Detesto ver treinadores a falar de arbitragens. Nem antes, nem durante, nem depois do jogo entendo as razões que levam um treinador a criticar uma arbitragem. Acho as "declarações a falar de arbitragens" o ponto definitivo para saber se um treinador é ou não inteligente. Não confundir inteligência com competência técnica, porque há treinadores muito bons que insistem regularmente e de forma estratégica em comentar as arbitragens. Entendo essas afirmações mas não as compreendo nem aceito numa perspectiva unicamente baseada no seu Quoficente de Inteligência, até porque essas mesmas afirmações não terão nenhuma interferência num resultado, depois de terminado esse mesmo jogo.
Aliás, acho que o Benfica devia ter um código interno muito claro com esta matéria. Nenhum jogador ou técnico poderia comentar alguma nomeação ou arbitragem antes ou depois do jogo se iniciar. Para mim é claro que cada jogador e membro da equipa técnica tem deveres e obrigações. Uma dessas obrigações deveria ser a proibição total de falar de arbitragens com a aplicação de multas internas pesadas a quem fizesse o contrário. Penso que o que acabo de escrever neste parágrafo já é de alguma maneira aplicado no SLBenfica mas não da maneira que eu preconizo - cada pessoa que falasse de arbitragens teria metade do seu ordenado retirado no final de cada mês. E se falasse duas vezes de arbitragens num mês seria retirada 50% numa fase inicial e depois 50% do que restasse.
Tal factor de dissuasão seria suficiente para criar a tal cultura básica dum clube moderno, digno e credível.
As únicas pessoas que poderiam falar de arbitragens no Benfica seriam o director desportivo e eventualmente o Presidente mas isto não significa que o devam fazer. Eu penso que o nosso Presidente deve falar da arbitragem em situações muito específicas. O ideal será que num mandato de três anos não fale em arbitragens de todo, mas na pior das hipóteses falar uma vez por época em situações muito específicas - apesar de me custar ver um Presidente moderno a falar de arbitragens. Não gosto nem aprovo.
O director desportivo pode achar que falar de arbitragens aqui ou ali pode ser importante, mas penso que não o deve fazer na opinião pública de forma constante. Aprovo e defendo que a figura do director desportivo não se desgaste com este tipo de polémicas, mas posso entender que uma ou outra situação possa levar a um ou outro comentário por parte do nosso director desportivo.
Eu sei que com a dinastia "Pinto da Costa" e tendo em conta uma "old school" de dirigismo nacional que terá no máximo mais uma década de vida - e estou a ser simpático - todos sentiremos que não falar de arbitragens será apenas um passo lógico dado em direcção a uma inteligência, a uma sensibilidade e uma elevação próprias dos grandes clubes.
Camacho, conseguiu evitar os comentários aos árbitros na maioria das vezes - para não dizer sempre - e Quique habituou-nos a ser um "senhor" dentro e fora do relvado não fazendo nenhum tipo de comentários a arbitragens. Já Fernando Santos e Chalana (especialmente este último) faziam mais comentários do que deviam, fruto claramente duma cartilha que não tem na modernidade a sua principal característica.
Paulo Bento esta semana proferiu estas palavras no final do jogo contra o FCPorto:
"O Sporting é demasiado simpático para as arbitragens... Temos de, com estes ambientes, criar dificuldades também aos árbitros."
"A arbitragem portuguesa mete nojo..."
"Só uma vez comentei uma nomeação, mas vou comentá-las a partir de agora. Porque se tira vantagens, não tenho dúvidas..."
Se juntarmos a estas frases algumas proferidas no inicio do campeonato sentimos que a distância de mentalidade que vai do nosso clube e da nossa organização desportiva para o clube rival é imensa. O que disse atrás sobre as multas a aplicar a quem fale de arbitragens, é a minha opinião e não sei se o Benfica tem esta conduta de não falar de arbitragens como algo definido nos contratos de cada jogador ou membro da equipa técnica. A verdade é que até hoje tenho ouvido poucos comentários á arbitragem de jogos do Benfica e quando os ouvi foram proferidos por João Gabriel - assessor de comunicação do Benfica de forma completamente despropositada mas justificadas pela sua presença na comissão disciplinar da Liga a propósito do sumaríssimo a Luisão aquando do jogo com FCPorto.
