terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Nuno Gomes expulso com o Nacional?

Segundo se pode ler na imprensa desportiva do dia de hoje, Nuno Gomes foi expulso no jogo com o Nacional, sem que ele saiba as razões para tal expulsão.

Diz a Lusa que :

"Nuno Gomes foi expulso depois do jogo Benfica-Nacional, informaram os responsáveis do clube da Luz. O incidente passou despercebido aos olhos de todos quantos estiveram no estádio. Aliás, segundo explicou o director de comunicação dos encarnados, João Gabriel, à Agência Lusa, nem o avançado percebeu.

Dados os contornos da expulsão do capitão, os benfiquistas ameaçam agir criminalmente contra a equipa de arbitragem liderada por Pedro Henriques, caso considerem serem falsas as justificações dadas: «O delegado do Benfica ao jogo, Shéu Han, verificou que na ficha do árbitro constava a expulsão do jogador e capitão de equipa, Nuno Gomes. Não foi dada qualquer explicação, quer ao clube quer ao atleta, dos motivos dessa expulsão, aliás desconhecida de todos os intervenientes no jogo. Mais, o jogador em momento algum se cruzou com a equipa de arbitragem no final do jogo.»

O director de comunicação apontou que os responsáveis encarnados vão reunir as informações necessárias, antes de tomarem uma decisão em relação ao sucedido: «O Benfica e o jogador reservam-se ao direito de agir criminalmente contra a equipa de arbitragem se verificarem que esta faltou à verdade, ao invocar acontecimentos ou acções desconhecidas e não praticadas pelo atleta."

O que Nuno Gomes deveria dizer ao árbitro no final da partida é que ele pensa que nos tirou dois pontos mas na verdade ainda nos pode dar o campeonato...

Agora vai ser mais fácil ao Benfica ganhar os jogos em casa e fora, porque basta que alguém crie alguma confusão na área, se enrole um jogador nosso com outro adversário no chão e Nuno Gomes, Suazo ou Cardozo mandam a bola contra esse indefeso jogador adversário e se a bola lhe bater no braço - independentemente da vontade desse jogador - será sempre penalti.

Temos os nossos problemas resolvidos. Agora vamos ter penaltis todas as semanas a nosso favor.

Ainda bem que há algo positivo com o não assinalar do penalti sobre Miguel Vítor, da hipotética mão dele na mesma jogada e do consequente golo invalidado.

Fora de brincadeira, como é que é possível um jogador ser expulso e só o saber quando o delegado técnico, assim como quem não quer a coisa, passa os olhos de esguelha pelo relatório do árbitro?

Tudo isto é surreal mas temos que saber que por mais que se fale alto e se tentem desmascarar os árbitros e o que nos têm prejudicado, no próximo jogo do Benfica na Trofa, não nos vão ajudar. Posto isto, a maneira que temos de ser campeões é assumir dentro do jogo que somos realmente melhores que todas as equipas que defrontarmos na Liga e tentar resolver o jogo antes que seja tarde demais.

"Fia te na virgem e não corras..." é o que se dizia nas aldeias deste Portugal, a quem não trabalhava a pensar que não o fazendo o milagre vinha do Céu. Ontem apareceu um milagre e a bola entrou mesmo, mas esse milagre não invalida que alguém ontem se fiou na virgem e não correu quando devia. E quando assim é há juízes na Terra que podem influenciar a execução desse milagre. Ontem passou se isso no Estádio da Luz.

Não podemos esmorecer com este percalço e só temos que pensar que vamos entrar em 2009 com mais vontade e mais garra de sermos campeões.

Há males que vêm por bem. Neste caso o mal de ter o Nuno Gomes expulso, pode vir a dar queixa crime contra o árbitro e não vejo melhor desfecho para o que passou ontem. Temos que esperar para saber realmente o que disse esse artista Pedro Henriques no seu relatório sobre esta pseudo-expulsão do Nuno Gomes.

Também se diz nas aldeias de Portugal que "Deus escreve certo por linhas tortas" e eu que acredito pouco na religião em prol do futebol, tenho de concordar que tudo isto ainda pode dar muita volta. Ninguém nos dará os 2 pontos, mas também não tenho pressa de ser campeão e estes pontos não nos farão falta. Por agora não fazem... Acreditem...

Força Benfica

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Safou-se o resultado...

No final da partida de hoje no Estádio da Luz, Luisão disse que:

"O problema não foi atitude, mas sim um problema técnico".

E ele tem toda a razão. Nós pensamos sempre que o problema é de atitude mas a verdade é que se eu entrasse hoje em campo, por mais atitude e vontade que tenho (acreditem que correria até aos limites das minhas forças) não ajudaria em muito a equipa porque tecnicamente sou uma nulidade - tendo em conta os parâmetros de jogador profissional do Benfica.

A meio da segunda parte, o resultado 0-0 era lisonjeador para o Benfica e tecnicamente fui obrigado a concluir o que não queria concluir - o Nacional joga melhor futebol que o Benfica (pelo menos hoje).

Penso que não fui o único a pensar isto, pois esta era a verdade indesmentível do que se passava no relvado do Estádio da Luz.

Na NBA é muito comum as equipas fazerem três primeiros períodos a jogar a meio gás, controlando o resultado, sem grande intensidade (especialmente na regular season) e depois atacam forte no último período como se esse último período fosse o único que conta para o desfecho da partida.

