segunda-feira, 20 de julho de 2009

Reyes, Simão, a restante armada espanhola e os nossos jovens...


















Aí está finalmente a apresentação do Benfica, amanhã em pleno Estádio da Luz. Bem sei que é verão, que metade dos Benfiquistas anda a banhos noutras paragens mais a sul ou mais a norte, mas a apresentação do plantel este ano contra Atlético de Madrid é suficientemente forte para irmos massivamente a este jogo.

Depois das vitórias suadas no torneio Guadiana, e depois de toda a atitude demonstrada pelos nossos jogadores nesta pré-época, o mínimo que podemos fazer nesta altura é responder com a nossa presença no Estádio amanhã.

Além de ser o nosso jogo de apresentação, o adversário tem Simão e Reyes que são mais valias para que nos desloquemos à nossa catedral.

Diz hoje Simão na A Bola :

"Claro que gostava de voltar ao Benfica". E para nós adeptos, obviamente que o gostávamos de ter na equipa outra vez. No entanto, Reyes também disse o mesmo há umas semanas - "Claro que gostava de jogar esta época no Benfica, mas não depende de mim" - e nós adeptos também gostávamos de o ter na equipa.

Aliás o caso de Reyes é um caso interessante de gestão desportiva. O ano passado, quando se compra 25% do seu passe a ideia era clara. Adiantar um quarto do dinheiro no primeiro ano, ver como se adaptava o jogador e depois comprar os restantes 75% do passe no ano seguinte - ou seja, este verão.

O jogador foi dos que mais rendimento teve na anterior época desportiva, gosta de Lisboa (tal como a sua família), tem um carinho especial pelos adeptos, os adeptos um carinho especial por ele e mesmo assim o Benfica não quis pagar os tais 6 milhões que custariam o resto do passe.

Eu já aqui escrevi que penso que o Benfica tentou puxar a corda com o objectivo de obter um empréstimo por mais um ano, e assim baixar o valor do jogador até ao último momento ou acreditar que alguém o comprasse e com isso recuperar pelo menos os tais 25% que foram investidos no ano passado neste activo importante.

Apesar de não ser um jogador regular, sentia-se que Reyes poderia arrancar para uma boa segunda época, onde a tal regularidade que não teve em quase nenhum clube nos últimos anos, pudesse ser no Benfica uma realidade. Eu acreditava muito nele.

A vida é feita de opções e de escolhas. Todos sabemos que quando decidimos, perdemos e ganhamos algo, sempre. O tempo o dirá se a escolha foi ou não acertada mas as decisões não se podem adiar. Nesta perspectiva tenho de admitir que seria mais estável apostar em Reyes e tentar meter Di Maria como concorrente do espanhol ou vice versa. No entanto percebo, aceito e aplaudo a decisão do Benfica de apostar na juventude e na valorização destes jovens que temos no nosso plantel em detrimento duma aposta sólida em alguém que já tem mais experiência e que já passou pelo seu primeiro difícil ano de adaptação.

É uma pena deixar partir um jogador que era acarinhado por todo o terceiro anel, que lhe reconhecia o talento e o mérito para poder desequilibrar quando estava bem fisicamente e de cabeça limpa - como se diz na gíria futebolística. Ás vezes, sem complexos há que admitir que dum ano a outro as ideias e estratégias mudam. Com Rodriguez no FCPorto, a ideia de ir buscar Reyes o ano passado não seria seguramente a pensar em tê-lo aqui apenas uma época. No entanto, não me parece errado a opção da nossa direcção, quando tem boa e muita qualidade nessa posição especifica.

A verdade é que não temos tido muita sorte com jogadores espanhóis no Benfica e acabam de anunciar que temos mais um a caminho. Tal como Balboa no ano passado, o Benfica comprou hoje um jovem de 22 anos ao Real Madrid, por três milhões de Euros, de seu nome Javi Garcia.

Eu como não conheço bem o jogador, acho que pode ser uma boa opção para o tal famoso "numero 6" - que por acaso era o de Reyes - ou lugar "6" de médio defensivo e vértice mais recuado do losango. Como se fala por aí, na tal giría futebolística "dizem que é bom jogador". Pois seja bem vindo...