Paulo Bento faz claramente parte da "old school". Passou muitos anos nos balneários a ouvir histórias de árbitros, de corrupções e de subornos que mesmo não provados, fazem dele uma figura desconfiada e provinciana na análise destes assuntos relacionados com arbitragem. Tenho por ele um respeito enorme como pessoa, como jogador, como treinador (acho que pode ser dos melhores treinadores nacionais em 10 anos) e como grande Benfiquista que sei que é. No entanto, não posso estar mais em desacordo com o conteúdo das suas afirmações, do timing em que as proferiu, na forma como se dirigiu a todos os árbitros e a maneira como deixou no ar a ideia que vai utilizar outros comentários no futuro para "condicionar" o trabalho de outros árbitros.
A APAF (Associação Profissional de Árbitros Profissionais) vai colocar um processo na Liga para que Paulo Bento tenha 1 a 3 anos de castigo. Espero que sirva de exemplo a todos aqueles que continuam a ver o Futebol como um "quintal" de corrupção insistindo em colocar os árbitros no local de destaque dum desporto que tem nos artistas o seu principal foco de interesse.
Não falo de arbitragens por aqui no blog até porque não sou "papagaio" de ninguém e não faço ou escrevo nada em que não acredite de raiz. Não falo de arbitragens, porque sei que é um assunto estéril e antiquado. Gosto dos sinais de modernidade que vêm da nossa estrutura profissional e espero que não se alterem por qualquer série de maus resultados ou por uma qualquer série de penaltis não assinalados a nosso favor, ou mal assinalados contra nós.
Ser estável nesta questão no imediato é fundamental para se ser campeão no futuro. Ninguém resolve os seus problemas desportivos gritando contra a arbitragem, pelo menos do local donde eu vejo o meu Benfica. Paulo Bento vê obviamente outro filme do sítio donde ele vê o "seu Sporting".
Força Benfica
Aliás, acho que o Benfica devia ter um código interno muito claro com esta matéria. Nenhum jogador ou técnico poderia comentar alguma nomeação ou arbitragem antes ou depois do jogo se iniciar. Para mim é claro que cada jogador e membro da equipa técnica tem deveres e obrigações. Uma dessas obrigações deveria ser a proibição total de falar de arbitragens com a aplicação de multas internas pesadas a quem fizesse o contrário. Penso que o que acabo de escrever neste parágrafo já é de alguma maneira aplicado no SLBenfica mas não da maneira que eu preconizo - cada pessoa que falasse de arbitragens teria metade do seu ordenado retirado no final de cada mês. E se falasse duas vezes de arbitragens num mês seria retirada 50% numa fase inicial e depois 50% do que restasse.
Tal factor de dissuasão seria suficiente para criar a tal cultura básica dum clube moderno, digno e credível.
As únicas pessoas que poderiam falar de arbitragens no Benfica seriam o director desportivo e eventualmente o Presidente mas isto não significa que o devam fazer. Eu penso que o nosso Presidente deve falar da arbitragem em situações muito específicas. O ideal será que num mandato de três anos não fale em arbitragens de todo, mas na pior das hipóteses falar uma vez por época em situações muito específicas - apesar de me custar ver um Presidente moderno a falar de arbitragens. Não gosto nem aprovo.
O director desportivo pode achar que falar de arbitragens aqui ou ali pode ser importante, mas penso que não o deve fazer na opinião pública de forma constante. Aprovo e defendo que a figura do director desportivo não se desgaste com este tipo de polémicas, mas posso entender que uma ou outra situação possa levar a um ou outro comentário por parte do nosso director desportivo.
Eu sei que com a dinastia "Pinto da Costa" e tendo em conta uma "old school" de dirigismo nacional que terá no máximo mais uma década de vida - e estou a ser simpático - todos sentiremos que não falar de arbitragens será apenas um passo lógico dado em direcção a uma inteligência, a uma sensibilidade e uma elevação próprias dos grandes clubes.