Pois o Benfica hoje, fez exactamente isto, com a agravante que esse forcing final coincidiu com a expulsão dum jogador do Nacional - nunca saberemos se foi consequência da expulsão ou foi por nossa iniciativa que começámos a jogar mais rápido, apesar do chuveirinho ser a jogada mais utilizada.

Temos que admitir, que este jogo hoje foi mau demais para ser verdade. Todos sabemos o que se passou na última semana na nossa equipa e todos sabemos o que se passou nos campos dos adversários directos no fim de semana. Mais uma vez - como aconteceu com Setúbal, Leixões, Metalist - "por todas as razões e mais algumas" devíamos ter ganho, mas não ganhámos.

E não ganhámos por nossa culpa. A pior coisa que aconteceu ao Benfica hoje, foi ter sequer existido aquela jogada de golo invalidado no final, mesmo que o golo seja limpo. Isto porque essa desculpa de termos sido roubados vai estar em todas as cabeças encarnadas nos próximos dias e isso não é mais que querermos tapar o sol com a peneira.

Estamos num período péssimo da época, porque a equipa está absolutamente desconstruída. É muito bom terminar em primeiro com os tais dois pontinhos de avanço, mas mais importante que esta vantagem é a paragem que permitirá à equipa, vir com novas energias no ano novo. Energias físicas, mentais e místicas - necessitamos de energia positiva na equipa outra vez.

Desde os 6-0 que não marcamos nenhum golo e esta carga negativa tem de sair definitivamente da equipa, mas também temos que melhorar muito a parte técnica-táctica do nosso jogo.

Como muitos dos que me lêem por aqui sabem, sou totalmente contra que qualquer jogador ou treinador fale de árbitros e sobre este tema já aqui falei noutro post. Não admito que outra pessoa que não Rui Costa ou Luís Filipe Vieira falem de árbitros na estrutura do Benfica e com este principio (que não mudarei nunca, sob nenhum roubo de catedral ou qualquer benefício a nosso favor) repúdio totalmente as palavras de Quique Flores no final da partida. Não quero ter um treinador à imagem de Jesualdo ou Paulo Bento e mesmo que Quique tenha mantido a educação, na minha opinião deve sempre calar e respeitar o árbitro, focando as mágoas deste empate - que na minha opinião não foi tão mau quanto isso - nos falhanços gerais da equipa e em falhanços individuais que permitiram que a equipa chegasse ao nulo no final do jogo.

Terminamos o ano sem a alegria que todos merecíamos - 36399 pessoas no estádio a uma segunda feira de natal às 1945h - mas com o contentamento de sermos primeiros no Natal ao fim de 15 anos.

Espero que possamos continuar na liderança do campeonato, mas neste momento temos tudo complicado para o nosso lado. Não quero falar muito da Taça Uefa e Taça de Portugal, mas sem nenhuma dessas competições qualquer desaire Benfiquista na liga - e lembro que ainda não perdemos - vai ser amplificado por todos como crise geral e alerta vermelho. Essa culpa é algo que só pode ser remetida unicamente para a equipa que agora tem uma pressão que ajudou também a construir.

Foi muito mau o jogo de hoje, mas safam-se os números na liga e o resultado positivo de hoje. Liderança com 26 pontos em 12 partidas, sem nenhuma derrota, melhor ataque e melhor média entre golos sofridos e marcados..

Neste momento, há que ter consciência que vai ser muito difícil vencer o campeonato e que temos de sofrer muito para o conseguir. O segundo lugar pode não ser mau como já alertou Quique e temos que nos preparar para tudo. Como alguém escreveu aqui num blog vizinho :

"... no 2º jogo que TEMOS de ganhar, empatamos... Assim se perdem campeonatos..."

Eu acrescento que não se perdem mas dificultam-se. Uma vez mais e para terminar a análise pergunto aos meus mais directos adversários se queriam trocar de posição comigo e ambos responderiam que sim...

"O que não nos mata torna-nos mais fortes..." Estamos vivos e em primeiro, mesmo que nos custe fechar o ano desta maneira.

Força Benfica

Centésimo Post - Futebol mas não só...

Decidi um dia escrever sobre a minha grande Paixão, duma forma isolada e individual, sem o anunciar publicamente e hoje, passados exactamente 8 meses e 11 dias sobre esse 11 de Maio 2008, chego ao centésimo post.

Não tinha qualquer outro objectivo, senão escrever as minhas ideias, organizar os meus pensamentos e confirmar que mais tarde posso saber exactamente o que pensei naquele preciso momento, mesmo que noutro tenha uma opinião diferente.

É isso que tenho feito. Opinar sobre a minha grande Paixão - o Benfica.

Estes últimos meses têm sido importantes e decisivos na minha vida e este blog tem-me mantido calmo e sereno. Quase como um porto de abrigo, que por aqui está sempre pronto para me receber. Tudo isto, resume-se à Paixão que tenho pelo Benfica e a maneira racional e determinada como penso cada um destes assuntos relacionados com o Benfica. Não sei se sou assim tão equilibrado e confiante fora desta Paixão encarnada, mas sei que por aqui vou escrevendo com uma confiança e com uma segurança de ideias que muito me satisfazem.

