sábado, 7 de agosto de 2010

Hoje começa...

Hoje começa a época. Não o campeonato, que será o nosso grande objectivo outra vez, mas a época oficial com o jogo da Supertaça contra o rival FCPorto.

Primeiro, sobre o negócio Ramires que acabou vendido por 22 milhões de euros, há dois pontos a salientar. Um deles é a perca dum elemento fundamental na nossa equipa que não será facilmente substituído e outro é porque não se acautelou a sua substituição em tempo útil?

Se todos sabíamos há vários dias - para não dizer semanas - que Ramires não ficaria no Benfica, porque não comprámos alguém para o seu lugar antes? Mesmo em termos financeiros, penso que é sempre preferível negociar o substituto ainda com o jogador a vender no plantel, porque isso pode reforçar a posição negocial do Benfica nessa transacção. Ontem lia um artigo do L´Equipe acerca da hipótese Ben Afra no Benfica, que referia o facto do Benfica ter encaixado 55 milhões de euros com duas transferências. Isso não é totalmente verdade, visto que parte desses valores serão divididos por várias pessoas do fundo, mas o que consta é que o Benfica é o rei das transferências este defeso e isso faz deste momento, um mau momento para negociar contratações a bom preço.

Além disso o Benfica tem feito um excelente trabalho de antecipação em relação a grande parte das suas contratações. Foi assim com Airton e Kardec, Gaitan e Jara, ou até mesmo com Fábio Faria e quem sabe com este Rodrigo, que será o nosso activo emprestado, mais caro alguma vez visto no Benfica. Dar 6 milhões de euros por um jovem para o emprestar - e sem ironias - é o sinal mais claro que estamos já noutro patamar e o futuro acautela-se com muita antecedência.

Pois neste caso, tal não aconteceu. Ramires está vendido, não temos alternativa no imediato para a sua substituição e faltam 7 horas para começar o encontro com FCPorto e uma semana para iniciarmos o campeonato.

Neste momento, perdemos Quim, Di Maria e Ramires. Temos Roberto no lugar de Quim e não temos ninguém para colmatar as saídas de argentino e brasileiro. Por mais mudanças de esquema que Jesus queira fazer é natural que se necessite comprar alguém "que entre de estaca" na equipa e espero que não se esteja à espera do resultado e da exibição de hoje para entender exactamente se devemos ou não comprar ou quem comprar.

Eu digo e repito que gosto de ter o plantel fechado o mais rápido possível. Na ultima terça feira no Estádio da Luz, não pudemos tirar muitas ilações porque a equipa apareceu muito cansada com 4 jogos numa semana, no final dum "segundo estágio" no Algarve depois do primeiro na Suiça, mas comparando com o final do ano passado - já com Airton e Kardec integrados - a equipa parece mais fraca.

Veremos o que se vende ou compra antes do dia 31 de Agosto mas a três semanas do fecho do mercado, penso que ao contrário do que vaticinei, este não será um defeso tão calmo quanto desejei e isso é o pior que pode acontecer ao Benfica - estar dependente de vendas e compras de ultima hora já com a competição oficial a desenrolar-se.

Alguém bem colocado no Benfica dizia-me em Liverpool há uns meses atrás aquando da fatídica eliminação da Liga Europa, "para me preparar que este ano o Benfica ficaria sem três dos seus melhores jogadores... " Eu refutei e disse que no máximo venderíamos dois "activos", por feeling e sem nenhum conhecimento dos meandros... Quero muito ter razão e que o Benfica feche este 31 de Agosto sem perder nenhum dos seus melhores jogadores.

Até lá, temos uma competição para ganhar. Hoje em Aveiro, onde não estarei porque ando fisicamente muito longe de Portugal Continental, o Benfica joga uma cartada importante no que se passará no resto do ano. Não é um titulo que se disputa hoje, mas sim um passo importante na passagem de testemunho entre o que foi o FCPorto nos últimos anos e o que é e será o Benfica nesta década. Depois de ganhar a Taça da Liga contra este FCPorto, depois de ter ganho o campeonato e ter o FCPorto na Liga Europa, esta supertaça tem uma importância psicológica muito importante no resto da época e ninguém pense que é um troféu menor. Nada disso... É neste momento o mais importante troféu do ano e todos o queremos ganhar como se fosse o único. Espero que os nossos jogadores e equipa técnica sintam o mesmo esta noite em Aveiro.

Força Benfica

sábado, 31 de julho de 2010

O anunciado reforço...

O Benfica oficializou ontem o mais recente reforço para a nova época. Eu já aqui tinha falado de forma ligeira sobre este negócio e na altura tive oportunidade de ironizar sobre a escolha de um elemento das escolas do Real Madrid em detrimento dum elemento das escolas do Benfica.

