Felizmente, já desde o sábado passado que foi formalmente apresentado o nosso novo treinador. Sobre essa conferência de imprensa não há muito a dizer. Apenas ressalvar uma vez mais a maneira como Rui Costa conduziu o processo, sem nunca dizer uma palavra apesar dos jornais irem dizendo por ele, e enaltecer a forma diplomática como o treinador se dirigiu a adeptos e jornalistas.
Passados alguns dias, sem grandes notícias sobre o nosso Glorioso o que só por si é sinónimo de um passo em frente muito importante na nossa política de comunicação, surgiu finalmente a primeira grande entrevista de Quique Flores.
Li-a com um gosto especial. No futebol, como na vida, o saber estar é muito importante. Não mais importante que a qualidade ou o profissionalismo com que cada um desempenha o seu trabalho, mas eu considero um ponto forte muito importante todas aquelas pessoas que sabem estar na vida, relacionando-se bem com vários sectores. Quique Flores parece-me muito bom comunicador, pessoa culta, inteligente, de bom trato. Isto é um bom princípio para o ciclo que queremos iniciar agora e com o qual queremos chegar às vitórias num futuro próximo.
Começo por dizer que preferia Laudrup como aliás escrevi por aqui, porque temia que a opção espanhola "Quique Flores" utilizasse o Benfica como o passo atrás que lhe permitisse dar dois passos em frente rumo a um grande de Espanha. Não me levem a mal quando digo "passo atrás". Escrevo-o na perspectiva tão espanhola de olhar o campeonato português como algo menor quando comparado com o seu próprio campeonato. Assumimos todos que isso é verdade mas também assumimos que em toda Espanha só há 2 clubes que se podem equiparar ao nosso Glorioso e uma delas nem sequer nos ultrapassa em campeonatos da Europa - 2 títulos de campeão europeu, mais precisamente.
No entanto, não é nada disso que vejo neste nosso "Quique". Este Quique parece-me que vem com vontade de cumprir o contrato de 2 anos e quem sabe prolongá-lo. Vejo-o consciente das dificuldades mas muito determinado no que quer para o nosso Benfica. Sabe gerir as expectativas e coloca-as exactamente onde devem ser colocadas. Diz ele que:
"Todos queremos ganhar e não há quem o deseje mais do que eu. Mas devemos ser coerentes e cumprir a nossa tarefa com prudência. O presidente e Rui Costa têm ideias muito claras sobre o que é preciso fazer para recolocar o Benfica no topo. Vamos ser ambiciosos, disso podem os adeptos ter a certeza, mas temos também de ser coerentes. E, para sermos coerentes, não podemos dizer que vamos recuperar já os 20 pontos de diferença para o FC Porto. Temos de dizer que a nossa intenção é apostar já para tentar alcançar os melhores resultados possíveis, reconhecendo que vamos partir em desvantagem em relação aos nossos rivais."
Nem mais.
Este parágrafo tem em si uma gestão de expectativas absolutamente coerente com Rui Costa e na verdade não tão coerente com o discurso megalómano que o nosso Presidente proferiu no ínicio do último campeonato. Ainda bem.
Continua dizendo:
"Há consciência de que é necessário iniciar um trabalho de base. Isso é o fundamental para o Benfica, nesta fase. Se não pensarmos assim, será mais um retrocesso. Em todo o lado, os clubes passam por ciclos de menor projecção nacional e internacional, ciclos mais ou menos decadentes. Há que estancar esse ciclo. Não se pode baixar mais e há que criar condições para voltarmos ao topo. Este ano, vamos tentar, com todas as forças, chegar lá acima, ao mais alto possível. O adepto vai poder apreciar uma equipa que vive exclusivamente para o clube e para a sua profissão. Só assim vamos atingir o êxito, embora consciente de que a fronteira entre o êxito e o fracasso pode ser um ligeiro desequilíbrio, uma escorregadela na altura de rematar à baliza, como aconteceu com John Terry na final da Champions."
Depois fala do trabalho táctico e da maneira como ele vê o futebol. Fala com uma terminologia moderna, actual e muito importante, confiante. Todos sabemos que isto pode terminar com a primeira derrota, mas também sabemos que quanto mais preparados estamos para sofrer, menos sofremos. E nós este ano, depois de ficar em quarto lugar a 20 pontos do primeiro só podemos estar preparados para sofrer.
Termina falando das contratações dizendo que primeiro há que retirar mais dos nossos jogadores, aproveitar a juventude e apenas contratar bons jogadores que sejam realmente necessários.
Espero que tudo o que hoje diz na entrevista, esteja bem dentro do que serão os seus princípios básicos de actuação, de estar no futebol e de ambição.