Foi no dia em que Rui Costa abandonou os relvados que decidi escrever o primeiro post. Abri o blog, dei-lhe o nome que queria e resolvi escrever esse primeiro texto de nome "O Benfica Sou Eu". Não entendia (nem entendo) muito bem as questões técnicas deste meio e bem pena tenho de não saber colocar este blog um pouco mais "esteticamente apelativo". Neste dia e antes de falar do que realmente quero falar - "ecletismo Benfiquista" não posso deixar de falar de Rui Costa, pois se foi no último dia que pisou os relvados que decidi abrir este espaço, no momento em que celebro 100 "longos" posts devo dirigir-lhe uma ou outra palavra.

Ponto 1
Rui Costa falou para a Benfica TV (que ainda não tive tempo suficiente para analisar e comentar) dizendo a maravilhosa frase :

"Espero ser melhor director desportivo do que aquilo que fui como jogador."

Esta frase traz marcada na sua génese uma ambição, um profissionalismo e uma força que impressiona.

Passaram 8 meses e 11 dias desde o seu último jogo e este Homem define desde já que quer fazer História nas novas funções. Com esta frase, Rui Costa deixa-nos entender que acorda diariamente (cedo) com vontade máxima em aprender, fazer bem, cometer menos erros e acertar mais na esperança de devolver o Benfica ao seu lugar de destaque e consequentemente elevar o seu novo cargo de director desportivo a níveis superiores do que atingiu como jogador.

A partir deste momento há duas coisas que temos que ter em conta. Rui Costa define com esta frase uma carreira que ele quer longa no dirigismo desportivo - no inicio como director desportivo, depois logo se verá - e anexa ao seu sucesso e fracasso os sucessos e fracassos do Benfica. "Que tenhas sorte, Rui..."

Ponto 2
Cresci a ouvir dizer que enquanto o Benfica era dominador no futebol, outros clubes eram dominadores no ecletismo desportivo. Nunca entendi bem essa questão tão verde de pensar que outros dominam o ecletismo nacional. É um mito que nunca entendi. Sempre me lembro do Benfica ser dominador (e se não dominador, pelo menos competitivo) em vários desportos como sejam o hóquei, o basket, o vólei, atletismo, ciclismo, rugby, andebol, etc...

Certo dia numa discussão infantil (algures entre 8-12 anos) com um adversário/colega/amigo esverdeado e no calor de argumentos ele disse-me que o Sporting era melhor que o Benfica no motocrosse. Isso mesmo, no motocrosse. Imaginem tal o seu desespero para colocar motocrosse como uma modalidade em que esse tal clube esverdeado seria melhor que o Benfica. Eu devo ter respondido com bilhar e deve-se ter terminado a conversa aí... Nesses tempos pré-adolescentes em que comprava religiosamente o jornal do Benfica e "A Bola" para ler "as coisas realmente importantes da vida". Às vezes tenho saudades desses tempos em que ia comprar "A Bola" à segunda-feira (ainda não era um jornal diário) e como um grande lençol, o estendia na mesa da sala e passava uma tarde a ler tudo, tudo o que tinha a ver com o Benfica e a dissecar os resultados do fim de semana - e nem tudo era futebol.

Pois bem, passados alguns anos desde essa discussão esverdeada e das tardes livres onde se podia ler o jornal do Benfica ou "A Bola" descansadamente e num momento em que a nossa equipa de futebol lidera o campeonato com um jogo a menos, é bom olhar para o tal projecto ecléctico tão caro a qualquer Benfiquista que se preze.

Sobre esta questão, a minha opinião é clara há muitos, muitos anos... Eu entendo que cada secção tenha que dar lucro e que tenha que ser auto sustentada através de quotas (a quota suplementar modalidades confere novas obrigações ao clube neste particular) e de patrocínios, mas sei que no dia em que algo correr mal nessa secção, a porta de saída é muitas vezes o desfecho dessa secção amadora do clube.

Eu tenho uma regra distinta. Eu penso que nos milhões que se geram no futebol deveria estar sempre anexada uma percentagem que seria canalizada ano após ano para as modalidades amadoras. Bem sei que com a SAD, tudo isto tem regras e as matemáticas financeiras nem sempre são fáceis mas penso que seria importante que cada um de nós soubesse que quando compra um bilhete de época, possa estar a dar uma percentagem pequena para as modalidades - depois do estádio pago isto deveria ser possível.

A verdade é que neste momento o Benfica é um orgulho para todos os Benfiquistas. Ainda lideramos o campeonato de futebol - lembro para os distraídos que as derrotas com Leixões e Metalist não contam para a Liga - e somos líderes no basket com 14 vitórias em 14 jogos depois de termos derrotado o FCPorto em Matosinhos este fim de semana - os Celtics na NBA que se cuidem porque os seus 25-2 estão a ser ameaçados do outro lado do mundo.

Estas duas lideranças sem derrotas - futebol e basket - são bem acompanhadas pelo futsal, pelo andebol, pelo voleibol e pelo hóquei que apesar de não liderarmos estamos na corrida em todas estas modalidades pelo ceptro mais desejado.

Para lembrar os mais distraídos, o FCPorto não tem futsal nem voleibol e o Sporting não tem nem hóquei na Liga principal nem equipas de basket ou voleibol.

O Benfica está a trabalhar para que o ecletismo seja uma realidade dominadora, mas para isso é importante que se dê uma prioridade total a este item. Há alturas em que não se entende bem as prioridades, os investimentos, os desinvestimentos, as dúvidas e os projectos mal planeados, como por exemplo com o ciclismo. Acabamos de saber esta semana que João Lagos quer acabar com o ciclismo como se abrir ou fechar secções usando a marca Benfica fosse um negócio como qualquer outro. Não pode ser assim. Por isso é que temos de saber claramente quem é prioridade e quem está à experiência, porque eu não acredito que o Benfica aceite ser tubo de ensaio para qualquer pessoa, ou marca.

