sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Levantar a cabeça (Parte 2)

Quique reagiu com determinação, atitude e responsabilidade no final do jogo com o Metalist, numa espécie de aviso à navegação.

Tenho aqui escrito linhas e linhas de apoio incondicional a Quique, mesmo discordando dele uma ou outra vez, e hoje foi mais um destes exemplos onde ele mostra que é a pessoa certa no lugar certo.

Se há dúvidas de alguns Benfiquistas sobre o que vale - devem ser poucos - eu não tenho dúvidas nenhumas sobre o seu valor, o seu profissionalismo e a sua categoria.

Basta ler as suas palavras proferidas ontem na conferência de imprensa...

"Somos todos responsáveis, mas se tiver de ser o único a assumir, faço-o sem problemas. Não me escondo nos momentos difíceis. Fizemos uma competição muito fraca, que nada teve a ver com o que fizemos na eliminatória com o Nápoles, que foi vibrante e brava, que nos deu muito orgulho. Não estivemos ao nível que a prova exige.

"Temos a sorte de nos manter na competição mais importante e também mais difícil. É aquela que mais compensações pode dar ao Benfica. Queremos jogadores que gostem de desafios, que querem superar-se constantemente, e estamos num momento de tomar decisões nesse sentido, eles sabem-no. Hoje [ontem] não me conformo não com o resultado, mas sim com o que se passou depois do golo. Pode haver acerto ou não, pode chegar-se ao golo ou não, mas não é costume que as minhas equipas sofram um golo e fiquem conformadas com um cenário desfavorável, como se fosse indiferente. A equipa baixou os braços. Não quero jogadores conformados, que não lutem até final. Fiquei surpreendido e chateado. Não é esta equipa que desejamos, repudiamos esta imagem!

"O que se passou, sobretudo nos últimos dez minutos, vai ao encontro da história recente do Benfica. E eu não estou aqui para fazer parte dessa história. Vim com a ambição de mudar o que aconteceu nos últimos anos. Vim com a intenção de mudar a falta de alegria, a inércia e falta de vontade de ganhar. Não me conformo em ser apenas mais um e manter o Benfica dos últimos anos, isso é impensável. Não me conformo em deixar andar, em dizer se não for hoje é amanhã. É imperativo mudar a mentalidade.

"Não sinto pressão, é algo lógico. Não estamos aqui para deixar andar, sim para mudar. Não gosto de andar na rua a pedir perdão às pessoas e a baixar a cabeça. Trabalho muito e o suficiente para andar de cabeça erguida. A Taça UEFA retrata a pior face do Benfica e não podemos deixar que intoxique a Liga. Somos uns privilegiados, temos uma excelente profissão, e temos de transmitir sensações positivas. Já demos referências boas e não vou permitir passos atrás. Para mais, depois do que aconteceu com o Marítimo, era impensável que os avançados ficassem dois jogos sem marcar..."

Sem mais, Força Benfica

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Levantar a cabeça

Esta semana passaram se coisas engraçadas no universo encarnado.

Primeiro, percebeu-se que o grupo estava unido no jantar de natal depois da derrota em Matosinhos e que isso era algo negativo para os nossos mais directos adversários que queriam aproveitar esta semana negra Benfiquista.

Nesse dia e quando questionado com a pergunta de algum jornalista bem intencionado:

"Porque não tem jogado mais nestes últimos jogos?" Cardozo respondeu e citando "A Bola":

"Não sei, a verdade é que não sei porque tenho jogado pouco esta época. O professor [Quique Flores] tem colocado a jogar outros jogadores que, crê, lhe podem render um pouco mais em campo. A verdade é que não vos sei responder porquê. Continuo a treinar-me bem, com os meus companheiros, que o têm feito de forma muito boa, também. Espero, daqui em diante, jogar um pouco mais», disse Tacuara, porta-voz das esperanças do plantel benfiquista ontem, à saída do almoço de Natal, realizado no pavilhão 2 da Luz.

Sempre sem perder o sorriso e o optimismo, pese o alegado desconhecimento quanto às razões para a sua menor utilização esta época, o avançado internacional paraguaio, único dos jogadores do plantel a falar à generalidade da comunicação social à saída do repasto, sublinhou o redobrado empenho dos profissionais da águia na conquista do título nacional, gorado que está o objectivo Taça de Portugal. «Resta-nos o Campeonato, para lutar até à última», afirmou a propósito. Nesse sentido, garantiu estar o desaire em Matosinhos ultrapassado, sem mais mazelas psicológicas."

Qualquer pessoa bem intencionada entende que Cardozo respondeu a uma pergunta e de forma simpática disse o cliché dos clichés... Pois alguns jornalistas viram nesta resposta uma desestabilização total e tentaram eles próprios desestabilizar mais. Claro que os sportinguistas rejubilaram, tendo eu mesmo recebido mensagens sms de preocupação com os títulos esverdeados ou azulados que por vezes aparecem na comunicação social...

"Os cães ladram e a caravana passa"...

No mesmo dia li também n´"A Bola" Candeias afirmar que:

"Temos dois jogos pela frente, ainda antes do Natal, com o Estrela e o Marítimo, e acreditamos que vamos acabar o ano na liderança." Ele pensa que tem dois jogos em atraso mas na verdade só tem um jogo em atraso que por acaso ganhou na Reboleira ontem. Agora mesmo ganhando o próximo jogo tem que esperar que o Benfica perca (coisa que ainda não aconteceu no campeonato esta época) para chegar a liderança natalícia.