Hoje e sabendo que o Benfica deu 6 milhões de euros por este reforço do nosso ataque, sinto que tenho de apoiar e esperar que este Rodrigo seja um reforço com tempo para render e para se valorizar como jogador.

Eu não quero entrar na clássica análise futebolística técnico/táctica e afirmar que este jogador "vem reforçar a área que menos necessita ser reforçada em detrimento de termos comprado um extremo" que reforçaria a nossa área mais debilitada, porque Jesus seguramente já pensou no assunto com mais profundidade que eu ou qualquer um dos nossos adeptos.

O que eu quero focar neste dia é o conceito de investimentos avultados que o Benfica está a fazer com o espírito de reforço claro do plantel a médio prazo. Os investimentos em Gaitan, Jara, Kardec, Airton, Rodrigo e Roberto - feitos nos últimos seis meses - totalizam cerca de 30 milhões de euros. Todos eles são jogadores novos e com futuro, mas penso que o que o Benfica nos está a tentar mostrar é que estes jogadores vão entrando na equipa "aos poucos" e não são as estrelas prontas a brilhar ao primeiro momento.

Airton e Kardec tiveram 6 meses a adaptar-se a esta nova realidade do Benfica e hoje espreitam a titularidade. Jara e Gaitan já fizeram a pré-época e serão naturalmente reforços para ir entrando ao longo da época. Este Rodrigo que chega só no mês de Agosto depois dum campeonato de sub 19, terá alguns meses para provar que o investimento foi adequado e tentar ir adaptando-se a esta nova realidade de grande clube e com altíssima concorrência.

No meio de tudo isto, esquecemos as apostas naturais na formação, pois Miguel Vitor foi emprestado, Urreta (mesmo não sendo da formação) foi emprestado, Nelson Oliveira e companhia foram emprestados e apenas Roderick parece que pode entrar no plantel como seu membro integrante.

Eu não quero aqui desenvolver este tópico até porque tenho por norma apoiar e respeitar todos os jogadores que assinam com o Benfica e Rodrigo merece todo o nosso apoio. Não será pelo menino nunca ter jogado em nenhuma equipa a sério - o Celta de Vigo não conta obviamente - que não terá valor suficiente para conquistar o terceiro anel. Vamos ter que esperar para ver e ter esperança na sua rápida adaptação aos métodos de Jesus.

Entretanto e contrariando algumas tendências vindas a público em vários media, Ramires, David Luiz, Fábio Coentrão, Cardozo, Sidnei e Luisão parecem estar de pedra e cal na nossa equipa enquanto Simão, Huntelaar, Robinho (este apontado mais recentemente por esse The Telegraph) e outros que de quando em quando aparecem nas páginas desses mesmos media aparentemente estão muito longe de mostrarem os seus talentos no Estádio da Luz.

Neste momento dou todo o benefício de dúvida à direcção e equipa técnica. Eles saberão o que mais necessitam, mas não podem deixar de aceitar com humildade a critica de quem gosta e acarinha a nossa formação. Ninguém está contra o Rodrigo, nem a favor do Nelson Oliveira. Hoje são ambos nossos jogadores e desejo-lhes exactamente o mesmo sem qualquer distinção - que tenham sucesso e que marquem muitos golos no Benfica.

O que temos que começar a discutir é a estratégia de inclusão de novos jogadores na equipa profissional do Benfica e isso é algo que Rui Costa e Luís Filipe Vieira já disseram publicamente que desenvolverão num futuro próximo. Eu não tenho razão para desconfiar da opinião deles e é isso que espero. Que encontrem soluções para ir colocando um ou dois jogadores por ano no plantel profissional, porque isso seria uma maneira de não gastar os muitos milhões que vamos gastando, seria uma maneira de incluir jogadores portugueses na equipa e seria uma maneira de os adeptos começarem a acreditar no sucesso do projecto de formação iniciado no Seixal há uns anos.

Para terminar uma palavra para os moldes do negócio. Segundo consta, Rodrigo custou 6 milhões ao Benfica e o Real Madrid ficou com a opção de poder recuperar o jogador pelo dobro desse valor. Eu não concordo com o negócio porque ter uma clausula no contrato que obrigue o Real Madrid a ter opção de preferência em futuros negócios parece-me lógico e desejável para o Real Madrid e jogador. O que não entendo é porque é que essa clausula tem um valor fixo. Deveríamos ter acautelado essa opção do Real Madrid mas fixar uma clausula de rescisão como fazemos com qualquer outro "activo" que compramos.

No entanto, e para que conste, não me importaria que Mourinho o viesse buscar daqui a dois anos por 12 milhões de Euros. Seria sinal que teria marcado muitos golos de águia ao peito e o Benfica teria gerado mais valias de 6 milhões de euros.