Camacho, conseguiu evitar os comentários aos árbitros na maioria das vezes - para não dizer sempre - e Quique habituou-nos a ser um "senhor" dentro e fora do relvado não fazendo nenhum tipo de comentários a arbitragens. Já Fernando Santos e Chalana (especialmente este último) faziam mais comentários do que deviam, fruto claramente duma cartilha que não tem na modernidade a sua principal característica.
Paulo Bento esta semana proferiu estas palavras no final do jogo contra o FCPorto:
"O Sporting é demasiado simpático para as arbitragens... Temos de, com estes ambientes, criar dificuldades também aos árbitros."
"A arbitragem portuguesa mete nojo..."
"Só uma vez comentei uma nomeação, mas vou comentá-las a partir de agora. Porque se tira vantagens, não tenho dúvidas..."
Se juntarmos a estas frases algumas proferidas no inicio do campeonato sentimos que a distância de mentalidade que vai do nosso clube e da nossa organização desportiva para o clube rival é imensa. O que disse atrás sobre as multas a aplicar a quem fale de arbitragens, é a minha opinião e não sei se o Benfica tem esta conduta de não falar de arbitragens como algo definido nos contratos de cada jogador ou membro da equipa técnica. A verdade é que até hoje tenho ouvido poucos comentários á arbitragem de jogos do Benfica e quando os ouvi foram proferidos por João Gabriel - assessor de comunicação do Benfica de forma completamente despropositada mas justificadas pela sua presença na comissão disciplinar da Liga a propósito do sumaríssimo a Luisão aquando do jogo com FCPorto.
Paulo Bento faz claramente parte da "old school". Passou muitos anos nos balneários a ouvir histórias de árbitros, de corrupções e de subornos que mesmo não provados, fazem dele uma figura desconfiada e provinciana na análise destes assuntos relacionados com arbitragem. Tenho por ele um respeito enorme como pessoa, como jogador, como treinador (acho que pode ser dos melhores treinadores nacionais em 10 anos) e como grande Benfiquista que sei que é. No entanto, não posso estar mais em desacordo com o conteúdo das suas afirmações, do timing em que as proferiu, na forma como se dirigiu a todos os árbitros e a maneira como deixou no ar a ideia que vai utilizar outros comentários no futuro para "condicionar" o trabalho de outros árbitros.
A APAF (Associação Profissional de Árbitros Profissionais) vai colocar um processo na Liga para que Paulo Bento tenha 1 a 3 anos de castigo. Espero que sirva de exemplo a todos aqueles que continuam a ver o Futebol como um "quintal" de corrupção insistindo em colocar os árbitros no local de destaque dum desporto que tem nos artistas o seu principal foco de interesse.
Não falo de arbitragens por aqui no blog até porque não sou "papagaio" de ninguém e não faço ou escrevo nada em que não acredite de raiz. Não falo de arbitragens, porque sei que é um assunto estéril e antiquado. Gosto dos sinais de modernidade que vêm da nossa estrutura profissional e espero que não se alterem por qualquer série de maus resultados ou por uma qualquer série de penaltis não assinalados a nosso favor, ou mal assinalados contra nós.
Ser estável nesta questão no imediato é fundamental para se ser campeão no futuro. Ninguém resolve os seus problemas desportivos gritando contra a arbitragem, pelo menos do local donde eu vejo o meu Benfica. Paulo Bento vê obviamente outro filme do sítio donde ele vê o "seu Sporting".
Força Benfica
1 comentário:
Também não gosto de falar muito de arbitragens, nem tolero o tipo de declarações que Paulo Bento fez (ainda por cima sem razão).
Infelizmente é justamente o tema que mais interessa às pessoas.
Mantenho uma classificação actualizada com os erros, e tento não falar mais do que nessa rubrica específica. Confesso que nem sempre consigo evitá-lo...
Curiosamente o meu artigo no jornal do Benfica que sairá na próxima sexta-feira é justamente sobre...arbitragem.
Independentemente de nós devermos ou não falar, sou de opinião que treinadores e jogadores deveriam ser proibídos de sequer comentar o tema.
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