Nesta altura, comecei a entender o que significa estar em primeiro - ser o alvo a abater custe o que custar.

Sabia que o jogo com o Metalist seria aproveitado pela populaça para gozar uma vez mais com o Benfica e aqui tenho de admitir que a generalidade da imprensa embarcou nessa ajuda, considerando possível um acontecimento que era absolutamente improvável.

O Benfica não tinha como ganhar neste jogo. Se o ganhasse por 1-0 seria mau, tendo em conta os 8-0 que necessitaríamos, se empatássemos, seria mau e se perdêssemos seria péssimo. Não havia como ganhar neste jogo e por isso hoje Leonor Pinhão de forma irónica e inteligente escrevia que o ideal seria o 0-0, com o objectivo primordial de motivar Moreira.

Eu escrevi em tempos aqui, que acreditava em milagres quando esses milagres incluíssem o Benfica e por isso desejei que Metalist perdesse com Olympiakos e Hertha perdesse com Galatassaray para que o Benfica depois tivesse oportunidade de tentar ganhar 3-0 ao Metalist. Era um Milagre da velha escola e tal não se verificou, pois o Metalist ganhou ao Olympiakos eliminando aí o Benfica da Taça Uefa.

Hoje foi triste ver alguns cartazes no estádio, indevidamente destacados pelo realizador - alguns deles até com erros grosseiros de Português mas nesta coisa do Benfica o que conta é a intenção - com frases de esperança no impossível, mas ao mesmo tempo é bom saber que há quem acredite e que apoie a equipa sempre. Ainda bem, porque hoje os adeptos que foram ao estádio da Luz são verdadeiros campeões, porque estão sempre lá.

O Benfica hoje não foi feliz, mas também na vida há que aceitar o destino e hoje o destino estava traçado. Metalist acabaria em primeiro do grupo com zero golos sofridos nos 4 jogos e o Benfica acabaria em último e merecido lugar, fechando assim a sua pior participação na Taça Uefa desde sempre.

Obviamente que isto não é positivo mas também não e assim tão negativo quanto alguns querem tentar fazer transparecer.

Eu sabia que depois deste jogo de hoje o Benfica ficava finalmente livre para pensar apenas e só no campeonato. Eu já aqui escrevi sobre a derrota na Taça e sei que ainda não recuperei dessa desilusão, mas sei que os jogadores já meteram para trás das costas as duas competições que esta semana ficaram realmente para trás (passe a expressão).

Também sei que depois de termos ganho apenas um dos últimos cinco jogos, dificilmente a equipa entrará desconcentrada contra Nacional e sei que fará tudo para ganhar o título moral de campeão de Inverno e o título real de liderar com 2 pontos de avanço a classificação, nesta fase importante do campeonato.

Sei que é difícil, mas também sei que é exactamente isso que queremos. Ser líderes. E focar tudo no campeonato. Deixar os cães ladrar porque ambos os cães que ladram trocariam de lugar connosco porque ser líder é importante e eles sabem disso.

A nossa equipa é boa e não vale a pena tentar encontrar culpados em derrotas que já não interessam para nada. Não há que culpar a equipa técnica ou alguns jogadores, sonhando com contratações no mercado de inverno. Não precisamos de nada para sermos campeões, senão de nós próprios. Ainda não perdemos e acredito que não perderemos esta semana.

Neste momento não há qualquer gestão de plantel a fazer e temos que apresentar a melhor equipa possível em todos os 19 jogos que faltam na Liga. Ter a atitude correcta para no campo enviar os recados certos para imprensa, adversários e alguns adeptos de outros clubes esperançosos em que esta aparente crise tenha reflexos na Liga.

Não, não terá porque nós sabemos o nosso objectivo deste Julho e o problema deles é que com tantos objectivos, pode ser que se percam no caminho de definir prioridades. Problema deles...

Não estou contente com o resultado de hoje mas sei ver a floresta quando muitos querem ver a árvore. Que continuem cegos com essa árvore enquanto eu foco no que realmente é importante.

Força Benfica

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Indesculpável...

Eu sou um dos rostos da "paciência transformada em letras" nesta época Benfiquista. Tenho aqui escrito e apoiado um projecto em transição, fundamentado opiniões positivas, defendido sempre a nossa equipa técnica e criticando muito vagamente alguma falta de atitude pontual que penso não serem justificadas a quem representa o nosso Benfica.

Há várias semanas que tenho defendido que a Taça de Portugal era uma prioridade e fiquei muito contente quando Quique Flores fez publicamente um mea culpa depois de ter facilitado no onze que defrontou o Penafiel na Luz para a primeira eliminatória da Taça. Nesse dia Quique assumiu "que tal não se repetiria" e que o Benfica queria muito "estar presente na final da Taça de Portugal", definindo publicamente esse objectivo como "prioritário".

Escrevi aqui no blog textos e textos e textos sobre este jogo alertando para o receio que se vinha apoderando de mim e do meu poder intuitivo que normalmente me alerta quando existem dificuldades futebolísticas no caminho do Glorioso.