Entretanto, lembro o que vou ho dizendo há vários dias...Não se mexa no plantel e que se dispensem quem temos que dispensar. Com esta equipa, estamos preparados para ganhar as 4 competições nacionais e lutar por uma boa campanha na Champions que seria obviamente passar a fase de grupos.

Até dia 31 de Agosto, os nossos nervos não serão os milhões que vamos gastar mas sim os milhões que nos vão ainda oferecer pelos nossos jogadores.

Força Rodrigo.

Força Benfica

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A resposta aos senhores da Sport Tv

Ontem pela noite já o YouTube tinha os links para os 8 minutos que envergonharam três profissionais que pensavam que não estavam a ser "escutados". Em tempo de escutas, é importante que se entenda que o sucedido é um fait divers habitual entre jornalistas que em "off" vão falando o que bem lhes apetece. Já não é a primeira vez que isto acontece e seguramente não será a ultima. Sem entrar em dramas ou em euforias desmedidas, acho que o Benfica deve ter uma atitude distante mas interventiva nestes casos e o comunicado que esta manhã estava no nosso site é o suficiente para mostrar que estamos atentos, se bem que dando a importância relativa que este assunto merece. Se ainda estiver online, pode carregar neste link e ouvir até ao fim. O comunicado do Benfica, em baixo:

"Comunicado
Os comentários intoleráveis da Sport TV

Fomos surpreendidos, durante a manhã desta quarta-feira, com comentários depreciativos em relação a profissionais do Sport Lisboa e Benfica promovidos por dois jornalistas e pelo comentador destacado da Sport TV nos momentos que antecederam a transmissão televisiva do jogo entre o Benfica e o Sunderland.

É uma situação que se lamenta mas que não surpreende. Já no ano passado o Sport Lisboa e Benfica tinha alertado os responsáveis daquele canal para este tipo de comportamentos e atitudes. É verdade que a parte da transmissão da Sport TV que foi dada a conhecer devia ficar no anonimato, uma vez que a mesma não foi para o “ar” durante a emissão do encontro. No entanto, isso não serve de atenuante.

É daquilo que dizem nas nossas costas que melhor percebemos a intenção e o alcance dos comentários e observações que são produzidos publicamente.

O Sport Lisboa e Benfica espera um pedido de desculpas formal e público por parte dos responsáveis da Sport TV. Até lá, os profissionais do Sport Lisboa e Benfica não vão colaborar ou participar em qualquer iniciativa da responsabilidade daquela estação televisiva."

Força Benfica

domingo, 25 de julho de 2010

Não mexer...

Ontem no Estádio da Luz tivemos uma sensação diferente do que habitualmente sentimos nestas apresentações do plantel. Alguém perguntava antes do jogo se Simão seria apresentado, mas a verdade é que a preocupação prioritária da maioria dos adeptos, não são as contratações, mas sim as vendas.

Ontem entendemos todos, que quanto menos se mexer melhor. Falta Maxi Pereira, falta Luisão, faltou Jara por lesão e falta Ramires provavelmente para sempre...

Sem Di Maria, sem Ramires e com mais 35 milhões de euros nos cofres, deveremos conseguir colmatar essas saídas com uma ou duas entradas no plantel, mas se tal não for feito até 31 de Agosto deveremos encontrar no plantel as soluções adequadas.

O que ontem vimos antes do jogo começar foi uma romaria à compra dos Red Pass e pela primeira vez, vi folhas A4 colocadas na porta do departamento de sócios com cada um dos sectores do estádio indicando que lugares havia disponíveis em cada um desses sectores.

Reparei que muitos dos sectores estão já esgotados e muitos outros tem poucos lugares disponíveis. Não consegui fazer a matemática para entender exactamente quantos Red Pass estão vendidos, mas uma coisa entendi. A campanha forte de comunicação, o resultado de termos sido campeões há poucos meses e a manutenção da tal espinha dorsal do ano passado tem um efeito muito forte na compra desses mesmos Red Pass.

O ano passado escrevi que seria importante termos 45 000 pessoas de média em todos os jogos no nosso estádio. Ontem estavam quase 41000 pessoas e com três semanas até ao inicio oficial do campeonato contra a Académica no dia 15 de Agosto, o Benfica ainda pode e deve vender mais Red Pass e criar definitivamente a dinâmica de "estádio cheio" que tanto sonhamos há vários anos.

Eu sempre disse que os 300 000 sócios pagantes são chave para podermos não depender de mais ninguém, gerando receitas muito importantes, mas a verdade é que neste momento é mais difícil passar de 210 000 sócios para 300 000 do que passar de 30 000 Red Pass vendidos o ano passado para os 50 000 Red Pass desejáveis a curto prazo.

Nesse sentido, todo o esforço feito pela direcção na campanha de sensibilizar os sócios na compra desses Red Pass é muito positiva, desejável e aparentemente com resultados imediatos.