Para terminar, dizer que estou muito contente com a contratação do novo preparador físico, não que tenha algo contra os nossos preparadores físicos, mas porque penso que com a experiência de Valência e Liverpool, Pako Ayesteran pode garantir-nos um patamar competitivo nesta área muito importante.
Temos Treinador...
Força Benfica
Passados alguns dias, sem grandes notícias sobre o nosso Glorioso o que só por si é sinónimo de um passo em frente muito importante na nossa política de comunicação, surgiu finalmente a primeira grande entrevista de Quique Flores.
Li-a com um gosto especial. No futebol, como na vida, o saber estar é muito importante. Não mais importante que a qualidade ou o profissionalismo com que cada um desempenha o seu trabalho, mas eu considero um ponto forte muito importante todas aquelas pessoas que sabem estar na vida, relacionando-se bem com vários sectores. Quique Flores parece-me muito bom comunicador, pessoa culta, inteligente, de bom trato. Isto é um bom princípio para o ciclo que queremos iniciar agora e com o qual queremos chegar às vitórias num futuro próximo.
Começo por dizer que preferia Laudrup como aliás escrevi por aqui, porque temia que a opção espanhola "Quique Flores" utilizasse o Benfica como o passo atrás que lhe permitisse dar dois passos em frente rumo a um grande de Espanha. Não me levem a mal quando digo "passo atrás". Escrevo-o na perspectiva tão espanhola de olhar o campeonato português como algo menor quando comparado com o seu próprio campeonato. Assumimos todos que isso é verdade mas também assumimos que em toda Espanha só há 2 clubes que se podem equiparar ao nosso Glorioso e uma delas nem sequer nos ultrapassa em campeonatos da Europa - 2 títulos de campeão europeu, mais precisamente.
No entanto, não é nada disso que vejo neste nosso "Quique". Este Quique parece-me que vem com vontade de cumprir o contrato de 2 anos e quem sabe prolongá-lo. Vejo-o consciente das dificuldades mas muito determinado no que quer para o nosso Benfica. Sabe gerir as expectativas e coloca-as exactamente onde devem ser colocadas. Diz ele que:
"Todos queremos ganhar e não há quem o deseje mais do que eu. Mas devemos ser coerentes e cumprir a nossa tarefa com prudência. O presidente e Rui Costa têm ideias muito claras sobre o que é preciso fazer para recolocar o Benfica no topo. Vamos ser ambiciosos, disso podem os adeptos ter a certeza, mas temos também de ser coerentes. E, para sermos coerentes, não podemos dizer que vamos recuperar já os 20 pontos de diferença para o FC Porto. Temos de dizer que a nossa intenção é apostar já para tentar alcançar os melhores resultados possíveis, reconhecendo que vamos partir em desvantagem em relação aos nossos rivais."
Nem mais.
Este parágrafo tem em si uma gestão de expectativas absolutamente coerente com Rui Costa e na verdade não tão coerente com o discurso megalómano que o nosso Presidente proferiu no ínicio do último campeonato. Ainda bem.
Continua dizendo:
"Há consciência de que é necessário iniciar um trabalho de base. Isso é o fundamental para o Benfica, nesta fase. Se não pensarmos assim, será mais um retrocesso. Em todo o lado, os clubes passam por ciclos de menor projecção nacional e internacional, ciclos mais ou menos decadentes. Há que estancar esse ciclo. Não se pode baixar mais e há que criar condições para voltarmos ao topo. Este ano, vamos tentar, com todas as forças, chegar lá acima, ao mais alto possível. O adepto vai poder apreciar uma equipa que vive exclusivamente para o clube e para a sua profissão. Só assim vamos atingir o êxito, embora consciente de que a fronteira entre o êxito e o fracasso pode ser um ligeiro desequilíbrio, uma escorregadela na altura de rematar à baliza, como aconteceu com John Terry na final da Champions."
Depois fala do trabalho táctico e da maneira como ele vê o futebol. Fala com uma terminologia moderna, actual e muito importante, confiante. Todos sabemos que isto pode terminar com a primeira derrota, mas também sabemos que quanto mais preparados estamos para sofrer, menos sofremos. E nós este ano, depois de ficar em quarto lugar a 20 pontos do primeiro só podemos estar preparados para sofrer.
Termina falando das contratações dizendo que primeiro há que retirar mais dos nossos jogadores, aproveitar a juventude e apenas contratar bons jogadores que sejam realmente necessários.
Espero que tudo o que hoje diz na entrevista, esteja bem dentro do que serão os seus princípios básicos de actuação, de estar no futebol e de ambição.
Para terminar, dizer que estou muito contente com a contratação do novo preparador físico, não que tenha algo contra os nossos preparadores físicos, mas porque penso que com a experiência de Valência e Liverpool, Pako Ayesteran pode garantir-nos um patamar competitivo nesta área muito importante.
Temos Treinador...
Força Benfica
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