Eu não podia ter feito nada mais (até porque sou um mero adepto com ideias e sentimentos sobre o nosso Benfica) para alertar a nação encarnada do perigo em facilitar um milímetro que fosse neste jogo.

Estava parte da época em causa e escrevi algo provocatório no título do texto que antecedia a partida - raramente escrevo sobre jogos específicos antes deles acontecerem - decidindo-me por um simples e lacónico "O Jogo do Ano".

Senti realmente que este podia ser o Jogo do Ano. Não só do ano 2008 como aí ironicamente escrevi, mas o jogo que nos podia marcar o ano.

E não tenho dúvidas que há um antes e depois da eliminação da Taça de Portugal nesta época futebolística encarnada.

Não quero falar muito da atitude da equipa que esteve a anos luz do jogo que aí disputaram em Outubro para o campeonato e que me pareceu correcta, nem quero falar das opções técnicas/tácticas porque normalmente não falo delas e todos que me lêem sabem que assumi cegamente a minha preferência por esta equipa técnica por muitos e bons anos.

Não altero em nada essa minha preferência mas sei o que custa perder em Matosinhos e sei o que me custa saber que Quique não foi honesto com os adeptos do clube.

Quique Flores é um senhor, um gentleman e um profundo conhecedor do Futebol moderno. É a pessoa certa para levar o Benfica aos sucessos que todos queremos e alguns deles (esperamos) ainda nesta época, mas não tenho dúvidas em afirmar que Quique Flores não foi honesto com os adeptos do nosso Glorioso, na maneira como encarou este jogo contra o Leixões.

E não foi honesto, pela simples razão que não deu um sinal de prioridade à Taça de Portugal como tinha dito que daria na vitória sobre Penafiel. A opção de rodar os guarda redes é uma opção pessoal, mas que não deve ser regra de ouro em todas as partidas. É assim que eu a vejo.

Ora depois de Moreira ter três partidas oficiais, sem sofrer nenhum golo e sabendo que Quim não tinha sido convocado a opção de colocar Moretto na baliza revela automaticamente um sinal de que a prioridade da Taça não é de todo igual à do campeonato. É assim que eu leio essa opção no preciso momento em que soube desta decisão para defender a nossa baliza. Não quero dizer com isto que Moretto tem culpa, ou que Quique fez mal ou bem, ou que o resultado seria outro com Moreira. Nada disso. O resultado poderia ser o mesmo. Ou não... O que sei é que Quique não foi honesto e espero que aprenda com estes erros. Como pode aprender com estes erros? Metendo sempre os melhores jogadores disponíveis, jogando com a gestão de plantel que ele e equipa técnica têm provado magistralmente saber fazer e não dizer aos adeptos que um troféu é prioridade quando na verdade não o sente como tal.

Num ano em que é obrigatório ganhar algum título e sabendo que o Campeonato, sendo o mais apetecível é obviamente o mais difícil porque está indexado a uma regularidade que temos mantido mas que podemos perder, tendo a Taça Uefa com a pior participação do Benfica até à data, levar a sério (muito a sério) a Taça de Portugal era "obrigatório".

Para mim era obrigatório, mas provavelmente tenho critérios distintos da equipa técnica, e que sem ironia, assumo o meu respeito por esses mesmos critérios. Gostava no entanto que Quique me explicasse a opção Moretto e de que forma essa opção reforçava a confiança e a probabilidade do Benfica sair vitorioso do Estádio do Mar. Nunca se sabe quando um dia, em amena e simpática cavaqueira Quique me possa explicar essa opção, mas até lá considero-a indesculpável...

Há anos na vida dos clubes em que ganhar não é tudo. Neste ano, o Benfica não tinha que ganhar tudo, mas teria que fazer boa figura em tudo o que participa. Na Taça Uefa com Hertha de Berlim, Galatasaray, Olympiakos e Metalist apenas empatamos um jogo, estamos fora da competição e na melhor das hipóteses fazemos 4 pontos em 12 possíveis.

Na Taça de Portugal contra Penafiel, Desportivo das Aves e Leixões o Benfica ganha 3-0 com Desportivo das Aves e leva as outras duas partidas para penaltis. Ganha uma, e perde outra...

Em mais de 3h30m de dois jogos (Liga e Taça de Portugal) o Benfica não consegue ganhar ao Leixões e pior que isso, mesmo que a atitude tenha sido de louvar - longe de mim criticar nesse tópico a equipa - a verdade é que futebolisticamente o Benfica não provou ser superior ao Leixões em nenhum momento. As oportunidades claras de golo foram quase nulas e o empate apesar do domínio encarnado do jogo, justificava-se no final do tempo regulamentar e do prolongamento.

O que a mim me faz confusão é como o Benfica não entra determinado a vencer o Leixões de forma categórica, em vez de esperar pela lotaria dos penaltis, deixando que a sorte decidisse o que os nossos jogadores não foram capazes de decidir por eles próprios.

Eu considero indesculpável a derrota em Matosinhos, porque todos sabíamos o que ela podia representar. Bem sei que no futebol ganhar e perder faz parte, bem sei que muitas vezes as derrotas estão escritas, mas ontem não podíamos perder. Por isso, a dor não passa, mesmo depois de 30 horas sobre o último penalti de Reyes e por isso escrevo o texto mais desapontado de todos os que tenho aqui escrito.