Estarei curioso para saber quantos Red Pass teremos vendidos nesse tal dia 15 de Agosto, mas hoje, ainda sem números oficiais, devemos congratular-nos pela adesão aparentemente maciça dos sócios na compra deste produto que para mim é obrigatório. De que é que estão à espera?

Força Benfica

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Afinal, a verdadeira história do Ramires é clara como a água

Como tudo na vida, a perspectiva e a relatividade são as nossas maiores aliadas quando queremos entender algo. E é isso mesmo que faltava... Colocar em perspectiva este negócio do Ramires era obrigatório porque há sempre a maneira de ver o copo meio vazio ou o copo meio cheio e é exactamente a mesma quantidade de água.

Eu escrevia no post anterior um texto sobre o Benfica Fund Stars e onde também falei do Ramires. Hoje, na edição de "A Bola" tudo fica claro e entende-se que afinal o negócio que foi feito há um ano já era um negócio de empresários e o Benfica na verdade "apenas" serviria como rampa de lançamento, serviria para usufruir do talento desportivo do rapaz durante este primeiro ano, serviria para criar mais valias com o investimento inicial de 7,5 milhões de euros na ordem dos 10 milhões de euros, mas nunca teríamos a ultima palavra na decisão de vender ou não vender o jogador porque essa decisão seria sempre dos empresários Kia Joorabchian e de Giuliano Bertolucci.

Neste momento e em vez de estarmos a questionar as negociatas e os 50% deste ou daquele, temos provavelmente que agradecer a estes senhores o facto de nos deixarem ganhar 11 milhões de euros num espaço dum ano e deixarem nos ter o Ramires por um investimento tão baixo - 7,5 milhões de euros.

Vendo assim, quase que o investidor do fundo seria o Benfica que investiria esses 7,5 milhões de euros com a esperança de num ano rentabilizar esse investimento gerando os tais 18,5 milhões de euros que vamos ganhar no negócio. Como digo antes, tudo depende da perspectiva. Como disse também no post anterior prefiro sempre ter 100% dos jogadores e deixar que o meu presidente decida sozinho que ter que partilhar essa decisão com empresários, mas como também disse no anterior post e sabendo da situação financeira do Benfica, às vezes há negócios que não se podem perder. Antes de mais transcrevo o que João Bonzinho escreveu hoje nas páginas do jornal "A Bola":


"O Brasileiro está há muito prometido ao futebol inglês. Benfica sabe desde o início que seria apenas uma ponte.

Desde o verão de 2009, quando se transferiu do Cruzeiro para o Benfica, que o internacional brasileiro Ramires tem guia de marcha para o futebol inglês. Esse era um dos pressupostos do negócio, que, recorde-se, envolveu parcial investimento do clube da Luz e o restante de investidores particulares, representados pelo conhecido empresário Kia Joorabchian, anglo-iraniano de 39 anos.
Na altura, Ramires só veio, aliás, para o Benfica por tão baixo preço (7,5 milhões de euros quando a sua cotação de mercado já parecia ir nos 15 milhões) pela intervenção daquele empresário e de um outro, Giuliano Bertolucci, ambos com excelentes relações com o presidente encarnado, Luís Filipe Vieira.

Perder Ramires agora pode ser bom em termos financeiros, mas mau, muito mau, desportivamente. Jorge Jesus que o diga.
O Benfica é, desde o início, a ponte para Ramires chegar ao futebol inglês, para o qual está prometido há um ano. Podia transferir-se já este ano, no máximo em 2011. Ramires precisaria, porém, de ganhar maior número de internacionalizações pelo Brasil (tem agora 16) e mostrar a titularidade quase indiscutível num clube europeu para mais facilmente conquistar o work permit, autorização de trabalho, em Inglaterra, país no qual são muitas, e boas, as relações de Kia Joorabchian. Não admira, portanto, que o jogador esteja muito perto de se transferir para o Chelsea (clube que leva vantagem sobre outros eventuais interessados, como Manchester City, na negociação com aquele empresário) por um valor bem acima do que custou há um ano.

Ramires não é só um jogador interessante do ponto de vista das suas características; é muito jovem (23 anos) e tem à sua frente muitos anos de selecção do Brasil. Vale muito bem os 25 milhões de que se fala.
O Benfica tem sempre uma palavra a dizer no negócio, mas não pode, porém, impedi-lo, de acordo com o estabelecido há um ano, quando garantiu os direitos sobre o jogador com um investimento mínimo (o jogador custou 7,5 milhões de euros, mas a grande parte do investimento, tipo empréstimo bancário, foi assegurado pelos investidores particulares). Desde o princípio que os encarnados sabem que só naquelas condições contariam, naquele momento, com um jogador da qualidade de Ramires.