Javi Garcia ainda está na Irlanda e até há quem o aponte à titularidade do jogo que Real Madrid vai defrontar mais tarde, na estreia de Ronaldo, mas a verdade é que deverá estar amanhã no relvado do Estádio da Luz a ser apresentado a todos os sócios. Provavelmente vamos ter Javi Garcia a ser apresentado e o Javi do ano passado (Balboa para os amigos) a ser despedido ou dispensado tendo em conta os zero minutos nos 380 que o Benfica já fez em 4 partidas.

Obviamente que tenho pena que investimentos de 4 milhões de Euros sejam assim mal aproveitados pelo clube, mas ninguém tem culpa disso. Foi uma aposta séria num jogador com determinadas características e que não funcionou na primeira época. Na segunda época com outro treinador poderia funcionar se as opções técnicas fossem outras. Naquela posição a concorrência é complicada e no sistema de Jesus com os tais médios interiores direito e esquerdo, Balboa terá problemas em afirmar-se. É pena, porque não foi barato e não me parece má pessoa. A verdade é que Jesus deve ter confirmado o erro de casting que já se falava por aí nos bastidores e deverá mesmo dispensá-lo a fazer fé em mais uma noticia publicada hoje no jornal "A Bola".

Não vale a pena andarmos a falar destes 4 milhões o resto do ano. Bons e maus negócios existem em todos os clubes e faz parte do risco das contratações. Nós, adeptos fervorosos, que estamos sempre do lado certo e que nada decidimos e muito criticamos, temos de saber viver com os fracassos económicos da mesma maneira que vivemos com os êxitos financeiros/desportivos.

No blog vizinho "Geração Benfica" explica-se aqui como o FCPorto queria implantar uma estratégia de aproveitar 3 júniores entre 2006 e 2011 lançando-os na sua equipa profissional e como acabaram por ter que emprestar ou vender os tais barretes como são Ukra, Castro, Tengarrinha, Alan, Diogo Valente, Kazmierkzac, Edgar, Rabiola, Hélder Barbosa, Vieirinha, Ventura, Bruno Gama, etc...

Nos clubes adversários só se falam dos grandes negócios esquecendo os grandes flops e no Benfica temos a mania de só falar dos grandes flops e esquecer as boas contratações.

Às vezes acerta-se e outras vezes falha-se. Todos esperamos que possamos finalmente acertar neste Javi Garcia, primo de Luís Garcia que amanhã também se deslocará ao Estádio da Luz. Como vemos, o mundo do futebol é um mundo pequeno...

Com os três milhões de Euros que demos hoje por este novo reforço, o Benfica sobe para quase 20 milhões de Euros de investimento nesta temporada em cinco jogadores - Shaffer, Patric, Ramires, Saviola e este Javi Garcia - o que já de si é um montante considerável, tendo em conta que não se vendeu nada até agora.

Entre um ano e outro pagámos só ao Real Madrid, quatro milhões por Balboa, cinco por Saviola e agora três, fazendo um total de 12 milhões de Euros. Se fosse como aqueles brindes promocionais ao fim de três contratações poderíamos ter uma quarta contratação grátis, ou pelo menos com 50% de desconto. Pena que neste mundo, as promoções ainda não são uma realidade.

Eu por mim, ficava contente com a noticia maravilhosa que o plantel do Benfica estava fechado amanhã pelas 19h45m aquando do pontapé de saída do jogo contra Atlético de Madrid. Era um sinal muito positivo que dávamos a todos os Benfiquistas e adversários que devagar, devagarinho a coisa vai estabilizando.

Mesmo assim, teremos que dispensar para a equipa de juniores Roderick e Nelson Oliveira, emprestar João Pereira, talvez Jorge Ribeiro, o tal Balboa, a que se juntam Binya, Makukula, Freddy Adu (que ainda não voltou de férias) entre outros que por aí andam e que só se vão apresentar a 29 de Julho.

Uma coisa é certa... Se fecharmos amanhã o plantel - fala-se que Jesus já se contentava com o regresso de Marcel do empréstimo a um clube do Japão - a única preocupação de Rui Costa seria baixar a folha salarial dos dispensados ou vendê-los definitivamente para se poder encaixar algum dinheiro. Tendo em conta a crise que existe no futebol a este nível, não será um trabalho fácil...