Não estou contra ninguém, nem ninguém tem culpa, mas sei que a época do Benfica fica marcada por esta derrota. Sei que neste momento o campeonato será pouco para este plantel, até na perspectiva tão importante de crescimento competitivo que se desejava forte nesta época (não confundir a expressão "o campeonato será pouco" - referindo o campeonato em termos de jogos - com a "conquista do campeonato" que será muito e o objectivo primordial da época).

Neste momento temos mais uns quantos jogos da Taça da Liga - no máximo serão sete, no mínimo serão dois - um jogo a feijões para a Uefa e 19 jornadas da Liga. No total falta-nos muito pouco para o tal crescimento competitivo que desejámos para o plantel profissional do Benfica, que só é efectivo e alcançável com a própria competição.

Estamos num ponto da época em que temos tudo para fazê-la positiva, ou fazê-la uma vez mais, catastrófica. Eu acredito que vai ser positiva e continuo a acreditar no objectivo que tenho aqui apregoado desde sempre - prioridade ao campeonato, mas começamos a ter menos "tiros" caso algo corra mal na Liga.

Acredito e acredito e acredito neste plantel, nesta equipa técnica, nesta direcção técnica e nesta administração... Não o nego, mas sei que uma equipa faz se com vitórias reais e não com vitórias morais. Temos duas competições para ganhar - neste momento a Taça da liga passa para nível de prioridade total - e espero que a equipa pense em resultados, porque neste momento é apenas disso que necessitamos. Focar nos resultados e pensar que só com esses resultados podemos e devemos crescer.

Sonhei com a hegemonia interna neste ano, mas tal não virá a acontecer; sonhei com a presença na final do Jamor porque isso significaria que a equipa chegava a um patamar competitivo interessante e porque crescíamos como equipa e tal não acontecerá; sonhei que o Benfica ia deixar a alma em Matosinhos e apesar da atitude positiva não foi isso que aconteceu; sonhei com a energia positiva de Moreira nos penaltis e no final vi um Moretto incapaz e negativo; sonhei com um Natal Feliz para a nação encarnada e no máximo teremos um Natal esperançoso...

No entanto, sei que a equipa é forte e vai transformar os pontos fracos em pontos fortes.

Assim sendo, o discurso passará a ser mais incisivo - "ainda bem que estamos fora da Taça Uefa e da Taça de Portugal para poder ganhar o Campeonato..." Que assim seja, mas só por ironia e comédia barata esta frase fará sentido. Temos tanto, tanto, tanto trabalho pela frente que até lá teremos que sofrer muito....... Estamos todos preparados para isso.

Sonho com o dia em que matematicamente seremos campeões e será esse sonho que comandará a minha vida futebolística esta época.

Força Benfica

sábado, 13 de dezembro de 2008

O Jogo do Ano

Todos os "próximos" jogos do Benfica devem ser encarados como os "Jogos do Ano", porque para nós, "o próximo" é sempre o mais importante. Penso que para adeptos e para quem gere o Benfica, ganhar o "próximo" jogo será sempre a máxima fundamental que direcção e equipa técnica utilizam para motivar este ou qualquer grupo que jogue com aquela camisola.

A verdade é que os jogadores interiorizam num processo muito selectivo e por vezes nem consciente, quais os jogos que eles consideram importantes, fazendo por vezes apostas erradas.

Às vezes os próprios treinadores quando definem quem joga, também dão sinais ao grupo de que importância real tem esse jogo. Por isso é que não acredito em nada do que se vem dizendo nos jornais sobre a hipótese Moretto para a nossa baliza. Posso-me enganar mas não vejo nenhum sentido nessa opção. A opção terá de ser a Melhor Equipa possível, como prova a convocatória.

Todos os jogos da Taça Uefa eram prioridade e não ganhámos ainda nenhum. A Taça de Portugal em casa não era prioridade porque jogávamos com Penafiel e ganhámos (e bem) apenas nos penaltis. Com o Leixões fora também não era importante e viu-se o que se passou nesse terrível 6 de Outubro e o que aconteceu ao Leixões na classificação na Liga. Com o Setúbal, os jogadores devem ter pensado que passar para a frente do campeonato em casa seria "fácil demais" e acabámos por empatar esse jogo, passando para a liderança no jogo em que o grupo se mentalizou que ia ter muitas dificuldades e acabou por ganhar 6-0.

O melhor, melhor é pensar que o Jogo do Ano é sempre o próximo.

Tendo em conta que o ano acaba dentro de poucas semanas teremos apenas três jogos até final deste 2008 - Leixões, Metalist e Nacional.

Dois jogos em casa e um jogo fora; um jogo para cumprir calendário e garantir o mínimo de prestígio Europeu; um jogo de campeonato para tentar segurar a liderança nas Festas Natalícias; e um jogo que pode marcar a época negativamente caso não acabe como todos queremos.

Esse jogo que falo no final do anterior parágrafo disputar-se-á hoje, pelas 20h45m no Estádio do Mar em Matosinhos e é "por todas as razões e mais alguma" (como disse Quique numa destas últimas conferências de Imprensa) o nosso Jogo do Ano.

Tenho dado uma importância enorme a este jogo desde que soube do sorteio. Admito que tenho algum medo deste jogo e penso que o tenho descrito subconscientemente nas linhas deste blog.