Temos que ser claros nesta análise e definir em que modalidades queremos ser profissionais e ter longevidade e em que modalidades queremos ser os tais tubos de ensaio. Nestes últimos casos, mais vale nem sequer abrir a modalidade para evitar o que acaba de acontecer com o ciclismo.

Quero ver um Benfica ecléctico (ainda mais se possível) e dominador. Quero ver os pavilhões cheios em alturas importantes da época - as tais tardes magníficas que se viam as modalidades antes de irmos ver o futebol devem voltar - e quem sabe se depois desta nova campanha de angariação de sócios o Benfica não se lembra de fazer uma boa campanha para apelar à quota modalidades. Eu que também domino algumas das questões do Marketing, vejo sempre um posicionamento das modalidades como um parente de luxo, apesar do verdadeiro posicionamento junto do grande público é que as modalidades são pobres. Espero que entendam o verdadeiro sentido desta palavra pobre aplicada num conceito de puro posicionamento de marketing.

Há que valorizar as modalidades e um bom anúncio reposicionando as modalidades num nível superior, com imagens do hóquei, do basket, do futsal, do voleibol, do andebol, apelando à adesão da quota modalidades podia criar receitas extraordinárias importantes que seriam determinantes para poder ganhar mais e perder menos.

Os investimentos nas modalidades terão de ser uma prioridade no próximo mandato presidencial - lembro que neste próximo mandato ficaremos com o estádio pago, com a Benfica TV consolidada, com os direitos televisivos do futebol livres e teremos mais sócios e provavelmente mais títulos futebolísticos que como sabemos catapultam todo o nosso universo encarnado - e espero que Luís Filipe Vieira assim o entenda.

Estamos no bom caminho do Benfica ecléctico e dominador. E eu também me parece que estou no bom caminho ao fim de 100 "longos" posts e depois de entender que este meu cantinho blogosférico dá-me a paz de espírito que necessito para encarar o resto da minha vida. Quem diria? E nem ainda contei à família...

Força Benfica

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Levantar a cabeça (Parte 2)

Quique reagiu com determinação, atitude e responsabilidade no final do jogo com o Metalist, numa espécie de aviso à navegação.

Tenho aqui escrito linhas e linhas de apoio incondicional a Quique, mesmo discordando dele uma ou outra vez, e hoje foi mais um destes exemplos onde ele mostra que é a pessoa certa no lugar certo.

Se há dúvidas de alguns Benfiquistas sobre o que vale - devem ser poucos - eu não tenho dúvidas nenhumas sobre o seu valor, o seu profissionalismo e a sua categoria.

Basta ler as suas palavras proferidas ontem na conferência de imprensa...

"Somos todos responsáveis, mas se tiver de ser o único a assumir, faço-o sem problemas. Não me escondo nos momentos difíceis. Fizemos uma competição muito fraca, que nada teve a ver com o que fizemos na eliminatória com o Nápoles, que foi vibrante e brava, que nos deu muito orgulho. Não estivemos ao nível que a prova exige.

"Temos a sorte de nos manter na competição mais importante e também mais difícil. É aquela que mais compensações pode dar ao Benfica. Queremos jogadores que gostem de desafios, que querem superar-se constantemente, e estamos num momento de tomar decisões nesse sentido, eles sabem-no. Hoje [ontem] não me conformo não com o resultado, mas sim com o que se passou depois do golo. Pode haver acerto ou não, pode chegar-se ao golo ou não, mas não é costume que as minhas equipas sofram um golo e fiquem conformadas com um cenário desfavorável, como se fosse indiferente. A equipa baixou os braços. Não quero jogadores conformados, que não lutem até final. Fiquei surpreendido e chateado. Não é esta equipa que desejamos, repudiamos esta imagem!

"O que se passou, sobretudo nos últimos dez minutos, vai ao encontro da história recente do Benfica. E eu não estou aqui para fazer parte dessa história. Vim com a ambição de mudar o que aconteceu nos últimos anos. Vim com a intenção de mudar a falta de alegria, a inércia e falta de vontade de ganhar. Não me conformo em ser apenas mais um e manter o Benfica dos últimos anos, isso é impensável. Não me conformo em deixar andar, em dizer se não for hoje é amanhã. É imperativo mudar a mentalidade.

"Não sinto pressão, é algo lógico. Não estamos aqui para deixar andar, sim para mudar. Não gosto de andar na rua a pedir perdão às pessoas e a baixar a cabeça. Trabalho muito e o suficiente para andar de cabeça erguida. A Taça UEFA retrata a pior face do Benfica e não podemos deixar que intoxique a Liga. Somos uns privilegiados, temos uma excelente profissão, e temos de transmitir sensações positivas. Já demos referências boas e não vou permitir passos atrás. Para mais, depois do que aconteceu com o Marítimo, era impensável que os avançados ficassem dois jogos sem marcar..."

Sem mais, Força Benfica

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Levantar a cabeça

Esta semana passaram se coisas engraçadas no universo encarnado.

Primeiro, percebeu-se que o grupo estava unido no jantar de natal depois da derrota em Matosinhos e que isso era algo negativo para os nossos mais directos adversários que queriam aproveitar esta semana negra Benfiquista.

