nosso 32º título. Estamos um ano a acompanhar a nossa equipa a pensar no título. Cada vez que entramos em qualquer estádio deste país a pensar na vitória, queremos apenas o "meio" para chegar ao "fim" mais desejado. O fim é um momento... É um apito final, é um sentimento de cada um de nós. Amanhã podemos ser campeões. Se hoje ganharmos e o Braga não ganhar, seremos campeões amanhã. Não entendo este conceito da Liga em deixar que o Braga jogue um dia depois do Benfica numa jornada que pode ser decisiva.
Eu tenho um conceito desportivo muito focado numa indústria de entretenimento. Tenho ligações com outras indústrias do entretenimento e sei que o futebol é uma dessas. Numa semana em que se pode decidir o título, eu pergunto se não seria melhor para o futebol Português que ao mesmo tempo hoje se jogasse Benfica-Olhanense e Naval-Braga? Pergunto a quem serve este conceito retrógrado de não pensar no espectáculo, na festa, na adrenalina de saber o que se passa em cada um dos campos? Mesmo que o Braga ganhasse, eu penso que todos queríamos viver este jogo ao mesmo tempo. É uma pena que assim não seja, como é uma pena que esta indústria do futebol teime em não marcar os jogos com antecedência.
Eu viajo muito e na maioria das vezes coloco o Benfica como prioridade e defino os meus calendários de viagens com o calendário do Benfica ao meu lado. Gostava de saber com antecedência em que dia e hora vai o Benfica jogar, para poder planear melhor toda a minha vida. Amanhã vou voar para o outro lado do Atântico e quando aterrar, ligarei o meu telefone com a esperança duma mensagem a dizer que somos campeões. Não será como sonhei. Sonhei ser campeão com a "minha gente" ao lado, com os meus "cativos" ao lado, com a festa daquele momento onde somos mesmo campeões, como o fizemos no Bessa há 5 anos ou noutros campos, noutros estádios em outros anos. Este ano muito provavelmente será assim, de forma fria numa SMS.
Pode ser, como pode não ser... No dia 2 de Maio não estarei no Porto como sempre desejei. Estarei longe mas com Benfiquistas seguramente a comemorar um título que não nos fugirá - seja amanhã, dia 2 ou dia 9 de Maio o título será nosso. E isso é o que importa. Fiz tudo o que pude para acompanhar esta equipa durante este ano. Fui a vários estádios em Portugal - Guimarães, Leiria, Olhão, Vila do Conde, Alvalade (Taça da Liga), Figueira da Foz, Coimbra - acompanhei no estrangeiro - Liverpool - e sei que se o momento da vitória matemática for amanhã comemorarei de forma isolada, sozinho, no avião ou num qualquer aeroporto Americano. A relação que temos com o Benfica é individual. É social no estádio e em todas as viagens que fazemos com a "nossa malta" mas a paixão pelo clube, pela vitória e a tristeza da derrota é individual. Gostaria muito de estar em casa de alguém a ver o Naval ou no Pavilhão Atlântico a ver o futsal e a perguntar o resultado da Naval, mas tal não será possível.
Vou desfrutar de forma isolada se for caso disso, no meio de outros Benfiquistas na próxima semana aquando do jogo no Dragão ou mais tardar no Estádio da Luz contra Rio Ave se assim for necessário.
No entanto, sinto que o Olhanense está cheio de moral. Jogadores e treinador acham que podem ganhar e assim manter-se na primeira Liga. Se depender de mim, esta equipa descia de divisão já. Não gosto deles, acho que são mais um dos protegidos do FCPorto e estive em Olhão, onde assisti ao ódio geral que aquela equipa tem perante o Benfica. Por tudo isto, espero obviamente que percam.
Esta semana foi notícia os dois banners que foram colocados no Marquês de Pombal e na Rotunda da Boavista. A ironia, o humor e a crença na vitória mostram que afinal o Benfica também é um clube moderno, como não poderia deixar de ser.
A maneira como as fotos e pequenos vídeos no YouTube foram colocados e foram divulgados em poucos minutos pela comunidade Benfiquista mostra duas coisas. Primeiro mostra que o mundo viral através dos facebooks, youtube, myspaces são meios do presente e utilizá-los bem pode ser chave de sucesso de algumas acções das mais variadas áreas. Segundo mostra que a marca Benfica é sem duvida nenhuma a maior Portuguesa e quando ela é bem utilizada - de forma inteligente, moderna e bem humorada - pode ser mesmo imparável.
Os criadores destes banners - elementos de agências com quem trabalho - representam o que o Benfica tem de melhor nos dias que correm e sei que há uma nova geração Benfiquista que vai dar cartas nesta década. Precisamos disto e precisamos de sentir e mostrar aos adversários que a massa humana que representa o Benfica é algo que marca o país ao longo de várias gerações. Agora chegou a vez desta nova geração dar mostra de dinamismo e de refinada ironia. Estes senhores já marcam o ano do Benfica e no final quando se fizer a História deste campeonato, tem a sua página de glória "Reserbada" - sim com "b" porque os Benfiquistas do norte são os que mais merecem este título pela maneira como sempre apoiam a equipa em todos os campos dessa região e pelos sacrifícios maiores que fazem cada vez que se deslocam ao Estádio da Luz. Parabéns a esses milhares que gritaram esta semana bem alto que o título está "Reserbado".