Comecei por escrever sobre este jogo aqui, quando referi que o Benfica devia aprender com os erros de atitude que demonstrou este ano, nomeadamente em Matosinhos no jogo do Campeonato; não contente, voltei a falar deste jogo aqui quando defendi que a "minha opção" era utilizar Moreira na Taça e Quim na Madeira pela simples razão que apesar de tudo considerava mais importante este jogo em Matosinhos que o do Funchal (por ser a eliminar) e porque confiava plenamente em Quim para o jogo da Madeira; voltei a falar insistentemente deste jogo no texto onde celebrámos a liderança do campeonato e volto a ele agora, no próprio dia do jogo, porque nunca é demais lembrar a Importância Real desta partida na dinâmica que se quer implementar nesta época.

Nestes jogos gostava de estar no balneário do Benfica para poder discursar cinco minutos. Não falaria de tácticas - obviamente - e apenas falaria do que penso ser importante referir neste dia.

Falaria da importância deste jogo no futuro do Clube Benfica e do plantel Profissional do Benfica durante a restante época; falaria sobre a atitude má (muito má) que tiveram no último jogo aí disputado; falaria que são nestes jogos em campos pequenos e onde não apetece jogar que se vêm os grandes campeões; dizia-lhes que há uma semana que na cabeça dos jogadores adversários só está a vitória sobre o Benfica e que eles estão tão focados nisso que nós só ganhamos se tivermos o dobro da vontade de ganhar; fazia ver-lhes que há pessoas que acordaram às 5:30am para irem de autocarro do sul para Matosinhos ao frio ver este jogo e que voltarão para casa ainda nessa noite chegando por volta das mesmas 5:30am do dia seguinte e que não fizeram este sacrifício físico e financeiro para o perder: fazia-lhes entender que a Taça é tão importante como o campeonato (neste preciso ano); fazia entender a todos os jogadores que o Leixões não é um clube pequeno e que não se medem os clubes pelo seu Historial recente, ou pelo tamanho do seu Estádio, mas sim pelo momento magnifico que atravessam; fazia ver-lhes que nós somos Muito Melhores que eles e se jogarmos com atitude e vontade de ganhar este jogo, nunca o perderemos; Fazia-lhes ver que todo o bom trabalho que estamos a fazer pode ser deitado no lixo se perdermos este jogo e ficarmos fora de mais um objectivo - alertando para o facto de estarmos já fora da Uefa; dizia-lhes que não ganhámos nos penaltis ao Penafiel para virmos perder aqui; dizia-lhes que nunca acreditei mais neles que neste dia e que não tenho a menor dúvida que no final do jogo daremos um passo fundamental para o crescimento futebolístico desta equipa com a vitória neste difícil campo.

Se fosse necessário falaria num Português arranhado de Espanhol para que todos entendessem. E fazia-o com a humildade de quem sabe que não está em San Siro ou mesmo nas Antas ou Alvalade mas sim no Estádio do Mar em Matosinhos.

Fazia-o hoje porque este é realmente o Jogo do Ano, tendo em conta o que falta disputar.

Sei que este texto é um exercício irracional, tenho a certeza que alguém já comunicou aos nossos jogadores tudo isto de forma clara e cada um dos nossos jogadores sabe exactamente o que tem de fazer para voltarmos a Lisboa felizes.

Não tenho dúvidas que vamos ganhar, mas não sei porquê não deixo de ter um receio que me assusta. Os nossos jogadores não têm esse receio porque sabem o que valem e sabem que se falharam uma vez não falharão segunda. Hoje Vamos Ganhar. Porque mereceremos Ganhar...

Quero muito ser Campeão este ano, mas também quero estar no Jamor na final da Taça de Portugal. Quero muito e os nossos jogadores também...

Força Benfica

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A capa do Jornal "O Benfica"


Recebo semanalmente (como muitos outros bloggers benfiquistas) a capa do Jornal "O Benfica" um dia antes da sua publicação. A verdade é que por mais que queira estar atento e presente em todos os assuntos do Benfica, nem sempre venho à caixa de correio à quinta-feira e a sua publicação neste espaço, falha muitas vezes o timing desejado.

Tendo em conta o meu post anterior, o timing para a publicação da capa de amanhã não podia ser mais adequado.

Depois de toda a pseudo-polémica sobre o texto de José Nuno Martins mais uma razão para amanhã, todos comprarmos o nosso Jornal.

Força Benfica

Um Grande Benfiquista


A expressão "Grande Benfiquista" está muito associada a alguém que socialmente tem uma conotação facciosa, doente mas também alguém nobre que assume o seu grande Amor pelo nosso clube de várias e diversas maneiras. Eu considero-me um Grande Benfiquista porque sou tudo o que atrás escrevi entre muitos outros adjectivos, mas sei que existem outros Grandes Benfiquistas como eu. Aliás quero acreditar que 6 milhões...

Um deles é José Nuno Martins, que conheço pessoalmente, e por quem tenho muitíssima estima pessoal e profissional.

Este Homem sempre foi um visionário e sempre foi alguém muito focado nas suas ideias e na maneira como comunica essas mesmas ideias, alguém que conhece como ninguém o mercado audiovisual nacional, o mercado da comunicação/publicidade no geral e como sabemos é também um excelente comunicador.