Nesse dia e quando questionado com a pergunta de algum jornalista bem intencionado:

"Porque não tem jogado mais nestes últimos jogos?" Cardozo respondeu e citando "A Bola":

"Não sei, a verdade é que não sei porque tenho jogado pouco esta época. O professor [Quique Flores] tem colocado a jogar outros jogadores que, crê, lhe podem render um pouco mais em campo. A verdade é que não vos sei responder porquê. Continuo a treinar-me bem, com os meus companheiros, que o têm feito de forma muito boa, também. Espero, daqui em diante, jogar um pouco mais», disse Tacuara, porta-voz das esperanças do plantel benfiquista ontem, à saída do almoço de Natal, realizado no pavilhão 2 da Luz.

Sempre sem perder o sorriso e o optimismo, pese o alegado desconhecimento quanto às razões para a sua menor utilização esta época, o avançado internacional paraguaio, único dos jogadores do plantel a falar à generalidade da comunicação social à saída do repasto, sublinhou o redobrado empenho dos profissionais da águia na conquista do título nacional, gorado que está o objectivo Taça de Portugal. «Resta-nos o Campeonato, para lutar até à última», afirmou a propósito. Nesse sentido, garantiu estar o desaire em Matosinhos ultrapassado, sem mais mazelas psicológicas."

Qualquer pessoa bem intencionada entende que Cardozo respondeu a uma pergunta e de forma simpática disse o cliché dos clichés... Pois alguns jornalistas viram nesta resposta uma desestabilização total e tentaram eles próprios desestabilizar mais. Claro que os sportinguistas rejubilaram, tendo eu mesmo recebido mensagens sms de preocupação com os títulos esverdeados ou azulados que por vezes aparecem na comunicação social...

"Os cães ladram e a caravana passa"...

No mesmo dia li também n´"A Bola" Candeias afirmar que:

"Temos dois jogos pela frente, ainda antes do Natal, com o Estrela e o Marítimo, e acreditamos que vamos acabar o ano na liderança." Ele pensa que tem dois jogos em atraso mas na verdade só tem um jogo em atraso que por acaso ganhou na Reboleira ontem. Agora mesmo ganhando o próximo jogo tem que esperar que o Benfica perca (coisa que ainda não aconteceu no campeonato esta época) para chegar a liderança natalícia.

Nesta altura, comecei a entender o que significa estar em primeiro - ser o alvo a abater custe o que custar.

Sabia que o jogo com o Metalist seria aproveitado pela populaça para gozar uma vez mais com o Benfica e aqui tenho de admitir que a generalidade da imprensa embarcou nessa ajuda, considerando possível um acontecimento que era absolutamente improvável.

O Benfica não tinha como ganhar neste jogo. Se o ganhasse por 1-0 seria mau, tendo em conta os 8-0 que necessitaríamos, se empatássemos, seria mau e se perdêssemos seria péssimo. Não havia como ganhar neste jogo e por isso hoje Leonor Pinhão de forma irónica e inteligente escrevia que o ideal seria o 0-0, com o objectivo primordial de motivar Moreira.

Eu escrevi em tempos aqui, que acreditava em milagres quando esses milagres incluíssem o Benfica e por isso desejei que Metalist perdesse com Olympiakos e Hertha perdesse com Galatassaray para que o Benfica depois tivesse oportunidade de tentar ganhar 3-0 ao Metalist. Era um Milagre da velha escola e tal não se verificou, pois o Metalist ganhou ao Olympiakos eliminando aí o Benfica da Taça Uefa.

Hoje foi triste ver alguns cartazes no estádio, indevidamente destacados pelo realizador - alguns deles até com erros grosseiros de Português mas nesta coisa do Benfica o que conta é a intenção - com frases de esperança no impossível, mas ao mesmo tempo é bom saber que há quem acredite e que apoie a equipa sempre. Ainda bem, porque hoje os adeptos que foram ao estádio da Luz são verdadeiros campeões, porque estão sempre lá.

O Benfica hoje não foi feliz, mas também na vida há que aceitar o destino e hoje o destino estava traçado. Metalist acabaria em primeiro do grupo com zero golos sofridos nos 4 jogos e o Benfica acabaria em último e merecido lugar, fechando assim a sua pior participação na Taça Uefa desde sempre.

Obviamente que isto não é positivo mas também não e assim tão negativo quanto alguns querem tentar fazer transparecer.

Eu sabia que depois deste jogo de hoje o Benfica ficava finalmente livre para pensar apenas e só no campeonato. Eu já aqui escrevi sobre a derrota na Taça e sei que ainda não recuperei dessa desilusão, mas sei que os jogadores já meteram para trás das costas as duas competições que esta semana ficaram realmente para trás (passe a expressão).

Também sei que depois de termos ganho apenas um dos últimos cinco jogos, dificilmente a equipa entrará desconcentrada contra Nacional e sei que fará tudo para ganhar o título moral de campeão de Inverno e o título real de liderar com 2 pontos de avanço a classificação, nesta fase importante do campeonato.

Sei que é difícil, mas também sei que é exactamente isso que queremos. Ser líderes. E focar tudo no campeonato. Deixar os cães ladrar porque ambos os cães que ladram trocariam de lugar connosco porque ser líder é importante e eles sabem disso.