Irónico também é o facto de Jesus ter dito que a segunda volta seria melhor para o Benfica, porque a equipa estava mais forte, havia rotinas consolidadas, modelos de jogo assimilados e que isso se iria reflectir nos resultados. A verdade é que em 12 jogos da segunda volta o Benfica ganhou 11 e empatou apenas 1 em Setúbal quando Cardozo falhou o penalti no último minuto. Caso o Benfica ganhe os três jogos que faltam, esta equipa faz a melhor segunda volta de sempre do nosso clube. Estamos a 9 pontos de bater o record absoluto de todas as super equipas que tivemos durante anos e anos e ainda há quem invente que o Benfica ganha pelos túneis. Se o título não for motivação suficiente para esta equipa, então que se motivem com esta estatística que me parece ser suficientemente forte para que se conquistem os 9 pontos, mesmo tendo um jogo no Dragão pelo caminho.
Esta noite tive um pesadelo. Sonhei que o Jesus tinha assinado pelo Sporting. Não entendo porque sonhei isto, mas penso que deve ter sido por um amigo meu sportinguista me ter dito que se ele fosse o presidente desse grande clube que em 50 anos apenas ganhou 8 campeonatos, contrataria Jesus, custasse o que custasse. A verdade é que foi um daqueles sonhos que parecem mesmo verdadeiros e esse era um facto consumado. O Sporting tinha contratado Jesus e o Benfica ia jogar estes três jogos sabendo que ia ficar sem o nosso treinador na próxima época. No meu sonho, já até se falava nos meandros encarnados que Paulo Bento seria o senhor que se seguia como novo treinador do Glorioso. Isto tudo para dizer que quando acordei senti um alívio grande e pensei naquilo que ainda não tinha pensado. Estaremos nós dependentes deste treinador? Estaremos nós dependentes da marca Jesus e que a resposta dos Benfiquistas nestes últimos meses enchendo os estádios em todo o país está ligada a esse fenómeno Jesus?
Não sei e isso agora não importa, mas sabemos que este será o nosso treinador nos próximos anos - dizem que pelo menos mais duas épocas - e é com ele que continuaremos a ganhar mais títulos.
Para terminar, vou falar de David Luiz. Fez 23 anos esta semana e aparentemente está a despedir-se de nós. Já me garantiram que está vendido para Itália, mas eu prefiro não acreditar nessas coisas. David Luiz em Coimbra esteve na pista a despedir-se dos adeptos durante 15 minutos. O que este jogador representa hoje para os nossos adeptos é um activo que não se pode desperdiçar. Eu sei que temos os passes dos jogadores no tal fundo e que é muito difícil recusar propostas milionárias, mas deveríamos pensar que com a Champions para o ano, manter a equipa deveria ser a estratégia. Vender um ou dois jogadores a única solução possível a não ser que os clubes batam a clausula de rescisão e ái seremos forçados a vender mais. Bem sei que há quem pense de maneira diferente mas o "milhão e quase cem mil" adeptos com que vamos fechar o ano no Estádio da Luz pode ser maior no próximo ano se tivermos uma boa Champions com casas cheias, uma melhor Taça de Portugal, uma melhor Taça da Liga e mais adeptos no campeonato. Isso só é possível com uma grande equipa a lutar por todas as provas e com capacidade de gerar receitas à conta de bilheteiras. David Luiz nesse aspecto é importante. Ele é um de nós e tendo em conta que não é jogador de selecção deveria ficar um ano mais. Mesmo que a estratégia comercial seja vendê-lo e colocar Sidnei a valorizar - lembro que custou 5 milhões por 50% do seu passe - sou contra, porque às vezes nem tudo podem ser números. E o futebol é um bom exemplo do que acabo de dizer...
Parabéns David Luiz. Não me lembro de nenhum outro jogador com esta idade e que tenha uma empatia tão grande com todos os quadrantes dos adeptos do Benfica. Mesmo que muitas vezes te gritemos "para teres juízo nas tuas arrancadas lá para a frente" sabemos que não há dinheiro que compre o Amor à camisola do Benfica e esse Amor que sentes pelo nosso clube deve ser alimentado com mais épocas por cá. Veremos o que se decide nos próximos meses.
Hoje, vamos encher o estádio e amanhã espero que se encham as bancadas do Pavilhão Atlântico para ajudar a nossa equipa a vencer a Uefa Cup. Ao mesmo tempo podemos estar a ser campeões de futebol e umas horas antes a celebrar o título de Voleibol. Assim dá gosto...
Força Benfica
2 comentários:
boas
o reserbado foi la colocado as 5h30as 8h ja tava vandalizado....loooooool...e como meter um coelho numa jaula de leoes:P ja se sabe k vai haver confusao:P
Muitas vezes sonhamos aquilo que muito desejamos... ou aquilo que muito tememos. Neste caso, foi a segunda hipótese.
Se o David Luis está vendido... pois tenho muita pena. Também penso que devia ficar mais um ano e ser vendido apenas depois de ir à selecção do seu país.
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