Mais: sabiam que teriam retorno desportivo (pelo menos por um ano, como tiveram) e financeiro (como vão acabar por ter).
Claro que não cai bem perder Ramires. Nem agora, nem nunca. Muito menos numa altura em que Jorge Jesus organiza a sua equipa a contar com o médio internacional brasileiro."

A parte do negócio está explicada e muito bem explicada. Todos os negócios fossem assim tão claros e não haveria matéria para nenhum tipo de discussão. O que eu agora não entendo é se todos sabiam que Ramires ia embora este ano, então porque João Bonzinho termina o seu texto escrevendo "que Jorge Jesus organiza a sua equipa a contar com o médio internacional brasileiro."

Mas conta com ele porquê? O que o Benfica deveria ter feito há muito tempo era ter contratado alguém para o seu lugar. Ou Jesus acha que esse jogador poderá ser Airton, ou poderá ser o Ruben Amorim, ou teremos mesmo que comprar um novo jogador nas próximas semanas e quanto mais próximas, melhor. Com a contratação dum bom defesa/médio interior direito poderíamos sempre ter esse novo jogador na posição do Ramires, como poderíamos ter Maxi Pereira e/ou o tal Ruben Amorim.

Tudo está bem quando termina bem e se for tudo como está escrito nas páginas do jornal "A Bola" o caso Ramires, torna-se facilmente um "não caso..."

Eu não posso querer ficar com uma coisa que pensei que era minha, quando afinal essa coisa nunca foi minha... Esteve apenas emprestada e de passagem para outras margens. No entretanto usufruí dessa coisa e ainda ganhei uns trocos largos - mais do dobro do que investi - num leasing e não numa compra.

Se quisermos entender assim com esta metáfora o assunto Ramires, ficamos todos contentes, é tudo claro como a água e já ficamos a saber que o Ramires não jogará mais com a camisola do Benfica.

Vamos ter que nos habituar a estes negócios até que volte uma "nova ordem", estabilizando aquilo que eu penso que será o normal e ideal - todos os passes são do Benfica e o Benfica decide sozinho, com a opinião do presidente, do treinador e do jogador, o que fazer com esse passe.

Até esse dia, estes casos Ramires serão o "pão nosso de cada dia..."

Força Benfica

O Ramires, o Benfica Stars Fund e os timings das nossas vendas...

Eu tenho evitado falar do fundo neste espaço e hoje penso que o timing é o correcto para escrever algumas ideias soltas sobre esse mesmo fundo.

Parece-me claro para todos que o fundo existe e é criado porque o Benfica precisa de dinheiro fresco sem recorrer aos bancos, que já tem grande parte da nossa dívida e sem depender apenas das receitas dos sócios, dos bilhetes, dos patrocínios ou de outras receitas extraordinárias.

Se nós tivéssemos uma situação estável ao nível de tesouraria, o fundo não seria necessário porque comprávamos os passes dos nossos jogadores e quando os quiséssemos vender, apenas dependíamos de nós próprios, da vontade do nosso treinador em dispensar ou não o jogador e da vontade do mercado em pagar o que nós queremos cobrar por esse mesmo jogador. Basicamente foi assim durante anos e agora com o fundo entrámos numa nova era que tem como tudo, prós e contras.

Primeiro eu tenho que dizer que sou contra o fundo no conceito teórico associado ao mesmo. Ou seja, eu sou contra qualquer tipo de pressão de alguém externo ao Benfica para vender qualquer nosso jogador. Gosto de pensar num conceito "antigo" onde o presidente quer, pode e manda.

Eu acredito no conceito onde o treinador opina sobre se devemos ou não vender o jogador, opina sobre se há ou não há substituto à altura do jogador que vai sair e depois a decisão de vender alguém do nosso plantel é 100% assumida pelo presidente. Chamem-lhe "old school" ou antiquado, mas a verdade e que só assim faz sentido e eu encaro este modelo, o desejável no Benfica.

O fundo ao contrário do que algumas pessoas pensam não é o futuro do Benfica e é apenas uma ferramenta que o Benfica utiliza num determinado momento porque assim o necessita.

Basicamente, neste fundo de jogadores o Benfica vende parte dos passes de vários jogadores a um fundo de empresários que não tem objectivos de ser campeões todos os anos - isso é para os Benfiquistas - e o seu objectivo é criar mais valias com os seus investimentos iniciais. O risco deste investimento é alto nalguns casos, é muito reduzido noutros e o sucesso desse investimento depende muito do aparecimento de compradores para esses passes que eles investiram e obviamente da saúde física desses activos que desejavelmente terão folha limpa em termos de lesões.