A nossa equipa é boa e não vale a pena tentar encontrar culpados em derrotas que já não interessam para nada. Não há que culpar a equipa técnica ou alguns jogadores, sonhando com contratações no mercado de inverno. Não precisamos de nada para sermos campeões, senão de nós próprios. Ainda não perdemos e acredito que não perderemos esta semana.

Neste momento não há qualquer gestão de plantel a fazer e temos que apresentar a melhor equipa possível em todos os 19 jogos que faltam na Liga. Ter a atitude correcta para no campo enviar os recados certos para imprensa, adversários e alguns adeptos de outros clubes esperançosos em que esta aparente crise tenha reflexos na Liga.

Não, não terá porque nós sabemos o nosso objectivo deste Julho e o problema deles é que com tantos objectivos, pode ser que se percam no caminho de definir prioridades. Problema deles...

Não estou contente com o resultado de hoje mas sei ver a floresta quando muitos querem ver a árvore. Que continuem cegos com essa árvore enquanto eu foco no que realmente é importante.

Força Benfica

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Indesculpável...

Eu sou um dos rostos da "paciência transformada em letras" nesta época Benfiquista. Tenho aqui escrito e apoiado um projecto em transição, fundamentado opiniões positivas, defendido sempre a nossa equipa técnica e criticando muito vagamente alguma falta de atitude pontual que penso não serem justificadas a quem representa o nosso Benfica.

Há várias semanas que tenho defendido que a Taça de Portugal era uma prioridade e fiquei muito contente quando Quique Flores fez publicamente um mea culpa depois de ter facilitado no onze que defrontou o Penafiel na Luz para a primeira eliminatória da Taça. Nesse dia Quique assumiu "que tal não se repetiria" e que o Benfica queria muito "estar presente na final da Taça de Portugal", definindo publicamente esse objectivo como "prioritário".

Escrevi aqui no blog textos e textos e textos sobre este jogo alertando para o receio que se vinha apoderando de mim e do meu poder intuitivo que normalmente me alerta quando existem dificuldades futebolísticas no caminho do Glorioso.

Eu não podia ter feito nada mais (até porque sou um mero adepto com ideias e sentimentos sobre o nosso Benfica) para alertar a nação encarnada do perigo em facilitar um milímetro que fosse neste jogo.

Estava parte da época em causa e escrevi algo provocatório no título do texto que antecedia a partida - raramente escrevo sobre jogos específicos antes deles acontecerem - decidindo-me por um simples e lacónico "O Jogo do Ano".

Senti realmente que este podia ser o Jogo do Ano. Não só do ano 2008 como aí ironicamente escrevi, mas o jogo que nos podia marcar o ano.

E não tenho dúvidas que há um antes e depois da eliminação da Taça de Portugal nesta época futebolística encarnada.

Não quero falar muito da atitude da equipa que esteve a anos luz do jogo que aí disputaram em Outubro para o campeonato e que me pareceu correcta, nem quero falar das opções técnicas/tácticas porque normalmente não falo delas e todos que me lêem sabem que assumi cegamente a minha preferência por esta equipa técnica por muitos e bons anos.

Não altero em nada essa minha preferência mas sei o que custa perder em Matosinhos e sei o que me custa saber que Quique não foi honesto com os adeptos do clube.

Quique Flores é um senhor, um gentleman e um profundo conhecedor do Futebol moderno. É a pessoa certa para levar o Benfica aos sucessos que todos queremos e alguns deles (esperamos) ainda nesta época, mas não tenho dúvidas em afirmar que Quique Flores não foi honesto com os adeptos do nosso Glorioso, na maneira como encarou este jogo contra o Leixões.

E não foi honesto, pela simples razão que não deu um sinal de prioridade à Taça de Portugal como tinha dito que daria na vitória sobre Penafiel. A opção de rodar os guarda redes é uma opção pessoal, mas que não deve ser regra de ouro em todas as partidas. É assim que eu a vejo.

Ora depois de Moreira ter três partidas oficiais, sem sofrer nenhum golo e sabendo que Quim não tinha sido convocado a opção de colocar Moretto na baliza revela automaticamente um sinal de que a prioridade da Taça não é de todo igual à do campeonato. É assim que eu leio essa opção no preciso momento em que soube desta decisão para defender a nossa baliza. Não quero dizer com isto que Moretto tem culpa, ou que Quique fez mal ou bem, ou que o resultado seria outro com Moreira. Nada disso. O resultado poderia ser o mesmo. Ou não... O que sei é que Quique não foi honesto e espero que aprenda com estes erros. Como pode aprender com estes erros? Metendo sempre os melhores jogadores disponíveis, jogando com a gestão de plantel que ele e equipa técnica têm provado magistralmente saber fazer e não dizer aos adeptos que um troféu é prioridade quando na verdade não o sente como tal.

Num ano em que é obrigatório ganhar algum título e sabendo que o Campeonato, sendo o mais apetecível é obviamente o mais difícil porque está indexado a uma regularidade que temos mantido mas que podemos perder, tendo a Taça Uefa com a pior participação do Benfica até à data, levar a sério (muito a sério) a Taça de Portugal era "obrigatório".

Para mim era obrigatório, mas provavelmente tenho critérios distintos da equipa técnica, e que sem ironia, assumo o meu respeito por esses mesmos critérios. Gostava no entanto que Quique me explicasse a opção Moretto e de que forma essa opção reforçava a confiança e a probabilidade do Benfica sair vitorioso do Estádio do Mar. Nunca se sabe quando um dia, em amena e simpática cavaqueira Quique me possa explicar essa opção, mas até lá considero-a indesculpável...