O que sei é que neste momento, não vivemos só de nomes duma equipa que não sabemos como vai jogar. Hoje, o Benfica tem uma equipa que esteve quase toda junta o ano passado, que se reforçou com Saviola para o lugar de Suazo, Patric para o lugar que nunca foi substituído de Nelson, Shaffer e Sepsi para o lugar que também não teve substituto de Léo, este Javi Garcia para o lugar de Kastouranis, Coentrão para o lugar de Reyes e Ramires para reforçar o meio campo em vários lugares, dado que é um polivalente. Ganhámos David Luiz para o centro da defesa - o ano passado esteve sempre na esquerda - e colocámos Aimar onde sempre deveria ter estado.

É assim que se retoca uma equipa sem a desfigurar e a verdade é que o ano passado estávamos nesta altura com muito mais incertezas e com muito mais dificuldades em formar o plantel e gerir os dispensáveis. Passado um ano, apenas temos que nos preocupar com os dispensados e espero não ouvir uma única palavra mais sobre um hipotético novo guarda redes a não ser que seja para o apresentar pela calada. Mesmo assim defendo que o nosso problema não está aí.

Para terminar, basta-me esperar que quando Simão queira voltar ao Benfica - três ou quatro anos mais? - não seja para tirar lugar a um qualquer jovem da nossa formação. Diz hoje "O Jogo" a propósito de jovens contratações para a nossa formação que:

"O jovem brasileiro Victor Andrade, actualmente nas escolas do Santos, está prestes a ser contratado pelo Benfica, revelou a sua mãe à Imprensa brasileira. "Há um forte interesse do Benfica, há muito tempo eles entram em contacto e acho que vamos pra lá. Gostaria de ficar mais tempo aqui no Brasil, mas, na Europa, o mundo da bola é encarado de uma forma mais profissional e, nesse aspecto, o futebol brasileiro ainda tem muito a aprender", afirmou Cristiane, orgulhosa do avançado que tem sido frequentemente comparado a Robinho, também ele um antigo ídolo do Santos."

Ninguém sabe prever o futuro mas é bom que se comece a definir as prioridades de gestão desportiva e cimentar a aposta nos jovens da formação no plantel profissional do Benfica, ano após ano.

Para já, esse parece ser o caminho e a razão pelo qual Reyes não estará este ano no Benfica. Como sabemos, no futebol o que hoje é verdade, amanhã é mentira, e para contrariar tudo o que aqui escrevi, amanhã Reyes pode ser apresentado no Glorioso. Se assim for, aqui virei redefinir a análise daquilo que me parece ser a estratégia correcta do nosso clube. Ou talvez não...

Força Benfica

2 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Jorge Jesus, confesso que cheguei a ter esperança que agora é que ía ser mas...bastou o 1º jogo para ver que isto é vira o disco e toca o mesmo. Um treinador com medo de perder, que joga em casa com três centrais, que faz aquisições e tem medo de arriscar a sua utilização, optando por adptar outros que não têm caracteristicas para o lugar. Aposta num guarda redes que comete erros primários em detrimento de outro que nunca falhou, enfim sr. Jorge Jesus...é uma desilusão. Queira Deus que me engane, mas tenho a forte convicção que começou o fim do seu estado de graça, infelizmente...

Anónimo disse...

Fico triste quando um treinador de um grande clube como o BENFICA, perde 2 pontos em casa, e fala como se tivesse realizado um grande feito. Vem falar num massacre...Qual massacre qual quê, jogou aquilo que o Marítimo quis que jogasse, munca teve uma ocasião de golo limpa, daquelas que deixa o adversário complectamente fora, foi tudo feito em esforço de forma atabalhoada, nuca houve um aproveitamento do campo a 100% para deslocar o adversário da zona central, foi uma atrapalhação constante. Não interessa ter 70% de posse de bola, se não traduz isso em caudal ofensivo, atacando pelas linhas, dispersando o povoamento da zona central e aí sim os avançados poderem aparecer em boa situação de marcar. Jogo futebol, sei do que falo, sofro pelo Benfica, sinto que o Benfica tem um grande plantel, mas não tem um treinador suficientemente inteligente para formar uma grande equipa. É mais um crucificador de jovens talentos e de desperdicio de dinheiro relativo a aquisições. Adquiriu dois laterais e diz que não prestam...mais um Ano a marcar passo. Mais um ano a desperdiçar todo o dispendio e esforço da direcção. Viva o Presidente Luís Filipe Vieira e o Rui Costa, que muniram a equipa de grandes jogadores, mas não têm tido sorte nos treinadores. Viva O Glorioso.