O Benfica investe na maioria dos casos 100% do valor inicial da compra da totalidade desses passes e depois num determinado espaço de tempo vende uma percentagem desse passe - 20% a 50% - para uma série de investidores tendo logo um retorno financeiro grande e ainda continuado a usufruir dos direitos desportivos e da performance desses jogadores com a camisola do Benfica.

O formato é simples e em tempos de crise é um modelo perfeito. Como em todos os negócios que envolvem comissões, percentagens, investimentos, o lucro é sempre o objectivo final.

Nós que gostamos e temos paixão pelo Benfica desde pequenos, quando pensamos em vender jogadores e no dinheiro que essa venda gera, pensamos sempre em mais valias para o nosso clube do coração e de que maneira esse dinheiro ajudará a criar o nosso clube melhor. Nas artes muitas das vezes o objectivo principal não é o lucro do grupo de teatro, da banda ou do filme, mas sim o manter da organização e a consequente viabilização dessa organização para outro disco, outra tournee, outra peça de teatro ou outro filme.

No Benfica para mim a venda dum jogador sempre representa uma tristeza com a sua partida - se forem bons jogadores e por isso bem vendidos por valores altos - mas por outro lado a alegria de poder reforçar os nossos cofres com euros (ou escudos em tempos) que mantenham a organização e a façam melhor de ano para ano.

Com este fundo, e com as mais valias geradas pelas vendas dos jogadores, o Benfica distribui pelos empresários que investiram, parte desse lucro, sendo em última análise, um bom samaritano para quem em determinado momento nos deu a mão ajudando a pagar ordenados e outras despesas de tesouraria corrente com a compra duma determinada percentagem desses passes.

Digo e repito que num momento de crise, num momento onde temos a banca esgotada em empréstimos e com o project finance a estrangular a grande parte das nossas receitas para esse papão de nome "novo Estádio", o fundo é uma excelente ideia.

No dia em que pagarmos o Estádio, no dia em que esse mesmo Estádio tenha um naming e as receitas associadas, num dia em que os direitos televisivos sejam muito mais bem pagos, no dia em que os Red Pass representem 85% da lotação desse estádio, no dia em que o merchandising facture o dobro do que facturou o ano passado, no dia em que as rendas associadas aos nossos espaços sejam todas elas maiores e canalizadas para o clube/SAD, no dia em que o Benfica vá pela quinta vez seguida à Champions League, no dia em que os sócios pagantes sejam 300 000, então o fundo não será necessário...

Nesse dia, o Benfica pode voltar a comprar os passes sozinhos, amortizando esse valor pelos anos de contrato do atleta e vendendo-os, ou não, pela decisão única e exclusiva do nosso presidente que sozinho enfrentará os sócios e justificará a decisão de venda ou de não venda desse activo.

Hoje a história é diferente e temos aqui dois tipos de investimentos do fundo. Por um lado os jogadores novos, com grande margem de progressão, sem grande nome no mercado internacional, com um risco elevado de poderem falhar a carreira, defraudando com isso quem neles investiu e por outro lado os valores seguros que à partida, mais ano menos ano, mais mês menos mês, renderão a esses investidores altas quantias de mais valias.

Eu vou dar dois exemplos que me estão um pouco atravessados enquanto accionista e sócio do Benfica. Num determinado momento da época passada Jorge Mendes, agente de Di Maria investe 1 milhão de Euros por 10% do passe de Di Maria que todos sabemos tinha uma clausula de rescisão de 40 milhões de Euros. A percentagem que corresponde um investimento de 1 milhão de euros é avaliada por uma comissão independente supervisionada pelo BES e onde teoricamente a especulação e inside information devem ser controladas e evitadas. A verdade é que Jorge Mendes investe 1 milhão de Euros por 10% do passe e passados pouco meses arrecada 2,5 milhões de euros gerando uma mais valia de 1,5 milhões de euros. Para ele não será grande coisa, mas para qualquer cidadão que consiga pedir 1 milhão emprestado a um banco, este negócio pode significar não ter que fazer mais nada o resto da vida...

Eu aqui pergunto, que necessidade extrema teria o Benfica em ver adiantados esse milhão de euros para abdicar a própria SAD dum retorno de 2,5 milhões de euros ou ainda um valor maior dependendo dos tais objectivos assinados no contrato do Di Maria para o Real Madrid.

Mais recentemente, o Benfica alienou 50% dos direitos de Ramires por 6 milhões de euros. Mais concretamente este negócio foi efectivado no dia 20 de Junho de 2010 em pleno mundial e dando um sinal claro ao mercado e aos adeptos mais atentos que afinal Ramires, ficaria mais um ano, pois não faria sentido vender-se a um empresário esses 50% por 6 milhões de euros, para esse empresário ganhar em pouco menos de um mês depois, 6.5 milhões de euros de mais valias.