Há anos na vida dos clubes em que ganhar não é tudo. Neste ano, o Benfica não tinha que ganhar tudo, mas teria que fazer boa figura em tudo o que participa. Na Taça Uefa com Hertha de Berlim, Galatasaray, Olympiakos e Metalist apenas empatamos um jogo, estamos fora da competição e na melhor das hipóteses fazemos 4 pontos em 12 possíveis.

Na Taça de Portugal contra Penafiel, Desportivo das Aves e Leixões o Benfica ganha 3-0 com Desportivo das Aves e leva as outras duas partidas para penaltis. Ganha uma, e perde outra...

Em mais de 3h30m de dois jogos (Liga e Taça de Portugal) o Benfica não consegue ganhar ao Leixões e pior que isso, mesmo que a atitude tenha sido de louvar - longe de mim criticar nesse tópico a equipa - a verdade é que futebolisticamente o Benfica não provou ser superior ao Leixões em nenhum momento. As oportunidades claras de golo foram quase nulas e o empate apesar do domínio encarnado do jogo, justificava-se no final do tempo regulamentar e do prolongamento.

O que a mim me faz confusão é como o Benfica não entra determinado a vencer o Leixões de forma categórica, em vez de esperar pela lotaria dos penaltis, deixando que a sorte decidisse o que os nossos jogadores não foram capazes de decidir por eles próprios.

Eu considero indesculpável a derrota em Matosinhos, porque todos sabíamos o que ela podia representar. Bem sei que no futebol ganhar e perder faz parte, bem sei que muitas vezes as derrotas estão escritas, mas ontem não podíamos perder. Por isso, a dor não passa, mesmo depois de 30 horas sobre o último penalti de Reyes e por isso escrevo o texto mais desapontado de todos os que tenho aqui escrito.

Não estou contra ninguém, nem ninguém tem culpa, mas sei que a época do Benfica fica marcada por esta derrota. Sei que neste momento o campeonato será pouco para este plantel, até na perspectiva tão importante de crescimento competitivo que se desejava forte nesta época (não confundir a expressão "o campeonato será pouco" - referindo o campeonato em termos de jogos - com a "conquista do campeonato" que será muito e o objectivo primordial da época).

Neste momento temos mais uns quantos jogos da Taça da Liga - no máximo serão sete, no mínimo serão dois - um jogo a feijões para a Uefa e 19 jornadas da Liga. No total falta-nos muito pouco para o tal crescimento competitivo que desejámos para o plantel profissional do Benfica, que só é efectivo e alcançável com a própria competição.

Estamos num ponto da época em que temos tudo para fazê-la positiva, ou fazê-la uma vez mais, catastrófica. Eu acredito que vai ser positiva e continuo a acreditar no objectivo que tenho aqui apregoado desde sempre - prioridade ao campeonato, mas começamos a ter menos "tiros" caso algo corra mal na Liga.

Acredito e acredito e acredito neste plantel, nesta equipa técnica, nesta direcção técnica e nesta administração... Não o nego, mas sei que uma equipa faz se com vitórias reais e não com vitórias morais. Temos duas competições para ganhar - neste momento a Taça da liga passa para nível de prioridade total - e espero que a equipa pense em resultados, porque neste momento é apenas disso que necessitamos. Focar nos resultados e pensar que só com esses resultados podemos e devemos crescer.

Sonhei com a hegemonia interna neste ano, mas tal não virá a acontecer; sonhei com a presença na final do Jamor porque isso significaria que a equipa chegava a um patamar competitivo interessante e porque crescíamos como equipa e tal não acontecerá; sonhei que o Benfica ia deixar a alma em Matosinhos e apesar da atitude positiva não foi isso que aconteceu; sonhei com a energia positiva de Moreira nos penaltis e no final vi um Moretto incapaz e negativo; sonhei com um Natal Feliz para a nação encarnada e no máximo teremos um Natal esperançoso...

No entanto, sei que a equipa é forte e vai transformar os pontos fracos em pontos fortes.

Assim sendo, o discurso passará a ser mais incisivo - "ainda bem que estamos fora da Taça Uefa e da Taça de Portugal para poder ganhar o Campeonato..." Que assim seja, mas só por ironia e comédia barata esta frase fará sentido. Temos tanto, tanto, tanto trabalho pela frente que até lá teremos que sofrer muito....... Estamos todos preparados para isso.

Sonho com o dia em que matematicamente seremos campeões e será esse sonho que comandará a minha vida futebolística esta época.

Força Benfica

sábado, 13 de dezembro de 2008

O Jogo do Ano

Todos os "próximos" jogos do Benfica devem ser encarados como os "Jogos do Ano", porque para nós, "o próximo" é sempre o mais importante. Penso que para adeptos e para quem gere o Benfica, ganhar o "próximo" jogo será sempre a máxima fundamental que direcção e equipa técnica utilizam para motivar este ou qualquer grupo que jogue com aquela camisola.

A verdade é que os jogadores interiorizam num processo muito selectivo e por vezes nem consciente, quais os jogos que eles consideram importantes, fazendo por vezes apostas erradas.

Às vezes os próprios treinadores quando definem quem joga, também dão sinais ao grupo de que importância real tem esse jogo. Por isso é que não acredito em nada do que se vem dizendo nos jornais sobre a hipótese Moretto para a nossa baliza. Posso-me enganar mas não vejo nenhum sentido nessa opção. A opção terá de ser a Melhor Equipa possível, como prova a convocatória.

