Estádio cheio e plantel fechado no dia da apresentação

Ontem foi um dia importante no tal novo Benfica que todos queremos e desejamos para os próximos anos. Não me lembro de ter o plantel fechado (ou quase quase fechado) no dia da apresentação a três semanas do inicio do campeonato, nos últimos anos. Isto revela que afinal o trabalho de Rui Costa começa a ser entendido como algo que necessita tempo para assentar ideias e conceitos.

Temos um plantel competitivo e equilibrado com a entrada de Javi Garcia e Weldon e mesmo que se decida vender Luisão ou Yebda temos dentro do plantel soluções à altura dessas vendas. Em relação a Luisão, penso que no mínimo deveria ir por 15 milhões mas já deu para entender que se alguém der 12 milhões o Benfica vende-o. Se o vendermos, Roderick pode ficar no plantel o que talvez seja má opção para um jovem tão promissor. Se o Everton insiste nos 3 milhões para Yebda se calhar deveria aproveitar-se esse negócio e assim abre espaço para a continuidade de Filipe Bastos. Caso não exista venda de Yebda, Filipe Bastos deverá ser emprestado pois caso contrário será seguramente um dos que poderá sair "para rodar".

Penso que Jorge Ribeiro e Balboa são neste momento cartas fora do baralho e se deveria pensar na venda total desses jogadores, porque não vejo grandes hipóteses de voltarem a ser opções num futuro próximo. Para que isso seja uma realidade, deverão existir clubes interessados e se no caso de Jorge Ribeiro, será relativamente fácil a sua colocação, não sei se de Espanha há clubes que queiram ficar com Balboa, nem que seja por metade do que custou.

Com Weldon, contratamos um avançado que não se importa de ser suplente e entrar em jogos que Jesus ache que a dupla titular pode não estar a render o que se exige. Parece-me boa contratação e pelo preço que custou, sem discussão.

Fala-se num guarda-redes mas eu já disse e reafirmo que se for para contratar um guarda redes que o apresentem já e não andem pelos jornais ou a deixar que os jornais especulem criando ansiedade e insegurança aos três que neste momento estão a ser testados no onze de Jesus. Não vamos deixar que este caso seja um foco de instabilidade exactamente no ano em que mais estabilidade mostramos. Ou se contrata ou se determina desde já o plantel fechado, para não alimentar mais especulação sobre este assunto.

Ontem aconteceu algo que só se vê em grandes clubes europeus. Estavam perto de 58000 pessoas no estádio e apesar da lotação ser de quase 65000 pessoas, foram pessoas embora porque nas bilheteiras havia informação de lotação esgotada. Isto porque não se poderiam vender os cativos das pessoas que não estavam lá. Nos grandes clubes europeus, que têm lotações esgotadas em quase todas as partidas, é normal os cativos darem ordem ao clube para vender o seu lugar em dias que essa pessoa não pode assistir ao jogo e até há quem dê percentagem do valor a que se vende o bilhete como crédito para o próprio proprietário do lugar.

O Benfica ainda não se pode dar ao luxo de gastar tempo, energia e dinheiro em comunicar algo assim, pois ainda deve focar-se em comunicar a venda do maior número de cativos - ou Red Pass - possível. Por falar nisso, estou curioso para saber os números finais dos Red Pass vendidos porque com o investimento feito na equipa e com o número de sócios a estabilizar nos quase 200 000, seria bom que o Benfica pudesse ambicionar a vender 40 000 Red Pass para poder ter os tais 20% de sócios com hábitos regulares de assistir ao futebol onde ele faz mais sentido - no estádio.

No entanto, saber que tivemos mais gente a ver o nosso jogo de apresentação que Sporting e FCPorto juntos dá um claro sinal que nesta altura, a tal euforia que se apregoa nestes dias, tem repercussão directa nas receitas financeiras a nível de bilhetes, Red Pass e merchandising.

Força Benfica