Considerando que Ramires sai por 25 milhões de euros como vem na imprensa desportiva de hoje as contas são fáceis de entender.

50% de 25 milhões = 12,5 milhões de euros - 6 milhões de investimento por 50% do passe = 6,5 milhões de mais valias para o Iraniano Kia Joorabchian.

O que eu pergunto é como é que o Benfica aceita vender 50% do passe de Ramires a 20 de Junho de 2010, sabendo que pelo menos teria propostas de 20 milhões de euros, dando uma futura mais valia de 6 milhões de euros a esse empresário. Para mim estava claro que teria ficado acordado entre o nosso clube e este senhor Kia que estes 6 milhões de euros da compra de 50% do passe de Ramires, seriam utilizados pelo Benfica para essas despesas de tesouraria que sempre necessitamos e que na próxima época logo se veria que resultados desse investimento inicial em Junho de 2010, traria para esse empresário em Julho de 2011 - altura em que eventualmente se deveria vender Ramires.

Tudo o que não seja este cenário, é algo que para mim não faz sentido. Digo-o como benfiquista e como pessoa que entende mais ou menos como isto funciona. O que faz sentido é que o senhor Kia invista 6 mihões este ano e que em 12 meses recupere algum desse investimento enquanto o Ramires nos ajuda a ganhar o segundo campeonato seguido e a fazer um brilharete na champions league. Não faz sentido que este senhor invista 6 milhões e que um mês depois ganhe 12,5 milhões gerando mais valias de 6,5 milhões.

Vinha hoje no jornal "O Jogo" a seguinte noticia que vale o que vale...

" A proposta que o Benfica recebeu do Chelsea por Ramires agrada sobremaneira a Kia Joorabchian, razão pela qual o empresário anglo-iraniano está a pressionar os encarnados para aceitarem a saída do internacional brasileiro.

Luís Filipe Vieira quer manter uma estrutura forte para tentar revalidar o título nacional e surpreender na Liga dos Campeões, mas admite vender mais um dos craques, depois de Di María. Ramires tem uma cláusula de 30 milhões de euros, valor pretendido pelo líder dos encarnados para transferir o brasileiro. No entanto, Kia Joorabchian considera a proposta do Chelsea, que pode atingir uma verba a rondar os 23 e 24 milhões de euros, irrecusável.

O JOGO sabe que o empresário considera esse um valor muito bom face à actual situação de mercado, até porque o jogador, de 23 anos, tem apenas uma época na Europa e um currículo ainda curto a comparar com os grandes nomes na sua posição.

)...) Assim, o Benfica, que vendeu recentemente 50 por cento do passe de Ramires à Jazzy Limited, empresa de Kia Joorabchian, deve fazer um encaixe de cerca de 12 milhões - que vai servir para Vieira continuar a investir no reforço do plantel às ordens de Jesus.

O antigo empresário de jogadores pagou apenas seis milhões de euros por metade dos direitos económicos do futebolista. Pouco mais de um mês depois rentabiliza o investimento, pois prepara-se para receber precisamente o dobro do que despendeu. Este processo tinha ficado logo acordado na altura da transferência de Ramires para a Luz, razão pela qual os responsáveis encarnados tiveram então de cumprir o estabelecido, perdendo desta forma a oportunidade de fazer um maior encaixe superior por um jogador que encantou os principais clubes europeus na sua primeira época ao serviço das águias"

Nesta noticia, não entendo a parte que diz que:

"(...) Este processo tinha ficado logo acordado na altura da transferência de Ramires para a Luz, razão pela qual os responsáveis encarnados tiveram então de cumprir o estabelecido". Mas tinha ficado acordado o quê? Que este empresário pagaria 6 milhões de euros por metade do passe? Que o Benfica estava obrigado a vender-lhe metade do passe 1 mês antes de vender o Ramires, para ele ganhar 6 milhões de euros num mês? Que ele deveria ter comprado metade do passe por 6 milhões de euros há um ano e só os comprou ou só os pagou quando viu que ganharia 6 milhões num mês? O que é que afinal estava "estabelecido"? Estas noticias apareceram ontem e hoje com a mesma tónica... O Benfica apenas "fez o que estava estabelecido" mas eu gostava de entender o que é isso, porque como a história está contada só há uma coisa que todos sabemos. Alguém pode ganhar 6 milhões de euros com esta história e o Benfica em 25 milhões de euros ganha 12,5 milhões mais os 6 milhões que já teriam sido adiantados em 20 de Junho totalizando 18,5 milhões. Descontando os 7,5 milhões que investiu há um ano perfaz um total de mais valias de 11 milhões.

Eu sei que estes negócios do fundo envolvem muita especulação própria doutro tipo de negócios que não os do futebol, como a bolsa, especulação imobiliária e informação privilegiada num determinado momento.