Desde sempre que tenho por ele um enorme respeito, mas quando assumiu a direcção do Jornal "O Benfica" mais carinho e admiração por ele senti, tendo em conta que estava a servir a causa Benfiquista com a sua experiência e aprofundados conhecimentos profissionais.

Estes últimos meses têm sido determinantes para entender que desde que José Nuno Martins pegou na direcção do nosso Jornal a sua dinâmica editorial tem sido intensa e sem qualificar de melhor ou pior que o passado, considero-a uma dinâmica muito positiva.

Na semana passada no seu editorial José Nuno Martins resolveu numa maneira muito Benfiquista, espicaçar a nossa equipa utilizando expressões como:

"Tenho de soltar a indignação perante a ausência de intensidade e a falta de concentração de alguns jogadores que, para terem a honra de vestir a camisola do Benfica, são honradamente pagos"

"Talvez nada esteja perdido se, de uma vez por todas, os jogadores mudarem de atitude. Enquanto é tempo."


"Eles [jogadores] não são nenhumas flores de estufa a quem tudo tenha de ser indefinidamente perdoado"

Na minha opinião não há Grandes Benfiquistas maiores que qualquer um dos Grandes Benfiquistas que eu conheço. Quando se chega a um patamar de Grande Benfiquista não há nada acima disso e por isso é que se torna usual alguém dizer num café:

"Tu podes ser tão Benfiquista como eu, mas mais, não és..." E depois claro puxa-se do cartão de sócio para ver quem tem o número mais antigo e dar por encerrada a discussão.

E a verdade é que o Luisão, ou o Nuno Gomes ou o Quique Flores ou o Rui Costa ou o Luis Filipe Vieira ou o João Gabriel ou seja lá quem for - o Domingos Soares Oliveira não será porque não é Benfiquista - não dão lições ao José Nuno Martins do que é ser Benfiquista. Aliás do que é ser um Grande Benfiquista (acrescento que dei estes exemplos aleatoriamente e não faço ideia se leram o texto, se o criticaram ou o aplaudiram).

Eu não concordo com a forma como o José Nuno Martins escreveu o texto pela simples razão que eu não senti o que ele sentiu, mas respeito cada uma das suas palavras. Não costumo falar de mim neste blog - não é sobre mim que devo por aqui falar - mas não resisto a cometer uma pequena inconfidência. No dia do Olympiakos - Benfica fiz um dos meus maiores sacrifícios por Amor ao Glorioso. Não interessa agora de que forma o fiz, mas eu sei o que fiz. Também sei que nesse dia estava especialmente sensível - também temos esse direito - e só eu sei o que passei para poder ver esse jogo. Quando finalmente começei a ver o jogo, já o resultado estava 2-0 e daí até ao apito final só senti Orgulho no nosso Benfica. Talvez a envolvência donde estava, talvez o momento pessoal em que me encontrava, talvez a racionalidade de entender que afinal o Benfica não tinha tido assim tão má atitude que justificasse aquela goleada, fez com que viesse aqui ao Blog escrever um texto que intitulei "Viva o Benfica!" e onde reiterei publicamente o meu Amor Puro a este Clube.

José Nuno Martins sentiu de maneira diferente essa derrota e não é por ser director do Jornal "O Benfica" que deverá deixar de sentir o que sente. Não tenho dúvidas que Ama o Benfica como eu, como tu, como você ou como ele ou ela que passam os olhos por este texto.

Não admito que alguém ponha em causa o Benfiquismo dum Grande Benfiquista por uma opinião crítica em relação ao nosso Glorioso. Também não acredito em tudo o que vem escrito nos media nacionais e espero que tudo isto não passe dum infeliz fait-divers. Também quero acreditar que nunca alguém tenha colocado em causa o lugar de José Nuno Martins como director natural do Jornal "O Benfica" apenas e só porque ele expressou uma opinião polémica no jornal do nosso clube.

Outra Grande Benfiquista de nome Leonor Pinhão escreve hoje na sua crónica n´"A Bola" a propósito deste hipotético incidente:

"Deve José Nuno Martins ser condenado por ter escrito uma crítica contundente às prestações dos nossos gloriosos atletas nos dois jogos em causa?

Deve ser demitido? Demitir-se? Fazer auto-crítica?

Não, de modo nenhum.

É, certamente, uma questão geracional que me faz pensar assim. Cresci benfiquista num tempo em que, quando não havia crises, elas tinham de ser inventadas. Era estratégia pura. E maravilhosa.

Havia, por exemplo, uma preocupação em marcar assembleias gerais do clube para as vésperas dos grande jogos de modo a que meia dúzia de associados, plenos de espírito de missão, pedissem a palavra para desancar na equipa de futebol mesmo que a equipa de futebol liderasse o campeonato com 36 pontos de avanço.

E porquê?

— Porque, de vez em quando, é preciso espicaçar os jogadores — foi-me explicado por benfiquistas mais velhos, altamente qualificados no seu benfiquismo e superiormente inteligentes.

Recordo-me, por exemplo, de uma assembleia geral em que a equipa de futebol foi apelidada de «equipa das bacalhauzadas» e, assim, por descrédito e insultos grosseiros, foi reduzida a uma menoridade que não era a sua. Conclusão: 48 horas depois esmagámos com uma goleada um ancestral rival interno.

E porquê?

Porque os jogadores foram «espicaçados».