Todos os jogos da Taça Uefa eram prioridade e não ganhámos ainda nenhum. A Taça de Portugal em casa não era prioridade porque jogávamos com Penafiel e ganhámos (e bem) apenas nos penaltis. Com o Leixões fora também não era importante e viu-se o que se passou nesse terrível 6 de Outubro e o que aconteceu ao Leixões na classificação na Liga. Com o Setúbal, os jogadores devem ter pensado que passar para a frente do campeonato em casa seria "fácil demais" e acabámos por empatar esse jogo, passando para a liderança no jogo em que o grupo se mentalizou que ia ter muitas dificuldades e acabou por ganhar 6-0.

O melhor, melhor é pensar que o Jogo do Ano é sempre o próximo.

Tendo em conta que o ano acaba dentro de poucas semanas teremos apenas três jogos até final deste 2008 - Leixões, Metalist e Nacional.

Dois jogos em casa e um jogo fora; um jogo para cumprir calendário e garantir o mínimo de prestígio Europeu; um jogo de campeonato para tentar segurar a liderança nas Festas Natalícias; e um jogo que pode marcar a época negativamente caso não acabe como todos queremos.

Esse jogo que falo no final do anterior parágrafo disputar-se-á hoje, pelas 20h45m no Estádio do Mar em Matosinhos e é "por todas as razões e mais alguma" (como disse Quique numa destas últimas conferências de Imprensa) o nosso Jogo do Ano.

Tenho dado uma importância enorme a este jogo desde que soube do sorteio. Admito que tenho algum medo deste jogo e penso que o tenho descrito subconscientemente nas linhas deste blog.

Comecei por escrever sobre este jogo aqui, quando referi que o Benfica devia aprender com os erros de atitude que demonstrou este ano, nomeadamente em Matosinhos no jogo do Campeonato; não contente, voltei a falar deste jogo aqui quando defendi que a "minha opção" era utilizar Moreira na Taça e Quim na Madeira pela simples razão que apesar de tudo considerava mais importante este jogo em Matosinhos que o do Funchal (por ser a eliminar) e porque confiava plenamente em Quim para o jogo da Madeira; voltei a falar insistentemente deste jogo no texto onde celebrámos a liderança do campeonato e volto a ele agora, no próprio dia do jogo, porque nunca é demais lembrar a Importância Real desta partida na dinâmica que se quer implementar nesta época.

Nestes jogos gostava de estar no balneário do Benfica para poder discursar cinco minutos. Não falaria de tácticas - obviamente - e apenas falaria do que penso ser importante referir neste dia.

Falaria da importância deste jogo no futuro do Clube Benfica e do plantel Profissional do Benfica durante a restante época; falaria sobre a atitude má (muito má) que tiveram no último jogo aí disputado; falaria que são nestes jogos em campos pequenos e onde não apetece jogar que se vêm os grandes campeões; dizia-lhes que há uma semana que na cabeça dos jogadores adversários só está a vitória sobre o Benfica e que eles estão tão focados nisso que nós só ganhamos se tivermos o dobro da vontade de ganhar; fazia ver-lhes que há pessoas que acordaram às 5:30am para irem de autocarro do sul para Matosinhos ao frio ver este jogo e que voltarão para casa ainda nessa noite chegando por volta das mesmas 5:30am do dia seguinte e que não fizeram este sacrifício físico e financeiro para o perder: fazia-lhes entender que a Taça é tão importante como o campeonato (neste preciso ano); fazia entender a todos os jogadores que o Leixões não é um clube pequeno e que não se medem os clubes pelo seu Historial recente, ou pelo tamanho do seu Estádio, mas sim pelo momento magnifico que atravessam; fazia ver-lhes que nós somos Muito Melhores que eles e se jogarmos com atitude e vontade de ganhar este jogo, nunca o perderemos; Fazia-lhes ver que todo o bom trabalho que estamos a fazer pode ser deitado no lixo se perdermos este jogo e ficarmos fora de mais um objectivo - alertando para o facto de estarmos já fora da Uefa; dizia-lhes que não ganhámos nos penaltis ao Penafiel para virmos perder aqui; dizia-lhes que nunca acreditei mais neles que neste dia e que não tenho a menor dúvida que no final do jogo daremos um passo fundamental para o crescimento futebolístico desta equipa com a vitória neste difícil campo.

Se fosse necessário falaria num Português arranhado de Espanhol para que todos entendessem. E fazia-o com a humildade de quem sabe que não está em San Siro ou mesmo nas Antas ou Alvalade mas sim no Estádio do Mar em Matosinhos.

Fazia-o hoje porque este é realmente o Jogo do Ano, tendo em conta o que falta disputar.

Sei que este texto é um exercício irracional, tenho a certeza que alguém já comunicou aos nossos jogadores tudo isto de forma clara e cada um dos nossos jogadores sabe exactamente o que tem de fazer para voltarmos a Lisboa felizes.

Não tenho dúvidas que vamos ganhar, mas não sei porquê não deixo de ter um receio que me assusta. Os nossos jogadores não têm esse receio porque sabem o que valem e sabem que se falharam uma vez não falharão segunda. Hoje Vamos Ganhar. Porque mereceremos Ganhar...

Quero muito ser Campeão este ano, mas também quero estar no Jamor na final da Taça de Portugal. Quero muito e os nossos jogadores também...

Força Benfica