O que todos sabemos é que sem querer adiantar e falar muito mais do caso Roberto, porque disse no post anterior que "era a primeira e ultima vez que falava desse caso" não deixa de ser interessante ler no blog Eterno Benfica uma justificação que envolve especulação, tendo este fundo de jogadores como pano de fundo, passe a expressão...

Todos sabemos que o futebol é um negócio de milhões e eu no meu negócio que não é de milhões já dei alguns milhares largos de euros a comissionistas, agentes, "chulos" que nada fazem e que no fim são quem mais ganha. Alem do futebol é assim nos espectáculos, na musica, no teatro, na moda, no cinema e até na especulação das artes plásticas. Sei do que falo e sei que neste mercado e neste fundo de jogadores é importante que se utilize esta ferramenta nestes próximos anos, mas desejavelmente as compras feitas a partir de 2015 não necessitarão de ir anexadas a nenhum fundo e o Benfica deve voltar a poder entrar nos negócios sozinho porque como sabemos mais "vale só que mal acompanhado".

Estamos acompanhados por pessoas que só pensam no lucro e eu quando leio no jornal a dizer que o senhor Kia "quer vender já o Ramires", eu pergunto mas o que é que queriam que ele fizesse? O homem não quer saber do próximo titulo, nem das maravilhas que o Ramires pode fazer na Champions nem sequer ouvir falar na hipótese de o vender por 30 milhões no próximo ano e assim ainda gerar ainda mais "ganhos"... O que ele quer é utilizar a frase também muito célebre nos negócios que é "mais vale um pássaro (de 6 milhões de lucro) na mão que um pássaro (de 8 possiveis milhões) a voar". Não o critico...

É óbvio que Domigos Soares Oliveira e Luís Filipe Vieira não querem que o fundo dê prejuízo aos seus investidores, porque se assim for deixam de investir. Isso parece-me óbvio. Quando eu dou comissões de 2000 euros a comissionistas num qualquer negócio, o meu objectivo é que no próximo ano ou noutro qualquer negócio nesse mesmo ano, esse comissionista me compre mais um dos meus produtos/serviços. Isso é natural. Então, o Luís Filipe Vieira poderia dizer agora ao senhor Kia uma, de duas coisas. Uma poderia ser o que todos desejamos que é afirmar ao senhor empresário que "afinal o Ramires só sai para o ano, porque agora é tarde demais para comprar um substituto e os 6 milhões de euros que nos deu no dia 20 de Junho já nos desafogam as contas por uns meses".

Outra hipótese é dizer lhe que agora que ganhou 6 milhões de euros num mês - a considerar que Luís Filipe Vieira não consegue resistir à pressão de o vender já neste defeso - invista 4 desses 6 milhões em comprar 50% do Roberto, pois assim resolveria muitos problemas e calava uma opinião publica que ainda não se conforma com os 8,5 milhões de euros que demos por ele e por parte do Simão a fazer fé na história que linkei atrás do Eterno Benfica.

Eu não me choco em ver pessoas a enriquecer à conta do Benfica e dos jogadores que esses empresários investiram. A mim só me custa ver que esse enriquecimento é gerado num mês. Isso já é demais. Por isso é que eu considero o fundo importante nesta fase, mas o Benfica tem de ter a palavra final no que toca aos timings das vendas dos nossos jogadores.


Como já disse muitas vezes, só admito o cenário de saída dum jogador neste defeso, para além de Di Maria. Esse jogador é Cardozo e por um mínimo de 25 milhões de euros. De resto, neste momento e tendo em conta que já encaixámos muitos milhões com vendas de percentagens de passes de muitos jogadores, então agora que os senhores investidores esperem sentadinhos pelo resultado desse investimento, enquanto o Benfica e os Benfiquistas vêm as nossas estrelas a brilhar um ano mais nos relvados nacionais e internacionais.

Força Benfica

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Eu tento não pensar, mas há momentos em que é mais forte que eu...























Por vezes nós queremos pensar em coisas importantes, esquecer outras menos importantes, focar numas prioritárias, não lembrar outras acessórias, mas depois não podemos evitar que nos venham à cabeça imagens que nem queremos lembrar...

É mais forte que nós. Eu já falei disto há dois anos aqui, este passado mês aqui e tento não pensar nisto, mas quando me vem à cabeça esta imagem (por alguma razão que seja) não consigo entender. A sério...

A ideia era homenagear uma camisola vintage dos anos 60. Acho óptima ideia. Depois conseguem-nos fazer entrar na Loja Adidas e quase ter vergonha de olhar para o nosso maior símbolo - a camisola oficial do Sport Lisboa e Benfica.

Retirei a imagem do Eusébio do blog vizinho Benfica Até Morrer e de quando em quando ainda penso, mas porquê?

Força Benfica