Neste sentido, histórico, entendo o editorial de José Nuno Martins.

Às vezes é preciso inventar uma crise."

Como sempre, Leonor Pinhão é brilhante, lúcida e utiliza de forma sarcástica algum humor para aligeirar o que é necessário aligeirar e não dar muita importância ao que realmente não tem importância.

Temos sempre que olhar para os mais velhos e para aqueles que sabem exactamente o que representa o Benfica e o que representa o Antigo Terceiro Anel na opinião Benfiquista. Bem sei que ser racional é desejável mas o Terceiro Anel não é racional e não conheço nenhum Benfiquista mais apaixonado do que aquele que ainda continua a preferir esta bancada a qualquer outra do Estádio. Não sei onde José Nuno Martins vê os jogos - calculo que não os veja no Antigo Terceiro Anel (que neste estádio é exactamente do lado oposto à bancada presidencial) - mas nesse editorial representou muito da opinião desse Terceiro Anel que Ama "irracionalmente" tanto ou mais o Benfica que qualquer um dos jogadores que representam o nosso Clube e que foram os visados nesse texto.

Nunca nos podemos esquecer que por mais Amor que um jogador tem a um clube, esse jogador vai e vem, e só os Grandes Benfiquistas envelhecem no Terceiro Anel. E quanto mais velhos somos mais sentimos o Benfica e mais o Amamos. José Nuno Martins mostrou o seu Amor numa semana complicada e onde cada um de nós teve emoções distintas.

Uma coisa é certa, como a Assembleia Geral antes dum jogo importante, que fala a Leonor Pinhão no texto de hoje, o resultado na Madeira foi de 6-0, dois depois da publicação do texto de José Nuno Martins.

Pela parte que me toca, Obrigado José Nuno Martins... Nunca saberemos se foi o seu texto ou não mas a verdade é que não se via uma goleada destas há muitos anos.

Força Benfica

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A importância da Liderança


Somos primeiros. Sei que não terá nenhuma importância para os adeptos do FCPorto, talvez do Sporting, do Leixões e de outras equipas que foram líderes do campeonato nos últimos 1296 dias - desde o dia 22 de Maio de 2005 - mas para o Benfica é muito importante conseguir esta liderança nesta altura.

Sei o que representa ser primeiro e sei o que pode significar no futuro de curto, médio prazo do nosso clube esta liderança do principal campeonato nacional.

Eu defendi aqui no blog que começar 2009, a 2 ou 3 pontos do primeiro classificado seria algo "muito bom" e que nos deveria orgulhar a todos. Disse-o em Agosto e sabia bem porque o escrevia. Sabia que mudávamos de treinador, perdíamos o maestro no campo colocando-o em novas funções directivas, sabia que tínhamos muitas caras novas e basicamente sabia que meses antes terminámos o campeonato em quarto atrás de Guimarães e Sporting e a mais de vinte pontos do FCPorto. Sabia (e sei) que no futebol não há milagres e que o Tempo era o nosso melhor amigo, mas também o nosso maior obstáculo para arrancar bem nesta Liga.

Disse e repito que para mim a prioridade total é o campeonato, seguido da Taça de Portugal, Taça da Liga e Taça Uefa. Não coloco a Taça Uefa em último porque estamos fora dela, mas sim porque sabia que mesmo passando esta fase - coisa que acreditei obviamente que podia e devia ter acontecido - o nosso foco não devia sair nem por um segundo da tentativa de encurtar distâncias em relação aos nossos maiores adversários internos.

Este conceito de encurtar diferenças internamente era o objectivo, sempre pensando que encurtando diferenças, estávamos a dar como dado adquirido que estaríamos atrás desses adversários no final do primeiro terço de campeonato. O que temos assistido é uma prova magnífica do Benfica - que começou mal com 3 empates nos primeiros cinco jogos - e uma atitude muito positiva da equipa em dar eco aos objectivos "internos" previamente (bem) definidos por Rui Costa e Quique Flores.

E neste momento, tirando os desaires da Taça Uefa que nos afastam prematuramente dessa competição, o Benfica tem sido muito forte, mesmo com alguns erros infantis em alguns jogos. Gostava obviamente de continuar na Europa mas sei que preparar a equipa este ano para que possa dar frutos Europeus no próximo pode ser consequência aceitável para este desaire prematuro.

O Benfica hoje, tem claramente uma estabilidade que não tinha noutras épocas e só passando por essas épocas sofríveis podemos hoje constatar isso mesmo. Depois dos 5-1 da Grécia, e do empate com Setúbal a equipa entra na Madeira com a confiança de quem sabe que está a crescer bem e de quem sabe que obviamente é mais forte que o Marítimo. Não foi a expulsão que ganhou o jogo. O jogo ganhou-se no inicio quando se viu a atitude da equipa. A goleada nasce com a expulsão mas a vitória nasce desde o primeiro minuto de jogo.

Esta certeza de todo o grupo, em que o trabalho está a ser bem feito é aquilo que nos vai fazer também acreditar que depois de uma derrota ou dum mau resultado não há uma crise ou uma derrocada, porque começa-se a ter certezas que o bom trabalho tem naturalmente de dar frutos, exingindo-se mais, tendo mais concentração e evitando-se erros que se têm vindo a cometer neste passado recente.

O que me espanta é que este trabalho dê frutos em tão pouco tempo. E sobre isso lembro que apesar do campeonato ser a prova principal, o domínio nacional não se fica apenas pelo campeonato. Esta liderança no campeonato, apenas nos aumenta a responsabilidade no próprio campeonato mas também nas outras provas nacionais. Todos sempre nos querem ganhar. Agora querem ganhar ainda com mais ganas (para usar uma expressão cara ao nosso treinador), começando já pela equipa que perdeu a liderança para o Benfica.

Ter um jogo contra o Leixões no próximo fim de semana é algo que faz com que o Benfica não possa sequer desfrutar da liderança porque o medo de perder e sair fora da Taça com a equipa revelação desta Liga é real.

Eu quero ser campeão e ganhar a Taça de Portugal no Jamor. É isso que quero. Não quero a Taça Uefa (também já não a posso querer) e a Taça da Liga pode vir por acréscimo mas não me tira o sono. Mas quero muito ganhar os dois principais troféus nacionais e sei que para ganhar os dois tenho de ganhar ao Leixões no próximo sábado.

Há cerca de um mês dizia eu aqui no blog que se o Benfica souber aprender com os erros pode falhar menos e ganhar mais. Também dizia depois do jogo de Setúbal e de Atenas que quando deixarmos de ser infantis nalguns momentos do jogo, também íamos ser mais felizes noutros jogos. Com o jogo do Leixões a atitude tem de ser a mesma que se teve em Guimarães, que tivemos no Funchal esta semana ou a que tivemos por exemplo em Paços de Ferreira. O Benfica tem de jogar este jogo sabendo que é mesmo uma final e que não se espera menos que 100% de cada jogador. Penso que 99% não será suficiente porque todo Portugal não Benfiquista quer que o Benfica perca para passar o Natal mais feliz e porque José Mota e sus muchachos já provaram o que podem fazer para nos contrariar. Nós pelo contrário queremos passar o nosso Natal feliz e sabemos a importância deste jogo. Eu dizia aqui há uma semana que preferia perder com o Marítimo, que perder com o Leixões para a Taça, pela simples razão que nesta competição perder não tem remédio.

Nós somos superiores ao Leixões, não pelos dois pontos de avanço no campeonato, mas pela nossa equipa, estrutura, individualidades. O que sei é que se não formos muito fortes mentalmente, fisicamente e tacticamente não ganharemos em Matosinhos.

Espero que não se entrem em falsas euforias com os 6-0 da Madeira e se esqueça a atitude miserabilista (não miserável) com que se entrou para a segunda parte do pior jogo do ano contra o Leixões na Liga. Não se pode esquecer esse jogo porque são estes jogos que nos marcam o ano. Eu perdoo ao Benfica tudo, menos a falta de atitude. Mesmo em Atenas, achei que o Benfica tentou o possível e não os critiquei mas em Matosinhos fomos maus e não serve de desculpa o excelente campeonato do Leixões ou os seus bons resultados em Alvalade ou Dragão.

Exijo como adepto atitude igual ou superior à da Madeira por "todas as razões e mais algumas", como dizia Quique Flores na passada semana na conferência de rescaldo de empate com Setúbal.

A importância da liderança também se vê nestes jogos que nem sequer são para o campeonato. O Benfica é um todo e este jogo é fundamental para o resto do ano.

Até ver será o jogo do ano - primeiro e segundo defrontam-se - com a agravante de quem perder sai da competição. Deixem tudo em campo e façam-nos acreditar que o bom trabalho começa também a dar resultados onde eles são mais importantes - no domínio das competições nacionais.

Ainda sobre este jogo, mas noutro tabuleiro, informa "A Bola" que o Benfica vai receber 61250 euros (o mesmo que Leixões) referentes a direitos de transmissão televisiva deste jogo que opõe o primeiro e segundo classificado da Liga.

O Benfica pediu, e muito bem, a cópia do contrato assinado pela Federação Portuguesa de Futebol (detentora do poder negocial dos jogos da Taça de Portugal) com a TVI para averiguar os números reais que a estação de televisão pagou por este jogo. Ou muito me engano ou o Benfica vai ter uma surpresa pois os valores que a TVI pagou foram mesmo esses. Isto só prova que neste momento têm de se rever todas as regras de todas as competições no que toca a transmissões televisivas nacionais e o Benfica aí terá uma palavra a dizer porque não se pode negociar pacotes de transmissão da Taça de Portugal a pensar que o Benfica receberá 61250 euros quando se desloca ao campo do segundo classificado nos oitavos de final da prova.

Absolutamente Ridículo. Sem mais comentários...

Parabéns a todos os Benfiquistas que durante 1296 dias acreditaram que este dia chegaria, mais cedo ou mais tarde. Nós podemos e devemos desfrutar da liderança, mas os nossos jogadores já têm que esquecer a goleada de domingo e focar tudo no importante jogo da Taça. Concentração, atitude e união são a receita para ganhar a esta equipa surpresa da Liga e não espero nada menos que isso e muita paixão para assumir em campo a responsabilidade de ser primeiros.

Tenho muito orgulho no trabalho feito neste "Novo Benfica" e sei que estamos ainda no começo de um ciclo com muitas vitórias. Que a próxima seja já no sábado...

Com orgulho de líder, grito bem alto :

Força Benfica